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Pedroso - Aula 30-10-2023

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Rafael M. Pedroso – Prof. Dr. – LPV/ESALQ/USP 30/10/2023
O que é 
adubação verde?
Por que tantos 
casos de 
resistência a 
herbicidas?
Exemplos de culturas 
alelopáticas? Plantio direto 
favorece 
manejo de 
daninhas?
Existem riscos 
na adubação 
verde?
Dificuldades no consórcio 
milho x forrageiras?
EstruturaPanorama da 
agricultura nacional
Rotação de culturas, 
S.P.D. e benefícios
Adubação verde
DDesafio
Século XXI
• Enorme incremento populacional!
Pedroso
(signalgrass relative)
A elevação dos atuais índices de produtividades é essencial para o 
futuro da agricultura e da humanidade
Melhorias no manejo de plantas daninhas terão papel central! 
Desafio Séc. XXI: aumentar produção de alimentos
Expansão das 
fronteiras agrícolas Incremento da 
produtividade
A expansão da agricultura 
em áreas de vegetação 
natural é indesejável 
(possibilidade de redução 
da biodiversidade)
FAO (2023)
Mato-competição: o principal estresse biótipo
Fontes: Durval Dourado Neto - ESALQ/USP; Oerke 2006
Dados em trigo, arroz, milho, 
batata, soja e algodão. 
19 regiões
Mato-competição: o principal estresse biótipo Sources: Durval Dourado Neto - ESALQ/USP; Oerke 2006
Dados em trigo, arroz, milho, 
batata, soja e algodão. 
19 regiões
SSoja (Glycine max (L.) Merr.):
Safra 2015/16: 33,25 mi ha; 2.870 kg/ha (47,8 sc/ha)
Safra 2020/21: 38,9 mi ha; 3.528 kg/ha (58,8 sc/ha)
Safra 2021/22: 41,5 mi ha; 3.026 kg/ha (50,4 sc/ha)
Safra 2022/2023: 44,1 mi ha; 3.508 kg/ha (58,5 sc/ha)
Centro-oeste + Sul: >70% da produção
Grande Culturas no Brasil
Fonte: www.conab.gov.br
EUA:
2018: 36,2 mi ha; 3.302 kg/ha
2021: 39,4 mi ha; 3.463 kg/ha
2023: 33,8 mi ha Acessem Boletim Safra de Grãos!
Bico entupido
QUANTO GASTAMOS EM MÉDIA COM O 
MANEJO DE INFESTANTES NA SOJA?
ESTUDO DE CASO: 
 MATO GROSSO – Safra 2020/21
Elaborado por Pedroso a partir de dados disponibilizados pelo IMEA
Custo Operacional Efetivo 3347
Custo Operacional Total 3634
Custo total 4198
Herbicidas (R$) 186,93
Herbicidas: 6% COE
Custo de produção – Herbicidas+Adjuvantes
Safra 2020/21: US$ 57,20/ha x 5,28 = R$ 302/ha 
Dessecação US$ 12,92
Pré-emergentes US$ 10,50
Pós-emergentes US$ 33,78
Safra 2021/22: US$ 85,7/ha x 5,21 = R$ 446/ha
Dessecação US$ 19,75
Pré-emergentes US$ 16,75
Pós-emergentes US$ 49,19
Safra 2022/23: US$ 106,17/ha x 5,10 = R$ 541/ha
Dessecação US$ 13,18*
Pré-emergentes US$ 20,23
Pós-emergentes US$ 72,76Elevação no custo: 80%
Elevação no preço da saca: 23% 
Saca: R$ 130,00 (MT)
Saca: R$ 160,00 (MT)
16
Sojaja a (a (Glycinene e maxax x (L.) .) Merrrrr.) Sojjjjjajaa ( lycinGlGG
32 a 46% (Nepomuceno et al., 2007
r.) rr
0707)
*na ausência de quaisquer medidas de manejo
3 sc/ha R$ 420 
19 sc/ha R$ 2.700 
28 sc/ha R$ 3.864 
5 a 10%
Mas.....vale a pena todo esse gasto (R$ 200-400/ha)?0 40
“Baixo” se comparado ao potencial de perdas 
produtivas por mato-competição
2. Adubação
verde
Fotos: Rafael M. Pedroso
1. CONCEITO:
prática agrícola milenar que aumenta a capacidade produtiva do solo
recupera os solos degradados pelos cultivos comerciais, melhora as áreas naturalmente 
pobres e conserva aqueles que já são produtivos. 
