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1 PROFª GIOVANNA GARIBALDI – INTERAÇÃO COMUNITÁRIA VI DANIELE BARBOSA DE MEDEIROS – GAMA XIV Saúde Da Mulher ATENÇÃO PRIMARIA A SAÚDE: Fundamental que a população reconheça que as UAPS que estão próximas a seu domicílio podem resolver grande parte de suas necessidades em saúde. Gestores e trabalhadores possuem a tarefa de organizar os serviços de modo que eles sejam, de fato, acessíveis e resolutivos às necessidades da população. A atenção primaria é capaz de resolver de 80 a 90% das demandas de saúde. As principais queixas que as mulheres apresentam nas unidades básicas de saúde são: PROBLEMAS RELACIONADOS À MENSTRUAÇÃO – SANGRAMENTO UTERINO ANORMAL, SANGRAMENTO AUMENTADO – CICLOS REGULARES, PORÉM AUMENTADOS OU INTENSOS As principais causas que estão relacionadas a esses ciclos regulares, mas que possuem um sangramento uterino anormal, aumentado são o sangramento o funcional, a miomatose uterina, adenomiose, DIU de cobre e coagulopatias. SANGRAMENTO FUNCIONAL – a causa dele é uma causa endometrial. Nesse sangramento funcional acontece um sangramento aumentado que é devido a um estimulo hormonal inadequado sobre o endométrio, geralmente relacionado a progesterona ou estrógeno, podendo ter um ou outro aumentado causando um desequilíbrio hormonal sobre o endométrio. Não existe lesão orgânica. Nos exames de imagem (USG) não apresenta alterações. Disfunção ovulatória mais frequente em mulheres acima de 45 anos e em adolescentes. Esses sangramentos anormais podem levar a uma anemia ferropriva, sendo necessário usar anti- inflamatórios não-esteroides, ácido tranexâmico, uso de anticoncepcional oral ou injetável, uso de DIU com liberação hormonal. 2 PROFª GIOVANNA GARIBALDI – INTERAÇÃO COMUNITÁRIA VI DANIELE BARBOSA DE MEDEIROS – GAMA XIV MIOMATOSE UTERINA – lesão orgânica que podem aparecer no endométrio (região da mucosa), no miométrio (parte muscular, mediana) e no perímetrio (membrana que separa o útero dos demais órgãos pélvicos). Miomas são tumores uterinos que nascem benignos e morrem benignos. O mioma aparece principalmente na camada média do útero, logo abaixo do endométrio, quando ele acontece nessa localização ele é chamado de mioma submucoso, geralmente formado por tecido conjuntivo, um tecido fibroso. Ele se forma devido a proliferação de células levando a formação de nódulos que podem causar dor pélvica e sangramentos. O diagnóstico se dá através do USG. Por poder causar sangramento essa paciente também pode evoluir para anemia ferropriva, e é necessário avaliar se existe a necessidade de um procedimento cirúrgico ou não, avaliar se a paciente quer ter filhos e considerar o tempo até a menopausa, visto que, se estiver próxima é necessário aguardar um pouco. Devido à queda do estrogênio os sintomas do mioma e o próprio mioma tendem a regredir. ADENOMIOSE – presença de glândulas endometriais no miométrio, o miométrio é invadido por partes do endométrio. Na endometriose o tecido endometrial está presente em outros locais como ovários, peritônio, intestino acaba alterando toda anatomia do sistema reprodutor feminino. E na adenomiose o endométrio vai estar presente apenas na camada muscular do útero. Obrigatoriamente ocorre no período fértil pois depende da presença do estrogênio e tende a desaparecer após a menopausa. Existem várias hipóteses para explicar a origem da adenomiose. A mais aceita é a de que o tecido endometrial infiltra a parede do útero, levando células que podem formar grupos de tecido endometrial e até nódulos, chamados adenomiomas. Assim, a camada basal do endométrio se projeta para o miométrio, aumentando essa região de transição entre endométrio-miométrio, conhecida como zona juncional. A adenomiose é mais frequente em mulheres com mais de 35 anos e que já engravidaram. Porém, algumas pacientes mais jovens e sem filhos sofrem com a doença, sendo mais comum naquelas submetidas a cirurgias no útero, como curetagem uterina. DIU DE COBRE – provocar uma alteração química que acaba danificando o esperma, ação espermicida impedindo a fecundação, diferente do DIU com hormônio. Ele altera a secreção do colo do útero, normalmente nos primeiros 3 meses após a inserção do DIU pode causar um sangramento devido a mudanças vasculares na região uterina com episódios de cólica. 