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Preparação Delegado de Polícia

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Prévia do material em texto

SEMANA 02 
 
 
 
 
 
PREPARAÇÃO EXTENSIVA 
 
DELEGADO DE POLÍCIA – TURMA 7 
 
SEMANA 02/30 
 
 
 
AVISO IMPORTANTE 
O material será disponibilizado com os dados pessoais do participante, em área de acesso restrita. O 
compartilhamento indevido de materiais da PREPARAÇÃO EXTENSIVA DELEGADO DE POLÍCIA – TURMA 7 
ensejará a interrupção imediata do serviço, bem como adoção das medidas cabíveis. 
 
Qual a duração do curso? 
 
A PREPARAÇÃO EXTENSIVA DELEGADO DE POLÍCIA – TURMA 7 é dividida em 30 semanas. 
 
Qual o principal material da preparação e quando ele é enviado? 
 
O principal material da nossa preparação é o e-book dividido em metas com doutrina e questões 
sobre o tema. Este material será disponibilizado na nossa plataforma sempre aos finais de semana para que 
vocês possam utilizá-lo ao longo da semana. 
 
Quais materiais serão disponibilizados neste curso? 
 
1- E-book de doutrina e questões - Este e-book é dividido em metas, que correspondem aos 
dias da semana em que o aluno deve cumprir. No início de cada meta, disponibilizamos os artigos 
relacionados ao tema, ao passo que no final disponibilizamos questões de concursos anteriores para 
treinamento (disponibilizado semanalmente); 
2- E-book de Súmulas por assunto - Este e-book visa orientar nosso aluno, a partir de um 
cronograma, a realizar uma leitura das principais súmulas dos Tribunais Superiores (disponibilizado 
integralmente no início do curso); 
3- E-book de Lei Seca - Compilamos as principais leis, que possuem grande incidência em 
concursos de Delegado de Polícia e que são específicas para o seu concurso. Esse e-book visa, através de um 
cronograma elaborado por nossa equipe, organizar o estudo tão importante da lei seca (disponibilizados 
semanalmente). 
4- E-book de Jurisprudência - Selecionamos os principais julgados mais recentes para facilitar o 
seu estudo. Com o cronograma criado pela nossa equipe, você estudará os principais informativos de uma 
maneira constante e leve (disponibilizados semanalmente). 
5- E-book de Revisão (ciclos de revisão) – Com o objetivo de sedimentar o estudo realizado ao 
longo do curso, utilizaremos o nosso método de revisão 5x1, ou seja, a cada 5 semanas de conteúdo, teremos 
uma semana de revisão. 
 
Como eu devo me guiar com este material? 
 
Isto é bem intuitivo. No E-book principal (doutrina e questões), cada meta se refere a um dia 
da semana (Meta 1, Segunda-feira; Meta 2, terça-feira, etc). 
Acreditamos que o melhor método de estudo é a partir da edificação de uma base de 
conhecimento pautada no tripé doutrina – lei seca – jurisprudência, aliada à constante resolução de questões 
objetivas. 
PREPARAÇÃO EXTENSIVA 
 
DELEGADO DE POLÍCIA – TURMA 7 
 
SEMANA 02/30 
 
 
 
Por isso, aconselhamos que se inicie o dia estudando a meta do dia (E-book principal doutrina 
e questões). No momento do estudo não tente resumir a matéria, pois nossas metas diárias já suprirão esta 
necessidade. O ideal é que tome notas inteligentes em post-its e façam grifos para a revisão. Notas 
inteligente são aquelas que sem precisar esgotar o tema faz com que você relembre os principais pontos. A 
organização das suas anotações é crucial para sua aprovação. 
 
Atendendo sugestões, explicaremos melhor como vocês devem se guiar com esse material: 
 
Passamos a indicar no Caderno de Doutrina, antes de iniciar a meta, os artigos correspondentes, 
além dos dispositivos que reputamos mais relevantes e com maior probabilidade de estar na sua prova. 
A leitura desses dispositivos fará parte do ciclo de revisão semanal proposto pelo curso (método 
5x1). 
Encerrado o estudo da doutrina passe para a resolução dos exercícios e súmulas selecionadas. 
Até aqui foi feito o mais importante. 
Após tudo isso, se sobrar tempo, é hora de ler a lei seca do caderno de leis. Essa tarefa de 
repetição de leitura de artigos não demandará muito tempo por dia e é essencial para a sua aprovação. 
Lembramos que os artigos indicados nos cadernos de Lei seca não correspondem à meta 
justamente para que vocês sempre leiam mais vezes a letra da lei, independentemente de ter estudado o 
tema ou não. 
 
Estamos abertos a críticas e sugestões. Este é um processo coletivo no qual a participação de 
vocês é fundamental para que a preparação para a prova seja potencializada. Evite a possibilidade de ter 
a sua posse impedida em razão compartilhamento ilegal e indevido do material deste material sem 
autorização. 
 
Vamos Juntos! 
 
Equipe Dedicação Delta. 
 
 
Prezado(a) aluno(a), 
 
Caso possua alguma dúvida jurídica sobre o conteúdo disponibilizado no curso, pedimos que utilize a sua 
área do aluno. Há um campo específico para enviar dúvidas. 
 
 
PREPARAÇÃO EXTENSIVA 
 
DELEGADO DE POLÍCIA – TURMA 7 
 
SEMANA 02/30 
 
 
 
Sumário 
META 1 .................................................................................................................................................. 9 
LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL: LEI DE DROGAS ........................................................................................ 9 
1. INTRODUÇÃO (LEI N° 11.343/2006) ............................................................................................................ 10 
1.1 Objeto Jurídico e Objeto Material .......................................................................................................................... 10 
1.2 Sujeito Ativo ........................................................................................................................................................... 11 
1.3 Sujeito Passivo ........................................................................................................................................................ 11 
1.4 Elemento Subjetivo ................................................................................................................................................ 11 
1.5 Crimes de Perigo Abstrato x Crimes de perigo Concreto ....................................................................................... 12 
2. PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA .................................................................................................................. 12 
3. DA REPREENSÃO A PRODUÇÃO NÃO AUTORIZADA E DO TRÁFICO ILÍCITO DE DROGAS. ........................... 13 
4. DOS CRIMES E DAS PENAS. .......................................................................................................................... 14 
4.1 Porte de Drogas para Uso Pessoal .......................................................................................................................... 14 
4.2 Tráfico de Drogas (Art. 33, Caput) .......................................................................................................................... 23 
4.3 Figuras Equiparadas ao Tráfico (Art. 33, §1°) ......................................................................................................... 29 
4.4 Induzimento, Instigação ou Auxílio ao Uso de Drogas ........................................................................................... 31 
4.5 Cedente Eventual (Art. 33, §3º).............................................................................................................................. 33 
4.6 Tráfico Privilegiado (Art. 33, §4º) ........................................................................................................................... 33 
4.7 Tráfico de Maquinário (Art. 34) .............................................................................................................................. 39 
4.8 Associação Para o Tráfico ....................................................................................................................................... 40 
4.9 Financiamento ao Tráfico .......................................................................................................................................41 
4.10 Informante Colaborador ....................................................................................................................................... 42 
4.11 Prescrever ou Ministrar Drogas Culposamente ................................................................................................... 42 
4.12 Conduzir Embarcação ou Aeronave após o Consumo de Drogas ......................................................................... 43 
4.13 Causas de Aumento da Pena ................................................................................................................................ 44 
5. DOSIMETRIA DA PENA ................................................................................................................................. 49 
6. PROCEDIMENTO PENAL ............................................................................................................................... 50 
7. DA INVESTIGAÇÃO ....................................................................................................................................... 51 
7.1. Laudo provisório e definitivo ................................................................................................................................. 51 
7.2. Destruição das drogas ........................................................................................................................................... 53 
7.3. Prazo do IP na Lei de Drogas ................................................................................................................................. 54 
7.4 Procedimentos Investigatórios Especiais ............................................................................................................... 54 
7.5 Medidas Assecuratórias ......................................................................................................................................... 56 
8. DA INSTRUÇÃO ............................................................................................................................................ 59 
QUESTÕES PROPOSTAS ........................................................................................................................ 67 
META 2 ................................................................................................................................................ 75 
DIREITO PROCESSUAL PENAL: INQUÉRITO POLICIAL (PARTE I) ............................................................... 75 
1. INQUÉRITO POLICIAL ................................................................................................................................... 76 
1.1 Conceito ................................................................................................................................................................. 76 
1.1.1 Termo circunstanciado de ocorrência (TCO) ................................................................................................... 76 
1.1.2 Investigação Preliminar ................................................................................................................................... 77 
1.1.3 Origem da Investigação Criminal ..................................................................................................................... 77 
1.2 Conceito tradicional de Inquérito Policial (IP) ........................................................................................................ 78 
1.2 Natureza Jurídica .................................................................................................................................................... 82 
PREPARAÇÃO EXTENSIVA 
 
DELEGADO DE POLÍCIA – TURMA 7 
 
SEMANA 02/30 
 
 
 
