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Direito Civil: Das Pessoas Físicas

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SISTEMA DE ENSINO
DIREITO CIVIL
Das Pessoas Físicas
Livro Eletrônico
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Fabiana Borges
Das Pessoas Físicas
DIREITO CIVIL
Apresentação .................................................................................................................3
Das Pessoas Físicas .......................................................................................................8
1. Das Pessoas Físicas ou Naturais .................................................................................8
1.1. Do Momento da Aquisição da Personalidade .............................................................8
1.2. Dos Direitos da Personalidade .................................................................................9
1.3. Da Extinção da Personalidade ................................................................................25
2. Da Capacidade Civil...................................................................................................32
2.1. Das Incapacidades ..................................................................................................32
2.2. Incapacidade Relativa ............................................................................................33
Resumo ........................................................................................................................39
Questões de Concurso ..................................................................................................43
Gabarito ....................................................................................................................... 51
Gabarito Comentado .....................................................................................................52
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DIREITO CIVIL
ApresentAção
Olá, concurseiro(a), tudo bem com você? Espero que esteja ótimo(a) e animado(a) com a 
preparação para o concurso.
Inicio, hoje, o material referente ao direito civil, disciplina que em particular, tenho maior 
apreço.
As apostilas serão processadas paulatinamente, e até março de 2020 concluiremos todo 
material de civil. Estou me apegando aos mais recentes julgados do Superior Tribunal de 
Justiça, e aos mais modernos autores de direito civil, como por exemplo: Cristiano Chaves, 
Nelson Rosenvald, Flavio Tartuce, Luciano Figueiredo, Roberto Figueiredo, dentre outros. A di-
visão do conteúdo de direito civil está abaixo inserida no cronograma de aulas.
O cronograma de disponibilidade aulas será disposto da seguinte forma:
Professor: Fabiana Apare-
cida Ferreira Peres Borges
Disciplina: Direito Civil
NOME DA AULA CONTEÚDO DO EDITAL
Aula 1
Das pessoas físicas ou naturais: início e extinção. Personalidade jurí-
dica. Capacidade civil. Emancipação. Dos direitos da personalidade.
Aula 2 Das pessoas jurídicas: do domicílio.
Aula 3 Dos bens.
Aula 4 Fatos e atos jurídicos. Teoria geral dos negócios jurídicos.
Aula 5 Prescrição e decadência.
Aula 6
Dos atos ilícitos. Do abuso do direito. Da responsabilidade civil. Pres-
supostos. Conduta. Nexo causal. Dano. Dano material. Dano moral: 
espécies. Responsabilidade subjetiva. Responsabilidade objetiva. 
Cláusula geral de responsabilidade civil objetiva.
Aula 7
Do direito das obrigações. Das modalidades das obrigações. Da trans-
missão das obrigações.
Aula 8 Da extinção das obrigações. Do inadimplemento das obrigações.
Aula 9
Dos contratos. Teoria geral dos contratos. Noção de contrato. Elemen-
tos dos contratos. Princípios contratuais.
Aula 10
Contratos em Espécie. Compra e Venda. Locação. Doação. Mandato. 
Transporte.
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DIREITO CIVIL
Aula 11
Do direito das coisas. Da posse. Posse e detenção. Classificação da 
posse. Composse. Aquisição, sucessão e perda da posse. Aquisição e 
perda da propriedade. Dos direitos de vizinhança; do condomínio.
Aula 12 Do direito real de servidão. Do usufruto. Do uso. Da habitação.
Aula 13 Do direito de família. Do casamento. Das relações de parentesco.
Aula 14 Do regime de bens entre os cônjuges.
Aula 15
Do usufruto e da administração dos bens de filhos menores. Dos ali-
mentos. Do bem de família. Da união estável. Das relações homoafeti-
vas e seus efeitos jurídicos. Da tutela e da curatela.
Aula 16
Do direito das sucessões. Da sucessão em geral. Sucessão legítima. 
Sucessão testamentária.
Aula 17 Do inventário e da partilha.
A intenção do curso é fechar todas as possíveis lacunas das matérias tratadas, e, portan-
to, as aulas serão divididas da seguinte forma:
• Parte teórica: as aulas serão escritas para que você, neste momento, se preocupe tão 
somente em entender os conceitos apresentados. Ao final os principais tópicos abor-
dados serão reunidos em forma de RESUMO, que será essencial para solidificar tudo o 
que fora aprendido;
• Toda disciplina abordada está, no Código Civil Brasileiro, e conforme abordagem de te-
mas específicos, serão inseridos os artigos correspondentes, no decorrer da aula escri-
ta. Ademais, além da lei em si, serão colocados também entendimentos dos Tribunais, 
jurisprudências e doutrinas.
Suporte
A dúvida surgirá quando sua mente estiver procurando aprender e assimilar a matéria. 
Momento este, em que sua dúvida precisa ser sanada, sem deixar cair no esquecimento. Mo-
tivo pelo qual estarei à disposição para quando a dúvida surgir anote tudo e me envie.
Dúvida sanada, aprendizado consolidado.
Sou Fabiana Borges, formada e pós-graduada pela Universidade de Franca – interior do 
Estado de São Paulo, em Direito. Advogo na área civil, criança e adolescente e também em 
questões envolvendo idosos. Ademais leciono há mais de 10 anos nas mesmas áreas e ou-
tras mais.
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O estudar para concurso é solitário, contudo, o  resultado supera privação de sono, de 
tempo com a família, de passeios etc. Estando no meio acadêmico nesses anos todos, nunca 
ouvi de aluno que estivesse arrependido de estudar, muito pelo contrário, arrependem-se pelo 
tempo desperdiçado. Os alunos que logram êxito nas carreiras jurídicas, durante o curso de 
direito, ou logo após a formação são extremamente agradecidos pelo tempo investido com o 
estudo.
Portanto, é  imperioso, que nesse momento você de fato se dedique aos estudos, com 
muita disciplina e força de vontade. Essa é a hora, vamos pra cima. Conte comigo, tanto na 
torcida como em relação a qualquer eventual dúvida sobre o conteúdo. Estou junto de você!
Código Civil Brasileiro
Penso que para iniciar qualquer estudo, é preciso, ainda que de forma muito sucinta, co-
nhecer a origem deste conteúdo e sua breve evolução até chegar aos dias hodiernos. Como 
aprendemos nos bancos da escola, o Brasil fora “descoberto” no ano de 1500, por Pedro Alva-
res Cabral. Neste contexto havia no espaço geográfico brasileiro os índios e os estrangeirosque se achegavam.
No ano de 1822, em 07 de setembro, o  Brasil tornou-se independente de Portugal, mo-
mento em que não tínhamos leis brasileiras civis para regência da pequena sociedade que 
acabara de tornar-se independente.
De modo, que vale registrar que as legislações que vigoraram no Brasil e que também 
influenciaram, quando da elaboração as Leis Brasileiras, especificamente no direito civil, 
são elas:
• Ano de 1446  Ordenações Afonsinas;
• Ano de 1521  Ordenações Manuelinas;
• Ano de 1603  Ordenações Filipinas;
• Ano de 1916  Código Civil brasileiro;
• Ano de 2003  Código Civil Brasileiro.
O Brasil teve também influência do BGB – Código Alemão, e do Código Napoleônico (Fran-
ça).
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DIREITO CIVIL
O direito civil, em sua evolução mudou de paradigma. Nesta apertadíssima síntese, o Có-
digo Civil de 1916 tinha um cunho protecionista ao patrimônio, contudo com a evolução da 
sociedade, mudança de constituições federais no decorrer dos anos, o Código Civil de 2003, 
surgiu com um olhar voltado à pessoa, especialmente em razão da Constituição Federal de 
1988, que tem como fundamento a dignidade da pessoa humana. É dito, direito civil consti-
tucionalizado.
Princípios
Princípio é o alicerce da norma. Há uma definição de Frederico Fernandes dos Santos1, 
que em particular gosto muito:
Princípios são os alicerces da norma, são o seu fundamento em essência, são o refúgio em que a 
norma encontra sustentação para racionalizar a sua legitimação, são a base de onde se extrai o 
norte a ser seguido por um ordenamento, seja em sentido lato – como é possível observar-se de 
princípios constitucionais, no caso do princípio da legalidade, por exemplo – em que todos devem 
obediência à lei (não só os indivíduos, mas também o Estado), seja em ramos específicos do direito 
[...].
Para falar de direito civil é IMPERIOSO que aprendamos bem o princípio que, hoje, o rege, 
são eles; ETICIDADE, OPERABILIDADE e SOCIALIDADE. Vejamos de forma individualizada 
cada um dos princípios.
O PRINCÍPIO DA ETICIDADE consiste em direcionar a conduta humana a partir de probi-
dade, de lealdade, em fazer o certo sempre, independente das circunstâncias. É a análise do 
comportamento externo, independente do agente anímico. Deste princípio deriva o princí-
pio da boa-fé objetiva, que está inserido em diversos momentos do Código Civil2, como por 
exemplo, o artigo Art. 422: “Os contratantes são obrigados a guardar, assim na conclusão do 
contrato, como em sua execução, os princípios de probidade e boa-fé”, isso no que toca as 
relações de cunho patrimonial. Agora nas relações existenciais o princípio da eticidade se 
manifesta por meio da socioafetividade, que será abordado em direito de família.
