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1 9 SERVIÇOS E PRODUTOS RELACIONADOS A

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SERVIÇOS E PRODUTOS RELACIONADOS A 
SAÚDE 
 
 
 
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Faculdade de Minas 
Sumário 
SERVIÇOS E PRODUTOS RELACIONADOS A SAÚDE ........................... 1 
AVALIAÇÃO: IMPORTÂNCIA E CONSTRUÇÃO ........................................... 4 
AVALIAÇÃO EM SAÚDE PÚBLICA ............................................................... 8 
POLÍTICAS PUBLICAS ................................................................................ 12 
ENQUANTO CONSTRUÇAÕ NA FORMULAÇAO DE POLÍTICAS E 
PROGRAMAS ........................................................................................................ 16 
DESAFIOS ................................................................................................... 20 
REFERÊNCIAS ............................................................................................ 22 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
file:///C:/Users/elessandra.bicalho/Documents/2019/APOSTILAS/AVALIAÇAO%20DE%20PLANOS,%20PROGRAMAS%20E%20PROJETOS%20EM%20SAUDE%20PUBLICA.docx%23_Toc42246396
 
 
 
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Faculdade de Minas 
FACUMINAS 
 
A história do Instituto Facuminas, inicia com a realização do sonho de um grupo 
de empresários, em atender a crescente demanda de alunos para cursos de 
Graduação e Pós-Graduação. Com isso foi criado a Facuminas, como entidade 
oferecendo serviços educacionais em nível superior. 
A Facuminas tem por objetivo formar diplomados nas diferentes áreas de 
conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a participação 
no desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua formação contínua. 
Além de promover a divulgação de conhecimentos culturais, científicos e técnicos que 
constituem patrimônio da humanidade e comunicar o saber através do ensino, de 
publicação ou outras normas de comunicação. 
A nossa missão é oferecer qualidade em conhecimento e cultura de forma 
confiável e eficiente para que o aluno tenha oportunidade de construir uma base 
profissional e ética. Dessa forma, conquistando o espaço de uma das instituições 
modelo no país na oferta de cursos, primando sempre pela inovação tecnológica, 
excelência no atendimento e valor do serviço oferecido. 
 
 
 
 
 
 
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Faculdade de Minas 
 
AVALIAÇÃO: IMPORTÂNCIA E CONSTRUÇÃO 
 
Começamos com uma pequena reflexão sobre avaliação de Políticas de 
saúde em nossa atual conjuntura, buscamos o melhor em conceito para uma boa 
apresentação e melhor entendimento. Nosso principal eixo de construção e 
argumentação será o de apresentar alguns aspectos teóricos e metodológicos do 
campo da avaliação, e, mais especificamente, das políticas e programas de saúde, 
para situar de onde estamos falando. 
Conceituando a importância nesta discussão, a avaliação valoriza o debate e 
a participação dos diferentes atores nos processos avaliativos. consideramos a 
construção da avaliação como algo dinâmico, que extrapola o âmbito governamental 
e as regras formais e que se consolida em ações e práticas no âmbito da 
organização dos serviços de saúde. 
 
 
 
