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Sandy Vanessa Med 08 - UFPE-CAA Introdução Tem-se um sistema complexo que correlaciona os fatores pró-coagulantes e anticoagulantes para manter a hemostasia → controle para que não haja nem a formação de trombos e nem a formação de hematomas. ● Formação de um tampão celular que é frouxamente ligado → para que esse coágulo se estabilize e fique firme, torna-se necessária toda a cascata da coagulação. ○ Fibrina é a proteína que vai estabilizar esse tampão celular. 🤗 A resposta hemostática normal ao dano vascular depende da interação íntima entre a parede vascular, as plaquetas circulantes e os fatores de coagulação do sangue Os cinco principais componentes envolvidos são plaquetas, fatores de coagulação, inibidores da coagulação, fatores fibrinolíticos e vasos sanguíneos Produção de Plaquetas ● Produzidas na medula óssea por fragmentos do citoplasma dos megacariócitos. O precursor do megacariócito é o megacarioblasto e surge por um processo de diferenciação da célula-tronco hematopoética. Megacariócito amadurece por replicação endomitótica sincrônica → aumenta o volume do citoplasma à medida que o número de lobos nucleares aumenta em múltiplos de dois. ● Nas formas precoces, são vistas invaginações da membrana plasmática → membrana de demarcação→ involui durante o desenvolvimento do megacariócito, constituindo uma rede altamente ramificada. ● Citoplasma torna-se granular. 1 Sandy Vanessa Med 08 - UFPE-CAA Megacariócitos maduros → enormes, com um único núcleo lobulado excêntrico e baixa relação núcleo-citoplasmática. ● As plaquetas formam-se pela fragmentação das extremidades das extensões do citoplasma do megacariócito, cada megacariócito dando origem a 1.000 a 5.000 plaquetas. ● As plaquetas são libertadas através do endotélio dos nichos vasculares da medula onde os megacariócitos residem. O intervalo entre a diferenciação da célula-tronco humana e a produção de plaquetas é de 10 dias, em média. Trombopoetina (TPO) ● Principal regulador da produção de plaquetas ● 95% é produzida pelo fígado ● Nível plasmático depende de sua remoção por ligação a receptores c-MPL nas plaquetas e nos magacariócitos. ● Níveis são altos na trombocitopenia resultante de aplasia da medula, mas baixos em pacientes com trombose. ● Também há regulação em resposta à destruição plaquetária. ○ À medida que as plaquetas envelhecem, perdem ácido siálico. → cascata que leva à de nova produção de TPO ● Aumenta o número e o ritmo de maturação dos megacariócitos via receptor c-MPL. ● Até um terço das plaquetas liberadas da medula podem ser retidas em qualquer momento no baço normal, mas a retenção pode chegar a 90% em casos de grande esplenomegalia. Estrutura plaquetária ● As glicoproteínas do revestimento da superfície são importantes nas reações de adesão e agregação de plaquetas → eventos iniciais que levam à formação do tampão. ● A adesão ao colágeno é facilitada pela glicoproteína Ia (GPIa). ● As glicoproteínas Ib são importantes na ligação de plaquetas ao fator von Willebrand (VWF) e, em seguida, ao subendotélio vascular. ● O sítio de ligação de IIb/IIIa também é o receptor de fibrinogênio, importante na agregação plaqueta-plaqueta. ● A membrana plasmática invagina-se na plaqueta para formar um sistema de membrana aberto (canalicular) que constitui uma grande superfície reativa, na qual podem ser seletivamente absorvidas as proteínas plasmáticas da coagulação. ● As plaquetas contêm três tipos de grânulos de armazenamento: densos,α e lisossomos. ○ α → mais numerosos → contêm fatores de coagulação, VWF, fator de crescimento derivado das plaquetas (PDGF), β-tromboglobulina, fibrinogênio e outras proteínas. ○ Densos →contêm ADP, ATP, serotonina e cálcio. ○ Lisossomos contêm enzimas hidrolíticas. ● As plaquetas também são ricas em proteínas sinalizadoras e proteínas do citoesqueleto, que suportam a rápida modificação de quiescentes para ativadas, que segue qualquer dano vascular. Função das plaquetas ● A principal função das plaquetas é a formação do tampão mecânico durante a resposta hemostática normal à lesão vascular. ● Pode dividir-se em reações de adesão, agregação, liberação e amplificação. ● A imobilização das plaquetas nos sítios de lesão vascular requer interações específicas plaqueta-parede vascular (adesão) e plaqueta-plaqueta (agregação), ambas parcialmente mediadas pelo VWF. Fator vonWillebrand (VWF) ● Envolvido na adesão dependente das condições de fluxo das plaquetas à parede vascular e na adesão a outras plaquetas (agregação). ● Transporta o fator VIII da coagulação. ● Sintetizado por células endoteliais e megacariócitos e armazenado nos corpúsculos de Weibel-Palade das células endoteliais e nos grânulos específicos das plaquetas, respectivamente. ● O VWF livre no plasma é quase inteiramente derivado das células endoteliais, com duas vias diferentes de secreção. A maioria é continuamente secretada, e uma minoria é armazenada nos corpúsculos de Weibel-Palade. ● O VWF armazenado pode aumentar o nível plasmático e ser liberado sob a influência de vários secretagogos, como estresse, exercício, adrenalina e infusão de desmopressina 2 Sandy Vanessa Med 08 - UFPE-CAA Coagulação Fases da coagulação: ● Formação de um agregado de plaquetas frouxo e temporário, seguida da ativação das plaquetas e formação da rolha hemostática ou trombo. ○ Resposta mais rápida → evitar o extravasamento de sangue. ● Formação de rede de fibrina que confere estabilidade ao trombo. ● Dissolução parcial ou completa da rolha hemostática ou do trombo → ação da plasmina! → evita risco de extravasamento. Tipos de trombos ● Os trombos são diferentes dependendo de onde eles se formam. Trombo branco → principalmente plaqueta e fibrina → pobre em eritrócitos. Normalmente acontece em artérias, já que o fluxo é muito intenso e impossibilita as hemácia de se acumular ali. Trombo vermelho → hemácia e fibrina. → Se ocorrer em capilares, essas hemácias ficam por mais tempo ali e ficam presar na rede de fibrina. → Pode formar-se com ou sem lesão vascular em áreas com fluxo sanguíneo retardado ou estase (veias), ou ainda em locais de anormalidade no vaso em associação com rolha plaquetária iniciadora. Etapas da coagulação: ● As plaquetas circulam, normalmente, em forma discóide (não estimulada). ● Plaquetas precisam ser ativadas → mudam seu formato para facilitar o processo de agregação. ● As prostaglandinas produzidas pelo tecido normal, sem lesão, mantém as plaquetas inativadas e em seu estado de conformação normal, esféricas. O mensageiro na célula que indica que tudo está normal são os altos níveis de AMP-cíclico. ● Quando temos um tecido lesionado temos a exposição do colágeno e de fatores que vão fazer com que tenha a ligação da plaqueta com o tecido lesado. → Quando elas mudam sua forma elas ficam muito mais adesivas. ● Depois desses processos tem a ativação das vias de coagulação. ● Esses processos não ocorrem de forma sequenciada, eles acontecem simultaneamente, após a ativação da plaqueta começas todos os processos seguintes e com a liberação dos fatores começa a cascata da coagulação. o Adesão ao colágeno exposto nos vasos sanguíneos lesados → receptores em sua superfície, incluindo os complexos glicoproteicos GPIa-IIA, GPIb-IX-V 3 Sandy Vanessa Med 08 - UFPE-CAA (mediado pelo fator de von Willebrand, que também estabiliza o fator VIII) e GPVI; 🚨 Na presença do fator de VonWillebrand, que é expresso no tecido, vamos ter a ativação das plaquetas. A ligação com esse fator provoca o processo de ativação, isso dará início à cascata relacionada com a secreção, agregação e formação desse trombo envolvendo os outros fatores não plaquetários presentes no próprio plasma do indivíduo. ● Doença de Von Willebrand distúrbio hemorrágico → indivíduonão terá o fator de Von Willebrand para fazer a ligação da plaqueta com o endotélio lesado → o indivíduo passará mais tempo com esse processo de perda sanguínea. Algumas substâncias que são capazes de ativar as plaquetas são os agonistas plaquetários, entre eles temos: Ativador Receptor Efeito ADP P2Y2, P2Y1 Mudança de forma, agregação, expressão de P-selectina, liberação de TXA2, recrutamento de plaquetas na lesão. TX𝐴 2 TPα, TPβ Recrutamento e agregação. Envolvido com fatores pró-coagulantes. Serotonina 5HT-2A Recrutamento. Epinefrina ⲁA2 Suplementação do receptor de ADP. Colágeno GPIa/IIa, GPVI Ativação de GPIIb/IIIa, liberação de ADP e TXA2, agregação e liberação do íon cálcio. Trombina PAR-1, PAR-4 Agregação, liberação de ADP e TXA2, serotonina e epinefrina, ativação de P-selectina e CD40. Responsável pelos fatores de coagulação. ● Todos os fatores são importantes, mas a trombina vai inter-relacionar por meio da liberação dos outros e vai amplificar a resposta de formação do trombo. A partir da liberação dos grânulos plaquetários tem-se a ligação do efetor com um receptor específico, que, por sua vez, interage com a proteína G. → A partir daí inicia-se a hidrólise do fosfolipídio de membrana plaquetária, que é o fosfatidilinositol-4,5-bifosfato (PIP2) → formação de dois produtos o DAG (diacilglicerol) e o IP3 (trifosfato de inositol). ● IP3 ativa o movimento de cálcio no citosol plaquetário → responsável pela própria modificação da estrutura, da morfologia da plaqueta e também estimula a fosfolipase A2 (PLA2). ● PLA2 ativa a produção de tromboxano A2, que por sua vez promove a fosforilação da cadeia leve da miosina. Esta, ao interagir com a actina, promove a compressão dos constituintes do citosol plaquetário, levando à secreção de diversos tipos de substâncias. ● O DAG ativa a proteína-quinase C (PKC) que leva a fosforilação de diversos substratos que contribuem para a secreção plaquetária. 