Consiste no cultivo de plantas em rotação/sucessão/consorciação com as culturas 
comerciais, que melhoram significativamente os atributos químicos, físicos e biológicos do 
solo.
Adubos verdes ou plantas de cobertura têm características recicladoras, recuperadoras, 
protetoras, melhoradoras e condicionadoras do solo e englobam diversas espécies vegetais
preferência pela utilização das leguminosas está consagrada também pela sua 
capacidade de fixar nitrogênio no solo.
Adubação verde
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ADUBO VERDE
Fonte: “Adubação verde: estratégia para uma agricultura sustentável”, Embrapa
. Adubo verde: espécie que pode ser
recicladora de nutrientes (raízes profundas)
condicionadora do solo (incremento de M.O.); 
proteção física contra erosão: sustentabilidade
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ESCOLHA DA ESPÉCIE DE ADUBO VERDE
Fonte: “Adubação verde: estratégia para uma agricultura sustentável”, Embrapa
. Adubo verde: espécie recicladora de nutrientes (raízes profundas) e condicionadora do solo (incremento
de M.O.); proteção física contra erosão: sustentabilidade
Benefícios das leguminosas??
. Leguminosas adicionam N ao sistema devido à fixação biológica do N2 atmosférico; pode ocorrer ainda
complexação do alumínio no solo devido a produção de ácidos orgânicos (Liu e Hue 1996); 
. Podem ser utilizados em conjunto, ou uma única espécie isoladamente: objetivo é misturar plantas com 
características diferentes, ex. fixadores de nitrogênio (ervilhaca, mucuna-preta), hábitos de crescimento
(parte aérea) e que ocupem diferentes camadas do solo (sistema radicular, como o girassol);
. Fabáceas (leguminosas) possuem grande diversidade: adaptação ao frio (ervilhaca, trevo), seca (feijão
mungo), sombreamento (trevo, feijão de porco), baixa fertilidade (crotalária, feijão de porco, guandu);
. Leguminosas em consórcio: cuidado com plantas trepadeiras (ex. feijão bravo, mucuna); em geral,
avaliar se condições são boas para consórcio (problemático no caso de baixa disponibilidade de água);
. Crotalária e mucuna favorecem colonização de raízes por fungos micorrízicos (Espindola et al. 1996);
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ESCOLHA DA ESPÉCIE DE ADUBO VERDE
. Em rotação com soja e feijão: dar prioridade à espécies que impeçam proliferação de patógenos como
Rhizoctonia solani e Sclerotinia sclerotiorum, como sorgo; evitar girassol
. Maiores vantagens quando a soja é antecedida por gramíneas (trigo, triticale, cevada, aveia) e o milho
precedido de leguminosas (crotalária, feijão de porco);
E a Alelopatia?
. Alelopatia:
I. mucuna-preta (Mucuna aterrima) sobre Cyperus rotundus e Bidens pilosa (Carvalho et al. 2002); 
II. Crotalaria juncea sobre Cyperus rotundus;
III. sorgo produz potente aleloquímico (quinona sorgoleone), que atua como inibidor do FSI (Gonzales et 
al. 1998) relaticamente estável na resteva desta cultura;
IV. Girassol produz metabólitos secundários (sesquiterpenóides) com forte efeito inibitório sobre
germinação de Bidens spp. (Silva HL 2009).
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EXEMPLOS DE ESPÉCIES UTILIZADAS PARA 
ADUBAÇÃO VERDE
1.1 Eudicotiledôneas - poligonáceas
Trigo-mourisco, mourisco ou trigo-sarraceno 
(Fagopyrum esculentum Moench)
Fotos: 
Rafael M. Pedroso
Trigo-mourisco, mourisco ou trigo-sarraceno 
(Fagopyrum esculentum Moench)
Família Polygonaceae
 Nada a ver com o trigo! Não é gramínea
. Porém...é considerada cereal
. Ciclo curto (70 dias)
. Planta herbácea
. Hospeda inimigo natural do bicho-mineiro do 
cafeeiro
. Efeito como nematicida no solo
. Boa associação com micorrizas
. Farinha de qualidade e sem glúten
. Potencial: até 3.600 kg/ha
capaz de extrair fósforo - P a partir de fosfatos 
minerais insolúveis em água e em ácidos 
fracos, através de mecanismos que promovem 
a formação de humo fosfatos assimiláveis pela 
cultura
1.2 Eudicotiledôneas – LEGUMINOSAS (Fabaceae)
Crotalária juncea
• Leguminosa anual de primavera-verão, de 
crescimento muito rápido e vigoroso.