3 PROFª GIOVANNA GARIBALDI – INTERAÇÃO COMUNITÁRIA VI DANIELE BARBOSA DE MEDEIROS – GAMA XIV Mulheres que usam o DIU precisam fazer acompanhamento pelo menos uma vez ao ano, o ideal é de 6 em 6 meses para ver se esse dispositivo não saiu do local. O manejo clinico também será através dos AINES. Caso o sangramento e as cólicas não passem pode ser indicado a remoção do DIU. COAGULOPATIAS – são distúrbios relacionados a coagulação, geralmente essas mulheres possuem um sangramento aumentado desde a adolescência. Se possui sangramento gengival, epistaxe, equimoses sem relação com traumas é necessário pedir coagulograma. Importante que essa paciente faça acompanhamento com o hematologista. PROBLEMAS RELACIONADOS À MENSTRUAÇÃO – SANGRAMENTO UTERINO IRREGULAR VOLUME DE SANGRAMENTO VARIÁVEL PRIMEIROS ANOS APÓS A MENARCA – sangramento irregular, tem momentos que o fluxo vai estar mais intenso e momentos que o fluxo estará diminuído, podendo apresentar irregularidade no ciclo menstrual também, frequentemente acompanhado por cólicas. Se não tiver vida sexual ativa usar o anticoncepcional por 3 a 6 meses para regular esse fluxo e ciclo, caso a adolescente tenha vida sexual ativa manter. CLIMATÉRIO – período que antecede a menopausa. Menopausa precisa de 12 meses sem menstruar. Ocorre alteração no fluxo e pode acontecer até a ausência da menstruação em alguns meses. É necessário atenção nos sintomas clínicos. SÍNDROME DOS OVÁRIOS POLICÍSTICOS (SOP) – pode ter fator genético e fator ambiental, micro cistos dentro dos ovários que causam ciclos menstruais irregulares Genéticos – diabetes mellitus e resistência insulínica Ambientais – dieta e a prática de atividade física Associado a obesidade e sedentarismo, associado a aparência de acne, hirsutismo. Muitas mulheres com SOP utilizam a metformina HIPOTIREOIDISMO – se a mulher não tem o diagnostico ou ele está descompensado pode causar irregularidade no ciclo e fluxo. Normalmente está associado ao um fluxo mais intenso, ciclos mais longos ou até mesmo ficar alguns períodos sem menstruação. Aumento da prolactina que interfere na liberação de outros hormônios. HIPERPROLACTINEMIA – excesso na produção da prolactina. A prolactina é produzida na hipófise anterior, a prolactina estimula a produção do leite, mas sozinha não estimula a saída do leite. Ela pode estar associada a galactorreia que é a produção de leite fora do período. Inibe a dopamina. Pode causar amenorreia. PROBLEMAS RELACIONADOS À MENSTRUAÇÃO – SANGRAMENTO UTERINO INTERMENSTRUAL SANGRAMENTO UTERINO NÃO ASSOCIADO À MENSTRUAÇÃO Não está associado a menstruação, aparece entre as menstruações. ANTICONCEPCIONAL ORAL COMBINADO – principalmente os que tem baixa dosagem hormonal e nos primeiros três meses de uso. Verificar se a paciente está tomando direito ou não. Pode ocorrer um escape de sangue fora do período da menstruação. Muito comum quando acontece a emenda das cartelas. 4 PROFª GIOVANNA GARIBALDI – INTERAÇÃO COMUNITÁRIA VI DANIELE BARBOSA DE MEDEIROS – GAMA XIV MEDROXIPROGESTERONA DE DEPÓSITO – anticoncepcional injetável, trimestral. Nos primeiros anos de uso pode haver um escape. Não é normal apresentar esses escapes. PATOLOGIAS CERVICAIS E ECTOPIA – padrão de sangramento pós coito. Na ectopia existe lesão no colo do útero, podendo ser fisiológica, uma ferida. Necessário a verificação se tem algum pólipo. Cervicites causadas principalmente gonorreia e infecção por clamídia não tratadas. PATOLOGIAS DO ENDOMÉTRIO: PÓLIPOS, HIPERPLASIA OU CA – pólipos normalmentebenignos, apresentam padrão de sangramento de escape e podem apresentar pós coito. DOENÇA INFLAMATÓRIA PÉLVICA (DIP) – é uma síndrome clínica causada por vários microrganismos, que ocorre devido à entrada de agentes infecciosos pela vagina em direção aos órgãos sexuais internos, atingindo útero, trompas e ovários e causando inflamações. Esse quadro acontece principalmente