1 Disponível em: https://jus.com.br/artigos/45194/o-que-sao-principios-suas-fases-distincoes-e-juridici-
dade
> Acesso em 20 Nov 2019
2 Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/2002/L10406.htm
> Acesso em 16 Nov 2019
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O enunciado 26 da I Jornada de Direito Civil3 estabelece: “A cláusula geral contida no 
art. 422 do novo Código Civil impõe ao juiz interpretar e, quando necessário, suprir e corrigir o 
contrato segundo a boa-fé objetiva, entendida como a exigência de comportamento leal dos 
contratantes”.
O PRINCÍPIO DA OPERABILIDADE se traduz na ideia de que a norma deve ser operável, de 
maior acesso as pessoas, para se utilizem efetivamente de tal direito, tem-se, por exemplo, 
o artigo 5º, XXXV, da Constituição Federal de 1988: “a lei não excluirá da apreciação do Poder 
Judiciário lesão ou ameaça a direito”.
E por sua vez, o PRINCÍPIO DA SOCIALIDADE, que consiste na quebra do paradigma libe-
ral-individual e ascensão do transindividual, justamente da transmutação da visão individu-
alista inserida no Código de 1916 para a solidária a partir da codificação de 2002, a exemplo 
cita-se o artigo 421 do Código Civil; “A liberdade contratual será exercida nos limites da fun-
ção social do contrato”.
3 Disponível em: <https://www.cjf.jus.br/enunciados/pesquisa/resultado> Acesso em 16 Nov 2019
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DAS PESSOAS FÍSICAS
1. DAs pessoAs FísicAs ou nAturAis
Entender sobre pessoa física é necessário compreender o conceito de personalidade jurí-
dica, que é aptidão genérica para ser titular de direitos e contrair deveres.
Para o direito civil brasileiro pessoa física ou natural, de forma muito simplista é aquela 
nascida de mulher, independente da forma física que nasça, ou se é concebido por método 
natural de gestação ou inseminação artificial.
O Código civil não conceitua pessoa, apenas afirma que: “Toda pessoa é capaz de direitos 
e deveres na ordem civil”.
A pessoa pode ser física (natural) ou jurídica. Neste primeiro momento estudaremos so-
mente sobre pessoa física. Portanto:
1.1. Do MoMento DA Aquisição DA personAliDADe
Para saber o momento da aquisição da personalidade da pessoa natural, é  necessário 
leitura e interpretação do art. 2º do Código Civil: “A personalidade civil da pessoa começa do 
nascimento com vida; mas a lei põe a salvo, desde a concepção, os direitos do nascituro”. 
Deste artigo surgem duas correntes doutrinárias quanto ao momento da aquisição da perso-
nalidade, a predominante, denominada natalista e a concepcionista. Há outras correntes, mas 
prefiro me ater a estas duas.
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A teoria natalista, defendida por autores como Arnoldo Wald, Silvio Rodrigues e Vicente 
Raos, dentre outros, e se apoia na primeira parte do artigo 2º do Código Civil: “a personali-
dade civil da pessoa começa do nascimento com vida; assim tem-se como pessoa, ou seja, 
a aquisição da personalidade, a partir do momento em que inicia o funcionamento do apare-
lho cardiorrespiratório, assim se a pessoa nasce (com vida), RESPIRA, e mesmo que venha a 
óbito em instantes depois, pode-se afirmar que esta pessoa adquiriu personalidade jurídica e 
é portanto, sujeito de direitos e deveres na esfera civil.
Havendo dúvidas quanto ao nascer com dúvida, o nascituro pode ser submetido ao exame 
de docimasia hidrostática de Galeno, consiste em estabelecer que se os pulmões respiraram 
têm a sua densidade diminuída, pela penetração do ar e expansão dos espaços aéreos. A pro-
va consiste em mergulhar o tórax e os pulmões em frascos com vidros, em 4 etapas distintas, 
para que se possam retirar conclusões válidas. Em resultadopositivo, os pulmões flutuam em 
uma das quatro etapas, exame que certifica do nascimento ou não com vida, portanto aquisi-
ção ou não da personalidade.
A teoria concepcionista, originária do direito francês, defendida por autores como Maria 
Helena Diniz, Silmara Chinelato e Clóvis Bevilacqua, esta por sua vez se apoia na segunda 
parte do artigo 2º do Código Civil, ou seja, mas a lei põe a salvo, desde a concepção, os direi-
tos do nascituro”.
Embasada na teoria concepcionista, o legislador criou diversas hipóteses legais de tutela 
dos direitos do nascituro, como por exemplo: Alimentos gravídicos, direitos da personalidade 
como direito a vida, integridade intelectual (classificação tripartida) e moral, pode receber 
doação, dentre outros.
1.2. Dos Direitos DA personAliDADe
O início desse tópico exige a releitura do artigo 1º, III da Constituição Federal de 1988, que 
é cláusula geral de tutela:
A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do 
Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e TEM COMO FUNDAMENTOS:
III – A DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA;
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Assim, o reconhecimento da dignidade da pessoa humana impõe interpretação e aplica-
ção das normas a assegurar a vida humana de forma integral e prioritária diante de qualquer 
outro valor.
O mundo passou por diversas guerras, a  exemplos a, a  primeira e a segunda mundial, 
e  pessoas foram submetidas a grandes massacres físicos e emocionais, portanto, alçar a 
dignidade da pessoa humana como fundamento da República é conquista sem precedentes.
O conteúdo da pessoa é sua PERSONALIDADE, que é atributo a qualquer pessoa: natural 
ou física.
Os direitos da personalidade estão descritos, em rol exemplificativo no Código Civil, do 
artigo 11 ao 21. O enunciado 274 da IV Jornada de Direito Civil estabelece:
Os direitos da personalidade, regulados de maneira não exaustiva pelo Código Civil, são expressões 
da cláusula geral de tutela da pessoa humana, contida no art. 1º, inc. III, da Constituição (princípio 
da dignidade da pessoa humana). Em caso de colisão entre eles, como nenhum pode sobrelevar os 
demais, deve-se aplicar a técnica da ponderação.
Os direitos da personalidade não podem sofrer limitação voluntária. O enunciado 4, Jor-
nada de Direito Civil estabelece: “O exercício dos direitos da personalidade pode sofrer limita-
ção voluntária, DESDE QUE não seja permanente nem geral”.
A ideia do enunciado se traduz na admissibilidade voluntária de limitação voluntária a 
direito da personalidade, desde que não seja em caráter absoluto ou genérico, pode dispor de 
formar transitória e em situações específicas.
Os direitos da personalidade têm as seguintes características:
• Indisponibilidade relativa: tal característica está expressa no artigo 11 do Código Civil: 
“Com exceção dos casos previstos em lei, os direitos da personalidade são intransmis-
síveis e irrenunciáveis, [...]”,
• Caráter absoluto: e consiste na oponibilidade contra todos, ou que é dito também, opo-
nibilidade “erga omnes”, todos devem respeitá-lo;
• Imprescritibilidade: sobre os direitos da personalidade não incide prazo extintivo para 
que estes sejam exercidos (pretensão de garantir exercício do direito), todavia, deve-se 
lembrar que a pretensão indenizatória referente a dano a personalidade está sujeita a 
prazo prescricional, nos termos do artigo 206 do Código Civil. Prescreve:
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§ 3º Em três anos:
V – a pretensão de reparação civil;
• Extrapatrimonialidade: os direitos da personalidade são valores existenciais, razão pela 
qual não são suscetíveis de aferição monetária, de valor patrimonial, ainda que even-
tual lesão possa produzir consequências monetárias, contudo quando há violação aos 
valores da personalidade, independente do prejuízo material, é possível que o dano seja 
reparado na esfera moral;
• Vitaliciedade: o no artigo 11 do Código Civil prevê a intransmissibilidade dos direitos da 
personalidade: “Com exceção dos casos previstos em lei, os direitos da personalidade 
são intransmissíveis [...]”, de modo que se extinguem naturalmente com a morte do 
titular, todavia vale relembra o disposto no artigo 12, do Código Civil:
Art. 12. Pode-se exigir que cesse a ameaça, ou a lesão, a direito da personalidade, e reclamar per-
das e danos, sem prejuízo de outras sanções previstas em lei.
Parágrafo único. EM SE TRATANDO DE MORTO, terá legitimação para requerer a medida prevista 
neste artigo o cônjuge sobrevivente, ou qualquer parente em linha reta, ou colateral até o quar-
to grau.
Todavia, o parágrafo único permite que os reflexos patrimoniais derivados de violação aos 
direitos da personalidade sejam transmitidos ao espólio.
1.1.1. Direito a Integridade Física
A proteção prevista no artigo 13 do Código Civil refere-se à proteção jurídica do corpo 
humano, seja o corpo vivo ou morto, bem como suas partes, tratando-as de forma individu-
alizada.
Art. 13. Salvo por exigência médica, é defeso o ato de disposição do próprio corpo, quando importar 
diminuição permanente da integridade física, ou contrariar os bons costumes.
