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Rafael M. Pedroso – Prof. Dr. – LPV/ESALQ/USP 30/10/2023 O que é adubação verde? Por que tantos casos de resistência a herbicidas? Exemplos de culturas alelopáticas? Plantio direto favorece manejo de daninhas? Existem riscos na adubação verde? Dificuldades no consórcio milho x forrageiras? EstruturaPanorama da agricultura nacional Rotação de culturas, S.P.D. e benefícios Adubação verde DDesafio Século XXI • Enorme incremento populacional! Pedroso (signalgrass relative) A elevação dos atuais índices de produtividades é essencial para o futuro da agricultura e da humanidade Melhorias no manejo de plantas daninhas terão papel central! Desafio Séc. XXI: aumentar produção de alimentos Expansão das fronteiras agrícolas Incremento da produtividade A expansão da agricultura em áreas de vegetação natural é indesejável (possibilidade de redução da biodiversidade) FAO (2023) Mato-competição: o principal estresse biótipo Fontes: Durval Dourado Neto - ESALQ/USP; Oerke 2006 Dados em trigo, arroz, milho, batata, soja e algodão. 19 regiões Mato-competição: o principal estresse biótipo Sources: Durval Dourado Neto - ESALQ/USP; Oerke 2006 Dados em trigo, arroz, milho, batata, soja e algodão. 19 regiões SSoja (Glycine max (L.) Merr.): Safra 2015/16: 33,25 mi ha; 2.870 kg/ha (47,8 sc/ha) Safra 2020/21: 38,9 mi ha; 3.528 kg/ha (58,8 sc/ha) Safra 2021/22: 41,5 mi ha; 3.026 kg/ha (50,4 sc/ha) Safra 2022/2023: 44,1 mi ha; 3.508 kg/ha (58,5 sc/ha) Centro-oeste + Sul: >70% da produção Grande Culturas no Brasil Fonte: www.conab.gov.br EUA: 2018: 36,2 mi ha; 3.302 kg/ha 2021: 39,4 mi ha; 3.463 kg/ha 2023: 33,8 mi ha Acessem Boletim Safra de Grãos! Bico entupido QUANTO GASTAMOS EM MÉDIA COM O MANEJO DE INFESTANTES NA SOJA? ESTUDO DE CASO: MATO GROSSO – Safra 2020/21 Elaborado por Pedroso a partir de dados disponibilizados pelo IMEA Custo Operacional Efetivo 3347 Custo Operacional Total 3634 Custo total 4198 Herbicidas (R$) 186,93 Herbicidas: 6% COE Custo de produção – Herbicidas+Adjuvantes Safra 2020/21: US$ 57,20/ha x 5,28 = R$ 302/ha Dessecação US$ 12,92 Pré-emergentes US$ 10,50 Pós-emergentes US$ 33,78 Safra 2021/22: US$ 85,7/ha x 5,21 = R$ 446/ha Dessecação US$ 19,75 Pré-emergentes US$ 16,75 Pós-emergentes US$ 49,19 Safra 2022/23: US$ 106,17/ha x 5,10 = R$ 541/ha Dessecação US$ 13,18* Pré-emergentes US$ 20,23 Pós-emergentes US$ 72,76Elevação no custo: 80% Elevação no preço da saca: 23% Saca: R$ 130,00 (MT) Saca: R$ 160,00 (MT) 16 Sojaja a (a (Glycinene e maxax x (L.) .) Merrrrr.) Sojjjjjajaa ( lycinGlGG 32 a 46% (Nepomuceno et al., 2007 r.) rr 0707) *na ausência de quaisquer medidas de manejo 3 sc/ha R$ 420 19 sc/ha R$ 2.700 28 sc/ha R$ 3.864 5 a 10% Mas.....vale a pena todo esse gasto (R$ 200-400/ha)?0 40 “Baixo” se comparado ao potencial de perdas produtivas por mato-competição 2. Adubação verde Fotos: Rafael M. Pedroso 1. CONCEITO: prática agrícola milenar que aumenta a capacidade produtiva do solo recupera os solos degradados pelos cultivos comerciais, melhora as áreas naturalmente pobres e conserva aqueles que já são produtivos. Consiste no cultivo de plantas em rotação/sucessão/consorciação com as culturas comerciais, que melhoram significativamente os atributos