quando a gonorreia e a infecção por clamídia não são tratadas. Essa infecção pode ocorrer por meio de contato com as bactérias após a relação sexual desprotegida. A maioria dos casos se dá em mulheres que têm outra Infecção Sexualmente Transmissível (IST), como a cervicite, causada principalmente gonorreia e infecção por clamídia não tratadas. Entretanto, também pode ocorrer após algum procedimento médico local – como inserção de Dispositivo Intrauterino (DIU), biópsia na parte interna do útero ou curetagem. Na presença de qualquer sinal ou sintoma de DIP, recomenda-se procurar imediatamente um profissional de saúde para o diagnóstico correto e indicação do tratamento adequado. Em casos mais graves, é necessária a internação hospitalar para uso de antibiótico por via venosa. PROBLEMAS RELACIONADOS À MENSTRUAÇÃO – ATRASO MENSTRUAL E AMENORREIA AMENORREIA DEVIDO AO USO DE ANTICONCEPCIONAIS – o anticoncepcional principalmente o injetável pode causar amenorreia até depois do fim do uso da medicação, podendo chegar até um ano após interromper o uso do injetável. Nesses casos é importante é oferecer outro método contraceptivo para evitar uma gravidez indesejada. AMENORREIA HIPOTALÂMICA – relacionada ao comprometimento do eixo hipotálamo-hipofisário- gonodal, não está relacionada a nenhuma lesão orgânica, geralmente associada a estresse, excesso de atividade física, normalmente faz diagnostico diferencial com a síndrome de ovários policísticos. FALÊNCIA OVARIANA – diminuição do estrogênio está relacionada a essa falência, ocorre outros sinais associados. Quando isso acontece antes dos 40 anos é um sinal de menopausa precoce. NEOPLASIA DE OVÁRIO OU ADRENAL – inicio súbito da amenorreia, muito comum apresentar hirsutismo devido ao aumento dos andrógenos. Atentar a sinais sistêmicos como perda de peso. TUMOR NO SNC – prolactinoma, tumor benigno glandular que leva ao aumento da prolactina, o mecanismo aqui é diferente da hiperprolactinemia. Diagnóstico por tomografia e ressonância magnética FATOR UTERINO – causada por uma obstrução no trato genital, síndrome de Asherman, causa aderências que são chamadas de sinequias fibróticas, devido a obstrução do endométrio, relacionada a infertilidade, pode ser devido a procedimentos como parto cesárea, curetagem ou infecções. Indicado fazer histeroscopia e conhecer o histórico ginecológico dessa mulher. PROBLEMAS RELACIONADOS À MENSTRUAÇÃO – SINTOMAS PRÉ-MENSTRUAIS 5 PROFª GIOVANNA GARIBALDI – INTERAÇÃO COMUNITÁRIA VI DANIELE BARBOSA DE MEDEIROS – GAMA XIV SINTOMAS TÍPICOS AFETIVOS – depressão, momentos de explosão de raiva, fadiga, confusão, isolamento social, irritabilidade SINTOMAS TÍPICOS SOMÁTICOS – dor mamaria, distensão abdominal, cefaleia, edemas de extremidades. Intensidade dos sintomas e impacto deles sobre a vida da paciente; Expectativas da paciente em relação ao tratamento; Preocupações da paciente em relação à causa dos sintomas; Percepção da paciente em relação à menstruação LESÃO ANOGENITAL Através do exame físico é possível entender e observar, determinar qual a localização, qual tamanho, número de lesões, únicas ou múltiplas, distribuição, avaliar se existem sintomas associados, se a paciente tem sangramento, dor, quando que iniciou, se aumentou, o que melhora ou piora os sintomas. Caracterizar melhor a localização, o tamanho, o número de lesões e a distribuição. Avaliar sinais associados: eritema, edema, secreção, outras lesões associadas. Determinar localização, tamanho e distribuição. Caracterizar evolução da lesão Avaliar sintomas associados, prurido Se quadro sugestivo de doença hemorroidária, avaliar história de constipação. Se houver a presença de vesículas dolorosas tratar como herpes genital, se não for evidente de herpes tratar empiricamente como sífilis primaria e cancro mole, se tiver ulceras persistentes ou irresponsiva ao tratamento encaminhar a biopsia. CISTO E ABCESSO DE BARTHOLIN – quando o seu ducto é obstruído, forma-se um cisto que normalmente é assintomático, todavia esse cisto pode se complicar em abcesso, com dor intensa e limitante às atividades. Pode