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IanCrofton-OPequenoLivroDaGrandeHistoriaMundo-71-140-píginas-1

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Aspectos	 de	 consciência	 como	 comportamento	 intencional,	 tomada	 de
decisões	 e	 o	 autorreconhecimento	 foram	 amplamente	 observados	 em	 animais
não	 humanos.	 Um	 teste	 simples	 utiliza	 um	 espelho	 para	 ver	 se	 o	 animal	 em
questão	sabe	que	está	olhando	para	si	mesmo	e	não	para	outro	indivíduo.	Vários
primatas	diferentes	passaram	no	 teste,	 bem	como	elefantes	 asiáticos,	 golfinhos
comuns,	orcas	e	uma	ave	conhecida	como	pega-rabilonga.
Também	se	demonstrou	que	o	uso	de	ferramentas	não	é	unicamente	humano.
Chimpanzés	usam	galhos	para	“pescar”	formigas,	lontras-marinhas	usam	pedras
para	remover	e	abrir	crustáceos,	e	uma	espécie	de	corvo	da	Nova	Caledônia	afia
galhos	até	virarem	ganchos	para	extrair	comida	de	fendas	inacessíveis.
“O	homem	é	uma	invenção	recente.”
Michel	Foucault,	As	palavras	e	as	coisas	(1966)
Nem	 sempre	 é	 possível	 avaliar	 se	 esses	 comportamentos	 são	 instintivos	 ou
aprendidos.	Se	são	aprendidos,	então	podemos	falar	de	espécies	que	adquiriram
uma	cultura	(veja	a	p.	61).	Um	exemplo	bem	conhecido	de	cultura	animal	é	o	de
um	 grupo	 de	macacos	 japoneses.	Um	 deles	 começou	 a	 lavar	 batatas-doces	 no
mar	antes	de	comê-las	em	vez	de	apenas	tirar	a	areia,	como	seus	companheiros
faziam.	Outros	começaram	a	copiá-lo,	e	esse	comportamento	foi	repassado	para
as	gerações	seguintes.
As	 vocalizações	 de	 várias	 espécies	 de	 baleias	 e	 golfinhos	mudam	de	 grupo
para	grupo,	e,	assim,	cada	“canção”	parece	reforçar	a	identidade	de	determinado
grupo.	As	canções	também	mudam	com	o	passar	do	tempo.	Não	sabemos	se	elas
contêm	informações	suficientes	a	ponto	de	serem	consideradas	uma	linguagem	–
ninguém	comprovou	 ainda	 se	 elas	 têm	“significado”.	A	mesma	 incerteza	 recai
em	 outras	 vocalizações	 animais.	 Embora	 os	 chimpanzés	 consigam	 aprender	 a
linguagem	de	 sinais,	os	céticos	apontaram	que	o	 fato	de	eles	não	conseguirem

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