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CURSO DE FARMÁCIA A Terapia do PrEP e PEP: Uma Abordagem Acadêmica Seguindo as Diretrizes do Ministério da Saúde do Brasil Natal-RN 2024 VINICIUS CAVALCANTE DE CARVALHO ADI MOURA DE OLIVEIRA HUGO SILVA DO NASCIMENTO IVONDOUGLAS RODRIGUES DA SILVA JADYELLEN NAIR SANTOS DO NASCIMENTO KALYNE AUGUSTO DE FRANÇA THAYRONE MORETE FREIRE DA SILVA ANNY KAROLINE DA SILVA Sumário 1- Introdução................................................................................................................................2 2 - Desenvolvimento.................................................................................................................... 2 2.1- Profilaxia Pré-Exposição (PrEP)........................................................................................... 2 2.2 - Profilaxia Pós-Exposição (PEP)...........................................................................................3 3 - Implementação e Impacto Na Saúde Pública......................................................................... 4 5 - Orientações Sobre o Uso Adequado de Preservativos...........................................................6 6 - Campanha Dezembro Vermelho: Conscientização e Prevenção do HIV/AIDS......................8 7 - Prevenção Combinada............................................................................................................9 9 - Referências Bibliográficas.....................................................................................................11 1- Introdução A abordagem preventiva da Terapia Pré-Exposição (PrEP) e Profilaxia Pós-Exposição (PEP) é fundamental na luta contra o HIV/AIDS, principalmente em grupos de maior vulnerabilidade (mulheres travestis e transexuais, homens gays e outros que têm relações sexuais com homens, profissionais do sexo, indivíduos encarcerados, usuários de substâncias). No Brasil, o Ministério da Saúde definiu diretrizes específicas para a aplicação desses tratamentos, com o objetivo de reduzir a propagação do HIV e melhorar a qualidade de vida das pessoas em situação de risco. Neste contexto, o presente artigo analisa as orientações do Ministério da Saúde do Brasil relacionadas à Terapia Pré-Exposição e Pós-Exposição, abordando sua eficácia, execução e impacto na saúde coletiva. 2 - Desenvolvimento 2.1- Profilaxia Pré-Exposição (PrEP) A PrEP envolve a administração de medicamentos antirretrovirais a pessoas sem HIV, mas que estão em alto risco de contraí-lo. No Brasil, a PrEP é indicada para populações-chave, como homens que fazem sexo com homens (HSH), profissionais do sexo, pessoas trans e casais sorodiscordantes. O Ministério da Saúde estabeleceu protocolos claros para a prescrição e acompanhamento da PrEP, incluindo testes de HIV e outras infecções sexualmente transmissíveis (ISTs) antes do início do tratamento. Imagem: Fábio Silva - Secretaria de Saúde de Contagem. 2 O uso diário do Fumarato de Tenofovir Desorpoxila1 associado a Entricitabina é a principal combinação utilizada na PrEP, com comprovada eficácia na redução do risco de infecção pelo HIV. A adesão rigorosa ao tratamento é fundamental para a eficácia da PrEP, e o Ministério da Saúde promove estratégias para garantir a adesão dos usuários, como aconselhamento regular e apoio psicossocial. 2.2 - Profilaxia Pós-Exposição (PEP) A PEP consiste na administração de medicamentos antirretrovirais após uma possível exposição ao HIV, com o objetivo de prevenir a infecção. No Brasil, a PEP é indicada em situações de exposição ocupacional, como acidentes com material biológico em profissionais de saúde, e em situações de exposição sexual, como relações desprotegidas com parceiros soropositivos ou de status desconhecido. Imagem: Raiza Milhomem. O Ministério da Saúde estabelece diretrizes claras para a prescrição da PEP, recomendando o início do tratamento o mais rápido possível após a exposição, idealmente dentro de até 72 horas. A combinação de tenofovir, lamivudina e dolutegravir é frequentemente utilizada na PEP devido à sua eficácia e tolerabilidade. Além da terapia medicamentosa, aconselhamento e acompanhamento médico são essenciais durante o período de tratamento. 3 - Implementação e Impacto Na Saúde Pública 1 O Fumarato de Tenofovir Desoproxila é indicado em combinação com outros agentes antirretrovirais para o tratamento de infecção por HIV-1 em adultos. 