químicos, físicos e biológicos do solo. Adubos verdes ou plantas de cobertura têm características recicladoras, recuperadoras, protetoras, melhoradoras e condicionadoras do solo e englobam diversas espécies vegetais preferência pela utilização das leguminosas está consagrada também pela sua capacidade de fixar nitrogênio no solo. Adubação verde iphytus.com ADUBO VERDE Fonte: “Adubação verde: estratégia para uma agricultura sustentável”, Embrapa . Adubo verde: espécie que pode ser recicladora de nutrientes (raízes profundas) condicionadora do solo (incremento de M.O.); proteção física contra erosão: sustentabilidade iphytus.com ESCOLHA DA ESPÉCIE DE ADUBO VERDE Fonte: “Adubação verde: estratégia para uma agricultura sustentável”, Embrapa . Adubo verde: espécie recicladora de nutrientes (raízes profundas) e condicionadora do solo (incremento de M.O.); proteção física contra erosão: sustentabilidade Benefícios das leguminosas?? . Leguminosas adicionam N ao sistema devido à fixação biológica do N2 atmosférico; pode ocorrer ainda complexação do alumínio no solo devido a produção de ácidos orgânicos (Liu e Hue 1996); . Podem ser utilizados em conjunto, ou uma única espécie isoladamente: objetivo é misturar plantas com características diferentes, ex. fixadores de nitrogênio (ervilhaca, mucuna-preta), hábitos de crescimento (parte aérea) e que ocupem diferentes camadas do solo (sistema radicular, como o girassol); . Fabáceas (leguminosas) possuem grande diversidade: adaptação ao frio (ervilhaca, trevo), seca (feijão mungo), sombreamento (trevo, feijão de porco), baixa fertilidade (crotalária, feijão de porco, guandu); . Leguminosas em consórcio: cuidado com plantas trepadeiras (ex. feijão bravo, mucuna); em geral, avaliar se condições são boas para consórcio (problemático no caso de baixa disponibilidade de água); . Crotalária e mucuna favorecem colonização de raízes por fungos micorrízicos (Espindola et al. 1996); iphytus.com ESCOLHA DA ESPÉCIE DE ADUBO VERDE . Em rotação com soja e feijão: dar prioridade à espécies que impeçam proliferação de patógenos como Rhizoctonia solani e Sclerotinia sclerotiorum, como sorgo; evitar girassol . Maiores vantagens quando a soja é antecedida por gramíneas (trigo, triticale, cevada, aveia) e o milho precedido de leguminosas (crotalária, feijão de porco); E a Alelopatia? . Alelopatia: I. mucuna-preta (Mucuna aterrima) sobre Cyperus rotundus e Bidens pilosa (Carvalho et al. 2002); II. Crotalaria juncea sobre Cyperus rotundus; III. sorgo produz potente aleloquímico (quinona sorgoleone), que atua como inibidor do FSI (Gonzales et al. 1998) relaticamente estável na resteva desta cultura; IV. Girassol produz metabólitos secundários (sesquiterpenóides) com forte efeito inibitório sobre germinação de Bidens spp. (Silva HL 2009). iphytus.com EXEMPLOS DE ESPÉCIES UTILIZADAS PARA ADUBAÇÃO VERDE 1.1 Eudicotiledôneas - poligonáceas Trigo-mourisco, mourisco ou trigo-sarraceno (Fagopyrum esculentum Moench) Fotos: Rafael M. Pedroso Trigo-mourisco, mourisco ou trigo-sarraceno (Fagopyrum esculentum Moench) Família Polygonaceae Nada a ver com o trigo! Não é gramínea . Porém...