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Endometriose afeta uma em cada dez mulheres no mundo diagnóstico pode levar até 8 anos para ser concl


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Endometriose afeta uma em cada dez mulheres no mundo;
diagnóstico pode levar até 8 anos para ser concluído
Uma em cada dez mulheres em todo o mundo sofre de endometriose, de acordo com uma
estimativa projetada pela OMS (Organização Mundial de Saúde). Essa doença se manifesta quando
células do tecido do endométrio, que reveste o útero, instalam-se fora da cavidade uterina, cobrindo
tecidos de outros órgãos. Isso provoca cólicas intensas durante a menstruação e, em casos mais
graves, pode tornar impossível que a mulher mantenha as atividades do dia a dia, deixando-a
momentaneamente incapacitada. 
A endometriose é uma doença crônica, de causa desconhecida e sem prevenção. Ela pode afetar a
fertilidade e aumentar os riscos de complicações na gestação, como aborto espontâneo, parto prematuro
e pré-eclâmpsia. Apesar de não ter cura, seus sintomas podem ser amenizados com medicamentos. Em
casos específicos, as lesões podem ser retiradas em cirurgias. Um acompanhamento médico adequado
é imprescindível para avaliar cada caso.
O que é a endometriose
A endometriose é considerada uma doença crônica porque tem longa duração e requer
acompanhamento contínuo ao longo da vida da paciente. 
A ciência médica ainda não esclareceu completamente o mecanismo pelo qual o endométrio surge fora
da cavidade uterina, e há várias teorias a respeito. Segundo Ricardo Pereira, cirurgião ginecológico
especialista em endometriose e cirurgia ginecológica minimamente invasiva do Hospital e Maternidade
https://www.who.int/news-room/fact-sheets/detail/endometriosis
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Santa Joana, as hipóteses mais discutidas são a Teoria Embrionária e a Teoria da Menstruação
Retrógrada. Nenhuma delas, no entanto, é conclusiva. 
Na Teoria Embrionária, a tese é de que as células do endométrio surgem fora da cavidade uterina
durante a formação do embrião, ou seja, antes do nascimento dessa mulher. Quando essa criança
atinge a puberdade, os hormônios femininos começam a ser secretados pelos ovários, o que ativaria
essas células, formando as lesões.
Na Teoria da Menstruação Retrógrada, o endométrio localizado na cavidade uterina migraria durante a
menstruação por meio das tubas uterinas, e se instalaria na cavidade pélvica, fazendo o percurso
contrário ao da menstruação usual. Segundo Pereira, cerca de 90% das lesões de endometriose estão
localizadas na pelve feminina e 10% na parte do abdome. 
Segundo Carolina Fernandes Giacometti, médica ginecologista do Hospital Israelita Albert Einstein, 40%
das mulheres com endometriose podem enfrentar alguma dificuldade para engravidar – ou seja,
demoram mais tempo para a concepção do que a média. Ela destaca que, apesar da demora, a maioria
engravida espontaneamente, segundo estudos mais recentes.
Sintomas da endometriose
O principal sintoma da endometriose é a dor intensa durante a menstruação, que é causada por um
processo inflamatório no local da lesão: as substâncias pró-inflamatórias ativam os nervos e liberam um
estímulo doloroso transmitido ao cérebro. A intensidade da dor, segundo Pereira, depende de inúmeros
fatores, como o local da lesão, o grau de inflamação, e as características das fibras nervosas que
transmitem e recebem os estímulos dolorosos.
A intensidade da dor pode variar de leve a grave, e há casos em que pode ser incapacitante, o que afeta
significativamente a qualidade de vida das mulheres. Além disso, ela pode se intensificar com o passar
dos anos.
Segundo a OMS, algumas pacientes também relatam dores durante as relações sexuais, distensão
abdominal, náusea, fadiga e, às vezes, depressão e ansiedade.
Para minimizar os sintomas, a ginecologista do Einstein recomenda exercícios físicos para ajudar a
diminuir o limiar de dor e melhorar o bem-estar geral da paciente. O tratamento é feito com
medicamentos e cirurgia (leia mais abaixo).
Pesquisas recentes apontam que o estresse e a ansiedade podem estar associados à endometriose
porque atuam no sistema imunológico e nos níveis hormonais. Embora não sejam causa direta da
doença, esses fatores podem piorar os sintomas e desencadear episódios de dor, conforme explica
Giacometti. 
Diagnóstico da endometriose
De acordo com o Ministério da Saúde, o primeiro passo para identificar a endometriose é o exame
ginecológico, com auxílio de exames laboratoriais complementares. Segundo Giacometti, exames de
imagem, como ultrassonografia com preparo intestinal e ressonância nuclear magnética do abdome e da
pelve, também podem contribuir para fechar o diagnóstico. 
https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/noticias/2022/marco/endometriose-uma-a-cada-10-mulheres-sofre-com-os-sintomas
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A doença pode se estabelecer de formas diversas da adolescência até os 30 anos. Raramente, uma
mulher desenvolve os primeiros sintomas da doença após esse período, de acordo com o cirurgião
ginecológico do Santa Joana.
Pereira cita que, na maioria das vezes, a endometriose é diagnosticada por volta dos 35 ou 40 anos. E
estudos sugerem que o tempo do início dos sintomas, até seu diagnóstico confirmado, pode ser de até 8
anos.
Por isso, a OMS faz um alerta: dor angustiante durante a menstruação não é normal. Então é sempre
importante buscar ajuda médica, assim como é fundamental que profissionais de saúde estejam atentos
aos sinais.
Tratamentos para endometriose
Os tratamentos disponíveis para endometriose incluem abordagens clínicas e cirúrgicas. A gravidade
dos sintomas, o local da doença, a idade da paciente e o desejo de engravidar são algumas das
considerações médicas para ponderar sobre uma ou outra abordagem.
No tratamento clínico, são usados analgésicos e hormônios (como a progesterona) para alívio dos
sintomas, mas eles não combatem as lesões. Por isso, o tratamento é contínuo, durante toda a idade
reprodutiva da mulher. E a tendência é que, com a menopausa, a doença regrida, já que acontece o fim
da produção hormonal feminina.
Em casos mais graves, a cirurgia pode ser recomendada. Na maioria das vezes, a operação retira todos
os focos da endometriose, o que melhora os sintomas e a qualidade de vida da paciente. Segundo
Pereira, as taxas de sucesso da cirurgia são de 60% a 80%. Porém, a intervenção não garante cura
definitiva. E de acordo com Giacometti, a endometriose pode ter recidiva após a operação em cerca de
20% a 40% dos casos.
Saiba mais
A química do bem-estar: conheça os hormônios na saúde da mulher e suas funções
[link da publicação]
O que é endometriose? Fique atenta aos sintomas mais comuns e saiba como tratar
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