haver a necessidade de drenagem do abcesso podendo ser feito na APS, sendo necessário o uso de ATB e banhos de assento. A glândula de bartholin normalmente não é palpável, do tamanho de uma ervilha, fica no terço inferior dos grandes lábios e possui como função de secretar e muco e lubrificar a vagina. ÚLCERA GENITAL – considerar as principais causas de IST’s; coletar material para analise microscopia para identificar qual agente etiológico. VERRUGA ANOGENITAL – podem ser únicas ou múltiplas, restritas ou difusas, tamanhos variados; acontece de maneira mais frequente em pacientes jovens, se for após menopausa encaminhar para biopsia para descartar neoplasias. DERMATOSE ERITEMATOSA – considerar candidíase, dermatite de contato, psoríase; na presença da candidíase existe um corrimento branco pastoso e eritema. PRURIDO VULVAR OU ANAL SEM LESÃO – multifatorial (causas infecciosas, alérgicas, traumáticas, neoplásicas) HEMORRÓIDAS –existem fatores de risco como constipação, esforço para evacuar, gestação, podem ser internas ou externas. Internas não costumam ser dolorosas, geralmente se manifestam por sangramento ou prolapso e as externas é um nódulo palpável azulado doloroso. CORRIMENTO VAGINAL E CERVICITE MUCORRÉIA – aumento da secreção vaginal, pode estar associada a oscilação hormonal, ou seja, sem agente etiológico, ao exame especular não se visualizar sinais de inflamação. VAGINOSE CITOLÍTICA – as mulheres possuem no organismo lactobacilos protetores da região vaginal, quando acontece um aumento excessivo desses bacilos, pode levar esse quadro de vaginose, não está associada a IST’s. Prurido, queimação, dor as relações sexuais, desconforto urinário, corrimento branco abundante, tratamento com bicabornato para higiene para aumentar o PH. Pode ocorrer devido a alteração hormonal, diminuição de imunidade ou uso recente de ATBs CANDIDÍASE – causada por um fungo, não é transmissível. Secreção branca volumosa, prurido intenso, edema, hiperemia, dor durante a penetração. 6 PROFª GIOVANNA GARIBALDI – INTERAÇÃO COMUNITÁRIA VI DANIELE BARBOSA DE MEDEIROS – GAMA XIV VAGINOSE BACTERIANA – secreção vaginal com odor fétido principalmente após a relação sexual, tratamento feito com antibiótico. TRICOMONÍASE – corrimento vaginal amarelo- esverdeado fétido, causada por um protozoário. Considerada uma IST, sendo necessário tratar o parceiro! É uma infecção genital causada pelo protozoário Trichomonas Vaginalis. Sua transmissão ocorre por meio das relações sexuais ou contato íntimo com secreções de uma pessoa contaminada. Pode ser transmitida por mulher/homem e mulher/mulher. Em geral, afeta mais as mulheres. O Trichomonas vaginalis é um parasita que só infecta o ser humano; costuma viver na vagina ou na uretra, mas pode também ser encontrado em outras partes do sistema geniturinário. Esse protozoário causa micro lesões na parte interna da vagina e pode levar ao desenvolvimento de outras ISTs. GONORREIA – na maioria dos casos é assintomática, quando apresenta sintoma é um corrimento vaginal com dor nas relações podendo haver sangramento na coleta do exame físico. É uma infecção sexualmente transmissível (IST) causada pela bactéria Neisseria gonorrhoeae, popularmente chamada de gonococo. Ela também pode passar da mãe para o bebê durante o parto. CLAMÍDIA – dor na manipulação do colo uterino, secreção no orifício externo do colo, sangramento deescape e dor na relação sexual. É uma Infecção Sexualmente Transmissível (IST), que na maioria das vezes causa infecção nos órgãos genitais, mas pode afetar também a garganta e os olhos. Pode afetar homens e mulheres com vida sexual ativa PROBLEMAS NA MAMA MASTALGIA – dor na mama Dor mamária localizada geralmente é causada por uma massa, como cisto mamário ou uma infecção (p. ex., mastite, abscesso). É em formar de uma dor difusa bilateral, que pode ser causada por alterações fibrocísticas ou, menos comumente, mastite bilateral difusa. As causas mais comuns nessas mulheres são alterações hormonais que causam proliferação do tecido mamário (p. ex., fase lútea, início da gestação, mulheres em uso de estrogênio