O Código Civil excepciona permitindo a disposição para efeitos de transplantes, contudo 
há lei específica que rege a temática, a Lei 9434/97. Note o parágrafo único:
Parágrafo único. O ato previsto neste artigo será admitido para fins de transplante, na forma esta-
belecida em lei especial.
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Especialmente sobre a proteção quanto ao corpo morto, preconiza o artigo 14 do Código 
Civil:
É válida, com objetivo científico, ou altruístico, a disposição gratuita do próprio corpo, no todo ou 
em parte, para depois da morte.
Como se trata de uma liberalidade, em todo tempo cabe revogação sobre a disposição do 
corpo para depois da morte, veja o parágrafo único:
Parágrafo único. O ato de disposição pode ser livremente revogado a qualquer tempo.
Nesta trilha o Enunciado 277 da IV Jornada de Direito Civil estabelece:
O art. 14 do Código Civil, ao afirmar a validade da disposição gratuita do próprio corpo, 
com objetivo científico ou altruístico, para depois da morte, determinou que a manifes-
tação expressa do doador de órgãos em vida prevalece sobre a vontade dos familiares, 
portanto, a aplicação do art. 4º da Lei n. 9.434/97 ficou restrita à hipótese de silêncio do 
potencial doador.
Destarte, ainda que a vontade da família seja contrária ao de cujus sobre a disposição do 
corpo, deve prevalecer a vontade do morto.
O Superior Tribunal de Justiça4, no RE no. 1.693.718/RJ, decidiu:
RECURSO ESPECIAL. AÇÃO ORDINÁRIA. 1. DISCUSSÃO TRAVADA ENTRE IRMÃS PATER-
NAS ACERCA DA DESTINAÇÃO DO CORPO DO GENITOR. ENQUANTO A RECORRENTE 
AFIRMA QUE O DESEJO DE SEU PAI, MANIFESTADO EM VIDA, ERAO DE SER CRIOPRE-
SERVADO, AS RECORRIDAS SUSTENTAM QUE ELE DEVE SER SEPULTADO NA FORMA 
TRADICIONAL (ENTERRO). 2. CRIOGENIA. TÉCNICA DE CONGELAMENTO DO CORPO 
HUMANO MORTO, COM O INTUITO DE REANIMAÇÃO FUTURA. 3. AUSÊNCIA DE PREVI-
SÃO LEGAL SOBRE O PROCEDIMENTO DA CRIOGENIA. LACUNA NORMATIVA. NECES-
SIDADE DE INTEGRAÇÃO DA NORMA POR MEIO DA ANALOGIA (LINDB, ART. 4º). ORDE-
NAMENTO JURÍDICO PÁTRIO QUE, ALÉM DE PROTEGER AS DISPOSIÇÕES DE ÚLTIMA 
4 Disponível em:<https://ww2.stj.jus.br/processo/pesquisa/?src=1.1.2&aplicacao=processos.ea&tipoPesquisa=tipoPes-
quisaGenerica&num_registro=201702096423> Acesso em 20 Nov 2019
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VONTADE DO INDIVÍDUO, COMO DECORRÊNCIA DO DIREITO AO CADÁVER, CONTEMPLA 
DIVERSAS NORMAS LEGAIS QUE TRATAM DE FORMAS DISTINTAS DE DESTINAÇÃO DO 
CORPO HUMANO EM RELAÇÃO À TRADICIONAL REGRA DO SEPULTAMENTO. NORMAS 
CORRELATAS QUE NÃO EXIGEM FORMA ESPECÍFICA PARA VIABILIZAR A DESTINAÇÃO 
DO CORPO HUMANO APÓS A MORTE, BASTANDO A ANTERIOR MANIFESTAÇÃO DE VON-
TADE DO INDIVÍDUO. POSSIBILIDADE DE COMPROVAÇÃO DA VONTADE POR QUALQUER 
MEIO DE PROVA IDÔNEO. LEGITIMIDADE DOS FAMILIARES MAIS PRÓXIMOS A ATUA-
REM NOS CASOS ENVOLVENDO A TUTELA DE DIREITOS DA PERSONALIDADE DO INDI-
VÍDUO POST MORTEM. 4. CASO CONCRETO: RECORRENTE QUE CONVIVEU E COABITOU 
COM SEU GENITOR POR MAIS DE 30 (TRINTA) ANOS, SENDO A MAIOR PARTE DO TEMPO 
EM CIDADE BEM DISTANTE DA QUE RESIDEM SUAS IRMÃS (RECORRIDAS), ALÉM DE 
POSSUIR PROCURAÇÃO PÚBLICA LAVRADA POR SEU PAI, OUTORGANDO-LHE AMPLOS, 
GERAIS E IRRESTRITOS PODERES. CIRCUNSTÂNCIAS FÁTICAS QUE PERMITEM CON-
CLUIR QUE A SUA MANIFESTAÇÃO É A QUE MELHOR TRADUZ A REAL VONTADE DO DE 
CUJUS. 5. CORPO DO GENITOR DAS PARTES QUE JÁ SE ENCONTRA SUBMETIDO AO 
PROCEDIMENTO DA CRIOGENIA HÁ QUASE 7 (SETE) ANOS. SITUAÇÃO JURÍDICA CON-
SOLIDADA NO TEMPO. POSTULADO DA RAZOABILIDADE. OBSERVÂNCIA. 6. RECURSO 
PROVIDO.
Quanto à sujeição da pessoa a qualquer espécie de tratamento, prevê o artigo 15 do Có-
digo Civil: “Ninguém pode ser constrangido a submeter-se, com risco de vida, a  tratamento 
médico ou a intervenção cirúrgica”.
O Supremo Tribunal Federal5, no ano de 2017 por meio de Recurso Extraordinário (RE) 
979741, que incidiu efeito erga omnes, ou seja, repercussão geral sob a seguinte decisão:
Ementa: DIREITO CONSTITUCIONAL E SANITÁRIO. RECURSO EXTRAORDINÁRIO. DIREITO 
À SAÚDE. CUSTEIO PELO ESTADO DE TRATAMENTO MÉDICO DIFERENCIADO EM RAZÃO 
DE CONVICÇÃO RELIGIOSA. REPERCUSSÃO GERAL.1. A decisão recorrida condenou a 
União, o  Estado do Amazonas e o Município de Manaus ao custeio de procedimento 
cirúrgico indisponível na rede pública, em razão de a convicção religiosa do paciente 
5 Disponível em: < https://jus.com.br/artigos/66065/direito-fundamental-a-recusa-de-transfusao-sanguinea-
-um-estudo-comparado
> Acesso em 18 Nov 2019
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proibir transfusão de sangue.2. Constitui questão constitucional relevante definir se o 
exercício de liberdade religiosa pode justificar o custeio de tratamento de saúde pelo 
Estado.3. Repercussão geral reconhecida. Decisão: O Tribunal, por unanimidade, repu-
tou constitucional a questão. O Tribunal, por unanimidade, reconheceu a existência de 
repercussão geral da questão constitucional suscitada”.
1.1.2. Nome
O nome é um dos atributos da personalidade, Cristiano Chaves de Farias e Nelson Ro-
senvald6 definem: “nome civil é o sinal exterior pelo qual são reconhecidas e designadas as 
pessoas no seio familiar e social”. O Código Civil em seu artigo 16 preconiza: “Toda pessoa 
tem direito ao nome, nele compreendidos o prenome e o sobrenome”.
O nome civil tem os seguintes componentes:
• Nome = prenome + sobrenome, portanto o nome significa a inteireza, a exemplo:
Nome: Fabiana Borges
Prenome: Fabiana
Sobrenome: Borges
• Prenome: é o primeiro elemento, servindo para designação individual, pode ser simples 
(Ana) ou composto (Ana Maria);
• Sobrenome: O sobrenome é identificação da origem familiar, também pode ser denomi-
nado patronímico, apelido de família;
• Agnome: é sinal acrescido ao nome para distinção de pessoas na mesma família, como 
por exemplo: júnior, neto, filho;
• Títulos nobiliárquicos: barão, duque, conde, visconde, marquês, príncipe.
Em razão de sua natureza personalíssima, o nome carrega além das características gerais 
referentes aos direitos da personalidade, as seguintes características:
6 FARIAS. Cristiano Chaves de. ROSENVALD. Nelson. Curso de Direito Civil: Parte Geral e LINDB. Salvador: Editora Juspo-
divm, 2018, p. 313.
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DIREITO CIVIL
• Obrigatoriedade: a Lei de Registros Públicos, a n. 6.015/1973 determina em seu artigo 
50: “todo nascimento que ocorrer no território nacional deverá ser dado a registro, no 
lugar em que tiver ocorrido o parto ou no lugar da residência dos pais, dentro do prazo 
de quinze dias, que será ampliado em até três meses para os lugares distantes mais de 
trinta quilômetros da sede do cartório”;
• Imutabilidade: refere-se a segurança jurídica que o nome deve ter, em razão de sua 
inalterabilidade, contudo trata-se de característica relativa, vez que a própria Lei de 
Registros Públicos prevê diversas possibilidades de mutabilidade. Veja algumas das 
exceções:
Vontade, decorrente da maioridade civil: como dito alhures, o nome é regido pela Lei de 
Registros Públicos, a n. 6.015/1973, assim, seu artigo 56, permite:
O interessado, no primeiro ano após ter atingido a maioridade civil, poderá, pessoalmente ou por 
procurador bastante, alterar o nome, desde que não prejudique os apelidos de família, averbando-
-se a alteração que será publicada pela imprensa.