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Faculdade de Minas 
A avaliação está presente em vários contesto, seja pessoal ou institucionais, 
estamos ligados ao processo avaliativo e não damos conta disso. A realidade que 
lidamos com processos que visam resultados, que devem alcançar objetivos e 
controle de conhecimentos e outros. E, em razão deles, nos 
organizamos socialmente, o que se constituiu na trajetória histórica da humanidade. 
Reconhecer este aspecto é um primeiro passo na construção de uma avaliação que 
considere os sujeitos que participam dos processos. 
 Sua trajetória moderna da avaliação sistemática das intervenções sociais 
começa no século XVIII, na Grã-Bretanha e na França com as novas correntes 
ideológicas e filosóficas que serviram de arrimo ao pensamento científico moderno 
acarretando assim a multiplicação e o refinamento dos métodos de pesquisa social 
e a implementação de transformações sociais, políticas, econômicas e culturais 
Contextualizando a avaliação emerge como um mecanismo que visava 
acompanhar as políticas públicas implementadas e equacionar os problemas sociais 
existentes (Worthen, Sanders e Fritzpatrick, 2004; Figueiró, Frias e Navarro, 2010). 
Sendo assim, a avaliação consolidou-se como uma prática de intervenção política 
do Estado, nos sistemas, serviços, programas e projetos político-sociais, e definiu-
se também como um campo de conhecimento, com a busca de aportes científicos 
que lhe dessem sustentação e credibilidade. E, nos últimos tempos, o campo se 
expandiu e passou por muitas transformações, incorporando influências dos 
distintos campos do saber, como as ciências sociais, a economia, a pesquisa clínica 
e epidemiológica e o direito. Com isso, se configurou em seu âmbito um conjunto 
diverso de tendências e abordagens norteadoras. 
A história moderna da avaliação sistemática das intervenções sociais começa 
no século XVIII, na Grã-Bretanha e na França com as novas correntes ideológicas e 
filosóficas que serviram de arrimo ao pensamento científico moderno acarretando 
 
 
 
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Faculdade de Minas 
assim a multiplicação e o refinamento dos métodos de pesquisa social e a 
implementação de transformações sociais, políticas, econômicas e culturais 
(Dubois, Champagne e Bilodeau, 2011). No entanto, a avaliação se instituiu como 
uma prática e estratégia de governos no período após a Grande Depressão nos 
Estados Unidos até a Segunda Grande Guerra Mundial. 
Nesse contexto a avaliação emerge como um mecanismo que visava 
acompanhar as políticas públicas implementadas e equacionar os problemas sociais 
existentes (Worthen, Sanders e Fritzpatrick, 2004; Figueiró, Frias e Navarro, 2010). 
Assim, a avaliação consolidou-se como uma prática de intervenção política do 
Estado, nos sistemas, serviços, programas e projetos político-sociais, e definiu-se 
também como um campo de conhecimento, com a busca de aportes científicos que 
lhe dessem sustentação e credibilidade. E, nos últimos tempos, o campo se 
expandiu e passou por muitas transformações, incorporando influências dos 
distintos campos do saber, como as ciências sociais, a economia, a pesquisa clínica 
e epidemiológica e o direito. Com isso, se configurou em seu âmbito um conjunto 
diverso de tendências e abordagens norteadoras. 
Em qualquer estudo de avaliação haverá a necessidade de explicitação clara 
dos critérios e parâmetros utilizados para a emissão do julgamento, conforme 
ressalta c) ao considerarem que a avaliação corresponde “à identificação, 
esclarecimento e aplicação de critérios defensáveis para determinar o valor ou 
mérito, a qualidade, a utilidade, a eficácia ou a importância do objeto a ser avaliado 
em relação a esses critérios” (p. 35). 
E o que varia entre as gerações é a posição do avaliador diante da avaliação, 
o uso preferencial da avaliação, o modo de entender e produzir os parâmetros e 
critérios e o envolvimento ou não de atores na construção de processos avaliativo. 
 
 
 
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Faculdade de Minas 
Dependendo das escolhas vemos prevalecer a posição do avaliador como juiz, a 
afirmação de critérios universais de julgamento, reforçando uma visão de ciência 
como a busca da realidade e verdade absoluta, não possibilitando o reconhecimento 
da diferença e a perspectiva dos atores envolvidos. Por outro lado, verificamos 
abordagens construtivistas (Almeida, 2006) onde há uma preocupação de 
incorporação dos atores interessados na definição dos parâmetros e uma abertura 
maior para outras perspectivas e visões sobre a realidade possibilitando quebrar 
com a ideia de uma verdade absoluta e um padrão único e universal de 
avaliação[2]. 
o Brasil, a avaliação em saúde constituiu-se como objeto de interesse em 
vários momentos históricos, seja no interior da Saúde Pública institucionalizada, 
seja nos momentos que antecederam imediatamentea implementação do c. O 
estímulo à utilização de práticas avaliativas pela Organização Mundial da Saúde 
(OMS) a partir da declaração de Alma-Ata encontrou eco tardiamente no país 
devido a dois fatores interdependentes: sendo assim, as características do Estado 
autoritário, vigente no início dos anos 1980, avesso a submeter suas incipientes 
políticas sociais à avaliação ou a qualquer outro tipo de análise , e, por outro lado, a 
sociedade brasileira estava longe de reivindicar responsabilidade e transparência 
nas políticas públicas de seus programas e serviços. 
 Na contracorrente, no final dos anos 1980 e início dos 1990, contribuíram, para 
o ingresso da temática da avaliação na agenda sanitária brasileira, as políticas de 
valorização do planejamento em saúde e as políticas voltadas para a unificação e 
descentralização do sistema de saúde, como as Ações Integradas de Saúde (AIS) e 
os Sistemas Unificados e Descentralizados de Saúde (SUDS). 
http://site.ims.uerj.br/pesquisa/ccaps/?p=435#_ftn2
 