é considerada cereal . Ciclo curto (70 dias) . Planta herbácea . Hospeda inimigo natural do bicho-mineiro do cafeeiro . Efeito como nematicida no solo . Boa associação com micorrizas . Farinha de qualidade e sem glúten . Potencial: até 3.600 kg/ha capaz de extrair fósforo - P a partir de fosfatos minerais insolúveis em água e em ácidos fracos, através de mecanismos que promovem a formação de humo fosfatos assimiláveis pela cultura 1.2 Eudicotiledôneas – LEGUMINOSAS (Fabaceae) Crotalária juncea • Leguminosa anual de primavera-verão, de crescimento muito rápido e vigoroso. • É a espécie que produz a maior quantidade de biomassa no menor tempo e, consequentemente, fornece nitrogênio em maior quantidade. Além disso, protege o solo contra os efeitos da erosão, tem um bom controle de plantas daninhas e é má hospedeira de nematoides do gênero Meloidogyne. • É muito utilizada na implantação e renovação de canaviais. Seu uso é recomendado para situações que necessitem de grande produção de biomassa em pouco tempo, de 3 a 4 meses. Crotalária juncea 1.2 Eudicotiledôneas - leguminosas Crotalária spectabilis Leguminosa anual de primavera-verão; Atua na diminuição da infestação de fitonematoides; Alta produção de biomassa verde; Porte médio, pode ser utilizada também nas entrelinhas de culturas perenes, sem prejudicar o trânsito de máquinas ou pessoas; Atualmente é a espécie mais utilizada no consórcio com milho de segunda safra, com o objetivo de reduzir a populaçãode nematoides. Crotalária spectabilis 1.2 Eudicotiledôneas - leguminosas Crotalária-spectabilis 1.2 Eudicotiledôneas - leguminosas • Crotalárias têm sido usada no consórcio com milho 1.2 Eudicotiledôneas - leguminosas 15 kg/ha crotalária (lanço) • Crotalárias têm sido usada no consórcio com milho 1.2 Eudicotiledôneas - leguminosas 15 kg/ha crotalária (lanço) Crédito: Charles Peeters/RioVerde-GO Complicado em áreas mais “sujas”. Suscetível a Fusarium solani. MMucuna preta (Mucuna pruriens) Leguminosa anual de primavera-verão com hábito de crescimento trepador. Controla bem o desenvolvimento de plantas daninhas Atua na diminuição da infestação de nematoides de galha, cisto e reniforme. Espécie muito rústica, indicada para recuperação de solos degradados. Mucuna preta http://www.pirai.com.br/semente_mucuna_preta-texto-b106.html 1.2 Eudicotiledôneas - leguminosas 32 Mucuna-preta (Mucuna pruriens (L.) DC) Fotos: Piraí Sementes 1.2 Eudicotiledôneas - leguminosas 1.2 Eudicotiledôneas - leguminosas NNabo forrageiro (Raphanus sativus) 1.3 Eudicotiledôneas – BRASSICÁCEAS (antiga crucíferas) . Rápido crescimento e fechamento . Sistema radicular denso e profundo – auxilia na aeração do solo e reciclagem de nutrientes BBraquiária ruziziensis (Urochloa ruziziensis) • Perene porém de manejo mais fácil que a braquiária brizantha • Muito utilizada em sistema Santa Fé (consórcio milho e forrageira) • 10 a 14 t/ha de massa seca • Suscetível a cigarrinha-das- pastagens 2. Monocotiledôneas – Poáceas (antiga gramíneas) BBraquiária ruziziensis (Urochloa ruziziensis) 2. Monocotiledôneas – poáceas (antiga gramíneas) MMilheto (Pennisetum glaucum) 2. Monocotiledôneas – poáceas (antiga gramíneas) Fotos: Rafael M. Pedroso 2. Monocotiledôneas – poáceas (antiga gramíneas) . Anual, bom perfilhamento . Existem cultivares à disposição (ex.: BRS 1501) . Rápido crescimento e fechamento . Forragem de