E o artigo 57 da Lei de Registros Público arremata:
A alteração posterior de nome, somente por exceção e motivadamente, após audiência do Minis-
tério Público, será permitida por sentença do juiz a que estiver sujeito o registro, arquivando-se o 
mandado e publicando-se a alteração pela imprensa, ressalvada a hipótese do art. 110 desta Lei.
Situação de coação. O artigo 57, §7º, da LRP permite:
Quando a alteração de nome for concedida em razão de fundada coação ou ameaça decorrente 
de colaboração com a apuração de crime, o juiz competente determinará que haja a averbação no 
registro de origem de menção da existência de sentença concessiva da alteração, sem a averbação 
do nome alterado, que somente poderá ser procedida mediante determinação posterior, que levará 
em consideração a cessação da coação ou ameaça que deu causa à alteração.
Enteado(a). O parágrafo 8º do artigo 57 estabelece:
O enteado ou a enteada, havendo motivo ponderável e na forma dos §§ 2º e 7º deste artigo, poderá 
requerer ao juiz competente que, no registro de nascimento, seja averbado o nome de família de 
seu padrasto ou de sua madrasta, desde que haja expressa concordância destes,sem prejuízo de 
seus apelidos de família.
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Apelidos públicos e notórios: existem situações que a pessoa é mais conhecida pelo ape-
lido do que pelo prenome, em tais situações é possível substituí-lo por apelido público e no-
tório, veja o artigo 58 da LRP: “O prenome será definitivo, admitindo-se, todavia, a sua substi-
tuição por apelidos públicos notórios”.
Adoção: a adoção é paternidade/maternidade que se forma por meio de sentença judicial, 
nestes casos o Estatuto da Criança e do Adolescente permite e retificação do nome do ado-
tado:
ECA, Art. 47. O vínculo da adoção constitui-se por sentença judicial, que será inscrita no registro 
civil mediante mandado do qual não se fornecerá certidão.
§ 5º A sentença conferirá ao adotado o nome do adotante e, a pedido de qualquer deles, poderá 
determinar a modificação do prenome.
Casamento: o casamento é outra possibilidade de alteração de nome, veja o artigo 1565 
do Código Civil:
Pelo casamento, homem e mulher assumem mutuamente a condição de consortes, companheiros 
e responsáveis pelos encargos da família.
§ 1º Qualquer dos nubentes, querendo, poderá acrescer ao seu o sobrenome do outro.
Transgênero: a pessoa registrada com nome em razão do sexo masculino, por exemplo, 
pode alterar para o nome feminino, conforme autoriza o Provimento n. 73/2018:
Dispor sobre a averbação da alteração do prenome e do gênero nos assentos de nascimento e 
casamento de pessoa transgênero no Registro Civil das Pessoas Naturais.
Sobre o nome, atributo da personalidade, o codificador civil apresenta grande extensão de 
proteção, observe o artigo 17:
O nome da pessoa não pode ser empregado por outrem em publicações ou representações que a 
exponham ao desprezo público, ainda quando não haja intenção difamatória”.
E o 18: “sem autorização, não se pode usar o nome alheio em propaganda comercial”.
O pseudônimo goza da mesma proteção conferida ao nome, prevista no artigo 16, CC. 
O sinônimo de pseudônimo segundo o dicionário online7 é: “substantivo masculino – Nome 
7 Disponível em: < https://www.dicio.com.br/pseudonimo/
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fictício usado pelo autor de uma obra, literária ou não, sendo o seu nome verdadeiro ocultado”, 
a citada proteção consta do artigo 19 do Código Civil: “O pseudônimo adotado para atividades 
lícitas goza da proteção que se dá ao nome”.
De acordo com a legislação, o Superior Tribunal de Justiça8, decidiu:
RECURSO ESPECIAL. DIREITO CIVIL E PROCESSUAL CIVIL. RESPONSABILIDADE CIVIL. 
DIREITO DE IMAGEM. INCLUSÃO INDEVIDA DE CONHECIDO APRESENTADOR DE PRO-
GRAMA TELEVISIVO EM PUBLICIDADE RELATIVA À VENDA DE IMÓVEIS. RESPONSABI-
LIDADE DA CORRETORA AFASTADA. PROTEÇÃO DOS ATRIBUTOS DA PERSONALIDADE. 
APROPRIAÇÃO DO NOME COM FINS COMERCIAIS. NECESSIDADE DE PRÉVIA AUTORI-
ZAÇÃO. PRESUNÇÃO DO DANO. 1. Controvérsia em torno da utilização indevida do nome 
do demandante, conhecido apresentador de televisão, sem a devida autorização, em 
publicidade de empreendimento imobiliário. 2. Inocorrência de violação ao disposto no 
art. 535 do CPC/73, tendo o acórdão recorrido, dentro da fundamentação por ele ado-
tada, solvido todas as questões devolvidas pelas partes rés nos seus apelos. 3. Recurso 
não conhecido em relação à alegação de prolação de acórdão fora do pedido. A veri-
ficação da perfeita adequação das decisões prolatadas no processo à petição formu-
lada pela parte autora não exige mais do que mero cotejo entre peças do processo e, 
assim, adentra a seara da análise probatória. Incidência do óbice da Súmula 7/STJ. 4. 
A  responsabilidade do corretor de imóveis está vinculada, em regra, ao  serviço ofer-
tado pelo intermediador que é o de aproximar, de modo diligente, comprador e vendedor, 
prestando ao cliente as necessárias informações acerca do negócio a ser celebrado 
(art.  723 do CC). 5. A  solidariedade, no ordenamento jurídico brasileiro, não pode ser 
presumida (art. 265 do CC). 6. Ausência de indicação, no caso concreto, de fundamento 
suficiente a responsabilizar a corretora de imóveis pelos danos causados ao deman-
dante pela utilização desautorizada do seu nome em informe publicitário confeccionado 
pela vendedora, sendo insuficiente o simples fato de a corretora ter comercializado os 
imóveis. 7. Assim como a utilização desautorizada da imagem, o uso indevido do nome, 
que também é um dos atributos da personalidade, dispensa a comprovação dos danos 
causados, pois presumidos, fazendo nascer automaticamente a obrigação de indenizar. 
> Acesso em 19 Nov 2019
8 Disponível em: < https://stj.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/595813666/recurso-especial-resp-
1645614-sp-2015-0325698-0?ref=serp
> Acesso em 18 Nov 2019
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8. RECURSO ESPECIAL DA CORRETORA PROVIDO E RECURSO ESPECIAL DA CONSTRU-
TORA DESPROVIDO.
(STJ – REsp: 1645614 SP 2015/0325698-0, Relator: Ministro PAULO DE TARSO SANSE-
VERINO, Data de Julgamento: 26/06/2018, T3 – TERCEIRA TURMA, Data de Publicação: 
DJe 29/06/2018).
1.1.3. Imagem
Outro direito da personalidade tutelado, é o da imagem, que goza de proteção tricotômica: 
imagem-retrato; imagem-atributo e imagem-voz, assim, o artigo 20 do Código Civil, estabe-
lece:
Salvo se autorizadas, ou se necessárias à administração da justiça ou à manutenção da ordem 
pública, a  divulgação de escritos, a  transmissão da palavra, ou a publicação, a  exposição ou a 
utilização da imagem de uma pessoa poderão ser proibidas, a seu requerimento e sem prejuízo da 
indenização que couber, se lhe atingirem a honra, a boa fama ou a respeitabilidade, ou se se desti-
narem a fins comerciais.
Nesse sentido, o Superior Tribunal de Justiça editou a Súmula 403, com o seguinte teor: 
“Independe de prova do prejuízo a indenização pela publicação não autorizada da imagem de 
pessoa com fins econômicos ou comerciais”.
Observe o entendimento do Superior Tribunal de Justiça9 na ementa retrotranscrita:
RECURSO ESPECIAL. AÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE NÃO FAZER C.C. INDENIZAÇÃO POR 
DANOS MORAIS. AUSÊNCIA DE OMISSÃO NO ACÓRDÃO RECORRIDO. QUESTÕES DEVI-
DAMENTE APRECIADAS. JULGAMENTO ULTRA PETITA. NÃO OCORRÊNCIA. PEDIDO 
EXPRESSO DE IMPROCEDÊNCIA TOTAL DOS PEDIDOS FORMULADOS NA APELAÇÃO 
DOS RÉUS. VEICULAÇÃO DA IMAGEM DA AUTORA, ORA RECORRENTE, EM PROGRAMA 
DE TELEVISÃO, EM CONTEXTO DESRESPEITOSO E COM INSINUAÇÕES DE NATUREZA 
SEXUAL, SEM AUTORIZAÇÃO. PROGRAMA “PÂNICO NA TV”. VIOLAÇÃO AOS DIREITOS 
DA PERSONALIDADE DA AUTORA (IMAGEM E PRIVACIDADE). DANO MORAL DEVIDAMENTE 
9 Disponível em: < https://stj.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/629313410/recur-
so-especial-resp-1728040-sp-2016-0026304-5?ref=serp
> Acesso em 18 Nov 2019
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CARACTERIZADO. RECURSO PROVIDO PARCIALMENTE. 1. O propósito recursal é definir, 
a par da adequação da tutela jurisdicional prestada (omissões no acórdão recorrido e 
julgamento ultra petita), se a veiculação da imagem da recorrente, no programa “Pânico 
na TV”, afrontou seus direitos da personalidade, a  ensejar a condenação por danos 
morais. 2. Não houve a apontada negativa de prestação jurisdicional, pois o Tribunal de 
origem analisou todas as questões suscitadas pelas partes e suficientes para o deslinde 
da controvérsia, inexistindo, assim, qualquer omissão no acórdão recorrido. 3. Havendo 
pedido expresso dos réus, no recurso de apelação, no sentido da improcedência total 
dos pedidos formulados pela autora, não há que se falar em julgamento ultra petita. 4. 