🤔 O tromboxano A2 é produzido a partir do ácido araquidônico. Secreção proteica ● Etapa responsável por recrutar e ativar outras plaquetas, além de promover toda a formação inicial do trombo. ● Após a estimulação os grânulos plaquetários liberam ADP e serotonina, que estimulam e recrutam plaquetas adicionais, proteínas de adesão, como a fibronectina e a trombospondina que reforçam e estabilizam os agregados plaquetários, Fator V, tromboxano, que estimula a vasoconstrição e agregação plaquetária, e liberação de fatores de crescimento como o derivado de plaquetas (PDGF), que estimula proliferação de células musculares lisas e mede o reparo tecidual. O PDGF também pode contribuir para o desenvolvimento de aterosclerose e obstrução subsequentemente à angioplastia coronariana. Ativação das Plaquetas ● As plaquetas são ativadas no local da lesão vascular para formar um tampão que fornece a resposta hemostática inicial para interromper o sangramento. ● Depois de serem ativadas, as plaquetas sofrem alterações significativas e produzem pseudópodes alongados. → Também se tornam adesivas. → A resposta funcional delas envolve 4 processos distintos: ○ Adesão → deposição de plaquetas na matriz subendotelial → evita que elas saiam do local de lesão. ○ Agregação→ coesão plaquetária; ■ Ligação cruzada das plaquetas por meio de receptores ativos de GPIIb/IIIa com pontes de fibrinogênio. ■ Uma plaqueta em repouso tem receptores de GPIIb/IIIa que não ligam fibrinogênio, VWF nem outros ligantes. ■ A estimulação de uma plaqueta leva a um aumento de moléculas de GPIIb/IIIa, permitindo, assim, a ligação cruzada da plaqueta via VWF e pontes de fibrinogênio 4 Sandy Vanessa Med 08 - UFPE-CAA ○ Secreção → liberação de proteínas dos grânulos plaquetários → citocinas e fatores de crescimento; ■ A ativação primária por vários agonistas induz sinalização intracelular, levando à liberação do conteúdo dos grânulosα. ○ Atividade pré-coagulante→ intensificação da geração de trombina; ● As plaquetas irão se ligar às fibras de colágeno que serão expostas no tecido lesado, mediado pelo Fator de Von Willebrand. Desse modo, teremos a ativação das plaquetas, a liberação dos compostos que estão dentro delas e a modificação dos receptores que passam a estar ativados. → A partir disso ela poderá se ligar a outros compostos que são liberados, assim como a outras plaquetas – de tal forma que haja uma firme adesão plaquetária, secundária a essa ativação. A ativação plaquetária resulta em exposição e alterações conformacionais no receptor GPIIb/IIIa na superfície plaquetária, levando à ligação de VWF e fibrinogênio, resultando em coesão ou agregação plaqueta-plaqueta! As plaquetas secretam uma variedade de substâncias de seus grânulos mediante estimulação celular: ● ADP e serotonina estimulam e recrutam plaquetas adicionais → serotonina causa vasodilatação; no entanto, pode induzir vasoconstrição na presença de endotélio danificado ou anormal (disfuncional). ● Fibronectina e a trombospondina→ proteínas adesivas que podem reforçar e estabilizar os agregados plaquetários. ● Fibrinogênio → liberado dos grânulos alfa plaquetários, fornecendo uma fonte de fibrinogênio nos locais de lesão endotelial, além daquele presente no plasma. ● Tromboxano A2 → metabólito da prostaglandina → promove vasoconstrição e maior agregação plaquetária. ○ Formado de novo pela ativação da fos- folipase citosólica A2 (PLA2) ○ Diminui os níveis plaquetários de monofosfato de adenosina cíclico (cAMP) e inicia a reação de liberação. ○ Além de potencializar a reação de agregação, o TXA2 tem intensa atividade vasoconstritora. ● Fatores de crescimento, como PDGF, têm potente efeito mitogênico nas células musculares lisas. ● A liberação da tiol isomerase, proteína dissulfeto isomerase (PDI), por plaquetas e células da parede do vaso rompido pode servir para ativar o fator tecidual e aumentar a geração de fibrina e formação de trombos plaquetários em locais de lesão vascular. Fator de crescimento ● O PDGF encontrado nos grânulos α das plaquetas estimula a multiplicação das células musculares lisas dos vasos, o que acelera a cicatrização da lesão vascular. Inibidores naturais da função plaquetária ● NO é liberado constitutivamente das células endoteliais, dos macrófagos e das plaquetas. → Inibe a ativação plaquetária e promove vasodilatação. ● Prostaciclina → sintetizada pelas células endoteliais → também inibe a função plaquetária e causa vasodilatação por aumentar os níveis de GMP cíclico. ● Uma ectonucleotidase (CD39) age como uma ADPase e ajuda a prevenir a agregação plaquetária nas paredes vasculares íntegras. 5 Sandy Vanessa Med 08 - UFPE-CAA Imagem → resposta plaquetária→ não está havendo a cascata da coagulação relacionada aos fatores que estão solúveis no sangue do paciente, principalmente os que são liberados dos grânulos a partir de uma lesão vascular. O trombo inicialmente será frouxo, pois não tem uma interação tão forte como quando existe a formação da rede de fibrina a qual só será formada no final da cascata de coagulação. ● Tudo está acontecendo simultaneamente até que os fatores da cascata de coagulação entrem em ação ● Além dos fatores de recrutamento e ativação das plaquetas existem alguns fatores relacionados a estabilização inicial desses agregados. ● O fator V também participa desse processo e também é secretado. ● O tecido precisa ser regenerado e um dos fatores liberados pelas plaquetas é o fator de crescimento derivado de plaquetas (PDGF) que vai estimular a proliferação de células musculares lisas e, dessa forma, vai ter como facilitar/favorecer o processo de reparo tecidual. A atividade pró-coagulante plaquetária é um aspecto importante da ativação plaquetária e envolve a exposição de fosfolipídios pró-coagulantes, principalmente fosfatidilserina, e a montagem subsequente dos complexos enzimáticos na cascata de coagulação na superfícieplaquetária Cascata de Coagulação ● Utiliza fatores que estão presentes na forma inativa na circulação. ● Resultado da ativação de uma cascata de zimogênios de serino-proteases; ● Pode ser iniciada independentemente através do fator XII (via intrínseca) ou fator VII (via extrínseca) → ambas as rotas convergem para uma via comum, com a ativação do fator Xa. Este, na presença do fator Va, converte protrombina em trombina. O fibrinogênio é clivado formando fibrina por ação da Trombina. ● A maioria dos fatores está sob a forma inativa para evitar uma coagulação disseminada. ● Quando um desses fatores é ativado, haverá uma disseminação da ativação. Logo, essa cascata será amplificada para que a resposta da formação dessa rede de fibrina seja mais rápida. Imagem ● Azul zimogênios (proteínas inativadas); ● Verde serino-proteinases promovem a ativação através da clivagem de algumas proteínas. ● Vermelho fatores não enzimáticos. 6 Sandy Vanessa Med 08 - UFPE-CAA A cascata acontece basicamente por intermédio da ativação de serino-proteinases que irão ativar outros fatores. ● Inicia pela ativação do fator XII que irá gerar a resposta de outros fatores. ● Intrínseca → todos os componentes estão na corrente sanguínea; ● A via extrínseca → Via tecidual → fator tissular não está presente na corrente sanguínea → se iniciará com a liberação do fator tissular, a qual se dá a partir de uma lesão vascular, simultaneamente ocorrerá a ativação/liberação do fator VII plasmático o VII expresso em fibroblastos da adventícia e nos pequenos músculos da parede vascular, em micropartículas na corrente sanguínea e em outras células não vasculares. ● Clivagem da protrombina em trombina → mudança das cargas, promovendo inicialmente apenas a interação e posteriormente a formação do polímero com a ligação covalente sendo formada e a posterior formação da rede/malha de fibrina. o A via inicial, ou Xase extrínseca, é rapidamente inativada pelo inibidor da via do fator tecidual (TFPI), que forma um complexo quaternário com VIIa, TF e Xa. A geração ulterior de trombina passa agora a ser dependente da tradicional via intrínseca. o Os fatores VIII e V são convertidos em VIIIa e Va pelas pequenas quantidades de trombina geradas durante a iniciação. Nesta fase de amplificação, a Xase intrínseca, formada por IXa e VIIIa na superfície de fosfolipídio e na presença de Ca 2+ , ativa Xa o suficiente, que, em combinação com Va, PL e Ca 2+ , forma o complexo protrombinase, resultando na geração explosiva de trombina, que atua no fibrinogênio para formar o coágulo de fibrina o Conversão do fibrinogênio, solúvel no plasma, em fibrina → infiltra os agregados de plaquetas nos locais de lesão vascular e converte os tampões primários e instáveis de plaquetas em tampões hemostáticos firmes, definitivos e estáveis. o As reações mediadas por superfície ocorrem no colágeno exposto, no fosfolipídio plaquetário e no fator tecidual. o O fator XIII também é ativado por trombina e, uma vez ativado, estabiliza os polímeros de fibrina com a formação de ligações covalentes cruzadas. ● Depois de formado o coágulo de fibrina, será necessária a existência, na corrente sanguínea, tanto de fatores que impedem, quanto de fatores que promovem a coagulação (ou seja, fatores vão degradar esses coágulos de fibrina e liberar seus produtos de degradação). ● O plasminogênio ativado vai se transformar em plasmina e vai fazer com que haja a fibrinólise (lise da fibrina), que vai promover a fragmentação desse coágulo de fibrina. 