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Educação e Diversidade - 40 a 48

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Impresso por Danubia Alva, CPF 314.112.508-26 para uso pessoal e privado. Este material pode ser protegido por direitos autorais e não
pode ser reproduzido ou repassado para terceiros. 21/02/2021 13:11:54
 forma, viveremos sempre no universo da exclusão e não no da inclusão, tão sonhada e 
discutida; tampouco alcançaremos a justiça. 
A Diversidade no Contexto Escolar 
 Diversidade variedade diferença pluralidade multiplicidade pode significar , , e 
 entre diferentes objetos. Os seres humanos são diversos, desde o contexto genético até as 
 suas experiências de vida, vivências, costumes, religiões e, acima de tudo, cada um tem a 
 sua personalidade, cada indivíduo percebe e sente o mundo a sua volta de maneira 
diferente. 
 Assim, considerando a sociedade em suas complexidades e diversidades, é possível 
 afirmar que o espaço escolar não é diferente. Este, por sua vez, representa uma espécie de 
 “microssociedade”, visto que a escola tem uma forte diversidade humana e cultural e é de 
 sua responsabilidade a demanda por apresentar e ter um currículo e uma pedagogia que 
atendam a esse cenário. 
 Como tal, impõe-se que a organização escolar assuma um compromisso de 
 pluralismo, promovendo a integração de todos os alunos num mesmo espaço, em vez de um 
tratamento específico de certas populações (HOUSSAYE, 2000). 
As reformas educacionais, como por exemplo, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação 
 Nacional - LDB (1996), tiveram que dar uma resposta à diversidade, pois as necessidades 
 educacionais dos alunos exigem novas aptidões por parte dos professores. Os professores 
 precisam receber por parte do Estado cursos e capacitações para que saibam lidar com a 
diversidade e a complexidade dos dias atuais. Entretanto, as ações de formação não podem 
 ser pontuais, elas têm de ser contínuas e estarem vinculadas às práticas educacionais no 
 cotidiano escolar; por fim, estas não podem ser vistas como algo externo à formação, mas 
sim interno do processo educativo (BAHIA, 2014). 
 A questão da diversidade na escola engloba a , a diversidade racial diversidade de 
 gênero, a livre orientação sexual a diversidade sociale (como as classes sociais, os 
 alunos do campo e da cidade e os alunos itinerantes, ou seja, aquelas crianças e jovens que 
 vivem em certos grupos por motivos culturais, políticos, econômicos ou de saúde, tais como 
 ciganos, indígenas, povos nômades, acampados do Movimento dos Trabalhadores Rurais 
 Sem Terra - MST, entre outros movimentos, além de trabalhadores circenses, artistas, 
dentre outros). Todo esse variado público denota para o professor um grande desafio para 
se educar na diversidade. 
 As Escolas Itinerantes talvez sejam o maior desafio para se educar na diversidade, 
seja pela questão infraestrutural, seja pela forma nômade que o aprendizado ocorre. Porém, 
 analisando criticamente o papel da Escola Itinerante, mesmo estando debaixo da “lona 
preta”, a ação pedagógica e a aprendizagem acontecem, e esta é conduzida de forma crítica 
 e coletiva, demonstrando as contradições e expropriações de um mundo e uma sociedade 
capitalista (CAMINI, 2009). 
Impresso por Danubia Alva, CPF 314.112.508-26 para uso pessoal e privado. Este material pode ser protegido por direitos autorais e não
pode ser reproduzido ou repassado para terceiros. 21/02/2021 13:11:54
 A Escola Itinerante existe por haver uma contradição na sociedade, problema social 
 de concentração dos meios de produção e do saber. O que garante a Escola Itinerante não 
 são as políticas públicas. A Escola Itinerante é vulnerável à correlação de forças, depende 
da força popular. No momento em que pararmos de lutar de forma organizada, corremos o 
risco de a escola sofrer as consequências. Porém, precisamos ver legalmente como garantir 
que o poder público responda às necessidades da Escola Itinerante. (MST, 2007, p. 05) 
 Nas políticas públicas educacionais que tratam da questão da diversidade, esta é 
tratada como um direito, sendo assim, a diversidade pode vir a orientar a prática educativa, 
 trazendo conteúdos sobre o tema, instigando os alunos a compreender a diversidade de 
maneira crítica, problematizando-a e construindo-a como algo normal. 
Morin (2000, p. 52) afirma que “cabe à educação do futuro cuidar para que a espécie 
 humana não apague a ideia de diversidade e que a diversidade não apague a da unidade”. 