Sempre que houver agressão a algum direito da personalidade do indivíduo estará con-
figurado o dano moral, a ensejar a devida compensação indenizatória. 4.1. Na hipótese, 
a  conduta dos réus em divulgar na mídia (televisão e internet) o corpo da autora em 
trajes de banho, ainda que o rosto tenha sido parcialmente encoberto, sem a sua auto-
rização, em contexto desrespeitoso e com insinuações de natureza sexual, no quadro 
“Vo, num vô”, do programa humorístico “Pânico na TV”, com fins comerciais, violou o seu 
patrimônio moral, notadamente os direitos da personalidade concernentes à imagem e à 
privacidade da recorrente. 4.2. O fato de a filmagem ter sido feita em local público não é 
suficiente para afastar, no caso concreto, o reconhecimento do dano moral. Isso porque 
não foram feitas imagens gerais da praia em que a recorrente estava, mas, sim, na ver-
dade, o propósito da filmagem foi justamente o de explorar a imagem da recorrente, no 
contexto do respectivo quadro humorístico, em que os repórteres avaliavam os atributos 
físicos das mulheres, a fim de justificar a entrega do adesivo “Vo” ou “Num vô”, a revelar 
a existência de dano moral indenizável, independentemente de qualquer prejuízo, nos 
termos do que proclama a Súmula n. 403/STJ. 4.3. A  liberdade de imprensa não pode 
servir de escusa a tamanha invasão na privacidade do indivíduo, impondo-lhe, além da 
violação de seu direito de imagem, uma situação de absoluto constrangimento e humi-
lhação. 4.4. Tal o quadro delineado, é de rigor a condenação dos réus em indenização 
por danos morais, fixada no valor de R$ 20.000,00 (vinte mil reais), com juros de mora a 
partir da data do evento danoso, e correção monetária a partir deste julgamento, além da 
obrigação inibitória fixada na sentença. 5. Recurso especial parcialmente provido.
(STJ – REsp: 1728040 SP 2016/0026304-5, Relator: Ministro MARCO AURÉLIO BELLI-
ZZE, Data de Julgamento: 18/09/2018, T3 – TERCEIRA TURMA, Data de Publicação: DJe 
21/09/2018).
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DIREITO CIVIL
Todavia, existem exceções, previstas no próprio artigo, observe: “Salvo se autorizadas, 
ou se necessárias à administração da justiça ou à manutenção da ordem pública [...]”, deste 
modo decidiu o Superior Tribunal de Justiça10:
RECURSO ESPECIAL. DIREITO CIVIL. DIREITOS DA PERSONALIDADE. DIREITO À IMAGEM. 
DIVULGAÇÃO, EM JORNAL, DE FOTOGRAFIA DE PESSOA SEM SUA AUTORIZAÇÃO. 
INAPLICABILIDADE DA SÚMULA 403/STJ. DIVULGAÇÃO QUE NÃO TEVE FINALIDADE 
ECONÔMICA OU COMERCIAL, MAS INFORMATIVA. AUTOR FOTOGRAFADO EM PARQUE 
PÚBLICO EM MEIO A MANIFESTAÇÃO POLÍTICA. 1. A divulgação de fotografia em peri-
ódico, tanto em sua versão física como digital, para ilustrar matéria acerca de manifes-
tação popular de cunho político-ideológico ocorrida em local público não tem intuito 
econômico ou comercial, mas tão-somente informativo, ainda que se trate de sociedade 
empresária. Inaplicabilidade da Súmula 403/STJ. 2. Não viola o direito de imagem a vei-
culação de fotografia de pessoa participando de manifestação pública, inclusive empu-
nhando cartazes, em local público, sendo dispensável a prévia autorização do fotogra-
fado, sob pena de inviabilizar o exercício da liberdade de imprensa. 3. Interpretação 
sistemática e teleológica do disposto no art. 20 do Código Civil. 4. RECURSO ESPECIAL 
DESPROVIDO.
(STJ – REsp: 1449082 RS 2014/0087031-6, Relator: Ministro PAULO DE TARSO SANSE-
VERINO, Data de Julgamento: 21/03/2017, T3 – TERCEIRA TURMA, Data de Publicação: 
DJe 27/03/2017).
1.1.4. Intimidade/Privacidade
Sobre o direito a intimidade, o Artigo 21 do Código Civil estabelece:
A vida privada da pessoa natural é inviolável, e o juiz, a  requerimento do interessado, adotará as 
providências necessárias para impedir ou fazer cessar ato contrário a esta norma.
Neste sentido, decidiu o Superior Tribunal de Justiça11:
10 Disponível em: <https://stj.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/450533505/recur-
so-especial-resp-1449082-rs-2014-0087031-6?ref=serp
> Acesso em 18 Nov 2019
11 Disponível em: < https://stj.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/557633921/recur-
so-especial-resp-1679465-sp-2016-0204216-5?ref=serp
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CIVIL E PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL. AGRAVO DE INSTRUMENTO. ANTE-
CIPAÇÃO DOS EFEITOS DA TUTELA. AÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER. RETIRADA DE 
CONTEÚDO ILEGAL. PREQUESTIONAMENTO. AUSÊNCIA. PROVEDOR DE PESQUISA. 
FILTRAGEM PRÉVIA DAS BUSCAS. IMPOSSIBILIDADE. RETIRADA DE URLS DOS RESUL-
TADOS DE BUSCA. POSSIBILIDADE. EXPOSIÇÃO PORNOGRÁFICA NÃO CONSENTIDA. 
PORNOGRAFIA DE VINGANÇA. DIREITOS DE PERSONALIDADE. INTIMIDADE. PRIVACI-
DADE. GRAVE LESÃO. 1. Ação ajuizada em 20/11/2012. Recurso especial interposto 
em 08/05/2015 e distribuído a este gabinete em 25/08/2016. 2. Na hipótese, o MP/SP 
ajuizou ação de obrigação de fazer, em defesa de adolescente, cujo cartão de memória 
do telefone celular foi furtado por colega de escola, o que ocasionou a divulgação de 
conteúdo íntimo de caráter sexual, um vídeo feito pela jovem que estava armazenado 
em seu telefone. 3. É cabível o recurso especial contra acórdão proferido em agravo de 
instrumento em hipóteses de antecipação de efeito da tutela, especificamente para a 
delimitação de seu alcance frente a legislação federal. 4. A atividade dos provedores de 
busca, por si própria, pode causar prejuízos a direitos de personalidade, em razão da 
capacidade de limitar ou induzir o acesso a determinados conteúdos. 5. Como medida 
de urgência, é possível se determinar que os provedores de busca retirem determinados 
conteúdos expressamente indicados pelos localizadores únicos (URLs) dos resultados 
das buscas efetuadas pelos usuários, especialmente em situações que: (i) a rápida dis-
seminação da informação possa agravar prejuízos à pessoa; e (ii) a remoção do conte-
údo na origem possa necessitar de mais tempo que o necessário para se estabelecer a 
devida proteção à personalidade da pessoa exposta. 6. Mesmo em tutela de urgência, 
os provedores de busca não podem ser obrigados a executar monitoramento prévio das 
informações que constam nos resultados das pesquisas. 7. A “exposição pornográfica 
não consentida”, daqual a “pornografia de vingança” é uma espécie, constituiu uma 
grave lesão aos direitos de personalidade da pessoa exposta indevidamente, além de 
configurar uma grave forma de violência de gênero que deve ser combatida de forma 
contundente pelos meios jurídicos disponíveis. 8. A  única exceção à reserva de juris-
dição para a retirada de conteúdo infringente da internet, prevista na Lei 12.965/2014, 
está relacionada a “vídeos ou de outros materiais contendo cenas de nudez ou de atos 
sexuais de caráter privado”, conforme disposto em seu art. 21 (“O provedor de aplicações 
> Acesso em 18 Nov 2019
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de internet que disponibilize conteúdo gerado por terceiros será responsabilizado sub-
sidiariamente pela violação da intimidade decorrente da divulgação, sem autorização 
de seus participantes, de imagens, de vídeos ou de outros materiais contendo cenas de 
nudez ou de atos sexuais de caráter privado quando, após o recebimento de notificação 
pelo participante ou seu representante legal, deixar de promover, de forma diligente, no 
âmbito e nos limites técnicos do seu serviço, a  indisponibilização desse conteúdo”). 