7 Sandy Vanessa Med 08 - UFPE-CAA Pelo menos dois tipos de células desempenham papéis importantes nas fases iniciais da geração de trombina. ● As plaquetas ativadas no tampão plaquetário inicial aderente ao endotélio fornecem uma superfície fosfolipídica que promove a montagem de complexos multicomponentes. ● As células endoteliais no local da lesão fornecem locais de ligação para fatores de coagulação e outros efeitos pró-coagulantes.Muitos desses fatores são inativos, os zimogênios. ● A deficiência dos fatores 8 e 9 gera hemofilia. ● O cálcio está envolvido em muitos desses fatores, dependendo de algumas modificações estruturais e a formação de alguns carboxi-aminoácidos. Essas modificações vão ocorrer mediadas pela vitamina K. ● A clivagem do fibrinogênio muda a carga negativa geral para uma carga positiva, o que permite a polimerização espontânea dos monômeros de fibrina → formação do coágulo, que inicialmente é frouxo, logo para haver sua formação e estabilização, é necessário a presença da fibrina. ● A trombina ativa o fator XIII, que catalisa a formação de ligações covalentes entre domínios D adjacentes no polímero de fibrina. As principais características da coagulação sanguínea são a rapidez (com a cessação do sangramento), proporcionalidade (com o tamanho do trombo sendo apropriado para a magnitude 8 Fatores de coagulação I Fibrinogênio II Protrombina III Fator tecidual (tromboplastina) IV Ca²+ V Pró-acelerina, fator lábil VII Acelerador de conversão da protrombina sérica (SPCA), fator estável. → Proconvertina VIII Fator anti-hemofílico (AHF). IX Fator de Christmas X Fator de Stuart-Prower XI Antecedente de tromboplastina plasmática (PTA). XII Fator de Hageman. XIII Fator estabilizante de fibrina (FSF) Pré-calicreína Fator de Fletcher Cininogênio de alto peso molecular Fator de Fitzgerald, Flaujec ou Williams, cofator de ativação por contato. Sandy Vanessa Med 08 - UFPE-CAA da lesão vascular) e reversibilidade (com eventual dissolução do trombo e remodelamento vascular). ● A cascata de coagulação, com seu caráter embutido de amplificação, é responsável pela rapidez da resposta. A proporcionalidade indica que a cascata está sujeita a uma regulação rigorosa, enquanto a reversibilidade é resultado da fibrinólise. ● A hemostasia definitiva é obtida quando a fibrina, formada pela coagulação do sangue, é acrescentada à massa de plaquetas e pela retração/compactação do coágulo induzida pelas plaquetas. As células endoteliais têm um papel ativo na manutenção da integridade vascular. Elas fornecem a membrana basal, que normalmente separa o colágeno, a elastina e a fibronectina do tecido conectivo subendotelial do sangue circulante MECANISMOS ANTITROMBÓTICOS NATURAIS DAS CÉLULAS ENDOTELIAIS Regulação da cascata de coagulação ● Fator tecidual via inibidor ● Antitrombina ● Proteina C/ proteina S Modulação da reatividade de vasos e plaquetas ● Prostaciclinas→ mantém concentração de AMP cíclico ● NO Inibição do recrutamento de plaquetas ● Ecto-adpase (cd39) Remoção do coágulo de fibrina ● Fibrinólise Diante de uma perturbação à célula, o ácido araquidônico é liberado dos fosfolipídios da membrana celular pela fosfolipase A2. ● A enzima prostaglandina endoperóxido H sintase- 1 (PGHS-1) converte o ácido araquidônico em prostaglandina endoperóxidos e, por fim, em tromboxano A2 (TXA2) nas plaquetas, bem como em PGI2 nas células endoteliais. ● TXA2(tromboxano) e PGI2 (prostaciclina) exercem funções opostas: ○ TXA2 é um potente estimulador de agregação plaquetária e causa vasoconstrição; ○ PGI2 inibe a agregação plaquetária e induz vasodilatação. → atua ativando a adenilato ciclase e isto leva ao aumento dos níveis intracelulares de cAMP Controle e terminação da coagulação As interações entre as plaquetas ativadas e a cascata de coagulação, com sua amplificação embutida, dão origem a uma resposta hemostática rápida e localizada no local da lesão. ● Potencialmente explosivo e, se não for controlado, pode levar a trombose, inflamação vascular e dano tecidual. ● Coagulação modulada por vários mecanismos → diluição de pró-coagulantes no sangue corrente, remoção de fatores ativados pelo sistema reticuloendotelial, especialmente no fígado, e controle dos pró-coagulantes ativados e plaquetas por vias antitrombóticas naturais. 9 SandyVanessa Med 08 - UFPE-CAA ● A maioria dessas vias antitrombóticas está ancorada nas células endoteliais vasculares, que desempenham um papel importante e ativo na manutenção da fluidez do sangue. Os inibidores fisiológicos (endógenos) das vias de coagulação são: ● Via do fator tecidual - inibidor da via do fator tecidual (TFPI) ○ Sintetizado nas células endoteliais e presente no plasma e nas plaquetas. ○ Inibe os fatores Xa, VIIa e o fator tecidual ● Via de ativação de contato - inibidor de C1 esterase (C1-inh) ● Há inativação direta da trombina e de outros fatores serina-proteases por outros inibidores circulantes, dos quais a antitrombina é o mais potente; ela inativa serina-proteases. A heparina potencializa muito sua ação. Outra proteína, o cofator II da heparina, também inibe a trombina. α2-Macroglobulinas, α2-antiplasmina, inibidor de C1-esterase e α1-antitripsina também exercem efeitos inibidores nas serina-proteases circulantes. Inibidor da via do fator tecidual ● Circula no plasma, mas em concentrações muito baixas, ao contrário do AT. ● Inibe a ativação do fator X de duas formas → inibe diretamente o fator Xa e se complexa com o fator Xa e o complexo TFPI-FXa inibe TF/FVIIa, regulando assim o mecanismo de desencadeamento da via extrínseca. ● Sintetizado principalmente pelo endotélio microvascular e circula no plasma em uma forma livre (TFPI-alfa) que representa 20% do TFPI plasmático total e em uma forma ligeiramente truncada em associação com lipoproteínas de baixa densidade que representa 80% do TFPI plasmático total. ● A maioria dos TFPI permanece associada à superfície endotelial (como TFPI-beta), ligada a glicosaminoglicanos da superfície celular. A ● A concentração plasmática aumenta consideravelmente após a administração intravenosa de heparina. Inibidor de C1 esterase ● Sintetizado no fígado. ● Inibe FXIIa e PK, bem como as proteases do complemento C1r, C1s e FXIa. Controle da fase terminal da coagulação ● Envolve outro inibidor de serina protease circulante (SERPIN), a antitrombina ) e um processo inibitório iniciado pela coagulação, a via da proteína C. Além disso, a prostaciclina, o tromboxano e o óxido nítrico (NO) modulam a reatividade vascular e plaquetária. ● Esta fase de terminação é crítica na mediação da extensão da formação do coágulo. Contribuições dos glóbulos brancos ● Macrófagos e monócitos ativados são capazes de expressar o fator tissular (TF) em suas superfícies ou dentro de micropartículas, o que contribui para a hemostasia fisiológica, bem como para a trombose patológica . Antitrombina, heparina e heparano ● A antitrombina (AT) é um inibidor circulante de serina protease (SERPIN). Neutraliza a maioria das enzimas da cascata da coagulação, principalmente a trombina (fator IIa), os fatores Xa e IXa; assim como o fator XIIa e o fator XIa. ● O papel da AT é reforçado pelo heparan sulfato endógeno ● A ligação de heparinas ao local de ligação da heparina no AT produz uma alteração conformacional no AT, "ativando-o" e acelerando sua inativação de fatores de coagulação. ● Toda a superfície luminal do sistema vascular é coberta por células endoteliais que são revestidas com AT ativado e prontas para inativar rapidamente qualquer excesso de trombina na circulação geral . Proteína C e proteína S ativadas ● Inibidores dos cofatores V e VIII ● À medida que a formação do coágulo progride, a trombina (fator IIa) liga-se à trombomodulina (TM), uma proteína de membrana integral na superfície da célula endotelial. → induz uma mudança drástica na especificidade do substrato da trombina, de modo que ela perde todas as suas funções pró-coagulantes. ● O complexo formado ativa a proteína C, uma serina-protease dependente de vitamina K, capaz de destruir os fatores V e VIII ativados, evitando, assim, mais geração de trombina. A ação da proteína C é amplificada por outra proteína dependente de vitamina K, a proteína S, que liga a proteína C à superfície da plaqueta. ● Um receptor endotelial de proteína C localiza-a na superfície endotelial e promove sua ativação pelo complexo trombina-trombomodulina. Além disso, a proteína C ativada estimula a fibrinólise. 