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IanCrofton-OPequenoLivroDaGrandeHistoriaMundo-141-230-píginas-45

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PANDEMIAS
Uma	das	consequências	de	os	seres	humanos	viverem	juntos	nas	cidades	era	a
facilidade	 com	 que	 as	 infecções	 dominavam	 uma	 população,	 passando
rapidamente	de	pessoa	para	pessoa.	E	a	expansão	do	comércio	de	longa	distância
permitiu	 que	 as	 doen-ças	 viajassem	 de	 um	 canto	 a	 outro	 do	 mundo,	 uma
tendência	que	se	acelerou	com	o	 tempo,	sobretudo	a	partir	da	disseminação	da
aviação	de	passageiros.
Em	 algumas	 populações,	 certas	 doenças	 são	 endêmicas.	 As	 sociedades
tendem	a	se	adaptar	a	elas;	 tornam-se	parte	da	vida	e	da	morte.	Mas,	às	vezes,
uma	determinada	doença	explode	e	provoca	uma	epidemia,	que,	caso	se	espalhe
mais	 amplamente,	 cruzando	 fronteiras	 e	 continentes,	 pode	 se	 transformar	 em
uma	pandemia.	Tais	eventos	podem	ter	 impactos	drásticos	no	curso	da	história
humana.
Os	 historiadores	 da	medicina	 não	 gostam	 de	 fazer	 amplos	 diagnósticos	 em
retrospecto	de	doenças	descritas	em	fon-tes	antigas,	medievais	ou	primitivas.	A
palavra	“praga”	foi	um	termo	abrangente	para	várias	epidemias	letais	diferentes,
como	as	pragas	mencionadas	no	Antigo	Testamento	e	a	Praga	de	Atenas,	de	430-
427	 a.C.	O	 primeiro	 caso	 que	 se	 acredita	 ter	 sido	 de	 peste	 bubônica	 (causada
pela	bactéria	Yersinia	pestis,	disseminada	por	ratos	e	pulgas	e	caracterizada	por
bubões,	inchaços	escuros	na	axila	e	na	virilha)	foi	a	Praga	de	Justiniano,	em	541-
544.	 Essa	 epidemia	 espalhou-se	 por	 todo	 o	Mediterrâneo,	 matando	 talvez	 um
quarto	 da	 população	 da	 região.	 Ela	 atacou	 numa	 época	 em	 que	 parecia	 ser
possível	 restaurar	 a	 força	 do	 antigo	 Império	 Romano.	 Embora	 o	 Império
Romano	 do	 Ocidente	 tivesse	 sido	 invadido	 por	 tribos	 germânicas	 no	 século

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