Nessas circunstâncias, o provedor passa a ser subsidiariamente responsável a partir da 
notificação extrajudicial formulada pelo particular interessado na remoção desse conte-
údo, e não a partir da ordem judicial com esse comando. 9. Na hipótese em julgamento, 
a adolescente foi vítima de “exposição pornográfica não consentida” e, assim, é cabível 
para sua proteção a ordem de exclusão de conteúdos (indicados por URL) dos resulta-
dos de pesquisas feitas pelos provedores de busca, por meio de antecipação de tutela. 
10. Recurso especial parcialmente conhecido e, nessa parte, provido.
(STJ – REsp: 1679465 SP 2016/0204216-5, Relator: Ministra NANCY ANDRIGHI, Data de 
Julgamento: 13/03/2018, T3 – TERCEIRA TURMA, Data de Publicação: DJe 19/03/2018).
Ainda sobre os artigos 20 e 21 do Código Civil, o Supremo Tribunal Federal12, na ADI 4815 
decidiu:
STF afasta exigência prévia de autorização para biografias
Por unanimidade, o  Plenário do Supremo Tribunal Federal julgou procedente a Ação 
Direta de Inconstitucionalidade (ADI) 4815 e declarou inexigível a autorização prévia 
para a publicação de biografias. Seguindo o voto da relatora, ministra Cármen Lúcia, 
a decisão dá interpretação conforme a Constituição da República aos artigos 20 e 21 do 
Código Civil, em consonância com os direitos fundamentais à liberdade de expressão 
da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, independentemente de 
censura ou licença de pessoa biografada, relativamente a obras biográficas literárias ou 
audiovisuais (ou de seus familiares, em caso de pessoas falecidas).
Na ADI 4815, a  Associação Nacional dos Editores de Livros (ANEL) sustentava que 
os artigos 20 e 21 do Código Civil conteriam regras incompatíveis com a liberdade de 
expressão e de informação. O tema foi objeto de audiência pública convocada pela rela-
tora em novembro de 2013, com a participação de 17 expositores.
12 Disponível em: http://www.stf.jus.br/portal/cms/verNoticiaDetalhe.asp?idConteudo=293336
> Acesso em 18 Nov 2019
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DIREITO CIVIL
Sobre o direito ao esquecimento, decidiu o Superior Tribunal de Justiça13:
RECURSO ESPECIAL. DIREITO CIVIL. AÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER. 1. OMISSÃO, 
CONTRADIÇÃO OU OBSCURIDADE. AUSÊNCIA. 2. JULGAMENTO EXTRA PETITA. NÃO 
CONFIGURADO. 3. PROVEDOR DE APLICAÇÃO DE PESQUISA NA INTERNET. PROTEÇÃO 
A DADOS PESSOAIS. POSSIBILIDADE JURÍDICA DO PEDIDO. DESVINCULAÇÃO ENTRE 
NOME E RESULTADO DE PESQUISA. PECULIARIDADES FÁTICAS. CONCILIAÇÃO ENTRE 
O DIREITO INDIVIDUAL E O DIREITO COLETIVO À INFORMAÇÃO. 4. MULTA DIÁRIA APLI-
CADA. VALOR INICIAL EXORBITANTE. REVISÃO EXCEPCIONAL. 5. RECURSO ESPECIAL 
PARCIALMENTE PROVIDO. 1. Debate-se a possibilidade de se determinar o rompimento 
do vínculo estabelecido por provedores de aplicação de busca na internet entre o nome 
do prejudicado, utilizado como critério exclusivo de busca, e  a notícia apontada nos 
resultados. 2. O  Tribunal de origem enfrentou todas as questões postas pelas partes, 
decidindo nos estritos limites da demanda e declinando, de forma expressa e coerente, 
todos os fundamentos que formaram o livre convencimento do Juízo. 3. A jurisprudên-
cia desta Corte Superior tem entendimento reiterado no sentido de afastar a responsa-
bilidade de buscadores da internet pelos resultados de busca apresentados, reconhe-
cendo a impossibilidade de lhe atribuir a função de censor e impondo ao prejudicado o 
direcionamento de sua pretensão contra os provedores de conteúdo, responsáveis pela 
disponibilização do conteúdo indevido na internet. Precedentes. 4. Há, todavia, circuns-
tâncias excepcionalíssimas em que é necessária a intervenção pontual do Poder Judici-
ário para fazer cessar o vínculo criado, nos bancos de dados dos provedores de busca, 
entre dados pessoais e resultados da busca, que não guardam relevância para interesse 
público à informação, seja pelo conteúdo eminentemente privado, seja pelo decurso do 
tempo. 5. Nessas situações excepcionais, o direito à intimidade e ao esquecimento, bem 
como a proteção aos dados pessoais deverá preponderar, a fim de permitir que as pes-
soas envolvidas sigam suas vidas com razoável anonimato, não sendo o fato desabona-
dor corriqueiramente rememorado e perenizado por sistemas automatizados de busca. 
6. O rompimento do referido vínculo sem a exclusão da notícia compatibiliza também os 
interesses individual do titular dos dados pessoais e coletivo de acesso à informação, na 
13 Disponível em: < https://stj.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/595923405/recurso-especial-resp-
-1660168-rj-2014-0291777-1/relatorio-e-voto-595923414
> Acesso em 18 Nov 2019
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medida em que viabiliza a localização das notícias àqueles que direcionem sua pesquisa 
fornecendo argumentos de pesquisa relacionados ao fato noticiado, mas não àqueles 
que buscam exclusivamente pelos dados pessoais do indivíduo protegido. 7. No caso 
concreto, passado mais de uma década desde o fato noticiado, ao se informar como cri-
tério de busca exclusivo o nome da parte recorrente, o primeiro resultado apresentado 
permanecia apontando link de notícia de seu possível envolvimento em fato desabona-
dor, não comprovado, a despeito da existência de outras tantas informações posteriores 
a seu respeito disponíveis na rede mundial. 8. O arbitramento de multa diária deve ser 
revisto sempre que seu valor inicial configure manifesta desproporção, por ser irrisório 
ou excessivo, como é o caso dos autos. 9. Recursos especiais parcialmente providos.
(STJ – REsp: 1660168 RJ 2014/0291777-1, Relator: Ministra NANCY ANDRIGHI, Data de 
Julgamento: 08/05/2018, T3 – TERCEIRA TURMA, Data dePublicação: DJe 05/06/2018)
questão 1 (2015/CESPE/AGU/ADVOGADO DA UNIÃO) Julgue o item seguinte, que diz res-
peito à aplicação da lei, às pessoas e aos bens.
Entre os direitos ressalvados pela lei ao nascituro estão os direitos da personalidade, os quais 
estão entre aqueles que têm por objeto os atributos físicos, psíquicos e morais da pessoa.
Certo.
A resposta encontra embasamento legal na segunda parte do artigo 2º do Código Civil: “[...] 
mas a lei põe a salvo, desde a concepção, os direitos do nascituro”.
E como citado acima, um dos direitos protegidos face ao nascituro é o da personalidade, pre-
vistos nos artigos 11 a 21 do Código Civil e artigo 5º X e V da Constituição Federal de 1988.
Caminho este que a jurisprudência brasileira vem tomando:
RECURSO ESPECIAL N. 1.487.089 – SP (2014/0199523-6) – Superior Tribunal de Jus-
tiça
EMENTA
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RECURSO ESPECIAL – AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS – COMENTÁRIO 
REALIZADO POR APRESENTADOR DE PROGRAMA TELEVISIVO, EM RAZÃO DE ENTRE-
VISTA CONCEDIDA POR CANTORA EM MOMENTO ANTECEDENTE – INSTÂNCIAS ORDI-
NÁRIAS QUE AFIRMARAM A OCORRÊNCIA DE ATO ILÍCITO ANTE A AGRESSIVIDADE 
DAS PALAVRAS UTILIZADAS E, COM FUNDAMENTO NO PRINCÍPIO DA DIGNIDADE DA 
PESSOA HUMANA, DETERMINARAM A RESPONSABILIZAÇÃO CIVIL DO RÉU PELOS 
DANOS MORAIS SUPORTADOS PELOS AUTORES, APLICANDO VERBA INDENIZATÓRIA 
NO MONTANTE DE R$ 150.000,00 (CENTO E CINQUENTA MIL REAIS). IRRESIGNAÇÃO 
DO RÉU.
A ementa acima refere-se à condenação por dano moral ao nascituro.
TODAVIA, vale ressaltar que a teoria predominante é a NATALISTA, e segundo esta teoria 
que você deve responder suas questões de prova, inclusive há outras teorias, mas que são 
irrelevantes para este momento, e quero deixar o estudo mais claro possível, a dica é que você 
leia com muito cuidado o que está sendo questionado pelo examinador.