qualidade . Rústica porém é atacada por lagarta- do-cartucho . Bastante utilizada no cerrado e plantio direto MMilheto (Pennisetum glaucum) MMuitas outras gramíneas: 2. Monocotiledôneas – poáceas (antiga gramíneas) . Aveia-preta; . Brachiaria humidicola; . Capim-braquiária (B. decumbens) . Capim-elefante (Pennisetum glaucum) . Sorgo (Sorghum bicolor) . Braquiária brizantha: piatã, marandú . Panicum maximum (mombaça, Tanzânia, piatã) BENEFÍCIOS Adubação verde Rotação de culturas Cobertura do solo e controle de PD Aeração/estruturação /reciclagem de nutrientes do solo Fixação Biológica de Nitrogênio* Produção de biomassa Menor pressão de seleção de biótipos resistentes Uso menos intenso de herbicidas RISCOS? 42 Adubação verde Tigueras Infestação de mucuna Padrão de infestação na forma de faixas Infestação em pequenas reboleiras Fotos: Prof. Pedro Christoffoleti RISCOS? Adubação verde Tigueras (vire infestante) Multiplicação de nematoides, patógenos etc Pureza das sementes Consumo de água? “Custo extra”? VALOR CULTURAL? Necessário para os cálculos de semeadura! Os resultados dos testes de pureza e de germinação (ou do tetrazólio) permitem o cálculo do Valor Cultural (% V.C.) da amostra de sementes % V.C. = (% pureza X % germinação ou % sementes viáveis) 100 Implementos Semeadora com disco de corte (plantio direto) Rolo de faca Roçadora Ecológica (cultura perene) OOnde adquirir? • Piraí sementes (Piracicaba/SP) • Sementes Fortaleza (Campinas/SP) • BR Seeds (Araçatuba/SP) • Wolf Seeds e Pastrobrás (Ribeirão Preto/SP) • Sementes Salles (Campinas/SP) 3. Rotação de culturas, S.P.D. e plantas daninhas 4848 Qual a ferramenta de controle de pragas e plantas daninhas mais utilizada? Qual a ferramenta de controle de plantas daninhas mais utilizada? Buva após dessecação com herbicidas – o que houve? 4800 4200 2950 2450 1900 Rendimento de soja (kg ha-1) Infestação Eficiência mecânica na baixa para alta infestação -Consumo de combustível: <40 para 60 l/ha. -Potência de motor: <70% para 90% -Velocidade de deslocamento: 9 para 4 km/h - Outros contratempos: embuchamento, joga grãos para fora, situação piorada com chuva 100% 11% 3 % 88% 11,5% 4 % 61% 14% 5 % 51% 16,5% 7 % 40%40% 18%18% 7 % 1R. relativo Umidade Impureza Gazziero & Adegas (2013); adaptado de Lucas Araújo FFoto: Fabiano Rios (PR) 21/11/2020 Resistência aos Herbicidas grande ameaça à produção sustentável de alimentos no mundo • Perda de eficácia sobre sub-grupo de plantas da mesma espécie difere de tolerância MUNDO BRASIL No Casos 512 53 No Espécies 255 27 No M.O.A. afetados 23 de 26 10 de 26 No de Culturas 92, em 70 países 8 Fonte: Heap 2023 weedscience.org Fontes: Scolari 2014 • Biótipos escapam ao controle, forçam mudança no manejo ($$$) e ameaçam produção de alimentos Adaptado de Adegas 2017 stttten Pedroso Resistência ao glifosato no Brasil 20 casos confirmados, em 11 espécies diferentes: - Conyza spp. (3 principais spp.; 2005-2010), incluindo caso com 5 MDA - Digitaria insularis (2008) - Amaranthus palmeri (2015) e A. hybridus (EPSPs+ALS; 2018) - Lolium perenne spp. multiflorum (2003); ACCase+EPSPS (2010); ALS+EPSPs (2017) - Eleusine indica: resistência múltipla - Euphorbia heterophylla - Bidens subalternans PPedroso Heap (2023) 2 5 2. Capim-amargoso