Ainda segundo o mesmo autor: 
 É a unidade humana que traz em si os princípios de suas múltiplas diversidades. 
 Compreender o ser humano é compreender sua unidade na diversidade, sua diversidade 
na unidade. É preciso conceber a unidade do múltiplo, a multiplicidade do uno. A educação 
deverá ilustrar este princípio de unidade/diversidade em todas as esferas. 
 O tema diversidade tem que ser construído aos poucos dentro da Educação com o 
 objetivo de melhorar a nossa sociedade, através da prática do respeito e do 
 reconhecimento, para que assim construamos um sistema escolar ca vez mais inclusivo. da
 Alguns instrumentos poderosos e que crescem são as políticas de ações afirmativas. Para 
Santos (2012, p. 402), as ações afirmativas são: 
 Vistas como medidas para para grupos e criar igualdade de oportunidades
populações socialmente excluídas; essas ações preveem um tratamento diferenciado na sua 
execução, objetivando uma maior inserção na educação, no sistema de saúde e no mercado 
de trabalho. 
 As políticas de ações afirmativas buscam mitigar um passado discriminatório. As 
 políticas ou ações afirmativas a nível escolar tentam transpor uma igualdade substantiva 
 para grupos socialmente vulneráveis a preconceitos, à discriminação e à segregação, 
 como negros, índios e remanescentes de quilombos. Entre os objetivos destas políticas 
 encontram-se a eliminação das desigualdades e das segregações, de forma que não se 
 mantenham grupos elitizados e grupos marginalizados. Essas políticas e ações visam 
aumentar a participação desses grupos marginalizados na educação, na saúde, no emprego 
 e na proteção social. Na área da educação, a medida mais adotada são as e a cotas raciais
concessão de bolsas de estudos. 
 O respeito à diversidade é uma forma de garantir que a cidadania seja exercida, mas 
esse respeito só será possível se houver a prática da (BAHIA, 2014). tolerância
A convivência na escola é norteadora para estabelecer entre educadores e educandos 
uma relação de respeito à diversidade e a consciência de cidadania e de direitos. 
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pode ser reproduzido ou repassado para terceiros. 21/02/2021 13:11:54
 A cada dia que passa, a escola se torna uma arena que compreende vários tipos de 
 violência, de intolerância, de preconceito e de discriminação. É por isso que a comunidade 
escolar precisa questionar o ensino e suas práticas. 
 A escola precisa trabalhar , bem como o relações raciais, relações de gênero
respeito à livre orientação sexual e à identidade de gênero. O reconhecimento de todos 
 esses temas como direitos leva à urgência de sair da teoria para a prática, dos sonhos para 
 as políticas e ações. Contra uma cultura de violência, baseada na marginalização do outro, 
 tido como diferente e inferior, faz-se necessário persistir na construção social de uma 
cultura da diversidade. 
 É preciso superar essa sociedade marcada por relações de dominação versus 
 submissão,que ainda se encontra nos moldes patriarcais, sendo heterogênea, colonial, 
masculina e branca. 
A Inclusão no Contexto Escolar 
 Os valores democráticos preveem o respeito às diferenças, sejam elas de classes 
sociais, de etnias, de culturas, de religiões, de políticas, de sexo, de identidade de gênero, de 
idade e de ideologia. 
 A escola assume um papel primordial na formação do ser humano em toda a sua 
dimensão, sempre pautada na cultura do respeito e da inclusão. Outro fato importante que 
também necessita ser trabalhado é o cumprimento da legislação vigente, no que se refere à 
inclusão social. 
 A igualdade social, ou seja, a igualdade de direitos, está presente nas pautas atuais. 
 Realmente, todos nós temos os mesmos direitos, ou pelo menos deveríamos ter os mesmos 
 direitos e oportunidades à saúde, educação, alimentação e ltura. A Constituição Federal cu
de 1988 adotou o princípio da igualdade de direitos, prevendo que não se deve estabelecer 
 diferenciações em razão de sexo, religião, convicções filosóficas ou políticas, raça e classe 
social. 
Em seu art. 5°, a Constituição Federal dispõe que: 
 Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos 
 brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à 
 liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade. 
 Amparada pela carta magna, a escola tem que ser um espaço onde as diversidades 
 culturais estão presentes. Neste espaço rico e diverso, as questões de igualdades e 
 diferenças precisam ser problematizadas. Esses temas não podem ser esquecidos ou 
tratados de maneira superficial. 
 Para uma educação inclusiva, antes de qualquer coisa precisamos entender a 
 questão da . A inclusão, que deve dar o direito, a todos, ao mesmo espaço, inclusão social
 deve dar direitos aos que por alguma razão, seja ela econômica, cultural, política, religiosa 
ou de qualquer ordem, estejam excluídos. 