 
 
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Faculdade de Minas 
Essa contínua expansão e relativa autonomização do espaço da avaliação em 
saúde faz emergir questões sobre a sua constituição no interior do setor saúde no 
Brasil. Afinal, como e por que determinados agentes e instituições intervieram nesse 
processo? Como e por que foi estruturado o espaço da avaliação em saúde no Brasil, 
configurando o perfil atual? 
 
AVALIAÇÃO EM SAÚDE PÚBLICA 
 
 
 
 
 
 
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Faculdade de Minas 
A avaliação em saúde tem se expandido de maneira progressiva ao longo 
das últimas décadas, tanto como disciplina teórico-metodológica, quanto como um 
campo de práticas, racionalmente orientadas, de sujeitos interessados em 
transformar uma dada situação em saúde na direção de outra mais desejável, 
considerando um conjunto de princípios e valores ético-políticos. 
A literatura que aborda o desenvolvimento das políticas públicas tem, cada 
vez mais, afastando-se de modelos analíticos que pressupõem a avaliação como 
uma etapa de um processo linear, no qual tem a responsabilidade de indicar, ao 
final da implementação de uma dada política, o sucesso ou fracasso, seja do seu 
todo ou de partes que a compõe. 
Ou seja, cada vez torna mais patente que o emprego da avaliação deve 
ocorrer desde a montagem da agenda (entrada de problemas no rol de preocupação 
de governos), passando pelo processo de formulação das alternativas viáveis que 
podem contribuir para a resolução dos problemas identificados, pelo processo de 
tomada de decisão das alternativas apresentadas e pela implementação das 
políticas eleitas pelos agentes públicos. Em cada uma dessas etapas, conteúdos 
produzidos por avaliações devem ser mobilizados para subsidiar melhores escolhas 
por parte dos atores envolvidos, seja qual for o momento em que se encontra o 
desenvolvimento da política pública3. 
Para Patton4, a avaliação possui três objetivos primários, quais sejam: (a) 
julgar os resultados produzidos por uma ação, programa ou política; (b) contribuir 
para o seu desenvolvimento e (c) apoiar a construção de conhecimento a respeito 
do fenômeno avaliado. Portanto, para além desses objetivos, como chama a 
atenção Faria, é importante destacar o caráter político-simbólico das iniciativas 
avaliativas. Para o autor, as avaliações, além de suportar as ações de planejamento 
 
 
 