ou progesterona) A maioria dos cânceres de mama não causam dor. • Dor • Mudança no aspecto da mama, nódulos, linfadenomegalia axilar ou supraclavicular • Idade, histórico de amamentação, uso de medicação, trauma • História Ginecológica • Realizar exame clínico completo das mamas DESCARGA PAPILAR – é a saída de secreção pelo mamilo. Na maioria das vezes, ela está associada a lesões benignas das mamas, porém em alguns casos, deve ser investigada, pelo risco de associação com o câncer de mama A principal característica de que a descarga papilar (DP) deve ser investigada é o fato de ser espontânea, unilateral e persistente. A maioria das DP está associada com um quadro benigno. A DP de aspecto cristalino como água ou hemorrágica é de maior suspeição para malignidade. Um fator importante a considerar na DP espontânea é a idade da paciente. É fundamental, além do exame clínico das mamas, a realização de exames de imagem da mama antes de qualquer abordagem para a descarga papilar. • Secreção • Idade, alteração na mama ou na axila, uso de medicação, gestação corrente e passada, lactação 7 PROFª GIOVANNA GARIBALDI – INTERAÇÃO COMUNITÁRIA VI DANIELE BARBOSA DE MEDEIROS – GAMA XIV • Sintomas visuais, dores de cabeça, irregularidade menstrual ou amenorreia • História de trauma ou cirurgia • História Ginecológica • Realizar exame clínico completo das mamas DOR PÉLVICA Pode estar associada a duas causas, ginecológica e não ginecológica CAUSAS GINECOLÓGICAS: • DIP (gonorreia e/ou clamídia) • Dismenorreia • Torção/ ruptura cisto de ovário • Endometrite pós parto/ aborto • Endometriose • Aderências pélvicas CAUSAS NÃO GINECOLÓGICAS: • Apendicite • Infecção/ litíase urinária • Constipação intestinal e outras doenças intestinais • Síndrome do intestino irritável • Violência QUEIXAS URINARIAS Temos duas principais causas que são a incontinência urinaria e a infecção do trato urinário INCONTINÊNCIA URINARIA – IU DE ESFORÇO – mulher com perdas urinarias ao espirrar, tossir, subir escada, rir, levando a paciente se sentir mal, evitando até sair de casa, sendo necessário orientar restrição hídrica antes de dormir, esvaziamento frequente da bexiga para evitar essas perdas de forma constrangedora e avaliar a necessidade de fisioterapia para fortalecer o períneo. IU DE URGÊNCIA – associada a uma vontade súbita de urinar, como beber cerveja, avaliar a necessidade do uso de medicamento e fisioterapia IU MISTA – perda de urina involuntária associado a urgência e esforço o tratamento é associado ao sintoma e o tratamento é fisioterapia pélvica e medicamentos. Ao exame fisco é necessário avaliar e excluir doenças neurológicas, avaliar abdômen e pelve na busca de massas, analisar se a mulher teve partos normais. 8 PROFª GIOVANNA GARIBALDI – INTERAÇÃO COMUNITÁRIA VI DANIELE BARBOSA DE MEDEIROS – GAMA XIV PRÉ NATAL DE BAIXO RISCO • Acolhimento com escuta qualificada • Avaliação Global- Exame /Físico Geral e Específico • Educação em Saúde • Presença de Sinais de Alerta / Avaliação do risco Gestacional • Solicitação Exames/ Queixas • Preenchimento do Cartão da gestante/ Imunização • Suplementação de Ferro/ Avaliação Nutricional • Preparo para o Parto 9 PROFª GIOVANNA GARIBALDI – INTERAÇÃO COMUNITÁRIA VI DANIELE BARBOSA DE MEDEIROS – GAMA XIV 10 PROFª GIOVANNA GARIBALDI – INTERAÇÃO COMUNITÁRIA VI DANIELE BARBOSA DE MEDEIROS – GAMA XIV 11 PROFª GIOVANNA GARIBALDI – INTERAÇÃO COMUNITÁRIA VI DANIELE BARBOSA DE MEDEIROS – GAMA XIV PUERPÉRIO • Acolhimento com escuta qualificada • Avaliação estado mental • Avaliação Global • Exame Físico Geral / Específico • Avaliação das complicações • Aleitamento Materno/Cuidados com o RN O puerpério é dividido em três fases: puerpério imediato, tardio e remoto. Durante o período gestacional o corpo da mulher passa por diversas modificações, e o puerpério é o momento em que essas modificações vão regredir e voltar para o padrão antes da gestação. A glândula mamaria não vai retornar para o período pré - gravídico pois a lactação é recomendada por um período mais longo, lactação exclusiva por 6 meses e de forma complementada por