Diamantino/MT Casos Recentes – Resistência a Herbicidas no Brasil 3. Capim-arroz – Santa Rosa/RS 4. Leiteiro – Vale do Ivaí/PR 5. Caruru – Pelotas/RS 3 4 Pedroso 1. Picão-preto Juranda/PR 1 Manejo Padrão – Glifosato 4x Dessecação Pré-plantio Pós 7-14 DAE Pós 28-35 DAE Dessecação Pré-plantio: pós + residual Pós 28-35 DAE Manejo Sustentável (“anti-resistência”) Diversificar os mecanismos de ação! Uso conjunto de múltiplos métodos: Manejo Integrado Mecânico Físico Biológico Químico Cultural MIPD CCCCCCCCCC QQQQQQQ Pedroso Talvez não consigamos “pulverizar” nossa saída para o problema: é preciso retomar os fundamentos do manejo integrado! CControle químico:: somente uma das diversas formas de controle da vegetação indesejada Avaliação do Sistema de cultivo – Probabilidade de resistência Fonte: HRAC 2021 No mesmo fluxo da daninha! iphytus.com Metas: diminuir espaços; não dar oportunidade. favorecer a cultura e não as plantas daninhas. Exemplos: Uso de palhada Uso de adubação verde (culturas de cobertura) Evitar pousio – leva a enriquecimento do banco de sementes Precisamos ver o programa de manejo de PD de forma holística, incluindo o pousio como época essencial de manejo Manejar plantas daninhas anuais é manejar seu banco de sementes MANEJO DE PLANTAS DANINHAS = MANEJO DA VEGETAÇÃO 62 Manejo tem que ser visto de forma “holística” e integral Ocupar espaços! O ano todo Rotações de culturas complexas, semeadura direta e adubação verde Soja (Verão) / pousio Ano 1 Ano 2 Ano 1 Ano 2 Brecha para crescimentoSoja / Milho Fragilidade Realizar manejo outonal Capim-amargoso (Digitaria insularis), entressafra iphytus.com MANEJO OUTONAL Caso não se realize adubação verde, recomenda-se controle da vegetação com uso de herbicidas próximo ao florescimento das plantas daninhas, como: - Glifosato: de menor custo mas problemático em áreas onde existam biótipos resistentes; - Glifosato + carfentrazone: combinação oferece controle de trapoeraba; - Glifosato + clorimuron; - Glifosato + flumioxazin: melhoria sobre controle de buva já emergida é pequena mas possui residual permitindo controle de plantas em pré-emergência, como azevém; - Glifosato + diclosulan. - ATENTAR PARA CONDIÇÕES CLIMÁTICAS PROPÍCIAS PARA PLENO FUNCIONAMENTO DOS HERBICIDAS. Pedroso, R.M. Fragilidade Realizar manejo outonal Ano 1 Ano 2 Forrageira ocupa áreaAno 1 Ano 2 Soja (Verão) / Milho (Safrinha) Soja seguida de milho consorciado Tecnologia Sis tem a SantaFé Crotalária spectabilis + milho Crotalária spectabilis + braquiária + milho Tecnologia Sis tem a SantaFé Amargoso (pl m-2)Fragilidade Realizar manejo outonal Ano 1 Ano 2 Forrageira ocupa áreaAno 1 Ano 2 DIFICULDADES? MANEJO DE PLANTAS DANINHAS E APLICAÇÃO DE HERBICIDAS!! Necessário suprimir a forrageira para evitar perdas no milho Soja (Verão) / Milho (Safrinha) Soja seguida de milho consorciado Efeitos sobre a dessecação pré-semeadura na safra seguinte Milho “solteiro” (não consorciado) GLY + graminicida GLY + 2,4-D GLY + Saflufenacil GLY + Glufosinato Dessecação Pós + pré -emergente Glifosato* Glufosinato de amônio* Atrazina + tembotriona Atrazina + mesotrione Nicossulfuron Auxínicos Pós-emergentes Pré-plantio: pós + residual Já no milho consorciado (ILP) GLY + 2,4-D GLY + Saflufenacil GLY + Glufosinato