10 Sandy Vanessa Med 08 - UFPE-CAA ● A proteína C ativada (APC), em associação com a proteína S nas superfícies fosfolipídicas, inativa proteoliticamente os fatores Va e VIIIa, inativando assim a protrombinase e a X-ase intrínseca, respectivamente. ● A proteína S circula em duas formas. Na forma livre, é ativa como anticoagulante; na forma ligada, está complexado com a proteína de ligação C4b do sistema complemento e é funcionalmente inativa. A proteína de ligação C4b é um reagente de fase aguda cuja concentração aumenta em estados inflamatórios; como resultado, a atividade da proteína S livre é reduzida nessas condições, aumentando a probabilidade de trombose. Prostaciclina e tromboxano ● Células endoteliais intactas próximas ao endotélio rompido liberam ácido araquidônico dos fosfolipídios da membrana celular pela fosfolipase A2. ● A COX-1 oconverte o ácido araquidônico em tromboxano A2 (TxA2) nas plaquetas ● O TxA2 é um potente estimulador da agregação plaquetária e produz vasoconstrição, enquanto o PGI2, via ativação da adenilato ciclase, bloqueia a agregação plaquetária e antagoniza a vasoconstrição mediada pelo TxA2. Óxido nítrico ● Fator relaxante derivado do endotélio → causa vasodilatação. ● Inibe a adesão e agregação plaquetária. ● As plaquetas também são capazes de sintetizar NO, com produção aumentada no cenário de adesão plaquetária ao colágeno fibrilar sob fluxo de cisalhamento. → Pode fornecer feedback negativo para limitar a adesão excessiva de plaquetas e a vasoconstrição nos locais de lesão do vaso. ● O NO difunde-se livremente através das membranas celulares e é rapidamente destruído pela hemoglobina nos glóbulos vermelhos próximos→ funciona como um hormônio parácrino com uma meia-vida muito curta. Fibrinólise ● Para restaurar a desobstrução do vaso após a hemostasia, o coágulo deve ser organizado é removido pela enzima proteolítica plasmina em conjunto com a cicatrização da ferida e a remodelação do tecido. ● A plasmina cliva a fita de fibrina polimerizada em múltiplos sítios e libera produtos de degradação da fibrina, entre os quais se encontra o Ddímero. → Solubiliza a rede de fibrina formada ○ Quando há uma fibrinólise intensa, vão aumentar as taxas do D dímero. A via mais importante é desencadeada pela liberação de ativador tecidual do plasminogênio (TPA) das células endoteliais. O TPA é uma serina-protease que se liga à fibrina, aumentando sua capacidade de converter o plasminogênio ligado ao trombo em plasmina. ● Essa dependência de fibrina da ação do TPA localiza e restringe a geração de plasmina por TPA à fibrina do coágulo. ● A liberação de TPA ocorre depois de estímulos, como traumatismo, exercício e estresse emocional. ● A proteína C ativada estimula a fibrinólise por destruir os inibidores plasmáticos de TPA Plasmina ● O plasminogênio liga-se à fibrina e ao ativador do plasminogênio tecidual (tPA). → Conversão da proenzima plasminogênio em plasmina proteolítica ativa ● Ampla especificidade de substrato ● Cliva o fibrinogênio e uma variedade de proteínas plasmáticas e fatores de coagulação ● O sistema plasminogênio/ativador de plasminogênio é complexo, paralelo à cascata de coagulação. ● Atividade regulada por células endoteliais vasculares que secretam ativadores de plasminogênio de serina protease e inibidores de ativador de plasminogênio (PAI-1 e PAI-2). ● Capaz de digerir fibrinogênio, fibrina, fatores V e VIII e muitas outras proteínas. ● A plasmina circu- lante é inativada pelos potentes inibidoresα2-antiplasmina eα2-macroglobulina. 11 Sandy Vanessa Med 08 - UFPE-CAA Ativador do plasminogênio do tipo tecidual ● A molécula de tPA é predominantemente uma enzima da célula endotelial.● Sua liberação é estimulada por uma variedade de substâncias, incluindo trombina, serotonina, bradicinina, citocinas e epinefrina. ● No plasma circula como um complexo com seu inibidor natural PAI-1 e é rapidamente eliminado pelo fígado. ● Análoga ao complexo de protrombina, a geração rápida de plasmina pelo tPA ocorre otimamente em uma superfície, o coágulo de fibrina. Uroquinase ● Segundo ativador fisiológico do plasminogênio. ● Está presente em alta concentração na urina. Enquanto o tPA é amplamente responsável por iniciar a fibrinólise intravascular, a uroquinase é o principal ativador da fibrinólise no compartimento extravascular. ● Secretada por muitos tipos de células na forma de prouroquinase → é convertida em uroquinase pela plasmina; tem um baixo nível de atividade proteolítica, a menos que seja exposto à fibrina. Inibidores do ativador do plasminogênio e alfa-2-antiplasmina ● Os PAIs inibem o tPA, enquanto a alfa-2-antiplasmina inibe a plasmina. ● O PAI-1 é sintetizado por células endoteliais e plaquetas que regulam sua liberação durante a fibrinólise. ● O PAI-2 é sintetizado pelos glóbulos brancos e pela placenta e seus níveis aumentam muito durante a gravidez. ● A alfa-2-antiplasmina é secretada pelo fígado e também está presente nas plaquetas. Síntese dos Componentes da Cascata ● Todos os pró-coagulantes são sintetizados no fígado, exceto VWF, que é sintetizado nos megacariócitos e nas células endoteliais.′ ● Pró-coagulantes dependentes de vitamina K: ○ Protrombina (fator II); ○ Fator VII; ○ Fator IX; ○ Fator X; ● Anticoagulantes dependentes de vitamina K: ○ Proteína C e proteína S. ● A vitamina K precisa estar na forma de hidroquinona. ● A vitamina K reduzida que participa do processo de formação desses carboxiaminoácidos e o aumento da presença dessas carboxilas resultará no aumento da interação com o cálcio. ● Quando a vitamina K participa desse processo, ela formará a vitamina K 2,3-epoxide. Para que ela volte a participar do processo, precisa ser reduzida. Então de epoxide, precisa voltar para quinona e depois para hidroquinona. 🚨A varfarina, como agente anticoagulante, participa impedindo a redução da vitamina K. Avaliação da Coagulação A determinação do Tempo de Tromboplastina Parcial Ativado (TTPA) consiste na recalcificação do plasma na presença de fosfolipídio e de um ativador do sistema de contato.→ Teste de 12 Sandy Vanessa Med 08 - UFPE-CAA triagem universalmente aceito para identificar anomalias no sistema intrínseco e comum da coagulação e, consequentemente, terá um resultado anormal para os pacientes portadores de hemofilias A e B, enquanto que o teste Tempo de Protrombina (TP), que avalia a via extrínseca, será normal. ● Avalia os fatores VIII, IX, XI e XII, além dos fatores X, V,protrombina e fibrinogênio. ● Três substâncias – o fosfolipídio, um ativador de superfície e o cálcio – são acrescentadas ao plasma citratado. ● O tempo normal para coagulação é de 30 a 40 segundos. Tempo de protrombina – TP → Avalia as vias extrínseca e comum da coagulação. É sensível às deficiências dos fatores V, VII e X e menos sensível à deficiência de fator II e as formas leves de deficiência de fibrinogênio. A composição e a origem da tromboplastina interferem na sua sensibilidade, por isso os resultados de um TP do mesmo paciente na mesma amostra podem variar de um laboratório para outro. ● Tromboplastina tecidual (um extrato cerebral) ou fator tecidual (sintético) com lipídios e cálcio são adicionados ao plasma citratado. ● O tempo normal para a coagulação é de 10 a 14 segundos. Ele costuma ser expresso, também, como International Normalized Ratio (INR) 🚨 Quem está fazendo tratamento com alguns tipos de anticoagulantes como, por exemplo, a varfarina precisa fazer o teste de controle da coagulação. A Varfarina atua justamente na síntese dos fatores que dependem da vitamina K e vai inibir essa vitamina tendo um efeito de anticoagulante. Se o paciente aumentar o consumo de vitamina K, através da alimentação, dará uma alteração no controle da coagulação. ⏲ O prolongamento no tempo de coagulação no TP e no TTPA, quando causado por deficiência de fator, é corrigido pela adição de plasma normal ao plasma em exame (mistura 50:50). Se não houver correção, ou se a correção com plasma normal for incompleta, suspeita-se da presença de um inibidor da coagulação. ⏳ O tempo de trombina (TT) é sensível à deficiência de fibrinogênio ou à inibição da trombina. É acrescentada trombina bovina diluída ao plasma citratado, em concentração que produza tempo de coagulação de 14 a 16 segundos em plasmas normais. Distúrbios Hemorrágicos Um sangramento anormal pode decorrer de: ● Distúrbios vasculares ● Trombocitopenia ● Função plaquetária defeituosa ● Defeito de coagulação 🤔 Os distúrbios vasculares e plaquetários tendem a associar-se a sangramento das mucosas e na pele, ao passo que, em distúrbios da coagulação, o sangramento ocorre com frequência em articulações ou em tecidos moles Distúrbios hemorrágicos vasculares ● Grupo heterogêneo caracterizado por equimoses fáceis e sangramento espontâneo de pequenos vasos ● Anormalidade de base está nos vasos ou nos tecidos conectivos perivasculares. ● Maioria não é grave ● Em geral, o sangramento ocorre principalmente na pele, provocando petéquias, equimoses ou ambos. ● Em algumas doenças também há sangramento das mucosas. 13 Sandy Vanessa Med 08 - UFPE-CAA ● Nessas condições de origem vascular, os exames de triagem são normais. Distúrbios vasculares hereditários ● Teleangiectasia hemorrágica hereditária ○ Traço autossômico dominante. ○ Vários defeitos genéticos → maioria relacionado à proteína endotelial endoglina. ○ Há ingurgitamentos microvasculares dilatados que aparecem na infância e se tornam mais numerosos na vida adulta. ○ Estas teleangiectasias se desenvolvem na pele, nas mucosas e nos órgãos internos. ○ Em uma minoria de casos há malformações, causando pertuitos arteriovenosos (shunts) pulmonares, hepáticos, esplênicos e cerebrais. ○ Epistaxes recorrentes são frequentes e hemorragias recidivantes do trato gastrintestinal podem causar anemia ferropênica crônica. ○ O tratamento é feito com embolização, aplicação de laser, estrogênios, ácido tranexâmico e suplementação de ferro que, às vezes, exige via intravenosa. ● Doenças do tecido conectivo ○ Nas síndromes de Ehlers-Danlos há anormalidades hereditárias do colágeno com púrpura, causada por agregação defeituosa das plaquetas, hiperextensibilidade das articulações e pele friável e hiperelástica. ○ O pseudoxantoma elástico associa-se a hemorragia e trombose. ○ Os pacientes podem apresentar apenas equimoses superficiais e púrpura depois de pequenos traumatismos ou de aplicação de torniquete. ○ Sangramento e dificuldade de cicatrização podem constituir-se em problema pós-operatório. ● Hemangioma cavernoso gigante ○ Essas malformações congênitas ocasionalmente causam ativação crônica da coagulação e aspectos laboratoriais de coagulação intravascular disseminada. Em alguns casos, causam apenas trombocitopenia. Defeitos vasculares adquiridos ● Púrpura simples → distúrbio benigno comum, caracterizado por suscetibilidade a equimoses, que ocorre em mulheres jovens e sadias, principalmente em idade fértil. ● Púrpura da senilidade → causada por atrofia dos tecidos de suporte dos vasos sanguíneos cutâneos → característica observada na face dorsal dos antebraços e das mãos. ● Púrpura associada a infecções →, bacterianas, virais ou rickettsiais→ decorre de dano vascular pelo agente etiológico, com CIVD ou como resultado da formação de imunocomplexos (p. ex., sarampo, dengue e septicemia por meningococo) ● Síndrome de Henoch-Schönlein → geralmente observado em crianças, às vezes após infecção aguda do trato respiratório superior.