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cremação perto do Lago Mungo, na Austrália, datadas de 40 mil anos atrás. Uma das primeiras peças de arte figurativa de que se tem notícia, datada do mesmo período, vem da caverna de Hohlenstein-Stadel, na Alemanha. Esculpida em marfim de mamute, a figura tem um corpo semelhante ao de um ser humano, mas a cabeça de um leão, e talvez represente uma divindade. A partir de 30 mil anos atrás, estatuetas de “Vênus” começaram a aparecer em sítios arqueológicos do Paleolítico Superior na Europa e na Sibéria: pequenas esculturas de mulheres nuas, com apenas alguns centímetros de altura, esculpidas em materiais que incluíam pedra, osso e marfim. As figuras têm pernas e cabeça altamente estilizadas, e lhes faltam braços e pés, mas os seios, as nádegas, a barriga e a região púbica são retratadas detalhadamente e numa escala exagerada. Essas características deram origem à teoria de que estão associadas a algum tipo de culto à fertilidade ou que são representações de uma mãe ou de uma deusa criadora. “A religião é o sonho da mente humana.” Ludwig Andreas Feuerbach, A essência do cristianismo (1841) Ao menos algumas das magníficas pinturas rupestres datadas de 30 mil a 10 mil anos atrás, encontradas em cavernas na França e na Espanha, podem ter significado religioso. As de Lascaux incluem feras misteriosas, algumas meio- homem, meio-leão; outras são híbridos de homem e pássaro. Isso sugere que as pessoas que as pintaram talvez tenham praticado alguma forma de xamanismo. No xamanismo – ainda hoje encontrado entre vários grupos de caçadores- coletores –, determinados indivíduos assumem o papel de uma espécie de sacerdote. O xamã entra em transe, às vezes induzido por tambores, às vezes tomando extratos de plantas psicotrópicas. Nesse transe, ele pode assumir a
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