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 Exclusão social e inclusão social formam um paradoxo complexo, que constitui uma 
 das grandes preocupações da sociedade atual. são as pessoas que estão fora Os excluídos
do contexto capitalista da sociedade, que não conseguem consumir bens e serviços e que 
 não alimentam o modo capitalista de produção e consumo exacerbado. Geralmente são 
 populações marginalizadas, desempregadas e que são vítimas de preconceito e 
discriminação. 
 O papel do professor como articulador destas discussões e responsável direto pela 
 observância e fomento dos direitos humanos e sociais da escola é fundamental. Ele é um 
 dos principais atores e agentes de mudança, cuja responsabilidade profissional envolve o 
fomento da inclusão no espaço escolar. 
 Na Constituição Federal de 1988 é efetivamente garantido o direito de todos à 
 educação de qualidade, bem como o atendimento às necessidades de cada um. Em suma, 
 mesmo com os avanços e esforços políticos e governamentais, ainda existe muito espaço 
 para a ampliação dos direitos. Estes esforços se mostram insuficientes para sanar as 
 desigualdades sociais, os preconceitos, a segregação e a exclusão. Em relação ao contexto 
 escolar, a cada dia a escola precisa de mais lapidações, redesenhos e estratégias para formar 
um novo paradigma educacional enraizado no respeito, na solidariedade, na sensibilização 
e na aceitação, buscando, assim, justiça e dignidade para todos. 
 
 Tema 08: Pluralidade cultural e a construção do currículo escolar 
A proposta de estudo da Pluralidade cultural e a construção do currículo escolar tem 
 como ponto inicial identificar como nossa sociedade é caracterizada por marcadores 
 sociais e plurais, baseados nas intersecções de classe, gênero, raça, padrões linguísticos e 
 outros. Por outro lado, no contato com as abordagens sobre Pluralidade cultural e a 
construção do currículo escolar pode-se problematizar alguns pontos: 
I) Qual a função social da educação? 
II) O que se entende por pluralidade cultural e currículo? 
1. A função social da educação 
 Segundo Dourado et al (2006), para discutirmos a função social da educação e da 
 escola é necessário compreender a educação no seu sentido ampliado, ou seja, enquanto 
 prática social que ocorre nas relações sociais que os homens estabelecem entre si, nas 
 diversas instituições e movimentos sociais, sendo, portanto, constituinte e constitutiva 
dessas relações. 
 Dourado et al (2006) descreve que o homem, no processo de transformação da 
 natureza, instaura leis que regem a sua convivência com os demais grupos, cria estruturas 
 sociais básicas que se estabelecem e se solidificam à medida que se vai constituindo em 
 lócus de formação humana. Não obstante, a instituição denominada de escola, enquanto 
 criação do homem só se justifica e se legitima diante da sociedade ao cumprir a finalidade 
para a qual foi criada. 
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 É neste cenário que a escola, no desempenho de sua função social de formadora de 
 sujeitos históricos de acordo com Dourado et al (2006), precisa ser um espaço de 
 sociabilidade que possibilite a construção e a socialização do conhecimento produzido, 
 tendo em vista que esse conhecimento não é dado a priori. Trata-se de conhecimento vivo 
e que se caracteriza como processo em construção. 
 O diálogo que precisa ser construído na educação requer a percepção de que nela 
 ocorra uma prática social que se desenvolve nas relações estabelecidas entre os grupos, 
 seja na escola ou em outras esferas da vida social, se caracteriza como campo social de 
 disputa hegemônica, disputa essa que se dá “na perspectiva de articular as concepções, a 
 organização dos processos e dos conteúdos educativos na escola e, mais amplamente, nas 
diferentes esferas da vida social, aos interesses de classes” (FRIGOTTO, 1999, p. 25). 
 Assim, a educação se constitui numa atividade humana e histórica que se define na 
totalidade das relações sociais. 
2. Pluralidade cultural ou multiculturalismo 
Inicialmente pode-se dizer que o termo encontrado na literatura sobre a pluralidade 
 cultural ou multiculturalismo são abordados por alguns autores como sinônimos, além 
 disto, o termo é polissêmico. Segundo Antônio Flávio Moreira (s.d), este tema tem como 
 foco a cultura, permeia a centralidade nos fenômenos sociais contemporâneos. Surgiu nos 
 países dominantes do Norte. Para os teóricos Luiz Alberto e Petronilha Gonçalves (2003), 
 tal corrente teórica teve origem nos Estados Unidos, por exemplo, na confluência das lutas 
 pelos direitos civis encabeçadas por afro-estadunidenses nos anos de 1960. Naquele 
 contexto favorecia a emergência de ações afirmativas. Foi nesse período que a força 
 propositiva de grupos segregados, de professores e estudantes que questionavam a 
 estrutura social injusta e o monopólio do saber por alguns, levou à formulação de políticas 
multiculturais. 