→ vasculite mediada por imunoglobulina A (IgA). → A erupção purpúrica característica, acompanhada de edema localizado e prurido, é, em geral, mais proeminente nas nádegas e nas superfícies extensoras dos membros inferiores e dos cotovelos. Também podem ocorrer edema articular doloroso, hematúria e dor abdominal. Em geral, é uma doença autolimitada, porém pacientes ocasionais desenvolvem insuficiência renal. 14 Sandy Vanessa Med 08 - UFPE-CAA ● Escorbuto → Na deficiência de vitamina C, o colágeno defeituoso pode causar petéquias perifoliculares, equimoses e hemorragia das mucosas ● Púrpura do uso de esteroides. → associada a tratamento a longo prazo com esteroides ou com síndrome de Cushing é causada por defeito no tecido de suporte vascular. ● Ácisoa trexâmico e aminocaproico são antifibrinolíticos úteis que podem diminuir o sangramento causado por doenças vasculares ou trombocitopenia, mas são contraindicados na presença de hematúria, uma vez que podem levar à formação de coágulos que obstruem as vias urinárias. Trombocitopenia ● O sangramento anormal associado a trombocitopenia ou função anormal das plaquetas é caracterizado por púrpura cutânea espontânea, hemorragia das mucosas e sangramento prolongado após traumatismo Causas de trombocitopenia ● Insuficiência de produção de plaquetas ○ Depressão seletiva de megacariócitos ■ Raros defeitos congênitos ■ Fármacos, agentes químicos, infecções virais ○ Parte de insuficiência global da medula óssea ■ Fármacos citotóxicos ■ Radioterapia ■ Anemia aplástica ■ Leucemia ■ Síndromes mielodisplásicas ■ Mielofibrose ■ Infiltração da medula óssea (p. ex., carcinoma, linfoma, doença de Gaucher) ■ Mieloma múltiplo anemia megaloblástica infecção por HIV ● Aumento do consumo de plaquetas ○ Imunológico ■ Autoimune ■ Idiopático ■ Associado a lúpus eritematoso sistêmico, leucemia linfocítica crônica ou linfoma ■ Infecções: Helicobacter pylori, HIV, HCV, outros vírus, malária ■ Induzido por fármaco (p. ex., heparina) púrpura pós-transfusional trombocitopenia aloimune materno-fetal ○ Coagulação intravascular disseminada ○ Púrpura trombocitopênica trombótica ● Distribuição anormal de plaquetas ○ Esplenomegalia (p. ex., em doença hepática) ● Perda dilucional 15 Sandy Vanessa Med 08 - UFPE-CAA ○ Transfusão maciça de sangue conservado em pacientes com hemorragia 🩺 O diagnóstico dessas causas de trombocitopenia é feito pela história clínica, pelo hemograma e pelo exame da medula óssea. Púrpura trombocitopênica autoimune (idiopática) ● A púrpura trombocitopênica autoimune (idiopática, PTI) pode apresentar-se sob forma crônica ou aguda. ● Os autoanticorpos antiplaquetas (em geral, IgG) causam remoção prematura das plaquetas da circulação pelos macrófagos do sistema reticuloendotelial, sobretudo no baço. → Em muitos casos, o anticorpo é dirigido contra sítios antigênicos nos complexos glicoproteína (GP) IIb-IIIa ou Ib. ● A sobrevida normal das plaquetas diminui para poucas horas. ● O início quase sempre é insidioso, com petéquias, equimoses fáceis e, em mulheres, menorragia. ● Sangramento das mucosas, como epistaxe ou sangramento gengival, ocorre em casos graves, porém a hemorragia intracraniana é rara. ● A gravidade do sangramento na PTI, em geral, é menor do que a observada em pacientes com graus comparáveis de trombocitopenia decorrente de insuficiência da medula óssea. ● Muitos casos assintomáticos são descobertos em hemogramas de rotina. O baço não é palpável, salvo se houver doença associada que cause esplenomegalia. ● Diagnóstico ○ A contagem de plaquetas geralmente está diminuída e o volume das plaquetas um pouco aumentado. A hemoglobina e o leucograma são normais, salvo se houver anemia ferropênica causada por perdas repetidas de sangue. ○ A distensão sanguínea mostra a diminuição do número de plaquetas e a presença de plaquetas grandes. Não há alterações nas demais séries. ○ A medula óssea mostra número normal ou aumentado de megacariócitos. ○ Testes sensíveis são capazes de demonstrar a presença de anticorpos específicos antiglicoproteínas GPIIb/IIIa ou GPIb na superfície das plaquetas, ou no soro, da maioria dos pacientes. A dosagem de IgG associada às plaquetas é menos específica. As pesquisas de anticorpos não são difundidas na prática clínica. ● Tratamento ○ O objetivo do tratamento deve ser a manutenção da contagem de plaquetas acima do nível no qual ocorrem equimoses ou sangramento espontâneo, com um mínimo de intervenção. ○ Corticosteroides → Prednisolona, 1 mg/kg/dia, é o tratamento inicial em adultos, diminuindo-se a dose de modo gradual depois de 10 a 14 dias. ○ Altas doses de imunoglobulina por via intravenosa causam aumento rápido na contagem de plaquetas na maioria dos pacientes. É frequente um regime de 400 mg/kg/ dia durante 5 dias ou 1 g/kg/dia durante 2 dias. → É útil em pacientes com hemorragias que colocam a vida em risco, na PTI refratária a corticosteroides, durante a gravidez e antes de cirurgia. O mecanismo de ação pode ser um bloqueio dos receptores Fc dos macrófagos ou uma mudança na produção de autoanticorpos. ○ Anticorpos monoclonais ○ Fármacos imunossupressores, como vincristina, ciclofosfamida, azatioprina, micofenolato de mofetil ou ciclosporina, isoladamente ou em combinação, em geral são reservados para pacientes que não respondem 16 Sandy Vanessa Med 08 - UFPE-CAA de maneira satisfatória ao tratamento com corticosteroides e rituximabe. ○ Agonistas da trombopoetina estimulam a trombopoese e são indicados para pacientes com contraindicação ou refratários a corticoides. ○ Esplenectomia ○ Transfusão de plaquetas ○ Transplante de células-tronco Púrpura trombocitopênica crônica ● Causa mais comum de trombocitopenia sem anemia ou neutropenia. ● Em geral, é idiopática, mas pode ser vista associada a outras doenças, como lúpus eritematoso sistêmico, infecções por vírus (HIV, HCV) ou Helicobacter pylori, leucemia linfocítica crônica, linfoma de Hodgkin e anemia hemolítica autoimune (síndrome de Evans) Púrpura trombocitopênica aguda ● Mais comum em crianças. ● Em cerca de 75% dos pacientes, o episódio ocorre após vacinação ou infecção, como varicela ou mononucleose infecciosa. ● A maioria dos casos deve-se à ligação de imunocomplexos inespecíficos às plaquetas. ● A morbidade e a mortalidade são muito baixas → o grande risco é a hemorragia cerebral, mas é rara. Muitos pacientes não sangram, mas devem evitar trauma, como ocorre em esportes de contato. ● O diagnóstico é de exclusão. Trombocitopenia induzida por fármacos ● A quinina (incluindo a da água tônica), a quinidina e a heparina são causas particularmente comuns ● A contagem de plaquetas quase sempre é < 10 × 10 3 /mL, e a medula óssea mostra número normal ou alto de megacariócitos. ● Os anticorpos antiplaquetas dependentes de fármaco podem ser demonstrados no soro de alguns pacientes. ● O tratamento imediato é a suspensão do fármaco suspeito, mas deve ser administrado concentrado de plaquetas em pacientes com sangramento perigoso. Púrpura pós-transfusional ● Trombocitopenia súbita e grave que ocorre 10 dias após transfusão de sangue ● Atribuída a anticorpos do receptor contra o antígeno plaquetário humano 1a (HPA-1a), ausente nas plaquetas do paciente e presente nas plaquetas transfundidas. Púrpura trombocitopênica trombótica (PTT) e síndrome hemolítico-urêmica (SHU) ● PTT corre nas formas hereditária e adquirida. ● Há deficiência da metaloprotease ADAMTS13, que cliva multímeros de peso molecular “ultragrande” do fator vonWillebrand (ULVWF). ● As formas adquiridas decorrem do desenvolvimento de um autoanticorpo IgG inibidor, cuja presença pode ser estimulada por infecções,doenças autoimunes e do tecido conectivo, certos fármacos, transplante de células-tronco ou cirurgia cardíaca. Cadeias multiméricas de ULVWF, secretadas pelos corpos de Weibel-Palade, fixam-se nas células endoteliais, e as plaquetas em fluxo aderem por meio de seus receptores GPIb. 17 Sandy Vanessa Med 08 - UFPE-CAA ● O aumento progressivo da agregação plaquetária sobre essas correntes multiméricas de ULVWF tem potencial para formar trombos plaquetários grandes, oclusivos, capazes de embolizar para a microcirculação a jusante, causando isquemia em órgãos. ● Na síndrome hemolítico-urêmica (SHU), estreitamente relacionada, os níveis de ADAMTS13 são normais ● PTT → trombocitopenia, anemia hemolítica microangiopática, alterações neurológicas, insuficiência renal e febre. ○ As tromboses microvasculares causam grau variável de isquemia tecidual e infarto e são responsáveis pela hemólise e trombocitopenia. ● Trombocitopenia + esquizócitos no hemograma + elevação expressiva da desidrogenase láctica (LDH)→ sugerem diagnóstico! ● Os testes de coagulabilidade são normais, ao contrário do que ocorre na CIVD ● O tratamento eficaz é a troca de plasma, usando-se plasma fresco congelado ou criossobrenadante. Isso remove os multímeros de alto peso molecular e o anticorpo e supre ADAMTS13. ○ Rituximabe (anti-CD20) também é eficaz; é usado em conjunção com infusões ou troca de plasma e, subsequentemente, para reduzir o risco de recaída. ○ Em casos refratários e em casos crônicos → corticosteroides em altas doses, vincristina, imunoglobulina intravenosa, rituximabe e tratamento imunossupressor com azatio prina ou ciclofosfamida. ● Síndrome hemolítico-urêmica → mais comum em crianças ○ Dano aos órgãos é limitado aos rins. ○ A sintomatologia geralmente inclui diarreia, podem ocorrer convulsões epileptiformes. ○ Muitos casos são associados à infecção por Escherichia coli ou a outros microrganismos, sobretudo Shigella. ○ Hemodiálise e o controle da hipertensão constituem a base do tratamento. ● Transfusões de plaquetas são contraindicadas na SHU e na PTT!!!!!!! ● A SHU atípica é tratada como insuficiência renal crônica, mas com acréscimo de eculizumabe, a fim de inibir ativação de complemento. Distúrbios de função plaquetária ● Deve-se suspeitar em pacientes que apresentam sangramento de pele e das mucosas, apesar de terem contagem normal de plaquetas e nível normal de VWF. ● Podem ser hereditários ou adquiridos. Distúrbios hereditários ● Doenças hereditárias raras podem produzir defeitos em cada uma das diferentes fases das reações plaquetárias que levam à formação do tampão hemostático. ● Trombastenia (doença de Glanzmann) → falta de agregação primárias das plaquetas. Em geral, é notada já no período neonatal, e, caracteristicamente, as plaquetas não se agregam in vitro com nenhum agonista, exceto a ristocetina. ● Síndrome de Bernard-Soulier → autossômica recessiva → as plaquetas são maiores do que o normal. Há ligação defeituosa com o VWF, aderência também defeituosa aos tecidos conectivos subendoteliais, e as plaquetas não se agregam com ristocetina. ● Doenças de armazenamento → plaquetas são maiores que o normal e há ausência de grânulos α. Na doença mais comum de armazenamento δ, há deficiência de 18 Sandy Vanessa Med 08 - UFPE-CAA grânulos densos. Na doença de von Willebrand, muito mais comum, o defeito hemostático plaquetário decorre de defeito genético do VWF Distúrbios adquiridos ● Fármacos antiplaquetários ○ O tratamento com ácido acetilsalicílico (AAS, aspirina) é a causa mais comum de defeito funcional das plaquetas.→ alonga o tempo de obliteração no teste PFA100 e, embora a púrpura possa não ser evidente, o defeito pode contribuir para a suscetibilidade à hemorragia gastrintestinal. → Depois de uma única dose, o efeito dura 9 a 10 dias (i.e., a sobrevida plaquetária). ○ O dipiridamol inibe a agregação plaquetária, bloqueando a recaptação de adenosina. ○ Clopidogrel e prasugrel inibem a ligação de ADP com seu receptor na plaqueta, o que se nota pela virtual ausência de agregação com ADP ● Hiperglobulinemia → associada a mieloma múltiplo ou à doença de Waldenström pode causar interferência na aderência, na liberação e na agregação plaquetárias. ● Distúrbios mieloproliferativos e mielodisplásicos → Ocorrem anormalidades funcionais intrínsecas das plaquetas em muitos pacientes com trombocitemia essencial, outras doenças mieloproliferativas e mielodisplásicas, além de hemoglobinúria paroxística noturna. ● Uremia → A insuficiência renal associa-se a várias alterações da função plaquetária. Tratamento Trombomiméticos ● Aumentam a produção de plaquetas por ativação do receptor de trombopoetina nos megacariócitos. ● Dois deles são: romiplostim (uso subcutâneo, uma vez por semana) e eletrombopag (uso oral, diário). ● Utilizados no tratamento de PTI e estão sendo testados em outras condições (p. ex., após quimioterapia, mielodisplasia, anemia aplástica). ● Podem causar disfunção hepática e aumentar a reticulina da medula óssea. ● O uso a longo prazo pode causar fibrose medular, reversível com a parada do tratamento. Transfusão de plaquetas ● Transfusões de concentrados de plaquetas são indicadas nas seguintes circunstâncias: ○ Trombocitopenia ou função anormal de plaquetas, quando houver sangramento ou antes de procedimentos invasivos, sem disponibilidade de tratamento alternativo (p. ex., corticosteroides e imunoglobulina em altas doses). A contagem de plaquetas deve estar acima de 50 × 10 3 /mL antes de, por exemplo, biópsia hepática ou punção lombar. ○ Profilaticamente, em pacientes com contagem de plaquetas < 5 a 10 × 10 3 /mL. Se houver infecção, sítios potenciais de sangramento ou coagulopatia, a contagem deve ser mantida acima de 20 × 103 /mL. CIVD A coagulação intravascular disseminada é um processo sistêmico com potencial para causar trombose e hemorragia. Pode se apresentar como uma emergência aguda com risco de vida ou como um processo subclínico crônico, dependendo do grau e ritmo do processo e da contribuição de morbidades da causa básica. Patogênese Exposição a pró-coagulantes ● Alguns produtos bacterianos, como os lipopolissacarídeos, podem ativar a coagulação ● Na sepse meningocócica, micropartículas contendo Fator tissular são encontradas na circulação ● "Pró-coagulante do câncer" geralmente se refere ao TF produzido por células cancerígenas. → Também pode ser uma enzima proteolítica produzida por alguns tumores mucinosos e da placenta que é capaz de ativar o fator X. ● No trauma, o dano ao endotélio vascular e aos tecidos pode causar liberação de enzimas pró-coagulantes ou fosfolipídios 19 Sandy Vanessa Med 08 - UFPE-CAA ● Na hemólise intravascular grave, como uma reação transfusional hemolítica aguda (AHTR) causada por incompatibilidade ABO, a coagulação é ativada por uma combinação de processos, incluindo liberação de TF (provavelmente por monócitos), geração de citocinas, incluindo fator de necrose tumoral (TNF) e interleucina 1 (IL-1) e redução da função do óxido nítrico (NO) ● Em pacientes com deficiência de proteína C herdada ou adquirida, um desequilíbrio entre a geração de trombina e a fibrinólise pode ser responsável por sobrecarregar os mecanismos normais que protegem contra a coagulação inadequada. ● Os neutrófilos podem contribuir para a formação de armadilhas extracelulares de neutrófilos (NETs), que possuem propriedades pró-coagulantes. Coagulação → A ativação da cascata de coagulação leva à produção de trombos constituídos por fibrina e plaquetas. Estes podem ocorrer na microvasculatura e/ou vasos maiores. ● A extensa formação de trombos leva ao consumo de fatores de coagulação endógenos, produzindo uma "coagulopatia de consumo" e de plaquetas e fatoresanticoagulantes (por exemplo, proteína S, proteína C, antitrombina). Fibrinólise ● Ativada nos locais de formação do trombo, com geração de produtos de degradação da fibrina (PDF) que, quando presentes em quantidades significativas, interferem tanto na formação do coágulo de fibrina quanto na agregação plaquetária. Alterações compensatórias ● A acuidade e a magnitude da coagulação intravascular contínua determinam se o consumo de fatores de coagulação e plaquetas pode ser compensado adequadamente pela síntese contínua de fatores de coagulação e geração de novas plaquetas na medula óssea. ● As duas extremidades do espectro entre compensação inadequada e adequada são algumas vezes referidas como DIC aguda e crônica. ● CIVD aguda ○ Pode se desenvolver quando o sangue é exposto a grandes quantidades de fator tecidual (ou outras substâncias pró-coagulantes) durante um breve período de tempo, com geração significativa de trombina. → Rápido consumo de fatores de coagulação que supera sua produção. ○ Os produtos de degradação da fibrina interrompem a polimerização normal e a ligação do fibrinogênio à superfície plaquetária, interferindo na formação do coágulo e na agregação plaquetária e operando efetivamente como anticoagulantes patológicos e agentes antiplaquetários. ○ A coagulopatia de consumo, combinada com a alta concentração de produtos de degradação da fibrina, leva à diátese hemorrágica grave observada na CID descompensada e explica a observação clínica de que a terapia de suporte com Plasma Fresco Congelado (FFP) e transfusões de plaquetas por si só geralmente são insuficientes para corrigir completamente a diátese hemorrágica. ○ Os tempos de coagulação tornam-se prolongados e o potencial para sangramento clinicamente importante aumenta. ○ Observada em situações como sepse, trauma ou leucemia promielocítica aguda. ● CIVD crônica→ pode se desenvolver quando o sangue é continuamente ou intermitentemente exposto a quantidades menores de fator tecidual (ou outras substâncias pró-coagulantes). ○ Fatores de coagulação e plaquetas são consumidos, mas a produção é capaz de compensar, e o fígado é capaz de eliminar os produtos de degradação de fibrina. Os tempos de coagulação podem ser normais e a trombocitopenia pode ser leve ou ausente. 