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CARVALHO, L. V.; MOURA, M. L.24 Sob essas bases as práticas de ensino de Geografia se constituíram num problema para os (as) professores (as) que tinham em comum a neces- sidade de restabelecer a especificidade do conhecimento geográfico nos cur- rículos e programas escolares e superar a concepção de espaço linear, uno, uniforme e sem contradições e, por sua vez, a “velha” divisão entre Geografia Física e Geografia Humana. O desafio para educadores e professores que se ocupavam com a Geografia ensinada estava em reanimar a discussão sobre o quê ensinar, para que ensinar e como ensinar geografia e, como efeito, su- perar o formalismo lógico que aprisionou os conceitos geográficos em limites fixos, concêntricos, destituído de historicidade. Não é de se estranhar, por exemplo, a ênfase nas descrições das carac- terísticas ambientais e humanas que prevaleceram nos currículos escolares de Geografia, bem como a valorização das paisagens naturais dos países euro- peus em relação àquelas dos países economicamente dependentes. Não é de se estranhar também os transplantes dos “bosques europeus” e de grandes obras arquitetônicas para o território brasileiro, formatando um espaço “nacio- nal”, que se inspirava, respirava e consumia os valores culturais da Europa, sobretudo franceses, sempre sob a forma de consumidor de mercadorias. Nos dias atuais os desafios são mantidos e se complexizam ainda mais. A geografia, segundo os PCN (2008) Deve preparar o aluno para: localizar, compreender e atuar no mundo complexo, problematizar a realidade, formular proposições, reconhecer as dinâmicas existentes no espaço geográfico, pensar e atuar criticamente em sua realidade, tendo em vista a sua transformação (p. 43) Parte-se do pressuposto que a sociedade e a natureza são a base material que constrói e reconstrói o espaço geográfico nas diversas escalas (local, regional, nacional e mundial). Num contexto de mudanças no espaço- -tempo, de mudanças profundas no intercâmbio da pessoa humana com o mundo natural e social, essa perspectiva impõe abordagens metodológicas de ensinar, aprender e apreender o conhecimento sistematizado que articule tipos diversos de temas e conhecimentos, a começar pelo diálogo interdisci- plinar com a História. Síntese do capítulo Neste capítulo vimos que a Geografia como ciência emerge no final do século 19, período mercado pela consolidação da revolução industrial, dos estados nacionais e, como efeito, de uma nova expansão territorial dos espaços já co-
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