• É a espécie que produz a maior quantidade de 
biomassa no menor tempo e, 
consequentemente, fornece nitrogênio em 
maior quantidade. Além disso, protege o solo 
contra os efeitos da erosão, tem um bom 
controle de plantas daninhas e é má hospedeira 
de nematoides do gênero Meloidogyne.
• É muito utilizada na implantação e renovação 
de canaviais. Seu uso é recomendado para 
situações que necessitem de grande produção 
de biomassa em pouco tempo, de 3 a 4 meses.
Crotalária juncea
1.2 Eudicotiledôneas - leguminosas
Crotalária spectabilis
Leguminosa anual de primavera-verão;
Atua na diminuição da infestação de 
fitonematoides;
Alta produção de biomassa verde;
Porte médio, pode ser utilizada também 
nas entrelinhas de culturas perenes, sem 
prejudicar o trânsito de máquinas ou 
pessoas;
Atualmente é a espécie mais utilizada no 
consórcio com milho de segunda safra, 
com o objetivo de reduzir a populaçãode 
nematoides.
Crotalária spectabilis
1.2 Eudicotiledôneas - leguminosas
Crotalária-spectabilis
1.2 Eudicotiledôneas - leguminosas
• Crotalárias têm sido usada 
no consórcio com milho
1.2 Eudicotiledôneas - leguminosas
15 kg/ha crotalária (lanço)
• Crotalárias têm sido usada 
no consórcio com milho
1.2 Eudicotiledôneas - leguminosas
15 kg/ha crotalária 
(lanço)
Crédito: Charles Peeters/RioVerde-GO
Complicado em áreas mais “sujas”. Suscetível a Fusarium solani.
MMucuna preta (Mucuna pruriens)
Leguminosa anual de primavera-verão 
com hábito de crescimento trepador.
Controla bem o desenvolvimento de 
plantas daninhas 
Atua na diminuição da infestação de 
nematoides de galha, cisto e reniforme.
Espécie muito rústica, indicada para 
recuperação de solos degradados.
Mucuna preta
http://www.pirai.com.br/semente_mucuna_preta-texto-b106.html
1.2 Eudicotiledôneas - leguminosas
32
Mucuna-preta 
(Mucuna pruriens (L.) DC)
Fotos: Piraí Sementes
1.2 Eudicotiledôneas - leguminosas
1.2 Eudicotiledôneas - leguminosas
NNabo forrageiro (Raphanus sativus)
1.3 Eudicotiledôneas – BRASSICÁCEAS (antiga crucíferas)
. Rápido crescimento e fechamento
. Sistema radicular denso e profundo – 
auxilia na aeração do solo e reciclagem 
de nutrientes
BBraquiária ruziziensis 
(Urochloa ruziziensis)
• Perene porém de manejo
mais fácil que a braquiária
brizantha
• Muito utilizada em sistema
Santa Fé (consórcio milho e 
forrageira)
• 10 a 14 t/ha de massa seca
• Suscetível a cigarrinha-das-
pastagens
2. Monocotiledôneas – Poáceas (antiga gramíneas)
BBraquiária ruziziensis 
(Urochloa ruziziensis)
2. Monocotiledôneas – poáceas (antiga gramíneas)
MMilheto 
(Pennisetum glaucum)
2. Monocotiledôneas – poáceas (antiga gramíneas)
Fotos: 
Rafael M. Pedroso
2. Monocotiledôneas – poáceas (antiga gramíneas)
. Anual, bom perfilhamento
. Existem cultivares à disposição (ex.: 
BRS 1501)
. Rápido crescimento e fechamento
. Forragem de qualidade
. Rústica porém é atacada por lagarta-
do-cartucho
. Bastante utilizada no cerrado e plantio 
direto
MMilheto (Pennisetum glaucum)
MMuitas outras 
gramíneas:
2. Monocotiledôneas – poáceas (antiga gramíneas)
. Aveia-preta;
. Brachiaria humidicola;
. Capim-braquiária (B. decumbens)
. Capim-elefante (Pennisetum glaucum)
. Sorgo (Sorghum bicolor)
. Braquiária brizantha: piatã, marandú
. Panicum maximum (mombaça, Tanzânia, 
piatã)
BENEFÍCIOS Adubação
verde
Rotação de 
culturas
Cobertura do 
solo e controle 
de PD
Aeração/estruturação
/reciclagem de 
nutrientes do solo
Fixação Biológica de Nitrogênio*
Produção de 
biomassa
Menor pressão de 
seleção de biótipos 
resistentes
Uso menos intenso 
de herbicidas
RISCOS?