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Faculdade de Minas 
e identificação de problemas que precisam ser enfrentados pelos agentes públicos, 
possuem um forte caráter político. 
Elas preenchem importantes lacunas de informação a respeito dos resultados 
alcançados pela ação do poder público, sobre a alocação (ou realocação) dos 
recursos oriundos dos tributos e conferem legitimidade a ação política e burocrática. 
Ou seja, o uso instrumental na qual as avaliações tradicionalmente são mobilizadas, 
é importante destacar seu elemento democratizado, na medida em que se 
apresenta como importante dispositivo de amplificação da responsividade do Estado 
ante as demandas da sociedade. 
A análise da produção de conhecimento em Planejamento e Gestão na saúde 
e suas relações com as políticas deste mesmo setor no Brasil, no período de 1974 a 
2000, demonstra o surgimento da temática do Planejamento como objeto de 
investigação no período compreendido entre 1980-1986 e, por sua vez, a avaliação 
de processos emergiu entre 1990-2000 1. 
Para os autores, a “...avaliação ainda não se destacaria 
como um momento específico, começando a apresentar 
sinais nas duas últimas fases. A fase de avaliação 
corresponde a um momento da política que se dedica aos 
resultados obtidos pela política implementada em 
contraposição às propostas...” 10 (p. 29). 
Avaliar eficiência, eficácia e efetividade das estruturas, processos e resultados 
relacionados ao risco, a vulnerabilidades, ao acesso e à satisfação dos cidadãos 
torna-se ferramenta central na apropriação do planejamento para o aperfeiçoamento 
do Sistema. 
 
 
 
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Faculdade de Minas 
O PNASS originou-se do Programa Nacional de Avaliação dos Serviços 
Hospitalares (Pnash), desenvolvido a partir de 1998. Em 2004, o Departamento de 
Regulação, Avaliação e Controle de Sistemas – DRAC/ SAS/MS, em parceria com a 
Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e o Departamento Nacional de 
Auditoria do SUS (DENASUS), ampliou o escopo do Pnash, possibilitando a 
avaliação da totalidade dos 23 estabelecimentos de atenção especializada e dando 
origem ao PNASS (BRASIL, 2015a). 
 De maneira geral, o PNASS visa avaliar todos os estabelecimentos de 
atenção especializada em saúde, ambulatoriais e hospitalares, 
contemplados com aporte financeiro proveniente de programas, 
políticas e incentivos do Ministério da Saúde. As seguintes dimensões 
são avaliadas (BRASIL, 2015b): 
 Estrutura. 
 Processo. 
 Resultado. 
 Produção do cuidado. 
 Gerenciamento de risco. 
 Satisfação dos usuários em relação ao atendimento recebido 
A importância das questões políticas, éticas e epistemológicas envolvendo 
Avaliação e Planejamento é relevante 9,11, mas vem sendo abordada de maneira 
circunscrita ao interior de cada uma delas, tanto no Planejamento 3,4,12 quanto na 
Avaliação 13,14, carecendo de análises que considerem justamente as interações 
entre ambas. Nesse sentido, constitui objeto do presente estudo analisar as 
implicações da significativa ampliação do interesse pela temática da Avaliação em 
Saúde nos últimos anos - evidenciado pelo maior volume de publicações indexadas 
da mesma - sobre o Planejamento em Saúde. Constitui nosso pressuposto que a 
 
 
 
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Faculdade de Minas 
expansão da Avaliação se faz em detrimento do Planejamento, em contexto de 
disputa pela capacidade em influenciar a gestão pública no setor Saúde. 
 
POLÍTICAS PUBLICAS 
 
 
 
Quanto as políticas públicas, é observada com maior profundidade, 
atravessando diversas definições conferidas pela literatura. Destaca-se a 
identificação de três fases da avaliação desde a década de 1960 até os dias atuais. 
 
 
 
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Faculdade de Minas 
A posição do avaliador, os critérios e estruturação, possibilidade de aplicação de 
reavaliações, assim como o surgimento de novos problemas que se impõem ao 
contexto democrático-participativo brasileiro. 
Segundo Faria (2003), em seus primórdios, as políticas públicas eram 
consideradas quase exclusivamente outputs do sistema político, o que o Termo 
cunhado por Jobert e Muller, 1987. avaliação de políticas públicas 531 rap – Rio de 
Janeiro 42(3):529-50, maio/jun. 2008 justificava considerando a atenção dos 
investigadores ter se concentrado inicialmente nos inputs, isto é, nas demandas e 
articulações de interesse. 
 Dessa forma, antes que a análise de políticas públicas fosse reconhecida 
como uma pequena área dapolítica, os estudos recaíam nos processos de formação 
de políticaspúblicas, “o que parece refletir o status privilegiado que os processos 
decisórios sempre desfrutaram junto aos profissionais da área” (Faria, 2003:21) 
Neste contexto o melhor que possa entender 
a análise das políticas, Frey (2000) apresenta 
algumas categorias que têm conseguido relevância 
na literatura, com ênfase em policy cycle (ciclo 
político). O agir público pode ser dividido em fases 
parciais do processo político administrativo de 
resolução de problemas, que correspondem a uma 
sequência de elementos do processo. Comum a 
todas as propostas de divisões do ciclo político, são 
as fases da formulação, da implementação e do 
controle dos impactos das políticas (Frey, 2000). 
O artigo destaca-se a última fase do ciclo político, a avaliação de políticas e 
da correção de ação (Evolution), onde admiram os programas já implementados no 
que diz respeito aos seus impactos efetivos. Investigam-se os déficits de impacto e 
 