1.1.5. Sobre o Natimorto
O natimorto é a pessoa que nasce MORTA, todavia, antes de morrer era um nascituro com 
direitos tutelados pelo ordenamento jurídico, portanto se nasceu morto não adquiriu persona-
lidade jurídica, todavia, a lei põe a salvo algumas proteções ao natimorto. O registro do nati-
morto deve ocorrer em Livro próprio, segundo a Lei de Registros Públicos (no. n. 6.015/1973), 
e ao natimorto também é estendida a proteção aos direitos da personalidade, desse modo 
estabelece o enunciado 1 da I Jornada de Direito Civil, do Conselho de Justiça Federal14: “A 
proteção que o Código defere ao nascituro alcança o natimorto no que concerne aos direitos 
da personalidade, tais como: nome, imagem e sepultura”.
1.3. DA extinção DA personAliDADe
Toda pessoa tem um ciclo natural de existência: nascer, crescer e morrer. A morte é o mo-
mento da extinção da pessoa natural, bem como de sua personalidade, se dá a morte quando 
14 Disponível em: https://www.cjf.jus.br/enunciados/pesquisa/resultado
> Acesso em 16 Nov 2019
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cessa a função cerebral, conforme previsto no artigo 3º da Lei de Transplantes e órgãos (Lei 
no. 9434/97). O artigo 6º do Código Civil preconiza: “A EXISTÊNCIA DA PESSOA NATURAL 
TERMINA COM A MORTE; presume-se esta, quanto aos ausentes, nos casos em que a lei 
autoriza a abertura de sucessão definitiva”.
Assim como o nascimento, a morte deve ser registrada, conforme disposto no artigo 9º 
do Código Civil:
Serão registrados em registro público:
I – os nascimentos, casamentos e óbitos;
O direito brasileiro reza que a morte pode ser real, presumida sem declaração de ausência, 
presumida com declaração de ausência e morte civil. Vejamos de forma individualizada:
1.3.1. Morte Real
O reconhecimento da morte real encontra amparo no artigo 78 e seguintes da Lei de Re-
gistro Público (Lei n. 6.015/1973) e deve ser comprovada por médico, e quando de sua falta, 
por duas testemunhas. Há o corpo físico, o cadáver, todavia, não mais, as funções vitais.
1.3.2. Morte Presumida sem Declaração de Ausência
Trata-se da hipótese de ausência do corpo ou cadáver, razão pela qual não pode ser cer-
tifica a morte pelo médico, incumbência que passará ao magistrado, em razão dos motivos 
legais, indicados pelo artigo 7º do Código Civil:
Pode ser declarada a morte presumida, sem decretação de ausência:
I – se for extremamente provável a morte de quem estava em perigo de vida;
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II – se alguém, desaparecido em campanha ou feito prisioneiro, não for encontrado até dois anos 
após o término da guerra.
O inciso I refere-se a hipóteses onde o perigo de vida era concreto, com extrema proba-
bilidade de morte. Cita-se de exemplo o ocorrido com o Ulysses Guimarães, cujo helicóptero 
em que estava caiu no mar, e o corpo do mesmo nunca foi encontrado15. Situação em que se 
pede ao juiz, a declaração de morte sem decretação de ausência.
E o inciso II narra situação específica da pessoa que desaparecer em campanha ou feito 
prisioneiro, não for encontrado até dois anos após o término da guerra. Lembrando que nas 
duas hipóteses, o parágrafo único do artigo 7º do Código Civil determina: “A declaração da 
morte presumida, nesses casos, somente poderá ser requerida depois de esgotadas as bus-
cas e averiguações, devendo a sentença fixar a data provável do falecimento”.
O magistrado se manifestará quando provocado, em processo de jurisdição voluntária 
(justificativa de óbito), e então decidirá indicando a data aprovável do óbito, suas causas e 
local.
1.3.3. Declaração de Morte com Declaração de Ausência
Nesta circunstância não se refere propriamente a tragédias como aquelas narradas no 
artigo 7º do codificador civil, mas em situações em que ocorre o desaparecimento de uma 
pessoa sem deixar notícias de seu paradeiro.
A previsão de tal hipótese encontra-se no artigo 6º, segunda parte, do Código Civil: “a 
existência da pessoa natural termina com a morte; PRESUME-SE ESTA, QUANTO AOS AU-
SENTES, NOS CASOS EM QUE A LEI AUTORIZA A ABERTURA DE SUCESSÃO DEFINITIVA”.
Também ocorrerá por demanda judicial, onde o magistrado decidirá sobre a presunção da 
morte, contudo o processo, neste caso, é de maior morosidade, porque passar pelos proce-
dimentos legais, fases processuais, e aguardar o decurso de longo prazo para verificar se o 
ausente retorna.
Em breve síntese, vou apresentar o processo de ausência:
15 Disponível em:< https://acervo.estadao.com.br/noticias/acervo,queda-de-helicoptero-matou-ulysses
> Acesso em 16 Nov 2019
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O Código Civil estabelece sobre ausência no capítulo III, a partir do artigo 22 até o artigo 
39. Importante frisar que a ausência passa por fases até que seja declarada a presunção de 
morte. As fases são:
• declaração de ausência;
• sucessão provisória;
• sucessão definitiva.
Veja o esquema:
Quando alguém desaparece de seu domicílio sem deixar notícia ou representante o juiz, 
a requerimento de QUALQUER INTERESSADO ou do Ministério Público, declarará ausência e 
nomeará curador. Em regra, o curador, a teor do artigo 25 do Código Civil será o cônjuge, o le-
gítimo curador, e na falta desses serão os pais ou descentes, artigo 25, §1º, do Estatuto e na 
última hipótese, faltando tais pessoas o juiz escolherá o curador.
Note que é momento em que o legislador procura proteger o patrimônio para possível re-
torno do ausente, conforme determina o artigo 22 do Código Civil.
questão 2 (2018/CESPE/STM/ANALISTA JUDICIÁRIO/ÁREA JUDICIÁRIA) De acordo com 
o Código Civil e considerando o entendimento doutrinário acerca das pessoas naturais, das 
obrigações e da prescrição e decadência, julgue o item a seguir.
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O companheiro do ausente na ocasião do desaparecimento deste deve ser considerado como 
seu curador legítimo e possui preferência, em relação aos pais ou descendentes da pessoa 
desaparecida, para exercer essa função.
Certo.
Vez que é cópia do artigo 25 do Código Civil: “O cônjuge do ausente, sempre que não esteja 
separado judicialmente, ou de fato por mais de dois anos antes da declaração da ausência, 
será o seu legítimo curador”.
A segunda fase consiste na declaração de sucessão provisória, ou seja, transferência de 
patrimônio de forma não definitiva, porque ainda se crê que o ausente voltará e então terá 
direito a seu patrimônio. O artigo 26 do Código Civil estabelece:
Decorrido um ano da arrecadação dos bens do ausente, ou, se ele deixou representante ou procu-
rador, em se passando três anos, poderão os interessados requerer que se declare a ausência e se 
abra provisoriamente a sucessão.
Para abertura provisória da sucessão, a legitimidade se torna diminuta em relação à de-
claração de ausência, note o artigo 27:
Para o efeito previsto no artigo anterior, somente se consideram interessados:
I – o cônjuge não separado judicialmente;  
II – os herdeiros presumidos, legítimos ou testamentários;  
III – os que tiverem sobre os bens do ausente direito dependente de sua morte;  
IV – os credores de obrigações vencidas e não pagas.  
Ministério Público (Art. 28, §1º, CPC)  
Neste momento, como dito, haverá a transferência patrimonial aos herdeiros, todavia, 
para que tal aconteça é necessário observar as seguintes regras:
Os herdeiros para imitirem-se na posse darão garantias da restituição deles (art. 30,CC), 
todavia os herdeiros necessários: ascendentes, descentes e cônjuge – art. 1845, CC, entrarão 
na posse INDEPENDENTE DE GARANTIA (art. 30, § 1º, CC). Tais herdeiros farão seus, todos 
frutos e rendimentos dos bens que a este couberem art. 33, CC).
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Contudo, os demais herdeiros deverão prestar garantia, sob pena de exclusão da suces-
são provisória (art. 31, §1º, CC). Estes herdeiros, se se imitirem na posse deverão capitalizar 
metade desses frutos e rendimentos, segundo o disposto no art. 29, de acordo com o repre-
sentante do Ministério Público, e prestar anualmente contas ao juiz competente (art. 33, CC).
Sobre a fase da sucessão provisória o artigo 36, CC finaliza:
Se o ausente aparecer, ou se lhe provar a existência, depois de estabelecida a posse provisória, 
cessarão para logo as vantagens dos sucessores nela imitidos, ficando, todavia, obrigados a tomar 
as medidas assecuratórias precisas, até a entrega dos bens a seu dono.
Neste contexto a única sanção que sofrerá o ausente é se quando do seu aparecimento 
ficar provado que sua ausência foi voluntária e injustificada, perderá ele, em favor do suces-
sor, sua parte nos frutos e rendimentos, conforme previsto no artigo 33, parágrafo único do 
Código Civil.
Por fim, a fase da sucessão definitiva que já estava prevista no artigo 6º do Código Civil, 
em sua parte b, veja: “a existência da pessoa natural termina com a morte; presume-se esta, 
quanto aos ausentes, nos casos em que a lei autoriza a abertura de sucessão definitiva”.