42
Adubação verde
Tigueras
Infestação 
de mucuna
Padrão de infestação na forma de faixas
Infestação em pequenas reboleiras
Fotos: Prof. Pedro Christoffoleti
RISCOS? Adubação verde
Tigueras (vire infestante)
Multiplicação de nematoides, patógenos etc
Pureza das sementes
Consumo de água?
“Custo extra”?
VALOR CULTURAL?
Necessário para os cálculos de semeadura!
Os resultados dos testes de pureza e de germinação (ou do tetrazólio) 
permitem o cálculo do Valor Cultural (% V.C.) da amostra de 
sementes
% V.C. = (% pureza X % germinação ou % sementes viáveis) 
100
Implementos 
Semeadora com disco de corte 
(plantio direto)
Rolo de faca 
Roçadora Ecológica (cultura perene) 
OOnde adquirir?
• Piraí sementes (Piracicaba/SP)
• Sementes Fortaleza (Campinas/SP) 
• BR Seeds (Araçatuba/SP)
• Wolf Seeds e Pastrobrás (Ribeirão Preto/SP)
• Sementes Salles (Campinas/SP)
3. Rotação de culturas, 
S.P.D. e plantas
daninhas
4848
Qual a ferramenta de controle de pragas e plantas 
daninhas mais utilizada?
Qual a ferramenta de controle de plantas daninhas mais 
utilizada?
Buva após dessecação com herbicidas – o que houve?
4800
4200
2950
2450
1900
Rendimento de soja (kg ha-1)
Infestação
Eficiência mecânica na baixa para alta infestação
-Consumo de combustível: <40 para 60 l/ha.
-Potência de motor: <70% para 90%
-Velocidade de deslocamento: 9 para 4 km/h
- Outros contratempos: embuchamento, 
joga grãos para fora, situação piorada com chuva 100%
11%
3 %
88%
11,5%
4 %
61%
14%
5 %
51%
16,5%
7 %
40%40%
18%18%
7 %
1R. relativo
Umidade
Impureza
Gazziero & Adegas (2013); adaptado de Lucas Araújo
FFoto: Fabiano Rios (PR)
21/11/2020 
Resistência aos Herbicidas
grande ameaça à produção sustentável de alimentos no mundo
• Perda de eficácia sobre sub-grupo de plantas da mesma espécie difere de tolerância
MUNDO BRASIL
No Casos 512 53
No Espécies 255 27
No M.O.A. afetados 23 de 26 10 de 26
No de Culturas 92, em 70 
países
8
Fonte: Heap 2023
weedscience.org
Fontes: Scolari 2014
• Biótipos escapam ao controle, forçam mudança no manejo ($$$) e ameaçam
produção de alimentos
Adaptado de Adegas 2017
stttten
Pedroso
Resistência ao glifosato no Brasil
20 casos confirmados, em 11 espécies diferentes:
- Conyza spp. (3 principais spp.; 2005-2010), incluindo caso com 5 MDA
- Digitaria insularis (2008)
- Amaranthus palmeri (2015) e A. hybridus (EPSPs+ALS; 2018)
- Lolium perenne spp. multiflorum (2003); ACCase+EPSPS (2010); ALS+EPSPs (2017)
- Eleusine indica: resistência múltipla
- Euphorbia heterophylla
- Bidens subalternans
PPedroso Heap (2023)
2
5
2. Capim-amargoso 
Diamantino/MT
Casos Recentes – Resistência a Herbicidas no Brasil
3. Capim-arroz – Santa Rosa/RS
4. Leiteiro – Vale do Ivaí/PR
5. Caruru – Pelotas/RS
3
4
Pedroso
1. Picão-preto 
Juranda/PR
1
Manejo Padrão – Glifosato 4x
Dessecação
Pré-plantio
Pós 7-14 DAE
Pós 28-35 DAE
Dessecação
Pré-plantio: 
pós + residual
Pós 28-35 DAE
Manejo Sustentável (“anti-resistência”)
Diversificar os mecanismos de 
ação!