3 A implementação eficaz da Terapia do PrEP e PEP depende da colaboração entre profissionais de saúde, gestores de políticas públicas e organizações da sociedade civil. O Ministério da Saúde do Brasil promove a formação de profissionais de saúde para a correta prescrição e acompanhamento da PrEP e PEP, além de fornecer os medicamentos gratuitamente por meio do Sistema Único de Saúde (SUS). O impacto da Terapia do PrEP e PEP na saúde pública é significativo. Estudos demonstram que a PrEP pode reduzir o risco de infecção pelo HIV em mais de 90% quando usada consistentemente. Da mesma forma, a PEP tem se mostrado eficaz na prevenção da infecção após exposições de risco. A implementação dessas terapias contribui não apenas para a redução da incidência do HIV, mas também para a promoção da saúde sexual e reprodutiva e a redução do estigma associado ao vírus. 4 - Uso de Equipamentos de Proteção Individual (EPI) e Equipamentos de Proteção Coletiva (EPC) Durante O PrEP, PEP e Exames Médicos O uso adequado de Equipamentos de Proteção Individual (EPI) e Equipamentos de Proteção Coletiva (EPC) tem um papel fundamental na prevenção de riscos ocupacionais da segurança e saúde, especialmente durante os procedimentos de Prevenção Combinada PrEP ,PEP e exames médicos. Além disso, será discutido o papel do preservativo como medida adicional de proteção. O quanto é importante o uso de EPI e EPC durante o PrEP e PEP para minimizar os riscos de transmissão de infecções , o Ministério da Saúde do Brasil estabelece diretrizes claras para o uso de EPI e EPC durante procedimentos. Para profissionais de saúde, como farmacêuticos, médicos, enfermeiros e técnicos de laboratório, é essencial o uso de luvas, aventais, máscaras faciais e óculos de proteção. Esses EPIs visam proteger contra a exposição a fluidos corporais potencialmente contaminados, incluindo HIV, Hepatite B e Hepatite C. 4 Imagem: Marcos Sanches/Secom. Além disso, o uso de EPC, como recipientes de descarte de materiais perfurocortantes e soluções desinfetantes, é crucial para garantir um ambiente de trabalho seguro e reduzir o risco de acidentes envolvendo pessoas. A não conformidade com as diretrizes de uso de EPI e EPC durante o PrEP e PEP podem se resumir em sérias consequências para os profissionais de saúde. A exposição a fluidos corporais contaminados pode levar à infecção pelo HIV e outras doenças transmissíveis pelo sangue. Um dos riscos associados à não usar os EPI e EPC com os protocolos de segurança exigem também incluem a transmissão cruzada de infecções entre pacientes e profissionais, o que pode comprometer a qualidade do atendimento e aumentar os custos de tratamento. Imagem: Ilustrativa. Além do uso de EPI e EPC, o preservativo também entra como um grande papel de prevenção fundamental na prevenção de infecções sexualmente transmissíveis (ISTs), incluindo o HIV. Já o lubrificante íntimo é algo pouco discutido com relação ao painel de prevenção das ISTs, por que se tem a falsa ideia de que ele é algo “acessório”, que não é importante dentro de prevenção e um mero artefato durante a atividade sexual e na 5 verdade não é isso. A atividade sexual está associada ao atrito e pode provocar traumas na região genital e anal. Quando se usa lubrificante, você deixa a mucosa que está hidratada e lubrificada menos suscetível a esse tipo de complicação da atividade sexual. Você acaba diminuindo a penetração de alguns patógenos (agentes causadores de doenças) na mucosa genital e anal. Imagem: Valdo França - Governo do Tocantins. Para profissionais de saúde envolvidosem atividades de PrEP e PEP, é de extrema importância ressaltar o uso consistente e correto do preservativo, tanto para proteção pessoal quanto para prevenir a transmissão de infecções aos pacientes e parceiros sexuais 5 - Orientações Sobre o Uso Adequado de Preservativos O Preservativo Masculino ou camisinha é uma capa de borracha (látex) onde é um dos métodos mais conhecidos, se torna mais acessível e até mesmo bastante eficaz para prevenção do HIV e outras ISTs, como a Sífilis, a Gonorreia e também alguns tipos de Hepatites. Além disso, ele evita uma gravidez não planejada, onde apresenta taxa de 90-95% de eficácia na prevenção da transmissão de ISTs e gravidez. Para garantir a segurança, é importante que o preservativo seja de qualidade, e que não tenha ultrapassado o prazo de vencimento. Além disso, nunca deve utilizar vaselina ou outro tipo de óleo para lubrificação: prefira camisinhas que já contenham substâncias