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historia_aulas (97)

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A criação do Estado do Líbano
Após a Primeira Guerra Mundial e o colapso do Império Otomano, o 
território do Líbano passou por um período de transição e reorganização 
política. Em 1920, durante a Conferência de San Remo, as potências 
Aliadas dividiram os territórios do ex-Império Otomano entre França e 
Grã-Bretanha, estabelecendo os mandatos da Síria e do Líbano sob a 
administração francesa. Nesse contexto, a França proclamou a criação 
do Estado do Grande Líbano em 1 de setembro de 1920, expandindo os 
limites geográficos do Líbano para incluir regiões historicamente 
muçulmanas e cristãs.
A decisão de criar o Estado do Grande Líbano foi uma medida 
estratégica da França para assegurar sua influência na região, buscando 
estabelecer um território libanês com maioria cristã maronita como 
contraponto à Síria de maioria muçulmana. Essa nova configuração 
territorial e demográfica do Líbano, no entanto, semeou as sementes de 
tensões e conflitos futuros entre as diferentes comunidades religiosas 
que compunham o novo Estado.
Apesar das divergências iniciais, o Estado do Grande Líbano começou a 
se consolidar gradualmente, com a nomeação de um Alto-Comissário 
francês e a formação de um governo provisório. Em 1926, uma nova 
constituição foi promulgada, estabelecendo o Líbano como uma 
república parlamentarista com um presidente como chefe de Estado e 
um primeiro-ministro como chefe de governo. Esse período inicial da 
criação do Estado libanês foi marcado por desafios de integração entre 
as diversas comunidades religiosas e étnicas, bem como pela 
necessidade de estabelecer as estruturas políticas, econômicas e 
sociais do novo país.
A Independência do Líbano
Após séculos de domínio por impérios estrangeiros, o Líbano finalmente 
conquistou sua independência em 1943. Esse momento histórico 
marcou o fim de um longo e difícil processo de libertação nacional, que 
envolveu décadas de luta e resistência por parte do povo libanês. A 
declaração de independência foi um marco significativo, pois permitiu 
que o Líbano se tornasse uma nação soberana, com sua própria 
identidade, cultura e instituições políticas.
A conquista da independência foi o resultado de uma série de fatores, 
entre eles a crescente mobilização e conscientização da população 
libanesa, a pressão internacional contra o domínio colonial, e a 
fragilidade do Império Otomano após a Primeira Guerra Mundial. Os 
líderes políticos libaneses, como Bechara El Khoury e Riad El-Solh, 
desempenharam um papel fundamental nesse processo, negociando 
com as autoridades francesas e garantindo a transição para um Estado 
independente.
A independência do Líbano foi celebrada com entusiasmo pela 
população, que via nesse evento a oportunidade de construir um futuro 
próspero e autônomo para o país. No entanto, os desafios eram 
enormes, pois o Líbano herdava uma economia frágil, divisões internas 
entre comunidades religiosas e étnicas, e a necessidade de consolidar 
suas instituições políticas e sociais. Apesar disso, a independência foi 
um momento decisivo na história do Líbano, permitindo que o país 
assumisse seu lugar no cenário internacional como uma nação livre e 
soberana.

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