 
 
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Faculdade de Minas 
os efeitos colaterais indesejados para poder extrair consequências para ações e 
programas futuros. 
Nessa etapa, caso os objetivos do programa tenham sido atendidos, o ciclo 
político pode ser suspenso ou terminar, senão à iniciação de um novo ciclo, isto é, a 
uma nova fase de percepção e definição de problemas. “Com isso, a fase da 
avaliação é imprescindível para o desenvolvimento e a adaptação contínua das 
formas e instrumentos de ação pública” (Frey, 2000:229). 
Segundo Melo (1999), Arretche (2003) confirma que 
a área de políticas públicas no Brasil se caracteriza por uma 
baixa capacidade de acumulação de conhecimento, em 
função da proliferação horizontal de estudos de caso e da 
ausência de pesquisa. Souza (2003) diz que esse é o 
primeiro problema a ser superado pela área. 
 
 A solução, felizmente, tem avançado com a criação de fóruns específicos 
sobre políticas públicas em espaços acadêmicos, e com o advento da 
informatização de periódicos nacionais e internacionais. “Esses fóruns e 
instrumentos permitem-nos conhecer melhor e mais rapidamente a produção de 
nossos pares, embora não exista um periódico específico que abrigue 
exclusivamente a produção da área” (Souza, 2003:16). 
O Comitê de Assistência ao Desenvolvimento da OCDE assinala que o 
propósito da avaliação é determinar a pertinência e alcance dos objetivos, a 
eficiência, efetividade, impacto e sustentabilidade do desenvolvimento. A avaliação 
deve proporcionar informação que seja crível e útil para permitir a incorporação da 
experiência adquirida no processo de tomada de decisão. A avaliação deve ser vista 
 
 
 
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como um mecanismo de melhoria no processo de tomada de decisão, a fim de 
garantir melhores informações, sobre as quais eles possam fundamentar suas 
decisões e melhor prestar contas sobre as políticas públicas (Ala-Harja e Helgason, 
2000). 
Para Tomand avaliações podem ser um “problema” para os governantes, 
executores e gerentes de projetos porque os resultados podem causar 
constrangimentos públicos. As informações e resultados das avaliações podem ser 
usados pelo público e pela imprensa para criticar os governos, da mesma forma 
que, em caso de “boas notícias”, os governos podem usá-las para legitimar as 
próprias políticas, como ganho político etc. 
Como já descrito, a avaliação tem um papel de destaque nas reformas do 
setor público, assim como tem estado cada vez mais presente nos processos de 
análise das políticas públicas. Cabe destacar, contudo, que tal como no caso do 
movimento da nova administração pública, as avaliações de políticas passam 
atualmente por uma fase de críticas ao “gerencialismo” de suas concepções. 
 Wiesner Duran (citado por Mokate, 2002:90) chama a avaliação de “proxy do 
mercado na administração pública”. Tal como apontado por Misoczky (2004), Faria 
(2005) reconhece a “hegemonia inconteste da perspectiva ‘gerencialista ” nas 
discussões sobre políticas públicas (no geral) e avaliação de políticas (em 
específico). De acordo com o autor, a nova ênfase dada à avaliação de políticas 
públicas passa quase que despercebida (pelo menos sem interesse acadêmico 
equivalente) pelas áreas de sociologia e ciência política, no sentido de se abrirem 
novos campos de pesquisa. 
Por outro lado, no campo da administração pública o tema é frequente e pode 
ser consultado, por exemplo, em periódicos nacionais como a Revista do Serviço 
 
