Buscar

3 E-book_ Atenção farmacêutica em pediatria, hebiatria e geriatria_Vol VII_Editado

Prévia do material em texto

1
2 3
ICTQ – Instituto de Pesquisa e Pós-Graduação para o Mercado Farmacêutico
ATENÇÃO FARMACÊUTICA EM PEDIATRIA, HERBIATRIA E GERIATRIA
Volume VI
Vitae Editora
Anápolis (GO), 2021
E-book transcrito a partir da aula do professor Edson Luiz
Professor no Instituto de Pesquisa e Pós-Graduação para o Mercado Farmacêutico. Graduado 
em Farmácia pela Universidade Estadual de Londrina. Aperfeiçoamento em Farmacologia 
na Universidade Federal do Paraná (UFPR). Especialização em Fisiologia pela Universida-
de Federal do Paraná (UFPR). Mestrado em Fisiologia na Universidade Federal do Paraná 
(UFPR). Doutoramento em Ciências Médico-Cirúrgicas na Universidade Federal do Ceará 
(UFC). Professor de Graduação – Farmácia. Professor de Pós-graduação- Farmácia Clínica e 
Prescrição Farmacêutica.
EXPEDIENTE:
Autor: ICTQ – Instituto de Pesquisa e Pós-Graduação para o Mercado Farmacêutico
Revisão Técnica: Farmacêutica Me. Juliana Cardoso
Produção: Vitae Editora
Edição: Egle Leonardi e Jemima Bispo
Colaboraram nesta edição: Erika Di Pardi e Janaina Araújo
Diagramação: Cynara Miralha
4 5
ATENÇÃO FARMACÊUTICA EM PEDIATRIA, HERBIATRIA E GERIATRIA
ALTERAÇÕES FARMACODINÂMICAS EM GERIATRIA
As principais alterações são:
• Mudança do perfil de sensibilidade do paciente idoso (aumento da sensibilidade a um 
fármaco). Exemplo: acima dos 55 anos, o indivíduo tem a meia vida do Diazepam quase até 
80 horas, fazendo com que o Diazepam passe a ser uma substância que tenha importante 
efeito sobre o paciente;
• Resultado do declínio da homeostase (estado de equilíbrio das diversas funções 
executadas pelo organismo);
• Alterações na afinidade dos receptores de fármacos e no número de receptores existentes; 
• Anticoagulantes (varfarina), fármacos que atuam no sistema cardiovascular e psicofármacos; 
• Maior vulnerabilidade aos efeitos adversos dos neurolépticos (delírio, sintomas 
extrapiramidais, arritmias e hipotensão postural); 
• Sedação induzida por benzodiazepínicos (maior sensibilidade do SNC); 
• Redução dos efeitos dos agentes beta-adrenérgicos (propranolol).
CONCEITOS IMPORTANTES NA TERAPIA MEDICAMENTOSA DO PACIENTE 
GERIÁTRICO
Reações Adversas aos Medicamentos (RAM)
Fatores de risco do paciente geriátrico: 
• A maioria pode ter várias doenças crônicas concomitantes. Exemplo: caso o indivíduo 
use 6, 12 ou mais medicamentos devido às suas doenças crônicas. 
• Se ele utilizar mais de 12 doses de medicamentos por dia, corre o risco de reação 
adversa prévia;
• Possui baixo peso ou Índice de Massa Corpórea (IMC) diminuído; 
• O paciente com a idade acima de 85 anos possui maior risco de desenvolver reações 
adversas a medicamentos do que um paciente de 70 anos; 
• Declínio substancial da depuração de creatinina (inferior a 50 mL/min).
Polifarmácia
A polifarmácia pode ser uma consequência do processo de envelhecimento, principal-
mente no que diz respeito às múltiplas doenças crônico-degenerativas, levando muitas 
vezes, à necessidade da prescrição de múltiplos fármacos. A polifarmácia pode ocasionar 
vários problemas, entre eles, maior risco de reações adversas e interações medicamentosas, 
além de ser responsável pela iatrogenia medicamentosa.
Iatrogenia medicamentosa
Efeito patogênico de um fármaco isoladamente ou da interação de vários fármacos, 
ou mesmo quando uma reação adversa é tratada como uma condição médica. Uma iatrogenia 
medicamentosa pode resultar em uma cascata iatrogênica. 
6 7
IECA (HAS) produz tosse seca
 
