Buscar

Psicopatologia II, Estudo de Caso 2, Ana Paula Fernandes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 7 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 7 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

3
Relatório de Análise de Caso
Identificação
Discente: Ana Paula Fernandes Prudente, RGM:30332800
Professor: Cleno Couto
Caso 12: FelipeÍtalo
Descrição do Caso
Felipe é uma criança de 6 anos, do sexo masculino, destro, cursando o 2º ano do Ensino Fundamental. Apresenta como queixas, as seguintes dificuldades: 
- no gerenciamento comportamental;
- organização;
- na realização das tarefas;
- esquecimento de pertences na sala de aula;
- seguir normas sociais, como esperar sua vez para jogar;
- permanecer concentrado nas atividades propostas;
- permanecer sentado por longos períodos;
- obedecer a regras;
- dormir durante a noite toda;
- seletividade alimentar, evita comer na frente de outras pessoas e se incomoda com o cheiro de alguns alimentos. 
Em processo de avaliação psicodiagnóstica, paciente apresentou nível de inteligência normal, desempenho adequado em testes atencionais, funções executivas e habilidades visuoperceptivas, visuoespaciais e visuoconstrutivas. Contudo, durante a realização dos últimos testes de habilidade apresentou comportamentos repetitivos e dificuldade de planejamento visuoespacial gráfico. Em habilidades acadêmicas apresentou desempenho rebaixado em leitura e cálculo, mas satisfatório em escrita. Apresentou também desempenho rebaixado a prejudicado em testes de socialização, comportamentos rígidos, evitação de situações estimulantes e/ou afetivas e dificuldade de lidar com situações de conflito.
Ítalo, um estudante de engenharia de 23 anos, foi procurado por um professor por causa da baixa frequência às aulas. O estudante relatou terem sido instalados em seu apartamento “aparelhos de escuta” e “máquinas de controle de pensamento”. Após este fato, o professor o encaminhou a um psiquiatra.
No atendimento clínico, Ítalo afirmou que seus problemas surgiram após retornar de uma viagem ao Japão, 3 meses antes. Relatou ter fumado “um monte de maconha” e sentido medo extremo por várias horas durante esta viagem. Depois disso, começou a ouvir sons estranhos e acreditar que seus amigos estavam rindo dele na sala de aula.
Certo dia, ao voltar da aula, Ítalo percebeu duas pessoas desconhecidas perto do prédio onde morava e uma semana depois relatou ter percebido as escutas em seu apartamento. Além disso, Ítalo relatou que os repórteres na televisão faziam comentários indiretos e críticas sobre ele. Essa experiência era mais acentuada quando ele assistia à Fox News, a qual, ele acreditava, o selecionara devido a seu “intelecto superior” e sua intenção de um dia se tornar primeiro-ministro do Japão. Ele achava que a emissora estava tentando “enlouquecê-lo” incutindo ideias conservadoras em seu cérebro e que isso era possível por meio de minúsculos aparelhos de controle da mente instalados em seu apartamento.
O sono de Ítalo ficou cada vez mais irregular. Temia que todos na faculdade e no prédio onde morava estivessem envolvidos na “conspiração”. Por este motivo, parou de frequentar as aulas. Ítalo continuou a se alimentar e a manter sua higiene. Negou sentir-se animado ou eufórico. Descreveu seu nível de energia como “OK” e seu pensamento como coerente, “exceto quando tentam colocar ideias na minha cabeça”.
Ao ser contatado, o tio e responsável legal de Ítalo, descreveu seu sobrinho como um garoto saudável, inteligente e ligeiramente tímido, sem história anterior de doenças psiquiátricas maiores. Descreveu os pais dele como afetuosos e incentivadores, embora o pai “pudesse ser um pouco rígido”. Não havia história familiar de doenças mentais mais graves.