especiais para este fim, ou adquira lubrificantes especiais, à base de água. 6 Procedimentos de uso: A camisinha deve ser colocada quando o pênis estiver ereto, antes da penetração. Para tal, é necessário abrir a embalagem, delicadamente, com as mãos. Importante: Nunca utilizar tesoura, dentes ou outros métodos alternativos, uma vez que podem rasgar o preservativo, inutilizando-o. Após a retirada da embalagem, coloca-se a camisinha sobre o pênis, sem deixar que entre ar. Como medida de segurança, pressione ou dê uma leve torcida na ponta desta com uma mão; enquanto desenrola a camisinha com a outra mão. O preservativo deve cobrir todo o comprimento do pênis, até sua base. também é necessário evitar a entrada de ar enquanto desenrola a camisinha no pênis, já que isso propicia seu rompimento. Caso ocorra, deverá ser feita a substituição. Após a ejaculação, o preservativo deve ser retirado pela borda, com o pênis ainda ereto. Embrulhe-a em papel higiênico e descarte o material no lixo é sempre bom dar um nó na abertura da camisinha evita a possível contaminação do lixo, protegendo o ambiente e pessoas que poderão manuseá-lo. Além disso, a camisinha não deve ser jogada no vaso sanitário, pois poderá entupi-lo. Vale lembrar: ● Abrir a embalagem somente quando for utilizá-la. ● Não utilize mais de uma vez a mesma camisinha. ● Existem no mercado várias marcas de preservativos que contém espermicida, potencializando ainda mais o efeito contraceptivo desses. O preservativo masculino tem 98% de eficácia contraceptiva. 7 O Preservativo Feminino age de maneira semelhante ao preservativo masculino – a principal diferença é quem o usa. Enquanto o preservativo masculino é colocado envolvendo o pênis ereto, o preservativo feminino é colocado na vagina, onde cria uma barreira de poliuretano fina, mas lubrificada, que impede que os espermatozoides cheguem ao colo do útero. Ele também protege contra infecções sexualmente transmissíveis e não precisa de nenhum hormônio ou método anticoncepcional adicional para agir. Assim como todos os preservativos, você precisa usar um novo cada vez que tem relação sexual. Na extremidade fechada, o preservativo feminino possui um anel que o mantém no lugar dentro da vagina. Para colocar o preservativo, basta apertar o anel flexível e colocar o preservativo da mesma maneira que você colocaria um absorvente interno. Coloque-o para dentro o máximo que você conseguir. A extremidade fechada deve cobrir o colo do útero e a extremidade aberta deve ficar alguns centímetros para fora da sua vagina. Após a relação sexual, segure cuidadosamente a extremidade aberta, torça para fechá-la e remova com cuidado o preservativo sem deixar ocorrer nenhum respingo. Então, simplesmente jogue fora e certifique-se de usar um preservativo novo na próxima vez. A Camisinha Feminina é um dos melhores métodos contraceptivos não hormonais. 6 - Campanha Dezembro Vermelho: Conscientização e Prevenção do HIV/AIDS A Campanha Dezembro Vermelho foi instituída no Brasil pela Lei nº 13.504/2017 como forma de gerar mobilização nacional na luta contra o vírus HIV, a Aids e outras ISTs. A ação objetiva, ainda, chamar a atenção para a prevenção, a assistência e a proteção dos direitos das pessoas infectadas com o HIV. Constitui-se em um conjunto de atividades relacionadas ao enfrentamento ao HIV/Aids e às demais ISTs, em consonância com os 8 princípios do Sistema Único de Saúde (SUS), de modo integrado em toda a administração pública, com entidades da sociedade civil organizada e organismos internacionais. Imagem: Secretaria Municipal de Saúde - Prefeitura do Natal No Brasil, 92% das pessoas em tratamento já atingiram o estágio de estarem indetectáveis, ou seja, estado em que a pessoa não transmite o vírus e consegue manter a qualidade de vida sem manifestar os sintomas da Aids. Essa conquista se deve ao fortalecimento das ações do Ministério da Saúde para ampliar a oferta do melhor tratamento disponível para o HIV, com a incorporação de medicamentos de primeira linha para tratar os pacientes. Além disso, o SUS coloca à disposição da população as estratégias e tecnologias mais avançadas para a prevenção da infecção pelo vírus, como a PrEP) e a PEP; além de ampliar o acesso ao diagnóstico precoce e ações específicas para populações-chave para resposta ao HIV, como pessoas trans, gays, homens que fazem sexo com homens, trabalhadores do sexo, população privada de liberdade e usuários de álcool e outras substâncias. O movimento Dezembro Vermelho objetiva, ainda, conscientizar a todos a respeito das Infecções Sexualmente Transmissíveis, doenças causadas por vírus, bactérias ou outros microrganismos, transmitidas, principalmente, por meio do contato sexual (oral, vaginal, anal) sem o uso de preservativo masculino ou feminino, com uma pessoa que esteja infectada. 