 Os autores Vera Candau e Antônio Flávio Moreira (2008) descrevem que o 
 multiculturalismo refere-se às intensas mudanças demográficase culturais que têm afetado 
 as sociedades contemporâneas e que as têm tornado mais complexas. Segundo os autores, 
 essa realidade, que marca o mundo de hoje, provoca significativos efeitos (positivos e 
 negativos), que evidenciam em todos os espaços sociais, decorrentes de diferenças relativas 
 à raça, etnia, gênero, sexualidade, cultura, religião, classe social, idade, deficiências ou 
 outras marcas que diferenciam indivíduos e grupos sociais. Para Candau e Moreira (2008) 
 o multiculturalismo na educação envolve a natureza da resposta que se dá a toda 
 diversidade e que se expressa nos ambientes e arranjos educacionais, ou seja, nas teorias, 
nas práticas e nas políticas. 
 Na perspectiva do teórico Moreira (2001) nossas sociedades contemporâneas são 
 inegavelmente multiculturais. Nelas, as diferenças derivadas de dinâmicas sociais como 
classe social, gênero, etnia, orientação sexual, cultura e religião expressam-se nas distintas 
esferas sociais. Para ele, o multiculturalismo, pode indicar diversas ênfases: 
a) atitude a ser desenvolvida em relação à pluralidade cultural; 
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b) meta a ser alcançada em um determinado espaço social; 
c) estratégia política referente ao reconhecimento da pluralidade cultural; 
 d) corpo teórico de conhecimentos que buscam entender a realidade cultural 
contemporânea; 
 e) caráter atual das sociedades ocidentais (Canen e Moreira, 2001) apud Moreira 
(2001). 
 É essa última perspectiva, adotada por Kincheloe e Steinberg (1997), que vejo como 
 mais expressiva para compreender os complexos fenômenos culturais contemporâneos. 
 Multiculturalismo representa, em última análise, uma condição inescapável do mundo 
ocidental, à qual se pode responder de diferentes formas, mas não se pode ignorar. 
 Multiculturalismo refere-se à natureza dessa resposta. Educação multicultural, 
 consequentemente, refere-se à resposta que se dá a essa condição, em ambientes 
educacionais. 
 Para Forquin (2000), o multiculturalismo possui uma concepção e uma descritiva
normativa, a saber; 
a) descritivo: entende-se a expressão como situação “objetiva” de cada país, no qual 
 coexistem grupos de origem étnica ou geográfica diversa, línguas diferentes, com 
valores e adesões religiosas diversas. 
 b) Já no sentido : a aplicação do termo multicultural assume diferentes prescritivo
contornos. 
 No âmbito dessas discussões sobre o tema, Praxedes (2004) citando Stuart Hall 
 (2003), identifica pelo menos seis concepções diferentes de multiculturalismo na 
atualidade: 
 1. Multiculturalismo conservador: compreende-se como aqueles em que os 
dominantes buscam as minorias diferentes às tradições e costumes da maioria; assimilar
 2. Multiculturalismo liberal: concebido como os diferentes devem ser integrados 
 como iguais na sociedade dominante. A cidadania deve ser universal e igualitária, mas no 
domínio privado os diferentes podem adotar suas práticas culturais específicas; 
 3. Multiculturalismo pluralista: entende-se como aqueles em que os diferentes 
grupos devem viver separadamente, dentro de uma dinâmica de política federativa; 
 4. Multiculturalismo comercial: a diferença entre os indivíduos e grupos deve ser 
 resolvida nas relações de mercado e no consumo privado, sem que sejam questionadas as 
desigualdades de poder e riqueza; 
 5. (público ou privado): a diferença deve ser Multiculturalismo corporativo
 administrada, de modo a que os interesses culturais e econômicos das minorias subalternas 
não incomodem os interesses dos dominantes; 
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 6. Multiculturalismo crítico: questionam a origem das diferenças, criticando a 
 exclusão social, a exclusão política, as formas de privilégio e de hierarquia existentes nas 
 sociedades contemporâneas. Apoia os movimentos de resistência e de rebelião dos 
dominados. 
