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coesão e semantica

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Coesão e Semântica 
Palavras que se associam de uma forma direta e previsível, de modo que uma pessoa consiga 
facilmente pensar nas outras quando pensa na primeira, formam um “campo semântico”. 
Sentido denotativo – mais direto, clássico, primário, principal do dicionário, sentido próprio. 
Sentido conotativo – palavra assume um novo sentido, figurado, metafórico, especial, não óbvio, 
sentido impróprio. 
Linguagem figurada 
Metáfora 
Comparação entre dois elementos que têm uma característica em comum, mas sem um elemento 
formal (conectores comparativos). 
Metonímia/catacrese 
Metonímia é um subtipo de metáfora, mas que traz uma relação específica de 
continência/pertinência/inclusão/implicação, não de intersecção. 
 Leio sempre Machado de Assis (autor pela obra) 
 Thomas Édson iluminou o planeta (inventor pelo invento) 
 Meu coração é verde-amarelo (símbolo pela coisa simbolizada) 
 Fumei um saboroso havana (lugar pelo produto do lugar) 
 Foi com suor que emagreci (efeito pela causa) 
 Causa pelo efeito (eu vivo do meu trabalho) 
 Bebeu 3 copos (continente pelo conteúdo) 
 As câmeras foram atrás dos atletas (instrumento pela pessoa que utiliza) 
 O Brasil se classificou para a Copa (parte pelo todo) 
 Os mortais sofrem demais na terra (gênero pela espécie) 
 A mulher irá à rua pelos seus direitos (singular pelo plural) 
 Milha filha adora danone (marca pelo produto) 
 O homem foi à lua (espécie pelo indivíduo) 
 A pena (educação) é mais poderosa do que a espada (força, armas) (instrumento pela 
coisa ou entidade) 
 A juventude morre cedo (abstrato pelo concreto) 
 Ele é um aviãozinho (associação entre funções – pequeno traficante que sobe e desce o 
morro para buscar drogas). 
Catacrese = uma metonímia que foi cristalizada, naturalizada pelo uso. Ou seja, é uma metáfora 
tão batida que ninguém mais enxerga como linguagem figurada. 
 Pé da mesa, braço do violão, maçã do rosto. 
Sinônimos 
São palavras que se aproximam semanticamente por uma relação de equivalência ou 
semelhança. 
Antônimos 
Palavras que se aproximam semanticamente por uma relação de antagonismo ou oposição. Em 
alguns casos, duas palavras podem não ser exatamente antônimos em seu sentido clássico, mas 
podem aparecer como opostas no contexto em que se dá aquele contraste. 
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Hiperônimos 
Palavras de sentido amplo que indicam, em termos semânticos, um conjunto abrangente de 
elementos, um “gênero”. Esse gênero tem unidades menores, espécies, que fazem parte daquele 
conjunto maior (hipônimos) 
Homônimos 
 Homônimos homógrafos – possuem a mesma grafia, mas trazem sentidos diferentes. 
o Comprei meu almoço (substantivo) 
o Eu almoço cedo (verbo) 
o Estude para passar (preposição) 
o Ele não para de estudar (verbo) 
 Homônimos homófonos – possuem a mesma pronúncia, mesmo som, mas trazem 
sentidos diferentes 
o Sessão x seção x cessão 
o Acender x ascender 
 Homônimos perfeitos – palavras diferentes que têm som e grafia idênticos, 
diferenciando-se somente pelo sentido 
o Espinha (coluna) x espinha (acne) 
Parônimos 
Palavras parecidas na pronúncia ou grafia. 
 Arrear (pôr arreios) x arriar (abaixar) 
Polissemia 
Vários sentidos de uma única palavra. 
Ambiguidade 
É a possibilidade de dupla leitura de um enunciado. 
Ambiguidade estrutural 
Ocorre quando a estrutura, a organização e a construção da frase dá margem a mais uma 
possibilidade de sentido. 
 Comida para gato com pouca gordura 
 Peguei o ônibus correndo 
 Pedro encontrou Maria e lhe disse que sua mãe foi ao cinema 
Ambiguidade polissêmica 
É inerente ao próprio vocabulário ou à expressão que traz múltiplos sentidos. 
 Esse livro é bom pra burro 
 
