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material é ilusório. Afirmava que a realidade suprema consiste em “formas” ou “ideias”, das quais as manifestações materiais individuais são pobres cópias. Coisas naturais e virtudes têm formas perfeitas. Em uma famosa parábola, Platão descreve alguns prisioneiros que foram acorrentados em uma caverna e conseguem ver apenas a parede à sua frente. Nessa parede eles podem ver as sombras de vários objetos projetadas por uma fogueira e acreditam que essas sombras são reais. Somos como esses prisioneiros, diz Platão, ao considerarmos que essas sombras são a realidade. Filósofos que vieram depois desenvolveram as ideias de Platão, sustentando que a realidade não existe de forma independente da mente. Essa posição é conhecida como idealismo. Outros filósofos, tanto na Grécia antiga quanto mais tarde, adotaram uma visão bem diferente: o materialismo, segundo o qual a matéria é a única realidade, e a mente, as ideias, as emoções e assim por diante surgem do funcionamento da matéria. Um dos primeiros exemplos dessa visão foi a teoria atômica proposta pelo filósofo grego Demócrito (veja a p. 154). Uma terceira vertente da filosofia ocidental é a dos dualistas, que afirmam que mente e matéria são reais, mas de forma diferente. Um tipo muito específico de dualismo aparece no taoismo, que surgiu na China no século 4o a.C. O taoismo sustenta que a realidade suprema é o Tao (“o caminho”). O Tao é a base de todos os acontecimentos e é também o fluxo desses acontecimentos. Ele combina opostos: quietude e movimento, bem e mal, luz e escuridão. O Tao não tem ser, é impenetrável e indescritível, e, no entanto, tudo depende dele. MUDANÇA E MOVIMENTO Uma questão que permeava a mente de alguns antigos filósofos gregos era se a mudança e o movimento eram reais ou ilusórios. Alguns acreditavam que a realidade é única e imutável, enquanto outros insistiam que a realidade nunca é fixa, e sempre está em estado de fluxo.
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