Superada a fase da declaração da ausência, da sucessão provisória a lei permite a abertu-
ra da sucessão definitiva, momento em que haverá presunção de morte do ausente. Observe 
o artigo 37:
Dez anos depois de passada em julgado a sentença que concede a abertura da sucessão provisória, 
poderão os interessados requerer a sucessão definitiva e o levantamento das cauções prestadas.
1.3.4. Sobre a Morte Civil
A morte civil existiu desde a antiguidade16, passando pela Idade Média e continuando na 
Idade Moderna, até o século 18, existiu na Europa como penalidade criminal, quando o in-
divíduo era apenado com morte civil, ou seja, perdia todos os direitos civis e políticos, eram 
considerados civilmente morto, embora estivessem fisicamente vivos.
Essa espécie de morte, a maioria dos civilistas brasileiros nem a considera, todavia, há 
um resquício da mesma no Código Civil, tão somente quanto aos efeitos sucessórios, que é a 
hipótese do artigo 1816, CC, que determina:
16 Disponível em: <investidura.com.br/biblioteca-juridica/artigos/filosofia-do-direito/7904-a-morte-civil-dos-brasileiros-> 
Acesso em 16 Nov 2019
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São pessoais os efeitos da exclusão; os descendentes do herdeiro excluído sucedem, como se ele 
morto fosse antes da abertura da sucessão.
Observe que é para efeitos sucessórios, daquele considerado indigno, cujo rol está previs-
to no artigo 1814, CC, é como se estivesse morto, para exemplo fácil de memorização cito o 
caso de Suzane Von Richthofen, em que pese, esteja fisicamente viva, para os efeitos suces-
sórios de seus pais, não poderá herdar, vez que atentou conta a vida dos mesmos, incidindo 
nas hipóteses do artigo 1814 do Código Civil.
1.3.5. Comoriência
O artigo 8º do Código Civil estabelece que: “se dois ou mais indivíduos falecerem na mes-
ma ocasião, não se podendo averiguar se algum dos comorientes precedeu aos outros, pre-
sumir-se-ão simultaneamente mortos”.
O artigo acima ase refere a simultaneidade de morte e não da ocorrência da morte em si, 
vez que esta, é fática, o que ocorre é que, no caso concreto, não se pode averiguar quem mor-
reu primeiro, portanto haverá presunção de simultaneidade de morte.
Não é necessário que a morte ocorra no mesmo local para se declarar comoriência, toda-
via, o assunto tem relevância, quando os comorientes são herdeiros entre si, vez que sendo 
declarada a comoriência, não haverá efeitos sucessórios.questão 3 (CESPE/2012/ANAC/TÉCNICO ADMINISTRATIVO) Ocorrendo comoriência, pre-
sumem-se mortos primeiramente os mais velhos e depois os mais jovens.
Errado.
Comoriência é a presunção de SIMULTANEIDADE DE MORTE, independente do critério crono-
lógico (art. 8º, CC).
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2. DA cApAciDADe civil
Aprendemos sobre a personalidade civil, vimos que esta acontece com o nascimento com 
vida, todavia há um aspecto de suma importância que precisa ser aprendido que é a medida 
jurídica da personalidade, para tanto estudaremos o instituto da capacidade.
A capacidade de direito acontece junto com a personalidade. Portanto a personalidade é 
atributo inerente à condição humana, a capacidade de direito ocorre junto com a aquisição 
da personalidade, independe de idade cronológica, todavia, a capacidade civil plena, segundo 
o Código Civil acontece aos 18 anos de idade, a teor do artigo 5º: “A menoridade cessa aos 
dezoito anos completos, quando A PESSOA FICA HABILITADA À PRÁTICA DE TODOS OS ATOS 
DA VIDA CIVIL”.
Portanto, note a capacidade de direito é inerente a todas as pessoas, a  capacidade de 
exercício sofre limitações em razão da ausência de cognição plena, e acontecerá, em regra, 
aos 18 anos, critério cronológico absoluto. O que pode ser exemplificado na seguinte equa-
ção:
2.1. DAs incApAciDADes
Ao abordar o instituto da capacidade civil, é mister, tratar das formas de incapacidade, es-
tabelecidas no Código Civil, inclusive tema que sofreu mudança recentemente, com o advento 
da Lei n. 13.146/2015, de modo que os artigos que tratam de tal temática regem da seguinte 
forma:
2.1.1. Incapacidade Absoluta
Prevê o artigo 3º do Código Civil:
São absolutamente incapazes de exercer pessoalmente os atos da vida civil os menores de 16 
(dezesseis) anos.
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Em razão de critério cronológico absoluto, a pessoa que se enquadra nessa faixa etária, 
não tem condições de discernir sobre os atos da vida civil, por isso, o  legislador a declara 
absolutamente incapaz.
Repito, pessoas que tenham até 16 anos incompletos são denominados ABSOLUTAMEN-
TE INCAPAZES, de modo que não podem celebrar sozinhos os atos da vida civil, sob pena de 
nulidade. E para que tais atos sejam válidos é preciso que tais pessoas sejam devidamente 
REPRESENTADAS.
Assim o Código Civil estabelece:
Art. 166. É nulo o negócio jurídico quando:
I – celebrado por pessoa absolutamente incapaz;
Todavia, sobre o tema, incapacidade absoluta, o Enunciado 138 da III Jornada de Direito 
Civil do CJF, afirma:
A vontade dos absolutamente incapazes, na hipótese do inc. I do art. 3º, é juridicamente relevante 
na concretização de situações existenciais a eles concernentes, desde que demonstrem discerni-
mento bastante para tanto.
2.2. incApAciDADe relAtivA
O artigo 4º do Código Civil apresenta as hipóteses de incapacidade relativa:
São incapazes, relativamente a certos atos ou à maneira de os exercer:
I – os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos;
II – os ébrios habituais e os viciados em tóxico;
III – aqueles que, por causa transitória ou permanente, não puderem exprimir sua vontade;
IV – os pródigos.
Parágrafo único. A capacidade dos indígenas será regulada por legislação especial.
O inciso I trata de critério cronológico, ou seja, em razão da idade, tais pessoas são consi-
deradas relativamente incapazes (menores púberes), e não podem por si só celebrar os atos 
da vida civil, sob pena de anulabilidade, conforme o artigo 171 do Código Civil:
Além dos casos expressamente declarados na lei, é anulável o negócio jurídico:
I – por incapacidade relativa do agente;
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Para que tais atos celebrados sejam VÁLIDOS é preciso que tais pessoas sejam ASSISTI-
DAS, seja pelos genitores, ou tutores, ou até mesmo curadores.
Todavia, como tais pessoas se encontram em fase de transição de idade, vez que aos 18 
completarão a maioridade civil, o  legislador permite a convalidação do negócio jurídico, fir-
mado por tais pessoas:
Art. 172. O negócio anulável pode ser confirmado pelas partes, salvo direito de terceiro.
Inclusive, fundado no princípio da eticidade, o  artigo 180 do Código Civil diz: “o menor, 
entre dezesseis e dezoito anos, não pode, para eximir-se de uma obrigação, invocar a sua 
idade se dolosamente a ocultou quando inquirido pela outra parte, ou se, no ato de obrigar-se, 
declarou-se maior”.
O artigo 4º continua tratando de outras possibilidades de incapacidade relativa, vejamos 
cada situação específica:
• Ébrios habituais e os viciados em tóxico. A questão aqui refere-se a limitação de cog-
nição/ discernimento, em razão de embriaguez ou vício em tóxico;
• Aqueles que, por causa transitória ou permanente, não puderem exprimir sua vontade;
• Pródigos.
A prodigalidade consiste no gasto desenfreado, que gera a delapidação de seu patrimônio 
a ponto de insolvência, situação em que justificará a ação de interdição para que o juiz nomeie 
CURADOR para assistir tal pessoa em atos de disposição patrimonial.
2.2.1. Da Emancipação
Todavia, em algumas situações específicas, a  legislação civil, permite que a capacidade 
civil plena ocorra antes dos 18 anos, o rol é taxativo no parágrafo único do artigo 5º, nesses 
termos:
Art. 5º A menoridade cessa aos dezoito anos completos, quando a pessoa fica habilitada à prática 
de todos os atos da vida civil.
Parágrafo único. Cessará, para os menores, a incapacidade:
I – pela concessão dos pais, ou de um deles na falta do outro, mediante instrumento público, inde-
pendentemente de homologação judicial, ou por sentença do juiz, ouvido o tutor, se o menor tiver 
dezesseis anos completos;
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II – pelo casamento;
III – pelo exercício de emprego público efetivo;
IV – pela colação de grau em curso de ensino superior;
V – pelo estabelecimento civil ou comercial, ou pela existência de relação de emprego, desde que, 
em função deles, o menor com dezesseis anos completos tenha economia própria.
Os incisos acima mencionados merecem serem vistos de forma pormenorizada, todavia, 
antes de adentrar nos incisos, é de suma importância registrar de que a emancipação somen-
te pode ocorrer a partir dos 16 anos, e é IRREVOGÁVEL.
Emancipação Administrativa: o inciso I preconiza, em sua primeira parte: “pela concessão 
dos pais, ou de um deles na falta do outro, mediante instrumento público, independentemente 
de

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