20 Sandy Vanessa Med 08 - UFPE-CAA ○ A trombose geralmente predomina sobre o sangramento, embora muitos pacientes sejam assintomáticos com evidência apenas laboratorial de aumento da geração de trombina e fibrinólise. ○ Observada em pacientes com malignidade avançada, especialmente tumores pancreáticos, gástricos, ovarianos e cerebrais. Lesão de órgão alvo → Danos a tecidos ou órgãos podem resultar de perfusão reduzida, trombose e/ou sangramento. ● A falência de órgãos pode resultar em morbidade e mortalidade significativas. Outros fatores vasculares que podem contribuir: ● Danos endoteliais, que podem resultar na liberação de substâncias pró-coagulantes e na perda das propriedades antitrombóticas endoteliais. ● Fluxo sanguíneo local reduzido, o que retarda a difusão dos fatores pró-coagulantes e anticoagulantes para fora do local. ● Perfusão reduzida dos órgãos, o que pode atrasar a depuração hepática dos subprodutos da coagulação. ● Níveis reduzidos de óxido nítrico, causando aumento do tônus vascular e aumento da agregação e ativação plaquetária. ● Envolvimento de outras células sanguíneas. Como exemplo, sabe-se que os monócitos secretam TF quando estimulados por patógenos. ● No trauma ou na sepse, a acidose e a hipotermia podem interferir na coagulação apropriada porque as funções enzimáticas dos fatores de coagulação são dependentes do pH e da temperatura [ 8 ]. DNA extracelular e NETs ● Evidências crescentes sugerem que moléculas padrão associadas a danos (DAMPs), incluindo DNA livre de células (cfDNA), histonas extracelulares e proteínas de ligação ao DNA, desempenham um papel crítico na patogênese da CIVD. ● DAMPs são liberados de células moribundas ou secretados de células imunes em resposta a infecção ou lesão tecidual. ● NETosis é altamente pró-coagulante. Ativa a cascata de coagulação e influencia a hemostasia primária e secundária através de vários mecanismos: ○ Entrega de fator tecidual ○ Ativação da fase de contato da coagulação por cfDNA ○ Citotoxicidade do cfDNA, que ativa o receptor Toll-like (TLR9) da superfície celular ○ Indução de agregação plaquetária por cfDNA ○ Degradação proteolítica de anticoagulantes, como o inibidor da via do fator tecidual (TFPI) via elastase de neutrófilos ○ Citotoxicidade para células endoteliais de proteínas de ligação ao DNA que normalmente são excluídas da circulação, como histonas e HMGB1 Em contraste, algumas das outras microangiopatias trombóticas (TMAs), como a púrpura trombocitopênica trombótica (TTP) e a síndrome hemolítico-urêmica (SHU) mediada por complemento, são caracterizadas por microtrombos ricos em plaquetas sem formação significativa de coágulos de fibrina ou coagulopatia de consumo. Assim, outros TMAs geralmente apresentam trombocitopenia e estudos de coagulação normais. Em alguns casos, outros TMAs são causados por defeitos endoteliais claramente definidos: ● A TTP é causada pela deficiência da protease ADAMTS13, que resulta no acúmulo de multímeros do fator de vonWillebrand "ultragrandes" muito longos na superfície endotelial que são capazes de se ligar às plaquetas. ● Acredita-se que a SHU mediada por complemento seja causada por dano induzido por complemento ao endotélio. ● Esses defeitos endoteliais podem promover adesão e ativação plaquetária sem expor o sangue a grandes quantidades de substâncias pró-coagulantes. Causas Eventos que podem iniciar CIVD Septicemia - Gram negativos e Gram positivos Lesão por esmagamento ou cirurgia complicada Lesão grave na cabeça Pró-coagulante do câncer (síndrome de Trousseau) Leucemia aguda, especialmente promielocítica Complicações da gravidez Embolia de líquido amniótico Descolamento prematuro de placenta síndrome HELLP Eclâmpsia e pré-eclâmpsia grave 21 Sandy Vanessa Med 08 - UFPE-CAA Aborto séptico Overdose de anfetamina Hemangioma gigante (síndrome de Kasabach-Merritt) Aneurisma da aorta abdominal Shunt Peritoneovenoso Reação transfusional hemolítica aguda (incompatibilidade ABO) Venenos de cobra e víbora Doença hepática Insuficiência hepática fulminante Reperfusão após transplante hepático Insolação Queimaduras Púrpura fulminante Eventos que podem complicar e propagar CIVD Choque Ativação da via do complemento Causas adicionais são observadas com menos frequência: ● Insolação ● Lesões por esmagamento ● Overdose de anfetamina ● Inserção de um shunt peritovenoso ● Embolia gordurosa ● Anormalidades vasculares, incluindo aneurisma da aorta e hemangioendotelioma Kaposiforme ● Picada de cascavel ou outra víbora (considerada por alguns como outro tipo de coagulopatia e/ou microangiopatia trombótica diferente da DIC) ● Deficiência homozigótica hereditária de proteína C (púrpura fulminante) ● Rejeição aguda de transplante de órgãos sólidos ● Síndrome catastrófica do anticorpo antifosfolípide (CAPS) ● Leishmaniose visceral ● Certas formas de trombocitopenia induzida por heparina (HIT) e síndromes relacionadas, como a trombocitopenia trombótica imune induzida pela vacina COVID-19 Epidemiologia ● Comum em pacientes com câncer → mto associado a leucemia promielocítica aguda, câncer pancreático e outros tumores sólidos produtores de mucina, como câncer gástrico, de próstata, de mama e de ovário ● Infecção → comum em pacientes com sepse bacteriana, com probabilidade crescente relacionada à gravidade da resposta inflamatória sistêmica. ● Trauma ● Complicações obstétricas → A incidência de DIC em pacientes com complicações obstétricas varia de 20% em pacientes com hemólise, testes de função hepática elevados e plaquetas baixas (síndrome HELLP) a 66% em pacientes com emboliade líquido amniótico Clínica CIVD aguda (descompensada) e crônica (compensada) representam duas extremidades de um equilíbrio patogênico entre fator de coagulação e consumo de plaquetas e sua produção aguda e crônica Parâmetro Aguda (descompensada) Crônica (compensada) Contagem de plaquetas Reduzido Variável Tempo de protrombina (PT) Prolongado Normal Tempo de tromboplastina parcial ativada (TTPa) Prolongado Normal tempo de trombina Prolongado Normal a ligeiramente prolongado Fibrinogênio plasmático Reduzido Normal a elevado Fator plasmático V Reduzido Normal Fator plasmático VIII Reduzido Normal Produtos de degradação da fibrina Elevado Elevado D-dímero Elevado Elevado ● Na DIC crônica, o tempo de trombina é mais sensível do que PT ou aPTT aos efeitos do aumento de D-dímero e produtos de degradação de fibrina ● Tanto a aguda quanto a crônica podem estar associadas a sangramento e/ou trombose. → + provável que a aguda apresente sangramento, devido ao consumo de fibrinogênio e outros fatores pró-coagulantes e à interrupção da formação normal de fibrina e da função plaquetária pela grande quantidade de produtos de degradação da fibrina; ● Crônica tem maior probabilidade de apresentar complicações tromboembólicas porque a produção de fatores pró-coagulantes acompanha o ritmo da geração contínua de trombos. 22 Sandy Vanessa Med 08 - UFPE-CAA Aguda ● História recente de trauma, sepse, malignidade (especialmente leucemia promielocítica aguda) ou transfusão de sangue incompatível com ABO ● Sangramento, especialmente escorrendo de locais de trauma, cateteres ou drenos ● Trombocitopenia ● PT prolongado e aPTT ● Baixo fibrinogênio plasmático ● Dímero D plasmático elevado ● Anormalidades de outros testes de coagulação ○ Aumento do tempo de trombina ○ Níveis reduzidos de fatores pró-coagulantes, como os fatores VII, X, V e II (protrombina) ○ Níveis reduzidos de inibidores da coagulação, como antitrombina (AT), proteína C e proteína S ● Alterações microangiopáticas no esfregaço de sangue periférico ● Principais manifestações clínicas: ○ Sangramento ○ Disfunção renal ○ Disfunção hepática ○ Disfunção respiratória ○ Choque ○ Tromboembolismo ○ Envolvimento do SNC Crônica ● História de malignidade, especialmente tumores pancreáticos, gástricos, ovarianos ou cerebrais ● Tromboembolismo venoso ou arterial, especialmente sem outro fator precipitante claro ● Leve ou sem trombocitopenia ● PT e aPTT normais ou levemente prolongados ● Fibrinogênio plasmático normal ou mesmo ligeiramente elevado ● D-Dímero plasmático elevado ● Alterações microangiopáticas no esfregaço de sangue periférico ● Muitos pacientes com CID crônica no cenário de malignidade são assintomáticos, com evidência apenas laboratorial de coagulação e fibrinólise de baixo grau. Sangramento e trombose — Tanto a CID aguda quanto a crônica podem estar associadas a sangramento e/ou trombose. ● Sangramento ○ Petéquias e equimoses ○ Sangue escorrendo de locais de feridas, linhas intravenosas, cateteres, superfícies mucosas ○ Para pacientes que desenvolvem CID após procedimentos cirúrgicos, acúmulo de sangue em cavidades serosas ○ Pode ser fatal se envolver o TGI, os pulmões ou o SNC. ○ Mais provável de ocorrer na CID aguda. ● Trombose ○ Mais provável de ocorrer na CID crônica, no contexto de tumores sólidos ○ Tromboembolismo venoso ○ Trombose arterial com isquemia de tecido ou órgão ○ Em pacientes com DIC crônica no contexto de malignidade, endocardite trombótica não bacteriana (endocardite marântica, endocardite de Libman-Sacks, endocardite verrucosa) e tromboflebite migratória superficial (síndrome de Trousseau). Disfunção de órgãos ● Vários mecanismos→ trombose vascular, hemorragia e hipoperfusão. ● Insuficiência renal ● Disfunção hepática → icterícia é comum. → A insuficiência hepática preexistente pode exacerbar a 23 Sandy Vanessa Med 08 - UFPE-CAA CIVD ao prejudicar a produção hepática e/ou a depuração dos fatores de coagulação. ● Lesão pulmonar aguda → A hemorragia pulmonar com hemoptise e dispnéia pode resultar