2. CARACTERÍSTICAS ........................................................................................................................................ 82 
3. INÍCIO DO INQUÉRITO POLICIAL .................................................................................................................. 92 
4. INDICIAMENTO ............................................................................................................................................ 98 
QUESTÕES PROPOSTAS ...................................................................................................................... 107 
META 3 .............................................................................................................................................. 111 
DIREITO PROCESSUAL PENAL: INQUÉRITO POLICIAL (PARTE II) ............................................................ 111 
4.1 Constituição de Defensor quando o investigado for integrante da segurança pública ou militar – Art. 14-A do CPP.
 .................................................................................................................................................................................... 111 
5. ARQUIVAMENTO DO INQUÉRITO POLICIAL............................................................................................... 113 
5.1 Arquivamento Determinado Por Juiz Incompetente ............................................................................................ 117 
5.2 Arquivamento e recorribilidade ........................................................................................................................... 117 
5.3 Arquivamento e propositura de ação penal ......................................................................................................... 118 
5.4 Arquivamento da ação penal privada .................................................................................................................. 118 
5.5 Arquivamento implícito ........................................................................................................................................ 119 
5.6 Arquivamento indireto ......................................................................................................................................... 119 
5.7 Arquivamento e coisa julgada .............................................................................................................................. 119 
6. DESARQUIVAMENTO DO INQUÉRITO ........................................................................................................ 120 
7. TRANCAMENTO (OU ENCERRAMENTO ANÔMALO) DO INQUÉRITO POLICIAL ......................................... 121 
QUESTÕES PROPOSTAS ...................................................................................................................... 137 
META 4 .............................................................................................................................................. 141 
DIREITO CIVIL: LINDB E PESSOAS ......................................................................................................... 141 
1. LEI DE INTRODUÇÃO ÀS NORMAS DO DIREITO BRASILEIRO ..................................................................... 142 
1.1 Vigência, aplicação, obrigatoriedade, interpretação e integração das leis .......................................................... 142 
1.2. Antinomias .......................................................................................................................................................... 144 
1.3. Aplicação temporal das normas .......................................................................................................................... 145 
1.4. Revogação das leis ............................................................................................................................................... 146 
1.5. Aplicação do direito público ................................................................................................................................ 146 
2. PESSOAS NATURAIS ................................................................................................................................... 1522.1 Incapacidade ........................................................................................................................................................ 152 
2.2 Personalidade ....................................................................................................................................................... 153 
2.3 Nascituro .............................................................................................................................................................. 164 
2.4 Emancipação ........................................................................................................................................................ 165 
2.5 Morte Presumida e ausência ................................................................................................................................ 166 
2.6 Domicílio ............................................................................................................................................................... 169 
3. PESSOAS JURÍDICAS ................................................................................................................................... 170 
3.1 Características ...................................................................................................................................................... 170 
3.2 Requisitos para constituição ................................................................................................................................ 170 
3.3 Classificação das pessoas jurídicas ....................................................................................................................... 171 
3.4 Classificação quanto à função .............................................................................................................................. 171 
3.5 Extinção da pessoa jurídica .................................................................................................................................. 171 
QUESTÕES PROPOSTAS ...................................................................................................................... 178 
META 5 .............................................................................................................................................. 185 
DIREITO CONSTITUCIONAL: DIREITOS POLÍTICOS................................................................................. 185 
PREPARAÇÃO EXTENSIVA 
 
DELEGADO DE POLÍCIA – TURMA 7 
 
SEMANA 02/30 
 
 
 
1. DIREITOS POLÍTICOS .................................................................................................................................. 185 
1.1 Direitos Políticos Positivos.................................................................................................................................... 186 
1.2 Direitos Eleitorais Negativos ................................................................................................................................ 187 
Ementa Oficial ............................................................................................................................................................ 188 
1.3 Privação de Direitos Políticos ............................................................................................................................... 189 
1.4. Servidor Público e Exercício do Mandato Eletivo: De Acordo com o Art. 38 da CF/88 ....................................... 190 
2. PARTIDOS POLÍTICOS ................................................................................................................................. 191 
QUESTÕES PROPOSTAS ...................................................................................................................... 195 
DIREITO CONSTITUCIONAL: DIREITOS DA NACIONALIDADE ................................................................. 201 
1. NACIONALIDADE ........................................................................................................................................ 201 
1.1 Espécies de Nacionalidade ................................................................................................................................... 201 
1.2 Perda de Nacionalidade ....................................................................................................................................... 202 
1.3 Brasileiros Natos X Naturalizados ......................................................................................................................... 203 
1.4 Perda da Nacionalidade ........................................................................................................................................ 204 
QUESTÕES PROPOSTAS ...................................................................................................................... 206 
DIREITO CONSTITUCIONAL: REMÉDIOS CONSTITUCIONAIS .................................................................. 211 
1. HABEAS CORPUS ........................................................................................................................................ 212 
2. MANDADO DE SEGURANÇA ...................................................................................................................... 221 
3. MANDADO DE INJUNÇÃO .......................................................................................................................... 240 
4. HABEAS DATA ............................................................................................................................................ 250 
5. AÇÃO POPULAR (LEI Nº 4.717/65) ............................................................................................................. 254 
6. AÇÃO CIVIL PÚBLICA (LEI 7.347/85) .......................................................................................................... 261 
7. INQUÉRITO CIVIL ........................................................................................................................................ 271 
8. TERMO DE AJUSTAMENTO DE CONDUTA (TAC) ........................................................................................ 273 
QUESTÕES PROPOSTAS ...................................................................................................................... 276 
META 6 – REVISÃO SEMANAL ............................................................................................................. 286 
Legislação Penal Especial: Lei de Drogas .................................................................................................................... 286 
Direito Processual Penal: Inquérito Policial ................................................................................................................ 287 
Direito Civil: LINDB e Pessoas ..................................................................................................................................... 289 
Direito Constitucional: Direitos Políticos .................................................................................................................... 290 
Direito Constitucional: Direitos da Nacionalidade ..................................................................................................... 291 
Direito Constitucional: Remédios Constitucionais ..................................................................................................... 292 
 
 
 
 
PREPARAÇÃO EXTENSIVA 
 
DELEGADO DE POLÍCIA – TURMA 7 
 
SEMANA 02/30 
 
 
 
 
 
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO DA SEMANA 02 
META DATA DIA ASSUNTO 
1 31/01 SEG LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL: Lei de Drogas 
2 01/02 TER DIREITO PROCESSUAL PENAL: Inquérito Policial (Parte I) 
3 02/02 QUA DIREITO PROCESSUAL PENAL: Inquérito Policial (Parte II) 
4 03/02 QUI DIREITO CIVIL: LINDB e Pessoas 
5 04/02 SEX 
DIREITO CONSTITUCIONAL: Direitos Políticos 
DIREITO CONSTITUCIONAL: Direitos de NacionalidadeDIREITO CONSTITUCIONAL: Remédios Constitucionais 
6 05,06/02 SÁB/DOM [REVISÃO SEMANAL] 
 
 
ATENÇÃO 
 
Gostou do nosso material? 
 
Lembre de postar nas suas redes sociais e marcar o @dedicacaodelta. 
 
Conte sempre conosco. 
 
Equipe DD 
 
PREPARAÇÃO EXTENSIVA 
 
DELEGADO DE POLÍCIA – TURMA 7 
 
SEMANA 02/30 
 
9 
 
META 1 
 
LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL: LEI DE DROGAS 
 
TODOS OS ARTIGOS 
⦁ Art. 5º, XLVI da CF 
⦁ Art. 5º, XLII, CF/88 
⦁ Art. 5º, LI, CF/88 
⦁ Art. 144, §1º, II, CF/88 
⦁ Art. 243, §único, CF/88 
⦁ Art. 10, CPP (análise comparativa com o art. 51 da Lei de Drogas) 
⦁ Art. 159, §1º, CPP (análise comparativa com o art. 50, §1º da Lei de Drogas) 
⦁ Art. 323, II, CPP 
⦁ Portaria nº 433/98, Anvisa 
⦁ Lei 11.343/06 inteira! 
 
ARTIGOS MAIS IMPORTANTES – NÃO PODEM DEIXAR DE LER 
⦁ Art. 5º, XLII, CF/88 
⦁ Art. 243, §único, CF/88 
⦁ Art. 10, CPP (análise comparativa com o art. 51 da Lei de Drogas) 
⦁ Art. 159, §1º, CPP (análise comparativa com o art. 50, §1º da Lei de Drogas) 
⦁ Art. 323, II, CPP 
⦁ Principais artigos da Lei de Drogas: 
­ Art. 28 (leitura completa! Muito importante! 
­ Art. 30 
­ Art. 32, §4º 
­ Art. 33, principalmente o §4º (alta incidência em provas!) 
­ Arts. 35 (analisar comparativamente com o art. 288, CP) 
­ Art. 38 (único crime culposo da Lei) 
­ Art. 39 (único crime de perigo concreto da Lei) 
­ Art. 40 (alta incidência em provas!) 
­ Art. 41 e 42 
­ Arts. 50, 50-A (alta incidência em provas!) 
­ Arts. 51 e 53 
­ Art. 56, §1º 
­ Arts. 60, 61 e 62 (muito importantes pois houve mudança legislativa em 2019!) 
­ Art. 63-A, 63-D e 63-E 
­ Art. 63-F (muito importante!) 
­ Art. 70 e art. 72 
 
 
PREPARAÇÃO EXTENSIVA 
 
DELEGADO DE POLÍCIA – TURMA 7 
 
SEMANA 02/30 
 
10 
 
1. INTRODUÇÃO (LEI N° 11.343/2006) 
 
“Referido diploma legal institui o Sistema Nacional de Políticas Públicas sobre Drogas — Sisnad; 
prescreve medidas para prevenção do uso indevido, atenção e reinserção de usuários e dependentes de 
drogas, e estabelece normas para a repressão à produção não autorizada e ao tráfico ilícito, além de definir 
os respectivos ilícitos penais e regulamentar o procedimento para a sua apuração. As Leis ns. 6.368/76 e 
10.409/2002, que tratavam /do tema, foram expressamente revogadas. 
No âmbito criminal, as principais inovações foram o tratamento diferenciado em relação ao usuário, 
a tipificação de crime específico para a cessão de pequena quantia de droga para consumo conjunto, o 
agravamento da pena do tráfico, a criação da figura do tráfico privilegiado, a tipificação do crime de 
financiamento ao tráfico, bem como a regulamentação de novo rito processual.” 
 