Durante o exame, Ítalo estava bem-arrumado e cooperativo, com atividade psicomotora normal. Seu discurso era coerente e orientado para objetivos. Descreveu seu humor como “com medo”. A gama e a mobilidade de sua expressão afetiva estavam normais. Negou ideias de culpa, suicídio ou desvalia. Estava convencido de que era continuamente monitorado e de que havia aparelhos de “controle da mente” em seu apartamento. Negou alucinações. Suas funções cognitivas estavam inteiramente dentro dos limites normais. Parecia não ter insight sobre suas crenças. 
Ítalo negou ter voltado a consumir maconha após o retorno para casa e afirmou não ter consumido nenhum outro tipo de droga. Uma averiguação confirmou que os resultados dos testes laboratoriais do paciente estavam normais: a tomografia computadorizada da cabeça não apontou nada extraordinário e o exame de urina para detecção de drogas resultou negativo para quaisquer substâncias de abuso. Além disso, o paciente também afirmou não ter histórico anterior de alucinações auditivas ou visuais.
Análise
De acordo com o Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais-DSM-5, Ítalo apresenta sintomas psicóticos que podem indicar Espectro de Esquizofrenia. 
O paciente afirmou não ter histórico de alucinações, o que indica que os sintomas iniciaram após o uso de Cannabis. 
Transtorno psicótico induzido por substância ou medicamento. Sintomas psicóticos surgem e são diretamente associados aos efeitos de uma substância ou medicamento. 
Presença de sintomas psicóticos como delírios (crenças fixas e não passíveis de mudança), alucinações (escutar sons estranhos), desorganização do pensamento (expressa através do discurso).
, comportamento desorganizado 
No DSM-5, um dos critérios da Esquizofrenia envolve presença de ao menos dois sintomas psicóticos por 1 mês ou mais.
Diante do caso citado acima, podemos levantar a tese de que Ítalo tenha esquizofrenia. Felipe tenha um ou mais dos diagnósticos a seguir:
- Transtorno do Desenvolvimento Intelectual: trata-se de” transtorno com início no período do desenvolvimento (infância ou adolescência) que inclui déficits funcionais, tanto intelectuais quanto adaptativos, nos domínios conceitual, social e prático. Os três critérios a seguir devem ser preenchidos:” 
A. “Déficits em funções intelectuais como raciocínio, solução de problemas, planejamento, pensamento abstrato, juízo, aprendizagem acadêmica e aprendizagem pela experiência confirmados tanto pela avaliação clínica quanto por testes de inteligência padronizados e individualizados”. 
Na avaliação psicodiagnóstica, Felipe apresentou baixo desempenho em leitura e cálculo.
B. “Déficits em funções adaptativas que resultam em fracasso para atingir padrões de desenvolvimento e socioculturais em relação a independência pessoal e responsabilidade social. Sem apoio continuado, os déficits de adaptação limitam o funcionamento em uma ou mais atividades diárias, como comunicação, participação social e vida independente, e em múltiplos ambientes, como em casa, na escola, no local de trabalho e na comunidade”. 
Felipe tem apresentado dificuldades de: organização, realização das tarefas, esquecimento de pertences na sala, seguir normas sociais (como esperar sua vez para jogar), permanecer concentrado nas atividades propostas, permanecer sentado por longos períodos e obedecer a regras. Nos últimos testes de habilidade apresentou dificuldade de planejamento viso espacial gráfico e baixo desempenho em testes de socialização, comportamentos rígidos, evitação de situações estimulantes e/ou afetivas e dificuldade de lidar com situações de conflito.
C. “Início dos déficits intelectuais e adaptativos durante o período do desenvolvimento”.
Também se encaixa no critério C, por se tratar de pessoa em desenvolvimento- criança de 6 anos.