 
Por outro lado, Gasparin e Tortoreli (2006) descrevem que Candau (2000) entende o 
 multiculturalismo como uma realidade social, ou seja: a presença de diferentes grupos 
culturais numa mesma sociedade. A tomada de consciência dessa realidade é motivada por 
 fatos concretos que explicitam diferentes interesses, discriminações e preconceitos 
presentes no tecido social. 
 Os “outros”, os diferentes se revelam em toda sua concretude. Esta realidade pode 
 provocar comportamentos e dinâmicas sociais que constroem “muros” de forma física, 
 afetiva e ideológica; evita-se o contato e criam-se mundos próprios sem relação com os 
“diferentes”. A consciência do caráter multicultural de uma sociedade não leva espontânea 
 e necessariamente ao desenvolvimento de uma dinâmica social informada pelo caráter 
intercultural. 
A partir da explicação da autora, percebemos que multiculturalismo é uma realidade 
concreta com diferentes interesses. 
É importante destacar qual a perspectiva que o Ministério da Educação abordou este 
tema, ele descreve que a temática da Pluralidade Cultural diz respeito ao conhecimento e à 
 valorização de características étnicas e culturais dos diferentes grupos sociais que 
 convivem no território nacional, às desigualdades socioeconômicas e à crítica às relações 
sociais discriminatórias e excludentes que permeiam a sociedade brasileira, oferecendo ao 
 aluno a possibilidade de conhecer o Brasil como um país complexo, multifacetado e algumas 
vezes paradoxal. 
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Tal compreensão da pluralidade cultural será oficialmente abordada nos Parâmetros 
 curriculares nacionais como Temas Transversais, nos parâmetros destinados aos 
 professores de 5a a 8a séries e nos dedicados aos professores de 1a a 4a séries podem ser 
 encontrado no volume 10 apresentado de forma conjunta com o tema Orientação Sexual. 
Tais instrumentos oficiais visam combater o preconceito ao diferente. 
2. A construção do currículo escolar 
 Ao abordarmos o campo da construção do currículo escolar algumas reflexões 
aparecem logo, tais como: o que é currículo? Para que e quem ele serve? 
 A princípio estamos trabalhando com a perspectiva que se associa o currículo ao 
 conjunto de esforços pedagógicos desenvolvidos com intenções educativas (Moreira e 
 Candau, 1996). Neste âmbito discursivo ainda pode-se destacar o currículo como 
instrumento de viabilização do direito à educação. 
Não obstante a essa discussão o autor (2000, p. 45) afirma que: Sacristán 
 O currículo aparece, assim, como o conjunto de objetivos de aprendizagem
selecionados que devem dar lugar à criação de experiências apropriadas que tenham 
 efeitos cumulativos avaliáveis, de modo que se possa manter o sistema numa revisão 
 constante, para que nele se operem as oportunas reacomodações. 
 Sacristán e Goméz (1998) defendem um “modelo de interpretação que concebe o 
 currículo como algo construído no cruzamento de influências e campos de atividades 
diferenciadas e inter- relacionadas”. 
 Segundo Soares (2012) destaca-se nas análises de Sacristán e Goméz, após uma 
longa análise na literatura sobre currículo,vários significados, como: 
 (I) um grande grupo deles relacionado com a concepção currículo-
 experiência, ou seja, um currículo como guia da experiência que o aluno 
 obtém na escola, como um conjunto de responsabilidades da escola para 
 promover uma série de experiências, sejam essas as que proporcionam 
 consciente e intencionalmente ou experiências de aprendizagem 
 planejadas, dirigidas ou sob supervisão da escola, ideadas e executadas ou 
oferecidas por esta para obter determinadas mudanças nos alunos; 
 
 (II) o currículo como definição de da educação, como: planos ou conteúdos
 propostas, especificação de objetivos, reflexo da herança cultural, mudança 
 de conduta, programa da escola que contém conteúdos e atividades, soma 
 de aprendizagens ou resultados ou todas as experiências que o aluno possa 
obter no seu processo de escolaridade. (Sacristán,1998, p.13-15). 
 Outra relação necessária se estabelece entre o currículo e a cultura. Nesse sentido, 
 Santomé (2006, p. 160) afirma que as culturas “ou vozes dos grupos sociais minoritários 
 e/ou marginalizados que não dispõem de estruturas importantes de poder costumam ser 
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 silenciadas estereotipadas deformadas, quando não e , para anular suas possibilidades 
de reação ”.
 O autor critica especialmente a escola, quando diz que o problema está situado 
exatamente no distanciamento dessa instituição em relação à realidade de um grupo social 
 discriminado, principalmente por não trabalhar os conteúdos escolares com base nas 
diferenças.

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