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Aspectos de consciência como comportamento intencional, tomada de decisões e o autorreconhecimento foram amplamente observados em animais não humanos. Um teste simples utiliza um espelho para ver se o animal em questão sabe que está olhando para si mesmo e não para outro indivíduo. Vários primatas diferentes passaram no teste, bem como elefantes asiáticos, golfinhos comuns, orcas e uma ave conhecida como pega-rabilonga. Também se demonstrou que o uso de ferramentas não é unicamente humano. Chimpanzés usam galhos para “pescar” formigas, lontras-marinhas usam pedras para remover e abrir crustáceos, e uma espécie de corvo da Nova Caledônia afia galhos até virarem ganchos para extrair comida de fendas inacessíveis. “O homem é uma invenção recente.” Michel Foucault, As palavras e as coisas (1966) Nem sempre é possível avaliar se esses comportamentos são instintivos ou aprendidos. Se são aprendidos, então podemos falar de espécies que adquiriram uma cultura (veja a p. 61). Um exemplo bem conhecido de cultura animal é o de um grupo de macacos japoneses. Um deles começou a lavar batatas-doces no mar antes de comê-las em vez de apenas tirar a areia, como seus companheiros faziam. Outros começaram a copiá-lo, e esse comportamento foi repassado para as gerações seguintes. As vocalizações de várias espécies de baleias e golfinhos mudam de grupo para grupo, e, assim, cada “canção” parece reforçar a identidade de determinado grupo. As canções também mudam com o passar do tempo. Não sabemos se elas contêm informações suficientes a ponto de serem consideradas uma linguagem – ninguém comprovou ainda se elas têm “significado”. A mesma incerteza recai em outras vocalizações animais. Embora os chimpanzés consigam aprender a linguagem de sinais, os céticos apontaram que o fato de eles não conseguirem
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