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O QUE É A VIDA BOA? Na mesma época em que vários filósofos e pensadores religiosos começaram a questionar a natureza da realidade, alguns deles também começaram a se perguntar como as pessoas deveriam conduzir suas vidas. Uma coisa era dizer às pessoas que obedecessem às leis ou enfrentassem as consequências, outra bem diferente era perguntar qual seria a melhor maneira de viver. Algumas religiões, como o judaísmo e, até certo ponto, suas ramificações, como o cristianismo e o islamismo, adotam uma abordagem legalista e moralista da questão. Os livros sagrados estabelecem as leis; infringi-las significa que você receberá uma punição neste mundo ou, se não neste, no próximo. O texto central nesse caso são os Dez Mandamentos, que Deus transmitiu a Moisés, conforme narrado no Livro do Êxodo do Antigo Testamento da Bíblia. A vida boa, de acordo com essas doutrinas, consiste, em grande parte, em não cometer pecado. A devoção a Deus também requer que certos rituais sejam seguidos. O hinduísmo antigo adotou uma abordagem semelhante: se a pessoa realizar os rituais religiosos corretamente, após a morte ela morará com os deuses. No entanto, com o conceito de samsara (veja a pág. 148), os indivíduos não podiam apenas confiar no ritual, mas eram incentivados a se livrar dos desejos terrenos a fim de se libertarem do eterno ciclo de nascimento, morte e renascimento. Buda baseou-se nessa crença, ensinando que o apego e o desejo só trazem sofrimento. Se a pessoa conduz sua vida com o objetivo único de ganhar dinheiro, por exemplo, ou os bens que o dinheiro pode comprar, ela nunca ficará contente, da mesma forma que ela também nunca ficará contente se seu objetivo constante for amor ou prazer.
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