1.1 Objeto Jurídico e Objeto Material 
 
O bem jurídico tutelado é a saúde pública. 
O bem jurídico material é a droga, podendo ser conceituada como vegetais ou substratos dos quais 
possam ser extraídas e produzidas drogas. 
Apesar de a lei trazer uma conceituação legal, trata-se de conceito genérico que deve ser 
complementado através de Portaria da Anvisa. 
Nesse sentido, considerando que o conceito de “droga” só pode ser extraído com auxílio da portaria 
344/1998 da Anvisa, temos uma norma penal em branco heterogênea / própria/ sentido estrito. 
 
 
Art. 1º, Parágrafo único. Para fins desta Lei, consideram-se como drogas as 
substâncias ou os produtos capazes de causar dependência, assim especificados em 
lei ou relacionados em listas atualizadas periodicamente pelo Poder Executivo da 
União. 
 
Art. 66. Para fins do disposto no parágrafo único do art. 1o desta Lei, até que seja 
atualizada a terminologia da lista mencionada no preceito, denominam-se drogas 
substâncias entorpecentes, psicotrópicas, precursoras e outras sob controle 
especial, da Portaria SVS/MS no 344, de 12 de maio de 1998. 
 
Vamos relembrar as normas penais em branco? 
 
NORMAL PENAL EM BRANCO 
HETEROGÊNEA 
NORMAL PENAL EM BRANCO HOMOGÊNEA 
Quando o complemento estiver definido 
em ato infralegal. 
Quando o complemento estiver definido em 
lei. (Divide-se em homóloga – mesma lei - ou 
heteróloga – lei distinta). 
 
Portanto, para que seja considerada droga, a substância precisa atender a 2 requisitos: 
PREPARAÇÃO EXTENSIVA 
 
DELEGADO DE POLÍCIA – TURMA 7 
 
SEMANA 02/30 
 
11 
 
• Substância capaz de causar dependência; 
• Substância precisa estar prevista como droga, em lei ou em portaria da Agência Brasileira de 
Vigilância sanitária, motivo pelo qual a doutrina considera a lei de drogas como uma “ lei penal em 
branco”. 
 
Aprofundando para a prova discursiva... 
A doutrina majoritária entende que a utilização de normas penais em branco heterogêneas não viola o 
princípio da legalidade, desde que o núcleo essencial da conduta esteja descrito na lei. 
Na hipótese de determinada “substância” ser excluída do rol que consta da Portaria da Anvisa, deixando, 
portanto, de ser considerada droga, devemos sustentar que houve abolitio criminis, com subsequente 
retroatividade da lei em benefício do réu. 
 
1.2 Sujeito Ativo 
 
• Regra geral: crime comum. 
• Exceção: Art. 38, Lei 11.343 “Prescrever ou ministrar, culposamente, drogas, sem que delas necessite 
o paciente, ou fazê-lo em doses excessivas ou em desacordo com determinação legal ou 
regulamentar”. 
 
→ Nesse caso, trata-se de crime próprio, pois somente quem pode praticar a conduta 
“PRESCREVER” são médicos e dentistas. 
 
→ Caso o agente esteja exercendo irregularmente a medicina, o tipo penal será também o do 
art.33, caput. Vejamos: 
 
STJ - Quando o agente no exercício irregular da medicina prescreve substância 
caracterizada como droga, resta configurado, em tese, o delito do art. 282 do 
Código Penal - CP, em concurso formal com o do art. 33, caput, da Lei n. 11. 
343/2006. (HC 139667/RJ) 
 
1.3 Sujeito Passivo 
 
A Coletividade, logo trata-se do que a doutrina chama de “crime vago”, uma vez que o sujeito passivo 
é indeterminado. 
 
1.4 Elemento Subjetivo 
 
• Regra: Dolo. Ou seja: os crimes previstos na lei de droga, em regra, só podem ser praticados a título 
doloso. 
• Exceção: art. 38 “Prescrever ou ministrar, culposamente, drogas, sem que delas necessite o paciente, 
ou fazê-lo em doses excessivas ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar”. 
javascript:document.frmDoc1Item5.submit();
javascript:document.frmDoc1Item5.submit();
javascript:document.frmDoc1Item5.submit();
javascript:document.frmDoc1Item5.submit();
https://scon.stj.jus.br/SCON/jurisprudencia/toc.jsp?i=1&b=ACOR&livre=((%27HC%27.clap.+e+@num=%27139667%27)+ou+(%27HC%27+adj+%27139667%27.suce.))&thesaurus=JURIDICO&fr=veja
PREPARAÇÃO EXTENSIVA 
 
DELEGADO DE POLÍCIA – TURMA 7 
 
SEMANA 02/30 
 
12 
 
→ Típico exemplo de crime culposo fechado, já que a regra é de que os crimes culposos são 
abertos. 
 
1.5 Crimes de Perigo Abstrato x Crimes de perigo Concreto 
 
Crimes de perigo abstrato - são aqueles que não exigem a efetiva lesão de um bem jurídico ou a 
colocação deste bem em risco real e concreto. São tipos penais que descrevem apenas um comportamento, 
uma conduta, sem apontar um resultado específico como elemento expresso do injusto penal. 
 
Crimes de perigo concreto – são aqueles que, para a consumação, se exige a comprovação de que 
realmente houve perigo de risco e de que houve uma hipótese de lesão ao bem jurídico. 
 
• Regra: Os crimes da Lei de Droga são crimes de perigo abstrato, ou seja, a prática da conduta prevista 
em lei não está vinculada à demonstração de existência de perigo concreto, pois há presunção 
absoluta de perigo ao bem jurídico. 
 
• Exceção: Art. 39 é considerado crime de perigo concreto, tendo em vista que não basta conduzir a 
embarcação ou aeronave após o consumo da droga, devendo demonstrar que efetividade houve a 
exposição do bem jurídico tutelado a perigo concreto de dano. 
 
Art. 39. Conduzir embarcação ou aeronave após o consumo de drogas, expondo a 
dano potenciala incolumidade de outrem: 
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 3 (três) anos, além da apreensão do veículo, 
cassação da habilitação respectiva ou proibição de obtê-la, pelo mesmo prazo da 
pena privativa de liberdade aplicada, e pagamento de 200 (duzentos) a 400 
(quatrocentos) dias-multa. 
 
2. PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA 
 
O tráfico de drogas é logicamente incompatível com a aplicação do princípio da insignificância e seus 
vetores. No entanto, em relação ao crime de porte de drogas para consumo pessoal, previsto no art. 28 da 
Lei, há divergência sobre o assunto. 
O STJ e a doutrina majoritária entendem que não é possível aplicar o princípio da insignificância nem 
mesmo ao crime de porte de drogas para uso pessoal, utilizando 3 argumentos principais: 
 
1) A pequena quantidade de droga já é elementar do crime, não podendo ser valorada para fins da 
insignificância. 
2) O objeto jurídico é a saúde pública, e não a incolumidade do próprio usuário de drogas, 
sobretudo porque o Direito Penal não pune a autolesão (princípio da alteridade) 
3) Trata-se de crime de perigo abstrato cujo perigo está absolutamente presumido em lei. 
 
Nesse sentido é o informativo 541 do STJ: 
 
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Não se aplica o princípio da insignificância para o crime de posse/porte de droga 
para consumo pessoal (art. 28 da Lei n. 11.343/2006). Para a jurisprudência, não é 
possível afastar a tipicidade material do porte de substância entorpecente para 
consumo próprio com base no princípio da insignificância, ainda que ínfima a 
quantidade de droga apreendida. STJ. 6ª Turma. RHC 35.920-DF, Rel. Min. Rogerio 
Schietti Cruz, julgado em 20/5/2014 (Info 541). 
 
Ressalta-se, contudo, que o STF possui um precedente isolado de 2012 no sentido de que é possível 
aplicar o princípio da insignificância. No entanto, não se pode afirmar que se trata de posição consolidada da 
Corte. 
 
