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Desigualdades em Cidades Sustentáveis

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AS CIDADES E OS GRUPOS SOCIAIS
Ao refletir sobre as cidades sustentáveis, é importante considerar que a desigualdade 
econômica entre os países e as regiões gera obstáculos para a consolidação de projetos de 
cidades sustentáveis que buscam melhorar a qualidade de vida das pessoas. Esses projetos 
demandam altos recursos financeiros e, por isso, não são implementados em todos os 
lugares.
Outro ponto a ser considerado são as desigualdades sociais relacionadas às questões 
de gênero, raça e orientação sexual. Os grupos sociais historicamente menos favorecidos 
tendem a enfrentar obstáculos no acesso a serviços públicos da cidade, por causa do 
preconceito e da violência que sofrem cotidianamente.
Nesse sentido, o planejamento urbano deve abarcar essas questões, de modo a con-
templar os interesses e as demandas de diferentes grupos sociais. A desigualdade de 
gênero, por exemplo, se manifesta nas assimetrias de renda entre homens e mulheres, na 
desigualdade de acesso à participação política, na desvalorização de trabalhos tradicional-
mente desempenhados por mulheres, entre outros. 
As desigualdades de gênero influenciam, ainda, a maneira como as mulheres vivenciam 
as cidades, o que pode ser agravado por questões de raça, classe social e orientação sexual. 
Tendo isso em vista, é necessário que o Estado formule políticas públicas especialmente 
para as mulheres e para outros grupos sociais desfavorecidos, contemplando as diferentes 
necessidades desses grupos, de modo a promover uma cidade justa e equânime.
 Manifestação pelos direitos das mulheres, em São Paulo (SP), 2020.
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ENCAMINHAMENTO
Neste momento, a discussão 
sobre o planejamento das políti-
cas públicas voltadas aos grupos 
sociais, em uma proposta sus-
tentável e cidadã, considera as 
demandas da sociedade para a 
redução da segregação urbana e 
a inclusão dos diferentes grupos 
sociais em todos os espaços da 
cidade. Além disso, conside-
ra-se que, em uma cidade, a 
infraestrutura nos bairros, como 
acesso ao saneamento básico, 
à saúde, à educação e ao lazer, 
por exemplo, deve atender todas 
as classes, mas principalmente 
a população economicamente 
desfavorecida. É necessário 
discutir os preconceitos e quais-
quer tipos de discriminações em 
relação aos grupos sociais, res-
saltando que a garantia desses 
direitos é uma forma de promo-
ver a cidadania. 
Para reconhecer e discutir a 
presença, participação e repre-
sentatividade de grupos sociais 
no espaço escolar, é muito 
importante abordar o tema 
de combate e prevenção ao 
bullying. Pode ser feita uma 
roda de conversa sobre com-
portamentos que não devem 
ser tolerados no espaço escolar, 
criando um mural ou uma lista 
em sala de aula com essas regras. 
Que frases e comportamentos 
podem ser ofensivos ao outro? 
Que tal se criássemos um código 
de conduta no espaço da sala 
de aula? Acreditamos que, para 
que crianças e jovens pensem 
uma cidade inclusiva, a sala de 
aula também o deve ser. Não há 
como conceber uma sociedade 
se não sabemos cuidar de nossa 
própria casa, ambiente de traba-
lho etc. 
Muitas vezes, o espaço 
escolar, como núcleo de repro-
dução da sociedade brasileira, 
pode apresentar episódios e dis-
cursos de violência social, étnica, 
sexual e de gênero. Práticas 
classistas, elitistas, racistas e machistas preci-
sam ser combatidas no ambiente escolar, pois 
não há como formar uma sociedade empática, 
dialógica, respeitosa, emocionalmente respon-
sável se o espaço escolar não criar ambientes 
e momentos como esse. Temos consciência do 
quão delicado é o tema e que isso envolve, em 
muitas instâncias, o apoio irrestrito da adminis-
tração e da gestão escolar, que não podem ser 
omissas em situações como essas. Sugerimos 
que, ao tratar de assuntos dessa natureza, certi-
fique-se do suporte que os colegas de trabalho, 
os estudantes e as famílias podem dar a proje-
tos sobre o tema.
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