Dessecação Paraquat Nicossulfuron (4 a 16 g i.a./ha) Mesotrione (60 a 120 g i.a./ha) Pré-plantio: pós . Poucas opções . Uso de doses reduzidas impacta EFICÁCIA + Atrazina (1.000 a 1.500 g i.a./ha) Pós-emergentes (V4 a V5) INTERAÇÃO ENTRE SISTEMAS DE PRODUÇÃO E INFESTAÇÃO POR PLANTAS DANINHAS Tratamento Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 1. Safra-pousio Soja / Pousio Milho / Pousio Arroz / Pousio Soja 2. Safra-adubo verde Soja / Milheto Milho / Guandú Arroz / Crotalária Soja 3. Safra-safrinha Soja / Aveia-branca Milho / Feijão-da-seca Arroz / Mamona Soja 4. Safra-forrageira Soja / Braquiária Milho / Braquiária Arroz / Braquiária Soja Fonte: Castro et al. 2011 BBraquiária ruziziensis xx mofo--branco Em tratamentos com braquiária há maior germinação escleródios durante o cultivo das gramíneas, podendo esgotar os escleródios que dificilmente germinam novamente. Além de bloquear a produção de apotécios, que necessitam de luz para completar o desenvolvimento, a palhada de B. ruziziensis também contribuiu para o aumento do parasitismo de escleródios por Trichoderma. Além da barreira física, a redução da luminosidade sobre o solo pode atrasar em várias semanas a produção de apotécios e reduzir seu tamanho. Fonte: Gorgen et al. 2009 http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-204X2009001200004 Banco de sementes de plantas daninhas no solo • Composição e longevidade - diretamente afetada pelo manejo: . sistema convencional: em geral, menor densidade no banco de sementes; aração pode auxiliar . plantio direto: palhada atua de diversas maneiras: Sementes acumulam-se próximas à superfície: + expostas à predação e morte precoce . semeadura direta palhada atua de diversas maneiras: Fotos: Rafael M. Pedroso Palhada: barreira física, com efeitos químicos e fisiológicos Pedroso et al. (2020) Os resíduos são os componentes fundamentais para os sistemas de cultivos conservacionistas Amaranthus palmeri: necessidade de luz para quebra da dormência e emergência Culpepper 2011; Sosnoskie et al. 2013 >90% controle nas entrelinhas . eleva predação e senescência . Supressão por vias físicas e químicas (Saini et al. 2006)Como a palhada altera a dinâmica do banco de sementes? Palhada redução de até 90% nos níveis de infestação Diversos outros benefícios Fonte: Mário Bianchi Palhada redução de até 90% nos níveis de infestação Diversos outros benefícios Fonte: Amanda Borghetti / ESALQ Fonte: Adriana Sementes Palhada de milheto ADR-300 Fonte: Ivan Miranda RELAÇÃO COBERTURA MORTA X EFICIÊNCIA NO CONTROLE DE PLANTAS DANINHAS O que se deseja da taxa de decomposição da cobertura vegetal quando se realiza plantio direto? Como a taxa de decomposição se relaciona à eficiência na supressão das plantas infestantes? Cobertura morta: resíduos de plantas que permanecem sobre o terreno não revolvido, cobrindo-o de maneira uniforme Efeito das coberturas mortas Tipo de cobertura Dias após a formação da cobertura 9 21 85 % de solo coberto por infestantes Núm. De plantas/m2 Biomassa verde (g/m2) Pousio 67ª 83ª 1540ª Trigo 14b 13bc 1350ª Triticale 10b 31b 1270b Centeio 3c 6c 700d Aveia 0c 5c 360e Tremoço azul 21b 9bc 1610ª Nabo forrageiro 0c 2c 860dc Colza 1c 6c 990c iphytus.com COBERTURAS DE INVERNO X PRODUTIVIDADE