STF - Ao aplicar o princípio da insignificância, a 1ª Turma concedeu habeas corpus 
para trancar procedimento penal instaurado contra o réu e invalidar todos os atos 
processuais, desde a denúncia até a condenação, por ausência de tipicidade 
material da conduta imputada. No caso, o paciente fora condenado, com fulcro no 
art. 28, caput, da Lei 11.343/2006, à pena de 3 meses e 15 dias de prestação de 
serviços à comunidade por portar 0,6 g de maconha. Destacou-se que a incidência 
do postulado da insignificância, de modo a tornar a conduta atípica, exigiria o 
preenchimento concomitante dos seguintes requisitos: mínima ofensividade da 
conduta do agente; nenhuma periculosidade social da ação; reduzido grau de 
reprovabilidade do comportamento; e inexpressividade da lesão jurídica 
provocada.( STF HC 110.475) 
 
Em regra, deve se utilizar o entendimento do STJ, inviabilizando a aplicação do princípio da 
insignificância nas hipóteses da lei de drogas, entretanto, em uma questão discursiva é importante 
mencionar o precedente do STF e citar os vetores (MARI) da aplicação do princípio da insignificância: 
 
• Mínima ofensividade da conduta. 
• Ausência de periculosidade social. 
• Reduzidíssimo grau de reprovação. 
• Inexpressividade da lesão ao bem jurídico. 
 
3. DA REPREENSÃO A PRODUÇÃO NÃO AUTORIZADA E DO TRÁFICO ILÍCITO DE DROGAS. 
 
Art. 31 - É indispensável a licença prévia da autoridade competente para produzir, 
extrair, fabricar, transformar, preparar, possuir, manter em depósito, importar, 
exportar, reexportar, remeter, transportar, expor, oferecer, vender, comprar, 
trocar, ceder ou adquirir, para qualquer fim, drogas ou matéria-prima destinada à 
sua preparação, observadas as demais exigências legais 
Art. 32. As plantações ilícitas serão imediatamente destruídas pelo delegado de 
polícia na forma do art. 50-A, que recolherá quantidade suficiente para exame 
pericial, de tudo lavrando auto de levantamento das condições encontradas, com 
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a delimitação do local, asseguradas as medidas necessárias para a preservação da 
prova. (Redação dada pela Lei nº 12.961, de 2014) 
§ 1º (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 12.961, de 2014) 
§ 2º (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 12.961, de 2014) 
§ 3º Em caso de ser utilizada a queimada para destruir a plantação, observar-se-á, 
além das cautelas necessárias à proteção ao meio ambiente, o disposto no Decreto 
nº 2.661, de 8 de julho de 1998, no que couber, dispensada a autorização prévia do 
órgão próprio do Sistema Nacional do Meio Ambiente - Sisnama. 
§ 4º As glebas cultivadas com plantações ilícitas serão expropriadas, conforme o 
disposto no art. 243 da Constituição Federal, de acordo com a legislação em vigor. 
 
É importante salientar que as plantações serão destruídas imediatamente pelo delegado de polícia. 
Cuidado para não confundir a destruição imediata da plantação com a destruição da droga propriamente 
dita, haja vista que esta depende de outros fatores, como a ocorrência ou não de flagrante, perícia da droga, 
dentre outros que serão estudados adiante. 
Com relação à licença para a autorização prevista no art. 32, essa é de competência da ANVISA. 
 
4. DOS CRIMES E DAS PENAS. 
 
4.1 Porte de Drogas para Uso Pessoal 
 
 
Art. 28 - Quem adquirir, guardar, tiver em depósito, transportar ou trouxer consigo, 
para consumo pessoal, drogas sem autorização ou em desacordo com 
determinação legal ou regulamentar será submetido às seguintes penas: 
I - advertência sobre os efeitos das drogas; 
II - prestação de serviços à comunidade; 
III - medida educativa de comparecimento a programa ou curso educativo. 
Art. 28, §1° “Às mesmas medidas submete-se quem, para seu consumo pessoal, 
semeia, cultiva ou colhe plantas destinadas à preparação de pequena quantidade 
de substância ou produto capaz de causar dependência física ou psíquica.” 
§ 2º Para determinar se a droga destinava-se a consumo pessoal, o juiz atenderá à 
natureza e à quantidade da substância apreendida, ao local e às condições em que 
se desenvolveu a ação, às circunstâncias sociais e pessoais, bem como à conduta e 
aos antecedentes do agente. 
 
a) Condutas: 
São incriminadas cinco condutas, tratando-se de tipo penal misto alternativo: 
• Adquirir: obter a propriedade, a título oneroso ou gratuito. O mais comum, entretanto, é a 
compra; 
• Trazer consigo: é sinônimo de portar, conduzir pessoalmente a droga; 
• Guardar e ter em depósito: é manter a droga em algum local; 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2014/Lei/L12961.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2014/Lei/L12961.htm#art6
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2014/Lei/L12961.htm#art2
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2014/Lei/L12961.htm#art6
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2014/Lei/L12961.htm#art2
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/D2661.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/D2661.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constitui%C3%A7ao.htm#art243
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• Transportar: conduzir de um local para outro em algum meio de transporte. 
 
Há, ainda, a figura equiparada prevista no §1º, a qual a lei conferiu o mesmo tratamento, mas com 
objeto material diferente. Em vez de se referir a drogas, refere-se à PLANTAS DESTINADAS À PREPARAÇÃO 
DE PEQUENA QUANTIDADE DE DROGA. 
 
• Semear 
• Cultivar 
• Colher 
 
b) Elementos do Tipo: 
 
▪ Elemento normativo do tipo – “sem autorização ou em desacordo com a autorização legal”. De 
modo que, se houver autorização para o porte de drogas, estaremos diante de uma conduta atípica. 
 
▪ Elemento Subjetivo especial (ou dolo específico) – tanto no caput como no §1º exige-se o dolo 
específico, qual seja: PARA CONSUMO PESSOAL (caput) e PARA PREPARAR PEQUENAQUANTIDADE 
DE DROGA (§1º). 
 
 Pergunta-se: Como determinar que é voltada ao consumo de PEQUENA quantidade (e não grande 
quantidade apta a ensejar o crime de tráfico)? 
R.: À luz do art. 28, §2º, para o juiz determinar se a quantidade a consumo pessoal, deverá 
atentar-se para: 
⦁ Natureza e à quantidade da substância apreendida 
⦁ Ao local e às condições em que se desenvolveu a ação 
⦁ Às circunstâncias sociais e pessoais do agente 
⦁ Conduta e aos antecedentes do agente. 
 
A quantidade de drogas, por si só, não é fator determinante para concluir se era 
para consumo pessoal 
Nos termos do art. 28, § 2º, da Lei n. 11.343/2006, não é apenas a quantidade de 
drogas que constitui fator determinante para a conclusão de que a substância se 
destinava a consumo pessoal, mas também o local e as condições em que se 
desenvolveu a ação, as circunstâncias sociais e pessoais, bem como a conduta e os 
antecedentes do agente. STJ. 6ª Turma. AgRg no AREsp 1740201/AM, Rel. Min. 
Rogerio Schietti Cruz, julgado em 17/11/2020. 
 
DICA DE PROVA: cuidado para não confundir o §2º do artigo 28 com o Art. 52, I, que especifica o relatório a 
ser elaborado pelo delegado de polícia. 
 
 
 
https://buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/ef0b9a69f90b1ab0228784ccc7d52136?categoria=11&subcategoria=123
https://buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/ef0b9a69f90b1ab0228784ccc7d52136?categoria=11&subcategoria=123
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Art. 52. Findos os prazos a que se refere o art. 51 desta Lei, a autoridade de polícia judiciária, remetendo os 
autos do inquérito ao juízo: 
I - relatará sumariamente as circunstâncias do fato, justificando as razões que a levaram à classificação do 
delito, indicando a quantidade e natureza da substância ou do produto apreendido, o local e as condições 
em que se desenvolveu a ação criminosa, as circunstâncias da prisão, a conduta, a qualificação e os 
antecedentes do agente. 
 
c) Natureza Jurídica do art. 28 
 
Em que pese o STF tenha deixado claro que o art. 28 tem natureza jurídica de crime, é importante 
atentar para os fortes questionamentos doutrinários acerca do tema. Vejamos: 
 
❖ 1ª corrente - STF e doutrina majoritária: Houve uma DESPENALIZAÇÃO do art. 28. 
Afirma a que o tipo penal tem natureza jurídica de crime, infração penal, tendo sofrido apenas uma 
despenalização (e não descriminalização), sob os seguintes argumentos: 
⦁ A lei, ao tratar do tema, classificou a conduta como crime, pois o art. 28 está 
topograficamente localizado capítulo “Dos Crimes e das Penas” 
⦁ Estabeleceu o rito processual junto ao Juizado Especial Criminal; 
⦁ O art. 5º, XLVI da CF/88 autoriza penas diversas das penas privativas de liberdade – reclusão 
e detenção. 
⦁ Ademais, a não previsão de pena privativa de liberdade em abstrato não a descaracteriza 
como crime, pois a finalidade do art. 1° da Lei de Introdução ao CP ao exigir tal previsão era 
apenas a de diferenciar os crimes das contravenções penais. Ainda, quando a LICP entrou 
em vigor não existiam penas alternativas. 
⦁ Afirma ainda que o art. 30 da Lei de Drogas fala em prescrição e, estando falando em 
prescrição é porque se trata de crime. 
 
Veja a jurisprudência do STJ: 
 
O porte de droga para consumo próprio, previsto no art. 28 da Lei nº 11.343/2006, 
possui natureza jurídica de crime. O porte de droga para consumo próprio foi 
somente despenalizado pela Lei nº 11.343/2006, mas não descriminalizado. Obs: 
despenalizar é a medida que tem por objetivo afastar a pena como 
tradicionalmente conhecemos, em especial a privativa de liberdade. 
Descriminalizar significa deixar de considerar uma conduta como crime (...) (Info 
632. STJ). 
 