mais 2 anos. Devido a isso temos essas divisões do puerpério. PUERPÉRIO IMEDIATO – primeiro ao decimo dia, momento que surge varias complicações, pode ocorrer hemorragias, infecções, e pode evoluir ao óbito. Hipertensão gestacional, hemorragia, infecção e abortamento são as principais causa de óbito materno. PUERPÉRIO TARDIO – decimo primeiro ao quadragésimo segundo dia, onde ocorre uma consulta com um especialista PUERPÉRIO REMOTO – a partir do quadragésimo terceiro dia, mantem a lactação. Na avaliação do útero após a gestação é preciso analisar a presença do globo de segurança de pinar, que é quando fazemos a palpação do útero e nota-se uma bolinha, útero contraído retornando para seu local inicial, é possível avaliar esse globo de segurança principalmente no pós parto imediato. Aproximadamente 12 horas do parto o útero já pode ser palpado acima da cicatriz umbilical, a partir do 3 dia após o parto o útero começa regredir 1cm a cada dia, então no 10 dia o útero já está no nível da 12 PROFª GIOVANNA GARIBALDI – INTERAÇÃO COMUNITÁRIA VI DANIELE BARBOSA DE MEDEIROS – GAMA XIV sínfise púbica não sendo possível realizar a palpação. Essa evolução uterina depende de fatores, como idade, atividade física, números de partos que a mulher já teve, quanto maior o numero de partos mais difícil é esse retorno. Os fatores que estão associados a dificuldade do retorno do útero é o polidrâmnio, visto que o útero irá distender mais, a outra opção é gestação múltipla que também distende o útero. Partos cesárea também dificultam a volta do útero. A mulher que não amamenta também possui dificuldade. No aleitamento materno existe a ocitocina, que ajuda a musculatura uterina contrair. AVALIAÇÃO DO ESTADO MENTAL – BABY BLUES – condição que acontece de uma forma precoce, do 3 a 4 dia pós parto, que seria uma angustia, tristeza, principalmente no final da tarde e a noite, é auto limitado possui uma duração de uma semana a dez dias não sendo necessário usar remédios nem tratamento, não influencia no cuidado da mãe com a criança. DEPRESSÃO PÓS PARTO – inicio mais tardio, duas a três semanas pós parto, tristeza mais profunda que influencia no cuidado da criança, ela perde o interesse no cuidado com a criança, uma condição mais seria que precisa de acompanhamento psicológico, rede de apoio e talvez medicações PSICOSE PUERPERAL – é a mais grave, normalmente tem um histórico familiar de doenças mentais, e no período pós parto mais ou menos no mesmo período da depressão pós parto ela desenvolve a psicose. Algumas mães alegam ouvir vozes, pessoas dando ordens para fazer determinadas coisas que podem gerar a morte do bebê. EXAME FÍSICO DA PUÉRPERA – Fazer uma avaliação completa, chegar no leito da puérpera e primeiro fazer uma avaliação do estado geral, analisando a aparência da mulher, tanto a parte física como emocional, realizar a ectoscopia, fazer avaliação sobre o vinculo dela com a criança. Começa avaliação de forma cefalo caudal, olhandoas mucosas, provavelmente vai estar hipocorada devido a perda de sangue no parto, avalia as mamas, fazendo a palpação a expressão para sair se o leite já desceu, no parto normal a descida do leite tende a ser de forma mais rápida, no parto cesárea pode demorar até 72 horas, faz avaliação do mamilo para analisar a amamentação, mamilos invertidos não impedem a amamentação. Depois de avaliar a mama, é necessário avaliar a involução uterina, realizar a palpação do fundo do útero. Nesse momento é importante avaliar se no momento da palpação uterina a mulher tiver um sangramento aumentado, visto que, é um sinal de alerta e pode ser que ela esteja passando por um processo de hemorragia. Não é obrigatória a medida uterina após o parto, normalmente usa-se a cicatriz umbilical como referência. Avaliar a cicatriz cirúrgica em casos de cesárea e epsio no caso de episiotomia. Avaliar também o sangramento pós-parto (lóquios), nos primeiros dias temos um loquios mais aumentado, principalmente no primeiro dia, no segundo dia a mulher já consegue conter com absorvente. É importante avaliar pesando as roupas de cama e compressas para ficar