 
 
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Faculdade de Minas 
Público e Revista de Administração Pública. Apesar disso, a escassez de estudos 
“pós-decisão” (Faria, 2003, 2005) pode ser explicada tanto pela frágil 
institucionalização da área no Brasil (o que faz com que a análise de políticas 
públicas continue imersa nas questões analíticas tradicionalmente valorizadas pela 
ciência política), quanto pela “debilidade do campo de estudos da administração 
pública no país” (Faria, 2003:22). 
 
 
 
 
 
 
 
 
ENQUANTO CONSTRUÇAÕ NA FORMULAÇAO DE POLÍTICAS E 
PROGRAMAS 
 
 
 
 
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Faculdade de Minas 
 
 
 O principal eixo na construção e o ponto de vista será o de apresentar alguns 
aspectos teóricos e metodológicos do campo da avaliação em saúde, e, mais 
especificamente, das políticas e programas de saúde, contextualizando o ponto de 
partida em destaque e levantar questões a fim de trazer contribuições para o debate. 
 A visão internacional, desde o período do pós segunda guerra mundial, a 
avaliação, enquanto um processo social formal e sistemático, configurou-se como um 
esforço de legitimação e institucionalização de uma prática consistente de julgamento 
do sucesso das políticas públicas implementadas para enfrentar os problemas sociais 
existentes, ou seja, no que se referia a prestação de contas (Worthen et al, 2004). 
Nessa conjuntura as pesquisas em políticas públicas se tornaram parte do interesse 
 
 
 
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Faculdade de Minas 
das atividades científicas, principalmente por serem direcionadas na regulação e no 
controle dos investimentos por parte do Estado. 
 No Brasil é muito recente a definição de diretrizes que orientem a política de 
avaliação, o que reforça abordagens fragmentárias e conservadoras, como a quase 
completa dissociação dos processos avaliativos do sistema nacional de auditoria, 
tendência inversa à dos países desenvolvidos (Santos e Natal, 2005). Na perspectiva 
dos programas de saúde, embora se observem algumas iniciativas de setores ou 
unidades de monitoramento e avaliação, espaços “estruturais” a serem privilegiados 
na institucionalização da avaliação, nota-se uma incapacidade organizacional e 
funcional que operam. 
 
Neste contexto vimos que a década de 1990 testemunhou, nas democracias 
ocidentais de um modo geral, e na América Latina, em particular, “a busca de 
fortalecimento da ‟função avaliação “na gestão governamental” (Faria, 2005:97). 
Para Arretche (1998) a avaliação envolve necessariamente um julgamento, 
uma atribuição de um valor, uma medida de aprovação ou desaprovação a uma 
política ou programa público ou particular, e uma análise desta a partir de certa 
concepção de justiça (explícita ou implícita). Sendo assim, de acordo a autora, não 
existe possibilidade de que qualquer modalidade de avaliação ou análise de políticas 
públicas seja apenas instrumental, técnica ou neutra, pelo forte componente 
intrínseco a processos que envolve diferentes atores e interesses. 
Arretche (1998) aponta que a avaliação envolve 
necessariamente um julgamento, uma atribuição de um valor, uma 
medida de aprovação ou desaprovação a uma política ou programa 
público ou particular, e uma análise desta a partir de certa concepção 
de justiça (explícita ou implícita). 
 