EM SOJA CULTURAS DE COBERTURA Fonte: Silva e Rizzardi (2011) Menor infestação antes e durante o ciclo da soja 8% produtividade da soja em áreas ocupadas previamente pela aveia preta ou trigo Buva . redução do banco de sementes . melhoria das condições físico-químicas do soloE A PRODUTIVIDADE DA SOJA Os resíduos são os componentes fundamentais para os sistemas de cultivos conservacionistas 89 Banco de sementes extenso é sinônimo de dor de cabeça Ex.: Sistema Soja/Trigo Média de 28 plântulas/0.1 m2 Semeadura de nabo forrageiro! APLICAÇÃO SOBRE A PALHA • 8 mi ha em cana crua • 32 mi ha em plantio direto PPalhada x eficácia de herbicidas aplicados em pré-emergência Palhada pode afetar a eficácia de pré-emergentes Quais características o pré-emergente deve possuir neste caso? Pedroso et al. (2020) Condições para funcionamento de prés aplicados sobre a palha? CARACTERÍSTICAS DO HERBICIDA ADEQUADAS: Elevada solubilidade em água, ausência de fotodegradação e baixo valor de P.V. Maior solubilidade em água: maior facilidade em serem lavados da palha para o solo Formulações SC base água: m e óleo. Maior dificuldade em ser lavado da palha Microencapsulados / produtos envolvidos por polímeros: base água, passagem facilitada pela palha Perdas na palha: 25% “ok, não tão ruim” por quê? Aumenta o tempo de exposição do herbicida no ambiente e sem contato com o solo exposiçã mais siçã is ão do ãsiçã s expostoto rhe o na rbicr ana idacibic a palhaha no a do am oo bienmam o que bien ue ten e no tet oo semee e o solo Volatilização e fotodegradação de herbicidas Afetadas pela temperatura Características de pré-emergentes importantes Herbicidas Koc (ml g-1) Mecanismo de ação Solubilidade em água (mg L-1) Diclosulan 55 Inib. ALS 100 (pH 4), 4.000 (pH 9) Imazetapir 1,4 a 173 Inib. ALS 1.400 Clorimuron 30 - 170 Inib. ALS 1.200 (pH 7) Sulfentrazone 17,2 Inib. Protox 490 Flumioxazina 2.000* Inib. Protox 1,7 S-metolacloro 200 Inib. VLCFA 480 Pendimethalin 17.200 Inib. Div. Cel. 0,3 Trifluralin 7.000 Inib. Div. Cel. 0,2 Clomazone 300 Inib. Carotenoides 1100 Metribuzin 60 Inib. FSII 1100 Menor Koc (<600) Fraca retenção nos coloides do solo Maior mobilidade com chuva/água Pedroso Inversamente proporcional ao Kow Impacto uso de prés sobre a palha Características dos Principais Herbicidas Usados na Cana-de-Açúcar Herbicidas Log Kow Mecanismo de ação Solubilidade em água (mg L-1) Imazapic 0,01 Inib. ALS 2.150,00 Hexazinone 1,05 Inib. FSII 33.000,00 Amicarbazone 1,23 Inib. FSII 4.600,00 Imazapyr 1,3 Inib. ALS 11.272,00 Sulfentrazone 1,48 Inib. Protox 490 Isoxaflutole 2,32 Inib. Carotenoides 6,2 Tebuthiuron 2,83 Inib. FSII 2500 Pendimethalin 5,18 Inib. Div. Cel. 0,3 Trifluralin 5,07 Inib. Div. Cel. 0,2 Oxyfluorfen 4,47 Inib. Protox 0,1 Diuron 2,77 Inib. FSII 42 Ametryne 2,63 Inib. FSII 200 Clomazone 2,54 Inib. Carotenoides 1100 Metribuzin 1,58 Inib. FSII 1100 Seca Úmida Semiúmida PPedroso Principais pontos: Brasil: grande potencial para ser o principal produtor de alimentos Adubação verde: ganho no Sistema e produtividade da próxima cultura O uso de estratégias integradas pode auxiliar no atraso no desenvolvimento de resistência 96 Obrigado! quem_tem_a_roça_no_mato Rafael M. Pedroso
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