Uso conjunto de múltiplos métodos:
Manejo Integrado
Mecânico Físico
Biológico
Químico
Cultural
MIPD
CCCCCCCCCC
QQQQQQQ
Pedroso
Talvez não consigamos “pulverizar” nossa saída para o problema: é preciso retomar os 
fundamentos do manejo integrado!
CControle químico:: 
somente uma das diversas
formas de controle da 
vegetação indesejada
Avaliação do Sistema de cultivo –
Probabilidade de resistência
Fonte:
HRAC 2021
No mesmo fluxo da daninha!
iphytus.com
Metas: diminuir espaços; não dar oportunidade.
favorecer a cultura e não as plantas daninhas.
Exemplos:
Uso de palhada
Uso de adubação verde (culturas de cobertura)
Evitar pousio – leva a enriquecimento do banco de sementes
Precisamos ver o programa de manejo de PD de forma holística, 
incluindo o pousio como época essencial de manejo
Manejar plantas daninhas anuais é manejar seu banco de 
sementes
MANEJO DE PLANTAS DANINHAS = MANEJO DA VEGETAÇÃO
62
Manejo tem que ser visto de forma “holística” e integral
Ocupar espaços! O ano todo
Rotações de culturas complexas, semeadura
direta e adubação verde
Soja (Verão) / pousio
Ano 1 Ano 2
Ano 1
Ano 2
Brecha para crescimentoSoja / Milho
Fragilidade
Realizar manejo outonal
Capim-amargoso (Digitaria insularis), entressafra
iphytus.com
MANEJO OUTONAL
Caso não se realize adubação verde, recomenda-se controle da vegetação com uso de
herbicidas próximo ao florescimento das plantas daninhas, como:
- Glifosato: de menor custo mas problemático em áreas onde existam biótipos resistentes;
- Glifosato + carfentrazone: combinação oferece controle de trapoeraba;
- Glifosato + clorimuron;
- Glifosato + flumioxazin: melhoria sobre controle de buva já emergida é pequena mas 
possui residual permitindo controle de plantas em pré-emergência, como azevém;
- Glifosato + diclosulan.
- ATENTAR PARA CONDIÇÕES CLIMÁTICAS PROPÍCIAS PARA 
PLENO FUNCIONAMENTO DOS HERBICIDAS.
Pedroso, R.M.
Fragilidade
Realizar manejo outonal
Ano 1 Ano 2
Forrageira ocupa áreaAno 1 Ano 2
Soja (Verão) / Milho (Safrinha)
Soja seguida de milho consorciado 
Tecnologia
Sis
tem
a SantaFé
Crotalária 
spectabilis +
milho
Crotalária 
spectabilis +
braquiária + 
milho
Tecnologia
Sis
tem
a SantaFé Amargoso 
(pl m-2)Fragilidade
Realizar manejo outonal
Ano 1 Ano 2
Forrageira ocupa áreaAno 1 Ano 2
DIFICULDADES?
 MANEJO DE PLANTAS DANINHAS E APLICAÇÃO DE HERBICIDAS!!