❖ 2ª Corrente (LFG) – Houve uma DESCRIMINALIZAÇÃO FORMAL. 
Natureza jurídica de Infração Penal sui generis, com base nos fundamentos seguintes: 
⦁ O rótulo do capítulo nem sempre espelha o seu conteúdo. Ex. Lei 1.079/50 que trabalha as 
infrações políticas de governadores e Dec. Lei 201/67 que fala de infrações de prefeitos. 
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⦁ Entende que a reincidência foi utilizada no sentido popular, querendo dizer apenas e tão 
somente, repetir o fato. 
⦁ Prescrição não é instituto exclusivo de crime. Há prescrição em ilícito civil, em penas 
disciplinares e em atos infracionais. 
⦁ A Lei de introdução ao CP diz que o crime é punido com reclusão ou detenção e a 
contravenção penal é punida com prisão simples. 
 
Art.1º Considera-se crime a infração penal que a lei comina pena de reclusão ou de 
detenção, quer isoladamente, quer alternativa ou cumulativamente com a pena de 
multa; contravenção, a infração penal a que a lei comina, isoladamente, pena de 
prisão simples ou de multa, ou ambas, alternativa ou cumulativamente. 
 
❖ 3ª Corrente – Alice Bianchini - Descriminalização material. 
O art. 28 não é infração penal. 
 
⦁ A lei, ao invés de punir, prefere falar em medidas educativas. 
⦁ O não cumprimento das medidas não gera consequência penal 
⦁ Princípio da intervenção mínima 
⦁ A saúde individual é um bem jurídico disponível. 
 
CONCLUSÃO 
Despenalização – a conduta continua sendo crime e a resposta estatal continua sendo uma pena, entretanto 
há o abrandamento da sanção, não havendo privação de liberdade. 
Descriminalização – a conduta deixa de ser crime, opera-se o fenômeno do “Abolitio criminis”. 
O que ocorreu no delito de porte de drogas para uso foi justamente o fenômeno da despenalização, tendo 
em vista que o legislador manteve a natureza de infração penal, porém com sensação mais branda em relação 
àquela aplicada pela lei anterior, consubstanciada na advertência sobre os efeitos das drogas, prestação de 
serviços à comunidade e medida de comparecimento à programa ou curso educativo. 
 
d) Flagrante delito: 
 
Art. 48, § 2º Tratando-se da conduta prevista no art. 28 desta Lei, não se imporá 
prisão em flagrante, devendo o autor do fato ser imediatamente encaminhado ao 
juízo competente ou, na falta deste, assumir o compromisso de a ele comparecer, 
lavrando-se termo circunstanciado e providenciando-se as requisições dos exames 
e perícias necessários. 
§ 3º Se ausente a autoridade judicial, as providências previstas no § 2º deste artigo 
serão tomadas de imediato pela autoridade policial, no local em que se encontrar, 
vedada a detenção do agente. 
 
Não será imposta ao acusado prisão em flagrante, frente ao disposto no parágrafo segundo do art. 
48 da presente lei. 
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Ressalta-se que a vedação à prisão em flagrante significa apenas que não poderá ser lavrado auto 
de prisão em flagrante, o qual funciona como um título prisional. E não cabe a lavratura justamente porque 
ao crime do art. 28 não é cominada nenhuma forma de privação da liberdade. No entanto, é possível que o 
indivíduo seja capturado e conduzido à delegacia para que seja feito um registro de ocorrência. 
 
Caiu na prova de Delegado do ES/2019! 
João Pedro foi abordado por policiais militares que faziam ronda próximo a uma Universidade particular. Ao 
perceberem a atitude suspeita de João, os policiais resolveram proceder a revista pessoal e identificaram que 
João portava um cigarro de maconha para consumo pessoal. Nessa situação hipotética, a expressão “não se 
imporá prisão em flagrante”, descrita no art. 48 da lei 11.343/06, significa que é vedado a autoridade policial: 
Efetuar a condução coercitiva até a delegacia de polícia. 
Efetuar a lavratura do auto de prisão em flagrante. 
Lavrar o termo circunstanciado. 
Apreender o objeto de crime. 
Realizar a captura do agente. 
 
GABARITO: LETRA B 
 
 
 Por sua vez, o §3º prevê que o flagrante de uso de drogas será lavrado pela autoridade policial 
somente na ausência de juiz. 
 Nesse sentido, corroborandocom a regra prevista no §3º, o Plenário do STF, no bojo da ADI nº 3.907, 
decidiu que a autoridade policial pode lavrar termo circunstanciado de ocorrência e requisitar exames e 
perícias em caso de flagrante de uso ou posse de entorpecentes para consumo próprio, desde que ausente 
a autoridade judicial.1 
 Por maioria de votos, o colegiado julgou improcedente a ação ajuizada pela Associação dos 
Delegados de Polícia do Brasil contra dispositivos da lei de drogas (11.343/06). A associação argumentava, 
entre outros pontos, que a lei conferia aos juízes poderes inquisitivos, com violação dos princípios do 
contraditório e da ampla defesa, em confronto com as competências das Polícias Federal e Civil. 
 Ressalta-se que a maioria dos ministros acompanhou o voto da relatora, ministra Cármen Lúcia, que 
explicou que, de acordo com o parágrafo 3º do artigo 48 da lei de drogas, a autoridade policial, em relação a 
quem adquirir, guardar ou transportar droga para consumo pessoa, pode lavrar o flagrante e tomar as 
providências previstas na lei “se ausente a autoridade judicial”. 
 Segundo a relatora, presume-se que, presente a autoridade judicial, cabe a ela a adoção dos 
procedimentos, até mesmo quanto à lavratura do termo circunstanciado. Em qualquer dos casos, é vedada 
a detenção do autor. Essa interpretação, a seu ver, é a que mais se amolda à finalidade dos dispositivos, que 
é a despenalização do usuário de drogas. 
 De acordo com o procedimento previsto na norma, o autor do crime deve, de preferência, ser 
encaminhado diretamente ao juízo competente, se disponível, para que ali seja lavrado o termo 
circunstanciado de ocorrência e requisitados os exames e perícias necessários. Esse procedimento, segundo 
 
1 Explicação retirada do site: https://www.migalhas.com.br/quentes/330502/stf-flagrante-de-uso-de-drogas-pode-ser-
lavrado-por-autoridade-policial-somente-na-ausencia-de-juiz. Acesso em 10.08.2020. 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2006/lei/l11343.htm#view
https://www.migalhas.com.br/quentes/330502/stf-flagrante-de-uso-de-drogas-pode-ser-lavrado-por-autoridade-policial-somente-na-ausencia-de-juiz
https://www.migalhas.com.br/quentes/330502/stf-flagrante-de-uso-de-drogas-pode-ser-lavrado-por-autoridade-policial-somente-na-ausencia-de-juiz
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a ministra, afasta a possibilidade de que o usuário de drogas seja preso em flagrante ou detido indevidamente 
pela autoridade policial: “As normas foram editadas em benefício do usuário de drogas, visando afastá-lo do 
ambiente policial quando possível e evitar que seja indevidamente detido pela autoridade policial”. 
 A ministra ressaltou ainda que, ao contrário do que alegado pela Adepol, o dispositivo não atribuiu 
ao órgão judicial competências de polícia judiciária, pois a lavratura de TCO não configura ato de investigação, 
mas peça informativa, com descrição detalhada do fato e as declarações do condutor do flagrante e do autor 
do fato. 
 Os ministros Luís Roberto Barroso e Gilmar Mendes acompanharam a relatora, com a ressalva de 
que, do ponto de vista constitucional, a lavratura do termo circunstanciado pela autoridade judicial não é 
medida preferencial em relação à atuação da autoridade policial, mas, na prática, medida excepcional. 
 Veja o julgado disponibilizado pelo Dizer o Direito: 
 
O autor da conduta do art. 28 da LD deve ser encaminhado diretamente ao juiz, 
que irá lavrar o termo circunstanciado e fará a requisição dos exames e perícias; 
somente se não houver juiz é que tais providências serão tomadas pela 
autoridade policial; essa previsão é constitucional. O STF, interpretando os §§ 2º 
e 3º do art. 48 da Lei nº 11.343/2006, afirmou que o autor do crime previsto no art. 
28 da Lei nº 11.343/2006 deve ser encaminhado imediatamente ao juiz e o próprio 
magistrado irá lavrar o termo circunstanciado e requisitar os exames e perícias 
necessários. Se não houver disponibilidade do juízo competente, deve o autor ser 
encaminhado à autoridade policial, que então adotará essas providências (termo 
circunstanciado e requisição). Não há qualquer inconstitucionalidade nessa 
previsão. Isso porque a lavratura de termo circunstanciado e a requisição de 
exames e perícias não são atividades de investigação. Considerando-se que o termo 
circunstanciado não é procedimento investigativo, mas sim uma mera peça 
informativa com descrição detalhada do fato e as declarações do condutor do 
flagrante e do autor do fato, deve-se reconhecer que a possibilidade de sua 
lavratura pela autoridade judicial (magistrado) não ofende os §§ 1º e 4º do art. 144 
da Constituição, nem interfere na imparcialidade do julgador. As normas dos §§ 2º 
e 3º do art. 48 da Lei nº 11.343/2006 foram editadas em benefício do usuário de 
drogas, visando afastá-lo do ambiente policial, quando possível, e evitar que seja 
indevidamente detido pela autoridade policial. STF. Plenário. ADI 3807, Rel. Cármen 
Lúcia, julgado em 29/06/2020 (Info 986 – clipping) 
 
 
e) Penas aplicadas para o art. 28 
 
Art. 28. Quem adquirir, guardar, tiver em depósito, transportar ou trouxer consigo, 
para consumo pessoal, drogas sem autorização ou em desacordo com 
determinação legal ou regulamentar será submetido às seguintes penas: 
I - Advertência sobre os efeitos das drogas; 
II - Prestação de serviços à comunidade; 
III - medida educativa de comparecimento à programa ou curso educativo. 
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As penas, nas quais não se incluem nenhum mecanismo de privação de liberdade, poderão ser 
aplicadas isoladas ou cumulativamente de acordo com o caso concreto, à luz do princípio da individualização 
da pena. 
• Advertência sobre os efeitos das drogas 
• Prestação de serviços à comunidade 
• Medida educativa de comparecimento a programa ou curso educativo 
 
Obs.1: Tendo em vista a impossibilidade de aplicação de pena privativa de liberdade, não é cabível ordem de 
habeas corpus em favor do usuário que praticou o tipo penal do art.28. 
 