- Transtorno Específico de Aprendizagem
A. “Dificuldades na aprendizagem e no uso de habilidades acadêmicas, conforme indicado pela presença de ao menos um dos sintomas a seguir que tenha persistido por pelo menos 6 meses, apesar da provisão de intervenções dirigidas a essas dificuldades: 
1. Leitura de palavras de forma imprecisa ou lenta e com esforço (p. ex., lê palavras isoladas em voz alta, de forma incorreta ou lenta e hesitante, frequentemente adivinha palavras, tem dificuldade de soletrá-las). 
2. Dificuldade para compreender o sentido do que é lido (p. ex., pode ler o texto com precisão, mas não compreende a sequência, as relações, as inferências ou os sentidos mais profundos do que é lido).3. Dificuldades para ortografar (ou escrever ortograficamente) (p. ex., pode adicionar, omitir ou substituir vogais e consoantes). 
5. Dificuldades para dominar o senso numérico, fatos numéricos ou cálculo (p. ex., entende números, sua magnitude e relações de forma insatisfatória; conta com os dedos para adicionar números de um dígito em vez de lembrar o fato aritmético, como fazem os colegas; perde-se no meio de cálculos aritméticos e pode trocar as operações). 
6. Dificuldades no raciocínio (p. ex., tem grave dificuldade em aplicar conceitos, fatos ou operações matemáticas para solucionar problemas quantitativos)”. 
Embora sem muitas informações adicionais, foi relatado baixo desempenho em leitura. Assim, podemos considerar que se encaixaria em um ou mais dos itens 1, 2 e 3. Apresentou também desempenho baixo em cálculo, que poderia corresponder ao item 5 e/ou 6.
B. “As habilidades acadêmicas afetadas estão substancial e quantitativamente abaixo do esperado para a idade cronológica do indivíduo, causando interferência significativa no desempenho acadêmico ou profissional ou nas atividades cotidianas, confirmada por meio de medidas de desempenho padronizadas administradas individualmente e por avaliação clínica abrangente”. 
Apesar do desempenho normal para escrita, Felipe apresentou baixo desempenho em leitura e cálculo.
C. “As dificuldades de aprendizagem iniciam-se durante os anos escolares, mas podem não se manifestar completamente até que as exigências pelas habilidades acadêmicas afetadas excedam as capacidades limitadas do indivíduo (p. ex., em testes cronometrados, em leitura ou escrita de textos complexos longos e com prazo curto, em alta sobrecarga de exigências acadêmicas)”.
Felipe não apresentou dificuldade nos primeiros anos escolares, mas é possível que a dificuldade tenha se manifestado apenas com o aumento da complexidade do conteúdo estudado. 
D. “As dificuldades de aprendizagem não podem ser explicadas por deficiências intelectuais, acuidade visual ou auditiva não corrigida, outros transtornos mentais ou neurológicos, adversidade psicossocial, falta de proficiência na língua de instrução acadêmica ou instrução educacional inadequada”.
Encaminhamentos
Para se confirmar estes diagnósticos, seria necessário verificar a existência de quaisquer outras interferências no aprendizado de Felipe, como dificuldade de compreender o professor, condições adequadas para que ele enxergue o quadro, escute o professor, consiga se concentrar, algum problema familiar, entre outras. Para isso, é importante conversar com pais, professores e outras pessoas envolvidas na educação de Felipe para verificar a presença de sintomas nos diferentes ambientes que ele frequenta.
Em caso de confirmação dos transtornos acima citados, é importante trabalhar de forma interdisciplinar com pPsicólogos cComportamentais, psiquiatras, pediatra e psicopedagogo. A fim de estimular a criança para que ela sinta-se motivada a se esforçar e se desenvolver. Este esforço contribui para a formação de novas sinapses no cérebro.
Referências	
Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais [recurso eletrônico] : DSM-5 / [American Psychiatric Association ; tradução: Maria Inês Corrêa Nascimento ... et al.] ; revisão técnica: Aristides Volpato Cordioli ... [et al.]. – 5. ed. – Dados eletrônicos. – Porto Alegre : Artmed, 2014.

Continue navegando