Codeína (tosse seca) produz constipação 
 
Laxante (constipação) produz dor abdominal 
 
Escopolamina (dor abdominal) produz tontura/vertigem 
 
Cinarizina (tontura/vertigem) produz depressão 
 
Fluoxetina (depressão)
Exemplo: o paciente faz uso de um inibidor da enzima conversora da angiotensina 
(IECA). Essa substância pode fazer com que ele desenvolva um quadro de tosse. A fim de 
regular esse quadro, é administrada uma substância chamada ‘codeína’. No entanto, esse 
medicamento produz um quadro de constipação. Para corrigi-la, é feita uma prescrição de 
um laxante, o qual promove um quadro de dor abdominal. Devido a esse efeito adverso, 
ele utiliza escopolamina, substância que lhe provoca tontura e vertigem, o qual é corrigido 
com cinarizina, que produz depressão. Dessa forma, o paciente passa a utilizar fluoxetina. 
Por isso, o uso racional de medicamentos, o controle das atividades diárias do paciente e 
a comunicação serão de suma importância para o paciente polifarmácia. 
Interação Medicamentosa
As interações medicamentosas (IM) são definidas como a modulação da atividade de um 
dado fármaco pela administração prévia ou concomitante de outro fármaco ou alimento, os 
quais podem aumentar ou diminuir o seu efeito. O risco de IM é proporcional ao número de 
medicamentos utilizados, ocorrendo em 13% com uso de dois medicamentos e de 85% ou 
mais quando se emprega seis ou mais medicamentos. 
Se o paciente é polifarmácia, ele terá chance de desenvolvimento de interação. É por esse 
motivo que o profissional farmacêutico deve ter ferramentas, por meio das quais possa pes-
quisar as interações. 
Fontes de Informações sobre interações:
O micromedex é uma ferramenta importante.
Outra ferramenta é o drugs.com:
Até mesmo na própria literatura há livros sobre a interação medicamentosa:
8 9
Diante do primeiro sinal de surgimento, essas interações medicamentosas podem ser 
acompanhadas, anotadas e verificadas. O farmacêutico deve comunicar o médico prescritor 
sobre a necessidade da reavaliação da farmacoterapia. 
A interação medicamentosa não vem no rodapé de uma tela, mas, por meio da capacidade 
de avaliação, o profissional pode detectar possíveis eventos adversos sobre os quais ele deve 
comunicar o prescritor. 
MEDICAMENTOS INAPROPRIADOS PARA IDOSOS E OS RISCOS QUE 
ELES APRESENTAM
Há uma necessidade complementar de avaliar quais são os medicamentos inapropriados 
para idosos e quais riscos eles apresentam:
A atualização dos critérios de Beers pode ser facilmente consultada por meio da tecnologia, 
porém, na tabela abaixo estão as principais substâncias e os riscos que elas apresentam:
Amiodarona: é considerada alta, principalmente, por promover alterações no intervalo 
QT, dentro do complexo QRS do eletrocardiograma. Também há riscos da possibilidade do 
desenvolvimento de uma condição chamada ‘torsades de pointes’, a qual provoca arritmias.
Cimetidina: é um agonista inverso dos receptores de H2 que pode provocar alterações no 
Sistema Nervoso Central.
10 11
Lorazepam: também é um benzodiazepínico.
Nitrofurantoína: substância utilizada como um antisséptico das vias urinárias. 
Piroxicam: age em COX 1 e em COX 2. 
Considerando não apenas o fármaco isoladamente, mas também as condições patológicas 
ou alterações fisiológicas, bem como o risco em termos de severidade média, baixa ou alta, 
algumas condições devem ser analisadas, tais como:
12
LEITURAS
Sempre que o profissional farmacêutico estiver diante de um paciente geriátrico, ele deve 
fazer uma leitura bem criteriosa dos medicamentos. A literatura oferece uma vasta riqueza 
de informações, contidas em artigos, revistas e livros, a qual fala sobre os riscos do uso de 
medicamentos para o paciente geriátrico. 
Além de passar pelo processo natural de alterações em termos de fisiologia, o paciente 
geriátrico tem riscos aumentados de polifarmácia, interações medicamentosas e de eventos 
adversos. O acompanhamento do farmacêutico será importante para que a adesão ao tratamento 
ocorra e os riscos de eventos adversos declinem o máximo possível.

Continue navegando