Coerência 
A coerência se constrói pela manutenção da expectativa que o uso de certas palavras traz ao 
leitor. Nesse sentido, a contradição gera incoerência. 
Coesão 
Coesão está relacionado principalmente à “ligação” entre palavras e partes do texto, recuperando 
e adiantando informações. 
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A coesão não garante a lógica de um texto, mas contribui grandemente para que enxerguemos a 
coerência dele. 
Coesão recorrencial (referencial) - quando trabalha na base da repetição e da retomada; 
ferramentas são usadas para “jogar” o leitor para trás no texto, retomando informações já 
sugeridas, por via de reescrituras (paráfrases), pronomes, advérbios e outras palavras remissivas. 
Coesão sequencial – também é necessário jogar o leitor para frente no texto, fazendo a leitura 
avançar num fluxo lógico, que culmina numa “premissa consecutiva, isto é, numa consequência, 
numa conclusão do que foi mencionado. Isso ocorre por meio de conjunções, preposições, 
pronomes relativos. 
Embora os elementos utilizados para a coesão sejam geralmente palavras, até mesmo a omissão 
de termos pode ser utilizada como artifício de coesão. 
 Não gosto de chuva; ela, de sol. 
o A vírgula após ‘ela’ retoma o verbo ‘gostar’ 
 Zeugma = omissão de um termo já mencionado anteriormente; é uma forma de elipse. 
 Elipse = omissão de termos que podem ser facilmente identificados, tanto pelo contexto 
quanto por elementos presentes na própria oração. 
o Gosto de chuva. (eu) 
Coesão por justaposição de termos ou orações 
A ligação coesa também opera por simples justaposição (inserção de unidades juntas). No lugar 
do conector, virá sinal de pontuação (: ; , .) 
 Tenho que sair agora: estou atrasado. 
 Tenho que sair agora, porque estou atrasado. 
 Estudou tanto; não passou. 
 Estudou tanto, mas não passou. 
 
Coesão anafórica e coesão catafórica 
Anafórica – retoma ou substitui um termo ou informação que veio antes. 
Catafórica – anuncia termo ou informação que aparecerá depois. 
Função exofórica 
Exofórica = dêitica – quando os elementos coesivos se referem a elementos fora do texto, como 
tempo e espaço. 
 Esse texto foi escrito aqui 
 Vamos almoçar amanhã 
 O Rio anda muito violento, quem poderá nos ajudar? 
Intertextualidade 
Citação de outros textos, diálogo entre textos. 
Coesão e repetição 
Coesão lexical – aquela que se dá pela repetição de termos ou pela substituição por outras 
palavras que mantenham com o referente original alguma relação de sentido. 
Uso de numerais 
 Eu e minha esposa – nós dois 
 João e José – o primeiro; o segundo 
 Comprei um fogão e uma geladeira – ambos 
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*cuidado: informação primária é original, informação secundária é a que deriva da original; essa 
classificação se refere à origem da informação (relação de prioridade) – não diz respeito à 
ordenação das informações apresentadas. 
Uso de advérbios 
 Estamos no Brasil; muita gente ama viver aqui (função anafórica) 
 Sinto saudades de lá; o Brasil é muito belo (função catafórica) 
 Rede social aqui em casa é outra coisa (função catafórica) 
Termos resumitivos e sintéticos 
 Tudo isso 
 Os outros ... 
Sinônimos, hiperônimos e hipônimos 
Antonomásia – substituição de um nome próprio por um comum ou vice-versa; geralmente 
consiste em aludir uma pessoa por uma característica que a distingua. 
 Ivete Sangalo está namorando. A baiana.... 
Simbolização 
Consiste em substituir uma entidade por um símbolo que a represente. 
 O Rei era autoridade máxima. A verdade da Coroa sempre prevalecia. 
Nominalização 
Basicamente, é substituir um adjetivo ou verbo por substantivo ou uma forma nominal. 
 Recolheram os impostos. Esse recolhimento foi menor que no ano passado. 
 Muito se discutiu sobre a polêmica. Esse constante debater do tema é cansativo paraos 
envolvidos. 
Redução e ampliação 
 O compositor Paul McCartney virá ao Brasil 
 Paul McCartney já esteve no país 
 O compositor ama o público brasileiro 
 McCartney tem amigos aqui. 
 Paul ainda não informou a data de sua passagem 
Sigla 
Primeiro, usa-se o nome por extenso, seguido pela sigla entre parênteses. 
Uso de pronomes 
*artigo definido também pode ser usado como referência a termo citado – vai indicar que o termo 
mencionado já é conhecido, por ter aparecido antes no texto. 
 Lá na praça, havia vários policiais. Os assaltantes não viram os policiais ali. 
*ISSO – retoma todo um grupo de ideias, não apenas um termo específico.

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