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IanCrofton-OPequenoLivroDaGrandeHistoriaMundo-141-230-píginas-39

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O	QUE	É	A	VIDA	BOA?
Na	mesma	época	em	que	vários	filósofos	e	pensadores	religiosos	começaram	a
questionar	 a	 natureza	 da	 realidade,	 alguns	 deles	 também	 começaram	 a	 se
perguntar	como	as	pessoas	deveriam	conduzir	suas	vidas.	Uma	coisa	era	dizer	às
pessoas	que	obedecessem	às	 leis	ou	enfrentassem	as	consequências,	outra	bem
diferente	era	perguntar	qual	seria	a	melhor	maneira	de	viver.
Algumas	 religiões,	 como	 o	 judaísmo	 e,	 até	 certo	 ponto,	 suas	 ramificações,
como	o	cristianismo	e	o	islamismo,	adotam	uma	abordagem	legalista	e	moralista
da	questão.	Os	livros	sagrados	estabelecem	as	leis;	infringi-las	significa	que	você
receberá	uma	punição	neste	mundo	ou,	se	não	neste,	no	próximo.	O	texto	central
nesse	caso	são	os	Dez	Mandamentos,	que	Deus	 transmitiu	a	Moisés,	conforme
narrado	 no	 Livro	 do	 Êxodo	 do	 Antigo	 Testamento	 da	 Bíblia.	 A	 vida	 boa,	 de
acordo	com	essas	doutrinas,	consiste,	em	grande	parte,	em	não	cometer	pecado.
A	devoção	a	Deus	também	requer	que	certos	rituais	sejam	seguidos.
O	hinduísmo	antigo	adotou	uma	abordagem	semelhante:	se	a	pessoa	realizar
os	 rituais	 religiosos	corretamente,	 após	a	morte	 ela	morará	 com	os	deuses.	No
entanto,	com	o	conceito	de	samsara	(veja	a	pág.	148),	os	indivíduos	não	podiam
apenas	confiar	no	ritual,	mas	eram	incentivados	a	se	livrar	dos	desejos	terrenos	a
fim	de	se	libertarem	do	eterno	ciclo	de	nascimento,	morte	e	renascimento.	Buda
baseou-se	nessa	crença,	ensinando	que	o	apego	e	o	desejo	só	trazem	sofrimento.
Se	 a	 pessoa	 conduz	 sua	 vida	 com	 o	 objetivo	 único	 de	 ganhar	 dinheiro,	 por
exemplo,	ou	os	bens	que	o	dinheiro	pode	comprar,	ela	nunca	ficará	contente,	da
mesma	forma	que	ela	também	nunca	ficará	contente	se	seu	objetivo	constante	for
amor	ou	prazer.

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