 
 
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Segundo a autora não existe possibilidade de que qualquer modalidade de avaliação 
ou análise de políticas públicas seja apenas instrumental, técnicaou neutra, pelo forte 
componente inerente a processos que envolve diferentes atores e interesses. 
O movimento de institucionalização do Monitoramento e Avaliação (M&A) 
como atividade governamental em prol da gestão pública, mais estritamente no setor 
saúde, teve forte influência de agências internacionais que vinculavam o apoio técnico 
financeiro de projetos a mecanismos de acompanhamento dos resultados. A ênfase 
dada, que ainda prevalece, é a da avaliação baseada em resultados. Este movimento 
iniciou com diferentes iniciativas nas três esferas de governo num contexto marcado 
pelo avanço dos processos de descentralização do sistema de saúde no Brasil, a 
partir das mudanças desencadeadas com a implantação do Sistema Único de Saúde 
(SUS). 
contextualizando o atual processo da gestão do SUS, que tem como base o 
Pacto pela Saúde, como também aspectos teóricos e operacionais inerentes às 
práticas do monitoramento e avaliação. A abordagem relacionada à agenda 
estratégica destaca a criação de mecanismos que articulam a decisão político-
institucional como: 
 a criação de incentivos financeiros, 
 o desenvolvimento de mecanismos técnicos; 
 estratégias organizacionais de qualificação das equipes gestores; a 
realização de estudos e pesquisa e a divulgação de informações 
estratégicas; 
 processos estes pautados pela concepção de atender as 
especificidades da gestão nas suas diferentes esferas e tendo como 
base um amplo processo de cooperação envolvendo, além dos 
 
 
 
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Faculdade de Minas 
gestores, as instituições de ensino e pesquisa e as organizações 
internacionais. 
 
 
 
 
 
DESAFIOS 
 
 
Ao serem abordadas novas criações de práticas e ações políticas as 
quais operam novas ideias e recursos, atividades e mecanismos em cada 
contexto, os programas intersetoriais apresentam objetivos múltiplos, 
variáveis ao longo de tempo nos espaços sociais em que se inserem. 
 Frequentemente, efeitos e resultados têm pouco ou nada a ver com 
os objetivos presentes oficialmente e acordados no início da concepção do 
programa. Novas arenas de concertação e significados são criadas e 
recriadas a partir das interações entre atores atuando em rede direta ou 
indiretamente nas intervenções. 
Tal distinção enfatiza a importância da escolha do foco a ser avaliado, 
isto é, a escolha das dimensões a serem problematizadas deixando claro 
 
 
 
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Faculdade de Minas 
os limites das alternativas priorizadas. Torna-se assim imperativa uma 
visão original sobre metas, alcances e resultados dos programas e 
iniciativas a partir do estudo das conexões e interdependências entre os 
espaços sociais onde são implementadas as ações, também dos aspectos 
que favorecem ou dificultam as mudanças. 
 Ou seja, é possível compreender os processos de implementação 
como resultados em si, os objetivos como expressão de relações 
conflituosas em contextos concretos de interação onde mudanças tendem 
a ser negociadas e o horizonte temporal da intervenção como algo mais 
flexível e menos determinado. 
Portanto, ao referir sobre avaliação de políticas ou programas, a maior 
dificuldade consiste em estabelecer o grau de efetividade em uma perspectiva 
comparativa entre o antes (ex-ante) e o depois (pos-facto), como também em mostrar 
que os resultados encontrados estão relacionados aos produtos ou serviços 
oferecidos. 
Portanto as modalidades de avaliação apoiam-se, não só em dados extraídos 
da realidade pela própria organização, como também em dados secundários 
disponíveis, como registros, recenseamentos, pesquisas, nos quais se podem obter 
informações adicionais de grande validade para a análise do antes e do depois da 
intervenção. 
 Nessa perspectiva, pretende-se avaliar o sucesso ou fracasso em termos de 
uma efetiva mudança nas condições prévias da vida da população atingida pelo 
programa ou política. É precisamente na avaliação de efetividade que a distinção 
entre avaliação e análise se torna mais clara e relevante, devido à necessidade já 
 
 
 
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Faculdade de Minas 
mencionada de demonstrar que os resultados encontrados na realidade social estão 
causalmente relacionados àquela política ou programa particularmente. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
REFERÊNCIAS 
 
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Brasileira de Ciências Sociais, São Paulo, v. 18, n. 51, p. 7-9, fev. 2003.ALA-HARJA, 
 
 
 
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