 Necessário suprimir a forrageira para evitar perdas no milho
Soja (Verão) / Milho (Safrinha)
Soja seguida de milho consorciado 
 Efeitos sobre a dessecação pré-semeadura na safra seguinte
Milho “solteiro” (não consorciado)
GLY + graminicida
GLY + 2,4-D
GLY + Saflufenacil
GLY + Glufosinato
Dessecação Pós + pré -emergente
Glifosato*
Glufosinato de amônio*
Atrazina + tembotriona
Atrazina + mesotrione
Nicossulfuron
Auxínicos
Pós-emergentes
Pré-plantio: pós + residual
Já no milho consorciado (ILP)
GLY + 2,4-D
GLY + Saflufenacil
GLY + Glufosinato
Dessecação
Paraquat
Nicossulfuron (4 a 16 g i.a./ha)
Mesotrione (60 a 120 g i.a./ha)
Pré-plantio: pós
. Poucas opções 
. Uso de doses reduzidas impacta EFICÁCIA
+ Atrazina (1.000 a 1.500 g i.a./ha)
Pós-emergentes (V4 a V5)
INTERAÇÃO ENTRE SISTEMAS DE PRODUÇÃO E INFESTAÇÃO POR PLANTAS DANINHAS
Tratamento Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4
1. Safra-pousio Soja / Pousio Milho / Pousio Arroz / Pousio Soja
2. Safra-adubo verde Soja / Milheto Milho / Guandú Arroz / Crotalária Soja
3. Safra-safrinha Soja / Aveia-branca Milho / Feijão-da-seca Arroz / Mamona Soja
4. Safra-forrageira Soja / Braquiária Milho / Braquiária Arroz / Braquiária Soja
Fonte: Castro et al. 2011
BBraquiária ruziziensis 
xx mofo--branco 
Em tratamentos com braquiária há maior 
germinação escleródios durante o cultivo das 
gramíneas, podendo esgotar os escleródios que 
dificilmente germinam novamente. 
Além de bloquear a produção de apotécios, que 
necessitam de luz para completar o 
desenvolvimento, a palhada de B. 
ruziziensis também contribuiu para o aumento do 
parasitismo de escleródios por Trichoderma. 
Além da barreira física, a redução da 
luminosidade sobre o solo pode atrasar em várias 
semanas a produção de apotécios e reduzir seu 
tamanho.
Fonte: Gorgen et al. 2009
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-204X2009001200004
Banco de sementes de plantas daninhas no solo
• Composição e longevidade
- diretamente afetada pelo manejo:
. sistema convencional: em geral, menor
densidade no banco de sementes; aração pode auxiliar
. plantio direto: palhada atua de diversas maneiras:
 Sementes acumulam-se próximas à superfície: + expostas à predação e morte precoce
. semeadura direta palhada atua de diversas maneiras:
Fotos: Rafael M. Pedroso
Palhada: barreira física, com efeitos químicos e fisiológicos
Pedroso et al. (2020) Os resíduos são os componentes fundamentais para os sistemas 
de cultivos conservacionistas
Amaranthus palmeri: necessidade de luz para 
quebra da dormência e emergência
Culpepper 2011; Sosnoskie et al. 2013
>90% controle
nas entrelinhas
. eleva predação e
senescência
. Supressão por vias
físicas e químicas
(Saini et al. 2006)Como a palhada 
altera a dinâmica do 
banco de sementes?
Palhada redução de até 90% nos 
níveis de infestação
Diversos outros benefícios
Fonte: Mário Bianchi
Palhada redução de até 
90% nos níveis de infestação
Diversos outros benefícios
Fonte: Amanda Borghetti / ESALQ
Fonte: Adriana Sementes
Palhada de milheto ADR-300
Fonte: Ivan Miranda
RELAÇÃO COBERTURA MORTA X EFICIÊNCIA NO CONTROLE DE PLANTAS DANINHAS
O que se deseja da taxa de decomposição da cobertura vegetal quando se realiza plantio direto?
Como a taxa de decomposição se relaciona à eficiência na supressão das plantas infestantes?
Cobertura morta: resíduos de plantas que permanecem sobre o terreno 
não revolvido, cobrindo-o de maneira uniforme
Efeito das coberturas mortas
Tipo de 
cobertura
Dias após a formação da cobertura
9 21 85
% de solo 
coberto por 
infestantes
Núm. De 
plantas/m2
Biomassa
verde (g/m2)
Pousio 67ª 83ª 1540ª
Trigo 14b 13bc 1350ª
Triticale 10b 31b 1270b
Centeio 3c 6c 700d
Aveia 0c 5c 360e
Tremoço azul 21b 9bc 1610ª
Nabo forrageiro 0c 2c 860dc
Colza 1c 6c 990c
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COBERTURAS DE INVERNO 
X
PRODUTIVIDADE EM SOJA
CULTURAS DE COBERTURA
Fonte: Silva e Rizzardi (2011)
Menor infestação antes e 
durante o ciclo da soja
8% produtividade da soja em 
áreas ocupadas previamente 
pela aveia preta ou trigo
Buva
. redução do banco de sementes
. melhoria das condições físico-químicas 
do soloE A PRODUTIVIDADE DA SOJA
Os resíduos são os componentes 
fundamentais para os sistemas de cultivos 
conservacionistas
89
Banco de sementes extenso é sinônimo de dor de cabeça
Ex.: Sistema Soja/Trigo
Média de 28 
plântulas/0.1 m2
Semeadura de 
nabo forrageiro!