atenta a hemorragias. Avaliar edemas, lembrando que mulheres que desenvolvem alteração da pressão arterial durante a gestação durante o trabalho de parto e nessas primeiras 24h pós parto ter que tomar cuidado porque essa mulher pode evoluir para eclampsia, continuar usando sulfato de magnésio. Avaliação de sinais de trombose, esticar a perna e movimentar de dorso flexão do pé, se sentir dor na panturrilha é um sinal de trombose. CÂNCER DE COLO • História Natural • HPV, genética, imunidade, comportamento sexual • Rastreamento • Papanicolau • Sinais e Sintomas • Prevenção Primária • Prevenção secundária 13 PROFª GIOVANNA GARIBALDI – INTERAÇÃO COMUNITÁRIA VI DANIELE BARBOSA DE MEDEIROS – GAMA XIV A HISTÓRIA NATURAL DO CÂNCER DO COLO DO ÚTERO – lesões precursoras, assintomáticas, curáveis na quase totalidade dos casos quando tratadas adequadamente, conhecidas como NIC II/III, ou lesões de alto grau. A NIC I representa uma infecção transitória produzida pelo HPV e têm alta probabilidade de regredir, de tal forma que atualmente não é considerada como lesão precursora do câncer do colo do útero; outros fatores além da exposição ao HPV: genética, imunidade, comportamento sexual, idade (a maioria das infecções pelo HPV em mulheres <30anos, regride espontaneamente), tabagismo; RECOMENDAÇÕES DO RASTREAMENTO – no Brasil, o exame citopatológico deveria ser realizado em mulheres de 25 a 64 anos de idade, uma vez por ano e, após dois exames anuais consecutivos negativos, a cada três anos. É consenso que mulheres que nunca tiveram relação sexual não correm risco de câncer do colo do útero por não terem sido expostas ao fator de risco necessário para essa doença: a infecção persistente por tipos oncogênicos do HPV. O rastreamento antes dos 25 anos deve ser evitado a não ser que seja uma paciente que iniciou a vida sexual muito nova (14 anos). Após 64 anos com 2 exames negativos, liberada. CÉLULAS PRESENTES NA AMOSTRA – podem estar presentes células representativas dos epitélios do colo do útero: células escamosas, células glandulares (não inclui o epitélio endometrial), células metaplásicas. A presença de células metaplásicas ou células endocervicais, representativas da junção escamocolunar (JEC), tem sido considerada como indicador da qualidade da coleta, pelo fato de essa coleta buscar obter elementos celulares representativos do local onde se situa a quase totalidade dos cânceres do colo do útero. Estudo realizado no Brasil, entre 1992 e 1996, mostrou que a detecção de NIC foi cerca de dez vezes maior no grupo em que as células da JEC estavam representadas. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS – maioria assintomática, tem lesões precursoras, mas não tem sintomas; Em casos mais avançados: sangramento, dor pélvica, leucorreia; Ao exame especular: sangramento, tumefações, úlceras, necrose do colo do útero; Ao toque vaginal: alteração forma, tamanho, consistência, mobilidade do colo e alterações das estruturas subjacentes; PREVENÇÃO – Prevenção Primária – relacionada à redução do risco de contágio pelo HPV • Uso de preservativo; • Campanhas de Vacinação (tipos 16 e 18 – oncogênicos) Prevenção Secundária – relacionado ao diagnóstico precoce • Rastreamento Papanicolau – população assintomática, identificar lesões Prevenção Terciária- auxilia a reabilitação • Mantém acompanhamento clínico e controle da doença; Prevenção Quaternária- Evita ações potencialmente danosas • Atendimento individualizado 14 PROFª GIOVANNA GARIBALDI – INTERAÇÃO COMUNITÁRIA VI DANIELE BARBOSA DE MEDEIROS – GAMA XIV SITUAÇÕES ESPECIAIS – Gestantes: Gestantes tem o mesmo risco de não gestantes de apresentar câncer de colo ou seus precursores; JEC está exteriorizada na gestação; O PN deve ser considerado uma oportunidade para o rastreio; Pós-menopausa: Baixo risco para o desenvolvimento de câncer; Rastreamento seguindo orientações; Mulheres Histerectomiadas: Mulheres submetidas a HT por lesões benignas, sem história de diagnóstico ou tratamento de lesões de alto grau, podem ser excluídas do rastreamento; Em caso de histerectomia por lesão precursora deve