SÚMULA 693, STF - “Não cabe habeas corpus contra decisão condenatória a pena 
de multa, ou relativa a processo em curso por infração penal a que a pena 
pecuniária seja a única cominada”. 
 
Obs.2: A prestação de serviços à comunidade e a medida educativa têm o prazo máximo de 5 meses (art. 28, 
§3º). No caso de reincidência específica, o prazo máximo será de 10 meses (art. 28, §4º) 
 
§ 3º As penas previstas nos incisos II e III do caput deste artigo serão aplicadas pelo 
prazo máximo de 5 (cinco) meses. 
§ 4º Em caso de reincidência, as penas previstas nos incisos II e III do caput deste 
artigo serão aplicadas pelo prazo máximo de 10 (dez) meses. 
 
Veja, inclusive, a recente jurisprudência sobre o tema: 
 
O art. 28 da Lei nº 11.343/2006 prevê o crime de porte de drogas para consumo 
pessoal. Em regra, as penas dos incisos II e III só podem ser aplicadas pelo prazo 
máximo de 5 meses. O § 4º prevê que: “em caso de reincidência, as penas previstas 
nos incisos II e III do caput deste artigo serão aplicadas pelo prazo máximo de 10 
(dez) meses.” A reincidência de que trata o § 4º é a reincidência específica. Assim, 
se um indivíduo já condenado definitivamente por roubo, pratica o crime do art. 
28, ele não se enquadra no § 4º. Isso porque se trata de reincidente genérico. O § 
4º ao falar de reincidente, está se referindo ao crime do caput do art. 28. STJ. 6ª 
Turma. REsp 1771304-ES, Rel. Min. Nefi Cordeiro, julgado em 10/12/2019 (Info 
662). 
 
Caso o apenado deixe de cumprir as medidas impostas, poderá o juiz submetê-lo ainda à 
admoestação verbal e multa, nessa ordem, como orienta o parágrafo sexto. Ou seja: 
 
1º - Aplica a(s) pena(s) de advertência, prestação de serviços à comunidade e medida educativa 
de comparecimento à programa ou curso educativo. Em havendo o descumprimentode tais 
medidas, aplica-se: 
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2º - Admoestação verbal. – Em sendo insuficiente a admoestação verbal: 
3º - Multa 
 
§ 6º Para garantia do cumprimento das medidas educativas a que se refere o caput, 
nos incisos I, II e III, a que injustificadamente se recuse o agente, poderá o juiz 
submetê-lo, sucessivamente a: 
I - admoestação verbal; 
II - multa. 
 
Quanto ao prazo prescricional, esse em regra será de 2 anos, sendo observada as regras gerais de 
interrupção e suspensão da prescrição, bem como a sua contagem pela metade do prazo na hipótese de o 
agente ser menor de 21 anos na data do fato ou maior de 70 anos na data da sentença. 
 
Art. 30. Prescrevem em 2 (dois) anos a imposição e a execução das penas, 
observado, no tocante à interrupção do prazo, o disposto nos artigos 107 e 
seguintes do código penal. 
 
IMPORTANTE! 
Em 2018 houve uma mudança jurisprudencial no sentido de entender que a condenação do agente por 
crime do artigo 28 NÃO É APTA A GERAR REINCIDÊNCIA. 
 
A condenação pelo art. 28 da Lei 11.343/2006 (porte de droga para uso próprio) 
NÃO configura reincidência 
O porte de droga para consumo próprio, previsto no art. 28 da Lei nº 11.343/2006, 
possui natureza jurídica de crime. O porte de droga para consumo próprio foi 
somente despenalizado pela Lei nº 11.343/2006, mas não descriminalizado. Obs: 
despenalizar é a medida que tem por objetivo afastar a pena como 
tradicionalmente conhecemos, em especial a privativa de liberdade. 
Descriminalizar significa deixar de considerar uma conduta como crime. Mesmo 
sendo crime, o STJ entende que a condenação anterior pelo art. 28 da Lei nº 
11.343/2006 (porte de droga para uso próprio) NÃO configura reincidência. 
Argumento principal: se a contravenção penal, que é punível com pena de prisão 
simples, não configura reincidência, mostra-se desproporcional utilizar o art. 28 da 
LD para fins de reincidência, considerando que este delito é punido apenas com 
“advertência”, “prestação de serviços à comunidade” e “medida educativa”, ou, 
seja, sanções menos graves e nas quais não há qualquer possibilidade de conversão 
em pena privativa de liberdade pelo descumprimento. Há de se considerar, ainda, 
que a própria constitucionalidade do art. 28 da LD está sendo fortemente 
questionada. STJ. 5ª Turma. HC 453437/SP, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca, 
julgado em 04/10/2018. STJ. 5ª Turma. AgRg-AREsp 1.366.654/SP, Rel. Min. Ribeiro 
Dantas, julgado em 13/12/2018. STJ. 6ª Turma. REsp 1672654/SP, Rel. Min. Maria 
Thereza de Assis Moura, julgado em 21/08/2018 (Info 632). 
https://buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/c1d53b7a97707b5cd1815c8d228d8ef1?categoria=11&subcategoria=123
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PREPARAÇÃO EXTENSIVA 
 
DELEGADO DE POLÍCIA – TURMA 7 
 
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Fonte: Dizer o Direito 
 
f) Rito processual 
 
O art. 28 da Lei de Drogas é infração de menor potencial ofensivo. Seu processo e julgamento seguem 
o rito sumaríssimo (arts. 60 e seguintes da Lei 9.099/95). 
Por ser uma infração de menor potencial ofensivo, admite a concessão de institutos como suspensão 
condicional do processo e transação penal. 
 
 Obs.: De acordo com o entendimento do STJ, no bojo do informativo 668/2020, o processamento do 
réu pela prática da conduta descrita no art. 28 da Lei de Drogas no curso do período de prova deve ser 
considerado como causa de revogação facultativa da suspensão condicional do processo. Explicamos: 
 A Suspensão condicional do processo é um instituto despenalizador oferecido pelo MP ou querelante 
ao acusado que tenha sido denunciado por crime cuja pena mínima seja igual ou inferior a 1 ano, e que não 
esteja sendo processado ou não tenha sido condenado por outro crime, desde que presentes os demais 
requisitos que autorizariam a suspensão condicional da pena (art. 77 do Código Penal). Para que seja possível 
a proposta de suspensão condicional do processo é necessário o preenchimento dos seguintes requisitos 
(art. 89, Lei 9099/95): 
1. O réu deve estar sendo acusado por crime cuja pena mínima é igual ou inferior a 1 ano; 
2. O réu não pode estar sendo processado ou ter sido condenado por outro crime; 
3. Devem estar presentes os demais requisitos que autorizam a suspensão condicional da pena, 
previstos no art. 77 do Código Penal. 
 
 O cumprimento dos requisitos acarretará a extinção da punibilidade. Por outro lado, o 
descumprimento dos requisitos durante o período de prova pode acarretar a revogação obrigatória ou 
facultativa do sursi. Veja: 
 
REVOGAÇÃO OBRIGATÓRIA REVOGAÇÃO FACULTATIVA 
A suspensão será obrigatoriamente revogada 
se, no curso do prazo: 
a) o beneficiário vier a ser processado por 
outro crime; ou 
b) não efetuar, sem motivo justificado, a 
reparação do dano 
 
A suspensão poderá ser revogada pelo juiz se: 
 
a) o acusado vier a ser processado, no curso 
do prazo, por contravenção, ou 
b) descumprir qualquer outra condição 
imposta. 
 
 Nesse sentido, considerando que a prática de contravenção penal é causa de revogação facultativa 
da suspensão condicional do processo, o mesmo tratamento deve ser conferido para o caso de 
cometimento do crime do art. 28 da Lei de Drogas. Em outras palavras: Se, durante o período de prova, o 
agente pratica o crime do art. 28 da Lei de Drogas, a suspensão condicional do processo será facultativa – 
e não obrigatória. 
PREPARAÇÃO EXTENSIVA 
 
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 Isso porque mostra-se desproporcional que o mero processamento do réu pela prática do crime 
previsto no art. 28 da Lei nº 11.343/2006 torne obrigatória a revogação da suspensão condicional do processo 
(art. 89, § 3º, da Lei nº 9.099/95), enquanto que o processamento por contravenção penal (que tem efeitos 
primários mais deletérios) ocasione a revogação facultativa (art. 89, § 4º, da Lei nº 9.099/95). 
 Dessa forma, o STJ entendeu ser mais razoável que o fato de o réu estar sendo processado pela 
prática do crime previsto no art. 28 da Lei nº 11.343/2006 seja analisado como causa facultativa de 
revogação do benefício da suspensão condicional do processo. 
 