APLICAÇÃO SOBRE A PALHA
• 8 mi ha em cana crua
• 32 mi ha em plantio direto
PPalhada x eficácia de herbicidas aplicados em pré-emergência
 Palhada pode afetar a eficácia de pré-emergentes
Quais características o pré-emergente deve possuir neste caso?
Pedroso et al. (2020) 
Condições para funcionamento 
de prés aplicados sobre a palha?
CARACTERÍSTICAS DO HERBICIDA ADEQUADAS: 
Elevada solubilidade em água, ausência de fotodegradação e baixo valor de P.V.
Maior solubilidade em água: maior facilidade em serem lavados da palha para o solo
Formulações SC base 
água: m
e óleo. Maior dificuldade em ser lavado da palha 
Microencapsulados / produtos envolvidos por polímeros: base água, passagem facilitada pela palha
Perdas na palha: 25% “ok, não tão ruim” por quê?
Aumenta o tempo de exposição do herbicida no ambiente e sem
contato com o solo
exposiçã
mais
siçã
is
ão do ãsiçã
s expostoto
rhe
o na
rbicr
ana
idacibic
a palhaha
no
a do
am
oo
bienmam
o que
bien
ue
ten
e no
tet
oo
semee e
o solo
Volatilização e 
fotodegradação 
de herbicidas
Afetadas pela 
temperatura
Características de pré-emergentes importantes
Herbicidas Koc
(ml g-1) Mecanismo de ação Solubilidade em água
(mg L-1)
Diclosulan 55 Inib. ALS 100 (pH 4), 4.000 (pH 9)
Imazetapir 1,4 a 173 Inib. ALS 1.400
Clorimuron 30 - 170 Inib. ALS 1.200 (pH 7)
Sulfentrazone 17,2 Inib. Protox 490
Flumioxazina 2.000* Inib. Protox 1,7
S-metolacloro 200 Inib. VLCFA 480
Pendimethalin 17.200 Inib. Div. Cel. 0,3
Trifluralin 7.000 Inib. Div. Cel. 0,2
Clomazone 300 Inib. Carotenoides 1100
Metribuzin 60 Inib. FSII 1100
Menor Koc (<600)
Fraca retenção nos 
coloides do solo
Maior mobilidade 
com chuva/água
Pedroso
Inversamente proporcional ao Kow
Impacto uso de prés sobre a palha
Características dos Principais Herbicidas Usados na Cana-de-Açúcar
Herbicidas Log Kow Mecanismo de 
ação
Solubilidade em 
água
(mg L-1)
Imazapic 0,01 Inib. ALS 2.150,00
Hexazinone 1,05 Inib. FSII 33.000,00
Amicarbazone 1,23 Inib. FSII 4.600,00
Imazapyr 1,3 Inib. ALS 11.272,00
Sulfentrazone 1,48 Inib. Protox 490
Isoxaflutole 2,32 Inib. Carotenoides 6,2
Tebuthiuron 2,83 Inib. FSII 2500
Pendimethalin 5,18 Inib. Div. Cel. 0,3
Trifluralin 5,07 Inib. Div. Cel. 0,2
Oxyfluorfen 4,47 Inib. Protox 0,1
Diuron 2,77 Inib. FSII 42
Ametryne 2,63 Inib. FSII 200
Clomazone 2,54 Inib. Carotenoides 1100
Metribuzin 1,58 Inib. FSII 1100
Seca
Úmida
Semiúmida
PPedroso
Principais pontos:
Brasil: grande potencial para ser o principal produtor de
alimentos
Adubação verde: ganho no Sistema e produtividade da
próxima cultura
O uso de estratégias integradas pode auxiliar no atraso no 
desenvolvimento de resistência
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Obrigado!
quem_tem_a_roça_no_mato
Rafael M. Pedroso

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