7 - Prevenção Combinada 9 A Mandala de Prevenção Combinada é uma estratégia abrangente adotada pelo Ministério da Saúde para reduzir o risco de infecção pelo HIV e outras doenças sexualmente transmissíveis (DSTs) através da combinação de diversas medidas preventivas. Essa abordagem reconhece que uma única estratégia pode não ser eficaz o suficiente para proteger completamente as pessoas, especialmente em populações de maior vulnerabilidade. A mandala integra diferentes métodos de prevenção em um quadro visual, representando as várias camadas de proteção que podem ser combinadas para reduzir o risco de infecção. Algumas das principais medidas preventivas incluídas na Mandala de Prevenção Combinada são: Preservativos: O uso correto e consistente de preservativos masculinos e femininos durante a atividade sexual é uma das formas mais eficazes de prevenir a transmissão do HIV e de outras DSTs. Testagem Regular: A realização de testes de HIV e outras DSTs regularmente permite o diagnóstico precoce e o acesso ao tratamento, reduzindo assim o risco de transmissão. Tratamento Antirretroviral (TAR): Para pessoas vivendo com HIV, o tratamento antirretroviral não só melhora sua saúde, mas também reduz significativamente a transmissão do vírus para outras pessoas. Profilaxia pré-exposição (PrEP): A PrEP envolve o uso de medicamentos antirretrovirais por pessoas HIV-negativas para reduzir o risco de infecção pelo HIV, especialmente em populações de alto risco. Profilaxia pós-exposição (PEP): A PEP envolve o uso de medicamentos antirretrovirais após uma potencial exposição ao HIV para reduzir o risco de infecção. É crucial iniciar o tratamento o mais rápido possível após a exposição. Redução de Danos: Essa estratégia visa minimizar os riscos associados ao comportamento de alto risco, fornecendo serviços como troca de seringas para usuários de drogas injetáveis e educação sobre práticas mais seguras. 10 Imagem: Ministério da Saúde A Mandala de Prevenção Combinada reconhece que cada pessoa tem necessidades e circunstâncias únicas, portanto, é importante que as intervenções sejam adaptadas de acordo com a situação individual. Além disso, ela promoveuma abordagem holística para a prevenção, combinando intervenções biomédicas, comportamentais e estruturais para alcançar os melhores resultados em termos de saúde pública. 8 - Conclusão A Terapia do PrEP e PEP representa uma abordagem inovadora e eficaz na prevenção do HIV/AIDS, alinhada com as diretrizes do Ministério da Saúde do Brasil. A implementação dessas terapias exige uma abordagem integrada que envolva educação, acesso a medicamentos e apoio psicossocial. Ao promover a utilização da PrEP e PEP, o Brasil avança na luta contra o HIV/AIDS e na promoção da saúde pública. 9 - Referências Bibliográficas Ministério da Saúde do Brasil. Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas para Profilaxia Pré-Exposição (PrEP) de Risco à Infecção pelo HIV em Adultos e Adolescentes. Brasília, 2020. Ministério da Saúde do Brasil. Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas para Profilaxia Pós-Exposição (PEP) de Risco à Infecção pelo HIV, Hepatites Virais e outras Infecções Sexualmente Transmissíveis. Brasília, 2018. 11 http://estruturaorganizacional.dados.gov.br/id/unidade-organizacional/26 Grinsztejn B, Hoagland B, Moreira RI, et al. Retenção à prevenção do HIV em pessoas trans que usam PrEP no Brasil. AIDS. 2019;33(12):1901-1908. Lei 13.504, de 7 de Novembro de 2017. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2017/lei/l13504.htm. Acesso em: 2 abr. 2024. Cardoso SW, Torres TS, Santini-Oliveira M, et al. HIV/AIDS pre-exposure prophylaxis implementation in Brazil: Lessons from Rio de Janeiro, São Paulo, and Recife. Clin Infect Dis. 2019;69(6):964-965. Prevenção Combinada - Governo Federal, 2024. Disponível: https://www.gov.br/aids/pt-br/assuntos/prevencao-combinada. Acesso em: 18 de abr. 2024. 12 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2017/lei/l13504.htm https://www.gov.br/aids/pt-br/assuntos/prevencao-combinada
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