4.2 Tráfico de Drogas (Art. 33, Caput) 
 
Art. 33. Importar, exportar, remeter, preparar, produzir, fabricar, adquirir, vender, 
expor à venda, oferecer, ter em depósito, transportar, trazer consigo, guardar, 
prescrever, ministrar, entregar a consumo ou fornecer drogas, ainda que 
gratuitamente, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou 
regulamentar: 
Pena - reclusão de 5 (cinco) a 15 (quinze) anos e pagamento de 500 (quinhentos) a 
1.500 (mil e quinhentos) dias-multa. 
 
a) Considerações Iniciais: 
 
• Objeto jurídico: A saúde pública e o equilíbrio sanitário da coletividade, colocado em risco pela 
disseminação de substâncias que provocam dependência e expõem a risco a saúde física e mental 
dos usuários. 
 
• Sujeito ativo: “Pode ser qualquer pessoa. Trata-se de crime comum. A coautoria e a participação 
são possíveis em todas as condutas descritas no tipo penal” (GONÇALVES; BALTAZAR JUNIOR, 
2018, p. 97). 
 
• Trata-se de crime de perigo abstrato, para sua configuração basta a prática de conduta pelo 
agente, não necessitando que nenhum bem jurídico seja colocado em perigo, sendo faceta do que 
a doutrina convencionou chamar de “antecipação da tutela penal”. 
 
• Tipo penal misto alternativo, uma vez que o núcleo é composto por vários verbos e a realização 
de mais de um deles não enseja concurso de crimes. 
 
• Elemento normativo - “Sem autorização e em desacordo com determinação legal ou 
regulamentar”. O tráfico só restará configurado se a conduta for praticado sem autorização legal. 
 
• Não exige conduta finalisticamente voltada à obtenção delucro. 
 
• Norma penal em branco heterogênea, tendo como complemento a portaria 344/1998 da ANVISA. 
 
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• Competência: Em regra, o crime é da justiça estadual. Somente atrairá a competência da justiça 
federal quando restar demonstrada a internacionalidade do delito. 
 
Em regra, compete à Justiça Estadual julgar habeas corpus preventivo destinado 
a permitir o cultivo e o porte de maconha para fins medicinais 
Compete à Justiça Estadual o pedido de habeas corpus preventivo para viabilizar, 
para fins medicinais, o cultivo, uso, porte e produção artesanal da Cannabis 
(maconha), bem como porte em outra unidade da federação, quando não 
demonstrada a internacionalidade da conduta. STJ. 3ª Seção. CC 171.206-SP, Rel. 
Min. Joel Ilan Paciornik, julgado em 10/06/2020 (Info 673). 
 
b) Condutas Típicas: (GONÇALVES; BALTAZAR JUNIOR, 2018, p. 98) 
 
 Considerando que a maioria dos verbos do tipo são autoexplicativos, iremos conceituar aqui 
apenas os que exigem um maior esforço de raciocínio. No entanto, lembramos que é imprescindível a 
leitura detalhada de todos os verbos constantes do caput do art. 33, ok? 
 
⦁ IMPORTAR - consiste em fazer entrar o entorpecente no País, por via aérea, marítima ou por terra. 
O crime pode ser praticado até pelo correio. O delito consuma-se no momento em que a droga 
entra no território nacional. Pelo princípio da especialidade, aplica-se a Lei de Drogas, e não o art. 
334 do Código Penal (contrabando ou descaminho), delito que, dessa forma, só pune a importação 
de outros produtos proibidos. 
 
⦁ EXPORTAR - é enviar o entorpecente para outro país por qualquer dos meios mencionados. 
Remeter é deslocar a droga de um local para outro do território nacional. 
 
⦁ PREPARAR - consiste em combinar substâncias não entorpecentes, formando uma tóxica pronta 
para o uso. Produzir é criar. É a preparação com capacidade criativa, ou seja, que não consista 
apenas em misturar outras substâncias. 
 
⦁ FABRICAÇÃO - é a produção por meio industrial. Adquirir é comprar, obter a propriedade, a título 
oneroso ou gratuito. Só configura o crime de tráfico se a pessoa adquire com intenção de, 
posteriormente, entregar a consumo de outrem. Quem compra droga para uso próprio incide na 
conduta prevista no art. 28 — porte de droga para consumo próprio, que possui pena muito mais 
branda. 
 
⦁ VENDER - é alienar mediante contraprestação em dinheiro ou outro valor econômico. Expor à 
venda consiste em exibir a mercadoria aos interessados na aquisição. Oferecer significa abordar 
eventuais compradores e fazê-los saber que possui a droga para venda. O significado das condutas 
“guardar” e “ter em depósito” é objeto de controvérsia na doutrina. Com efeito, Nélson Hungria 
entende que “ter em depósito” é reter a droga que lhe pertence, enquanto “guardar” é reter a 
droga pertencente a terceiro. É esse também o entendimento de Fernando Capez. Para Vicente 
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Greco Filho, ambas as condutas implicam retenção da substância entorpecente, mas a figura “ter 
em depósito” sugere provisoriedade e possibilidade de deslocamento rápido da droga de um local 
para outro, enquanto “guardar” tem um sentido, pura e simplesmente, de ocultação. 
 
⦁ TRANSPORTAR - significa conduzir de um local para outro em um meio de transporte e, assim, 
difere da conduta “remeter” porque, nesta, não há utilização de meio de transporte viário. Enviar 
droga por correio, portanto, constitui “remessa”, exceto se for entre dois países, quando consistirá 
em “importação” ou “exportação”. Por sua vez, o motorista de um caminhão que leva a droga de 
Campo Grande para São Paulo está “transportando” a mercadoria entorpecente.Trazer consigo é 
conduzir pessoalmente a droga. É, provavelmente, a conduta mais comum, porque se configura 
quando o agente, por exemplo, traz o entorpecente em seu bolso ou bolsa. 
 
⦁ PRESCREVER - evidentemente, é sinônimo de receitar. Por essa razão, a doutrina costuma 
mencionar que se trata de crime próprio, pois só médicos e dentistas podem receitar 
medicamentos. Lembre-se de que há substâncias entorpecentes que podem ser vendidas em 
farmácias, desde que haja prescrição médica. Porém, se o médico, intencionalmente, prescreve o 
entorpecente, apenas para facilitar o acesso à droga, responde por tráfico. O crime consuma-se no 
momento em que a receita é entregue ao destinatário. Se alguém, que não é médico ou dentista, 
falsifica uma receita e consegue comprar a droga, responde por tráfico na modalidade “adquirir” 
com intuito de venda posterior. A prescrição culposa de entorpecente (em dose maior que a 
necessária ou em hipótese em que não é recomendável o seu emprego) caracteriza crime 
específico, previsto no art. 38 da Lei de Drogas. 
 
⦁ MINISTRAR - é aplicar, inocular, introduzir a substância entorpecente no organismo da vítima — 
quer via oral, quer injetável. Exemplo: um farmacêutico injeta drogas em determinada pessoa sem 
existir prescrição médica para tanto. Fornecer é sinônimo de proporcionar. O fornecimento 
pressupõe intenção de entrega continuada do tóxico ao comprador e, por tal razão, difere das 
condutas “vender” ou simplesmente “entregar”. O fornecimento e a entrega, ainda que gratuitos, 
tipificam o crime. 
 
• Em algumas condutas, estaremos diante de um crime permanente: 
 
✓ Guardar 
✓ Transportar 
✓ Ter em depósito 
✓ Trazer consigo 
✓ Expor à venda 
 
Lembrando que os crimes permanentes não admitem tentativa e possibilitam tanto a aplicação da Súmula 
711 do STF (aplicação da lei mais grave desde que não cessada a permanência), bem como a prisão em 
flagrante a qualquer tempo enquanto não cessada a permanência. 
 
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• Na modalidade “adquirir”, a jurisprudência entende que, por se tratar de crime de perigo abstrato, o 
crime se consuma independentemente da tradição da coisa. Assim, o mero fato de a droga ter sido 
negociada por telefone enseja a aplicação da reprimenda penal. Nesse sentido: 
 
STJ– A conduta consistente em negociar por telefone a aquisição de droga e 
disponibilizar veículo para o transporte configura tráfico ilícito de entorpecentes 
em sua forma consumada. ( STJ. 6° Turma, HC 212.528/SC) 
 
• Na modalidade “importar”, o STF tem entendimento no sentido de que a importação de pequena 
quantidade de sementes de maconha configura conduta atípica. 
STF – Não configura crime a importação de pequena quantidade de sementes de 
maconha (STF. 2 ° Turma. HC 144161/SP). 
 
Não configura crime a importação de pequena quantidade de sementes de maconha. 
STF. 2ª Turma. HC 144161/SP, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 11/9/2018 (Info 915). 
 