ser acompanhada de acordo com a lesão tratada; Mulheres sem atividade sexual: Não há indicação; Imunossuprimidas: Exame citopatológico em intervalo semestral no 1º ano, se normais, manter seguimento anual; COLETA DE CITOPATOLÓGICO – Evitar o uso 48h antes, pois prejudica a qualidade da amostra: • Lubrificantes; • Espermicidas; • Medicamentos vaginais; • US endovaginal; • Ducha vaginal • Piscina, banheira Não realizar no período menstrual, esperar até o 5º dia após o término; No caso de sangramento vaginal anormal, o exame ginecológico é mandatório e a coleta, se indicada, pode ser realizada; Colposcopia – lesão alto grau / alguns tipos de atipias CÂNCER DE MAMA • Fatores de Risco • Rastreamento • Níveis de Prevenção • Sinais e Sintomas • Educação em saúde FATORES DE RISCO – • Idade (principalmente > 50 anos); • Menarca precoce; • Menopausa tardia; • Primeira gravidez após 30 anos; • Nuliparidade; • Exposição à radiação ionizante; • TRH (principalmente > 5 anos); • Obesidade; • Ingestão regular de álcool; • Sedentarismo; • Histórico familiar SINAIS E SINTOMAS – • Nódulo fixo, endurecido, irregular e, geralmente, indolor; • Pele da mama avermelhada, retraída ou parecida com “casca de laranja”; • Alterações do mamilo; • Presença de linfonodos axilares ou no pescoço; 15 PROFª GIOVANNA GARIBALDI – INTERAÇÃO COMUNITÁRIA VI DANIELE BARBOSA DE MEDEIROS – GAMA XIV • Descarga papilar, principalmente unilateral; RASTREAMENTO – • No Brasil, a estratégia para o rastreamento do câncer da mama é a mamografia a cada 2 anos, em mulheres entre 50 e 69 anos de idade; • O auto exame das mamas, muito estimulado no passado, NÃO provou ser benéfico para a detecção precoce de tumores e por trazer falsa segurança, dúvida e excesso de exames invasivos; Portanto, NÃO deve ser orientado para o reconhecimento de lesões, embora possa ser indicado para que a mulher conheça o próprio corpo; • O exame clínico das mamas deve ser realizado no caso de queixas mamárias, como parte da investigação; PREVENÇÃO – Prevenção Primária: age sobre os fatores de risco modificáveis • Estimula manutenção do peso; • Prática de atividade física; • Redução consumo do álcool e cessação do tabagismo; Prevenção Secundária: • Rastreamento Prevenção Terciária: reabilitação e reinserção na comunidade • Orienta cuidados e mantém acompanhamento e controle da doença Prevenção Quaternária: • Evitar ações com benefícios incertos e protege de ações potencialmente danosas; CLIMATÉRIO É o período de transição em que a mulher passa da fase reprodutiva para a fase de pós-menopausa. Dessa forma, a menopausa (última menstruação)é um fato que ocorre durante o climatério. No climatério há uma diminuição das funções ovarianas, fazendo com que os ciclos menstruais se tornem irregulares, até cessarem por completo. Estatisticamente, a menopausa ocorre, em média, aos 50 anos. O climatério tem início por volta dos 40 anos e se estende até os 65 anos. Algumas mulheres nesta fase podem sentir ondas de calor, acompanhadas de transpiração, tonturas e palpitações; suores noturnos prejudicando o sono; depressão ou irritabilidade; alterações nos órgãos sexuais, como coceira, secura da mucosa vaginal; distúrbios menstruais; diminuição da libido; desconforto durante as relações sexuais; diminuição do tamanho das mamas e perda da firmeza; diminuição da elasticidade da pele, principalmente da face e pescoço; aumento da gordura circulante no sangue; aumento da porosidade dos ossos tornando-os mais frágeis. Alterações mamárias — A histologia da mama após a menopausa é de progressiva involução de todos os tecidos componentes da glândula, exceto o adiposo. As mamas tendem a apresentar aumento da gordura ficando mais pesadas, flácidas e pêndulas. Obesidade — Decorrente das alterações metabólicas, há tendência à obesidade do tipo androide e aumento do IMC. Alterações dentárias — tendencia ao descolamento e a retração da gengiva, favorecendo as infecções e as cáries dentárias. 16 PROFª GIOVANNA GARIBALDI – INTERAÇÃO COMUNITÁRIA VI DANIELE BARBOSA DE MEDEIROS – GAMA XIV
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