Posição do MPF 
A 2ª Câmara de Coordenação e Revisão do Ministério Público Federal possui o entendimento de que: 
• a importação de pequena quantidade de sementes de maconha não configura o crime do art. 33, § 1º nem 
o delito do art. 28, § 1º, ambos da Lei nº 11.343/2006; 
• esta conduta, em tese, amolda-se ao crime de contrabando (art. 334-A do CP); 
• a importação de pequena quantidade de sementes de maconha para o plantio destinado ao consumo 
próprio induz à mínima ofensividade da conduta, à ausência de periculosidade da ação e o ínfimo grau de 
reprovabilidade do comportamento, razões que comportam a aplicação do princípio da insignificância à 
hipótese. 
• assim, a conduta é tipificada como contrabando, mas deve-se aplicar o princípio da insignificância, razão 
pela qual é correta a decisão do Procurador da República que não denuncia o indiciado nestes casos. 
 
Foi o que decidiu a 2ª CCR, em 09/11/2018, no processo nº 0001111-51.2018.4.03.6181, Relatora 
Subprocuradora Geral da República Luiza Cristina Fonseca Frischeisen. 
No mesmo sentido é o entendimento do Conselho Institucionaldo Ministério Público Federal – 
CIMPF: a importação de sementes de maconha pela via postal, em pequenas quantidades, não deve gerar 
denúncia, ante a configuração da prática do delito descrito no art. 334-A, do CP, e, neste, a incidência do 
princípio da insignificância (procedimentos 0008476-98.2014.4.03.6181 e 0002458-64.2015.4.03.6104) – 
fonte: dizer o direito. 
Entretanto, a importação de pequena quantidade de sementes de maconha não pode ser 
considerada contrabando. Com esse entendimento, a 6ª Turma do Superior Tribunal de Justiça negou 
recurso do Ministério Público Federal para afastar o princípio da insignificância, julgamento em 12/11/2019 
- REsp 1.838.937 
No entanto, é importante ter em mente que se trata de tema bastante controvertido. Enquanto o 
STF entende que a importação de pequena quantidade de maconha é conduta atípica, o STJ tem divergência 
entre as turmas. 
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A 5ª Turma tem decidido reiteradamente que a conduta de importar pequena quantidade de 
sementes de cannabis para destiná-las à produção de droga para consumo pessoal se subsume ao tipo do 
tráfico, que não excepciona a respeito das circunstâncias em que se dá a importação: 
 
“1. A jurisprudência desta Corte é no sentido de que a importação clandestina de 
sementes de cannabis sativa linneu (maconha) configura o tipo penal descrito no 
art. 33, § 1º, I, da Lei n. 11.343/2006. 2. Nessa linha de raciocínio, o fruto da planta 
cannabis sativa lineu, conquanto não apresente a substância tetrahidrocannabinol 
(THC), destina-se à produção da planta, e esta à substância entorpecente, sendo, 
pois, matéria prima para a produção de droga. Por isso, sua importação clandestina, 
por si só, amolda-se ao tipo penal insculpido no artigo 33, § 1º, da Lei n. 
11.343/2006, não havendo falar em atipicidade da conduta, tampouco em 
desclassificação para contrabando. (AgRg no REsp 1658937/SP, Rel. Ministra 
MARIA THEREZA DE ASSIS MOURA, SEXTA TURMA, julgado em 25/04/2017, DJe 
03/05/2017)” (AgRg no AREsp 1.096.628/CE, DJe 01/09/2017). 
 
A 6ª Turma, no entanto – e surpreendentemente – tem ao menos duas decisões recentes no sentido 
de que a importação de poucas sementes destinadas a produzir droga para consumo pessoal é atípica, pois 
não existe, no art. 28 da Lei 11.343/06, tipificação expressa para semelhante conduta: 
 
“1. O fruto da planta cannabis sativa lineu, conquanto não apresente a substância 
tetrahidrocannabinol (THC), destina-se à produção da planta, e esta à substância 
entorpecente, sendo, pois, matéria prima para a produção de droga, cuja 
importação clandestina amolda-se ao tipo penal insculpido no artigo 33, § 1º, da 
Lei n. 11.343/2006. 2. Todavia, tratando-se de pequena quantidade de sementes 
e inexistindo expressa previsão normativa que criminaliza, entre as condutas do 
artigo 28 da Lei de Drogas, a importação de pequena quantidade de matéria 
prima ou insumo destinado à preparação de droga para consumo pessoal, forçoso 
reconhecer a atipicidade do fato” – grifamos (AgRg no REsp 1.658.928/SP, DJe 
12/12/2017). O mesmo se deu no REsp 1.675.709/SP, DJe 13/10/2017. 
 
Recentemente, nova decisão da Corte Suprema, agora no HC 143.890/SP (j. 13/05/2019), 
confirmou a rejeição de denúncia pela prática de conduta semelhante. 
A imputação consistia em importar, por remessa postal internacional, vinte e seis sementes 
de Cannabis sativa. A primeira instância havia rejeitado a denúncia por atipicidade: 
“Entendo que os fatos descritos na denúncia são atípicos, pois, diferentemente do que 
argumenta o douto Procurador da República, a semente da planta ‘cannabis sativa lineu’ não é matéria-
prima para a droga; matéria-prima para a droga é a própria planta, não a sua semente, pois seria necessário 
o cultivo desta última para se obter a droga, com o imprescindível princípio ativo que a caracteriza. Como 
dito, a semente de maconha não possui as condições e qualidades químicas necessárias para, mediante 
transformação, adição etc., produzir o entorpecente proibido; não se obtém a maconha da semente, mas 
tão somente da planta que pode resultar da semente.” 
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DELEGADO DE POLÍCIA – TURMA 7 
 
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O Tribunal Regional Federal da 3ª Região deu provimento a recurso em sentido estrito para receber 
a denúncia, o que levou a acusada a interpor recurso especial, improvido pelo STJ: 
“A decisão recorrida não destoa do entendimento firmado nesta Corte quanto ao fato de que a 
importação de sementes de maconha é conduta que se amolda ao tipo penal descrito no art. 33, § 1º, inciso 
I, da Lei n. 11.343/2006. Agravo regimental desprovido.” 
Impetrado habeas corpus no STF, decidiu o ministro Celso de Mello que a ordem deveria ser 
concedida em razão da ausência de justa causa para a ação penal, baseada em fato atípico, pois a semente 
de Cannabis de fato não pode ser considerada droga nem tampouco matéria-prima para a produção de 
droga: 
“Cabe ressaltar, desde logo, que o princípio da reserva absoluta de lei em sentido formal (CF, art. 
5º, XXXIX), seja em tema de definição do tipo penal, seja em matéria de cominação da pena, qualifica-se 
como uma das mais expressivas garantias constitucionais instituídas em favor de qualquer pessoa que 
venha a sofrer persecução penal instaurada pelo Estado, representando, desse modo, sob tal perspectiva, 
uma inestimável conquista histórica do pensamento liberal, fundado nos grandes postulados do 
Iluminismo. 
Esse princípio, que é inafastável, impõe que a lei penal seja interpretada sem qualquer ampliação 
analógica, salvo para beneficiar o réu (RT 467/313 – RT 605/314 – RT 725/526 – RT 726/518 – RT 726/523 
– RT 731/666, v.g.), tal como determina a Constituição da República (CF art. 5º, inciso XL) e tem proclamado 
a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, hostil à aplicação retroativa de leis penais gravosas (RTJ 
140/514 – RTJ 151/525 – RTJ 186/252, v.g.) 
Na precisa lição da doutrina (JULIO FABBRINI MIRABETE, “Código Penal Interpretado”, vol. 1/98, 
l999, Atlas), é vedada a aplicação da analogia “in malam partem” em Direito Penal, não se revelando 
adequado proceder-se a interpretações integrativas, ampliativas ou compreensivas de que resultem 
aplicações gravosas em detrimento do réu, pois as normas de direito penal material devem sofrer exegese 
estrita, sob pena de imprestabilizar-se a função de garantia do tipo penal. 
(…) 
Considerado esse entendimento e tendo presente a objetividade jurídica da infração definida no 
art. 33, § 1º, I, da Lei nº 11.343/2006, entendo indispensável, para efeito de subsunção de determinada 
conduta à estrutura típica do mencionado dispositivo legal, a verificação da concreta idoneidade da 
matéria-prima, insumo ou produto químico à preparação de drogas, sendo certo que, sem que constatada 
tal circunstância, não se configura a prática do delito em referência. 
(…) 
Magistério idêntico é também professado por GILBERTO THUMS e por VILMAR PACHECO (“Nova 
Lei de Drogas: crimes, investigação e processo”, p. 42, item n. 1.11, 2007, Verbo Jurídico) que advertem, a 
propósito dessa questão específica (não configuração típica da conduta do agente, quando a semente 
apresentar-se desprovida do princípio ativo), que “(…) a apreensão de sementes de maconha em poder do 
agente, por exemplo, sem presença do THC, representa uma conduta atípica” (grifei). 
Disso resulta que a mera importação e/ou a simples posse da semente de “cannabis sativa L.” 
não se qualificam como fatores revestidos de tipicidade penal, essencialmente porque, não contendo as 
sementes o princípio ativo do tetrahidrocanabinol (THC), não se revelam aptas a produzir dependência 
física e/ou psíquica, o que as torna inócuas, não constituindo, por isso mesmo, elementos caracterizadores 
de matéria-prima para a produção de drogas.” 
PREPARAÇÃO EXTENSIVA 
 
DELEGADO DE POLÍCIA –

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