de dano ao endotélio vascular pulmonar. Os microtrombos pulmonares podem contribuir para a lesão ● Disfunção neurológica → delirium, sintomas neurológicos focais transitórios. Microtrombos, hemorragia e hipoperfusão podem contribuir. ● Insuficiência adrenal → A síndrome de Waterhouse-Friderichsen é uma forma de insuficiência adrenal que pode resultar de hemorragia adrenal ou infarto. Púrpura fulminante ● Condição rara, com risco de vida, caracterizada por CID, com extensa trombose tecidual e necrose hemorrágica da pele. ● Uma apresentação clássica da púrpura fulminante é como púrpura retiforme com lesões purpúricas ramificadas ou angulares ● Muitos pacientes com essa condição herdaram deficiência homozigótica de proteína C. ● Também pode ocorrer no contexto de deficiência grave de proteína C adquirida, como pode ocorrer em pacientes com infecções meningocócicas graves. Diagnóstico CIVD pode ser suspeitado em um indivíduo com exsudação generalizada de múltiplos locais de cateter intravenoso ou outros sinais de sangramento, ou ocasionalmente em um indivíduo com trombose inexplicada. A maioria dos indivíduos tem uma condição subjacente óbvia associada a DIC, como sepse ou malignidade, mas ocasionalmente a DIC é o achado de apresentação para essas condições. Testes laboratoriais ● Hemograma completo ● Revisão do esfregaço de sangue periférico ● Tempo de protrombina (PT) e tempo de tromboplastina parcial ativada (aPTT) ● Fibrinogênio ● D-dímero ● Para pacientes com sangramento ou trombose, é apropriado obter todos esses testes simultaneamente!! ○ Para pacientes sem sangramento ou trombose, o PT e o aPTT podem ser feitos primeiro, e fibrinogênio e D-dímero podem ser feitos apenas naqueles com PT prolongado e aPTT. Achados laboratoriais: ● PT e aPTT frequentemente prolongados ● Fibrinogênio é tipicamente baixo, especialmente na CID aguda. → É importante ressaltar que pacientes com sepse, malignidade e outras condições inflamatórias podem ter produção marcadamente aumentada de fibrinogênio, uma vez que o fibrinogênio funciona como um reagente de fase aguda. ● D-dímero→ tipicamente aumentado ● Contagem de plaquetas→ trombocitopenia é comum. ● Esfregaço de sangue → Anemia hemolítica microangiopática, com esquizócitos e células de capacete vistos no esfregaço de sangue periférico. Confirmação diagnóstica ● Diagnóstico clínico e laboratorial, baseado em achados de coagulopatia e/ou fibrinólise no cenário apropriado (por exemplo, sepse, malignidade). ● Nenhum teste laboratorial único pode confirmar ou eliminar com precisão o diagnóstico. ● Consideramos o diagnóstico de CIVD aguda estabelecido se o paciente apresentar evidências laboratoriais de trombocitopenia, consumo de fator de coagulação (por exemplo, TP prolongado, aPTT; fibrinogênio baixo) e fibrinólise (por exemplo, dímero D aumentado), desde que outra etiologia pois esses achados não se tornam aparentes. Sangramento ou trombose auxiliam no diagnóstico, se presentes, mas não são necessários para o diagnóstico. ● Consideramos o diagnóstico de DIC crônica confirmado se o paciente apresentar evidências de fibrinólise (por exemplo, dímero D aumentado) na ausência de outra etiologia, como TEV, em um cenário clínico apropriado. Normalmente, isso implica na presença de malignidade, embora algumas outras causas, como uma lesão vascular, possam estar presentes. A CID crônica em um paciente com malignidade não implica necessariamente a necessidade de uma intervenção clínica; o manejo é guiado pelo cenário clínico e pelos objetivos do tratamento para o paciente individual. 24 Sandy Vanessa Med 08 - UFPE-CAA Diagnóstico diferencial ● Doença hepática grave → A doença hepática grave pode prejudicar a síntese hepática dos fatores de coagulação pode causar uma coagulopatia grave → reduções do fator de coagulaçãoe a trombocitopenia na doença hepática grave são frequentemente causadas por uma combinação de hiperesplenismo e deficiência de trombopoietina (TPO), uma vez que o fígado é o local primário de síntese de TPO. ● Trombocitopenia induzida por heparina (HIT) e síndromes relacionadas → os pacientes podem ter trombose (devido à ativação plaquetária pelo anticorpo HIT e/ou condição subjacente para a qual estavam recebendo heparina) e sangramento (devido à heparina ou ao anticoagulante não heparínico usado para tratar HIT). ● Microangiopatia trombótica (TMA) → Púrpura trombocitopênica trombótica (TTP) e outras TMAs (por exemplo, TMA induzida por drogas [DITMA], síndrome hemolítico-urêmica [SHU]) → consumo de plaquetas em trombos microvasculares → testes de coagulação normais porque os trombos microvasculares nessas condições são principalmente trombos ricos em plaquetas e pobres em fibrina e não estão associados à coagulopatia de consumo (ou seja, PT, aPTT, fibrinogênio e D-dímeros são normais em TTP e outros TMAs). Uma rara exceção pode ser um paciente com uma TMA que leva à isquemia do órgão e, por sua vez, causa CIVD. ● Linfo-histiocitose hemofagocítica (HLH) → síndrome agressiva e potencialmente fatal de ativação imune excessiva → pode levar a danos nos tecidos e a uma taxa de mortalidade muito alta, a menos que seja tratada. Diagnóstico Laboratorial de Fibrinólise: Teste Hiperfibrinólise primária DIC TTP Hemograma e esfregaço de sangue Normal Trombocitopenia ,anemia hemolítica microangiopática Trombocitopenia , anemia hemolítica microangiopática PT e aPTT Normal ou prolongado Prolongado Normal Fibrinogênio Diminuiu diminuiu Normal D-dímero ou FDP Aumentou Aumentou Normal Antitrombina Normal diminuiu Normal Tempo de lise do coágulo de euglobulina Encurtado Encurtado Normal Atividade ADAMTS13 Normal Normal ou levemente reduzido (doença aguda) Severamente deficiente (geralmente <10%) Causas da elevação de D-dímero: Doença Mecanismo Tromboembolismo: ■ Arterial ● Infarto do miocárdio ● AVC ● Isquemia aguda do membro ● Trombo intracardíaco ■ Venoso ● Trombose venosa profunda ● Embolia pulmonar ■ Coagulação intravascular disseminada (CID) Trombose intravascular e fibrinólise Inflamação: ■ COVID 19 ■ Outras infecções graves ■ Sepse ■ DIC Ativação da resposta inflamatória aguda e via de coagulação, trombose intravascular e fibrinólise Cirurgia/trauma Isquemia tecidual, necrose tecidual Doença hepática Depuração reduzida de produtos de degradação de fibrina Doença renal Múltiplos, incluindo trombose da veia renal e síndrome nefrótica Distúrbios vasculares: ■ Malformações vasculares ■ Doença falciforme vaso-oclusão Trombose intravascular e fibrinólise Malignidade Múltiplos, incluindo anormalidades vasculares, pró-coagulante de câncer e trombose microvascular Terapia trombolítica Decomposição de fibrina Gravidez: ■ Gravidez normal ■ Pré-eclâmpsia e eclâmpsia Alterações fisiológicas no sistema de coagulação Trombose microvascular e deposição de fibrina ● Níveis elevados de dímero D no plasma indicam que a coagulação foi ativada, o coágulo de fibrina se formou e ocorreu a degradação do coágulo pela plasmina. 25 Sandy Vanessa Med 08 - UFPE-CAA Tratamento Tratar causa subjacente ● Suporte hemodinâmico e/ou ventilatório ● Hidratação agressiva para reação transfusional hemolítica aguda ● Transfusão de hemácias para sangramento grave Papel das terapias sistêmicas → agentes pró-hemostáticos ou anticoagulantes, não são usadas profilaticamente para prevenir sangramento ou trombose. → Pacientes são monitorados de perto quanto a sangramento e complicações trombóticas, e essas complicações são tratadas imediatamente se ocorrerem. Prevenção/tratamento de sangramento ● Não utiliza-se rotineiramente a administração profilática de plaquetas e fatores de coagulação em pacientes sem sangramento ou sem alto risco de sangramento, desde que a contagem de plaquetas seja ≥10.000/microL. →. Um grupo de consenso internacional sugeriu o uso de um limite de contagem de plaquetas de 20.000/microL na ausência de sangramento ● Tratamento é justificado em pacientes que apresentam sangramento grave, apresentam alto risco de sangramento (por exemplo, após cirurgia) ou necessitam de procedimentos invasivos. Transfusões de plaquetas ● Pacientes com sangramento grave ou necessidade de cirurgia urgente/emergente e contagem de plaquetas <50.000/microL devem receber transfusões de plaquetas. ● 1/2 unidades de plaquetas de doadores aleatórios por 10 kg de peso corporal ou uma única unidade de aférese de doador diariamente. ● Pacientes com contagem de plaquetas <10.000/microL devem receber transfusões de plaquetas devido ao risco aumentado de sangramento espontâneo. Plasma Fresco Congelado (FFP) ou Crioprecipitado ● Pacientes com sangramento grave e tempo de protrombina (PT) significativamente prolongado ou tempo de tromboplastina parcial ativada (aPTT), ou nível de fibrinogênio <50 mg/dL e sangramento grave, devem receber reposição de fator de coagulação.→As opções incluem plasma fresco congelado (FFP), produtos de plasma relacionados, como plasma congelado em 24 horas após a flebotomia ou crioprecipitado. ● O crioprecipitado fornece uma boa fonte de fibrinogênio com carga de volume significativamente menor do que FFP ou PF24 ● O limite específico para transfusão e a quantidade do produto administrado são individualizados para o cenário clínico específico e outros fatores do paciente, como estado do volume e gravidade do sangramento. !!!!!! Não usamos antitrombina para tratar sangramento em DIC. Evite agentes antifibrinolíticos e PCCs ● Agentes antifibrinolíticos como ácido tranexâmico (TXA), ácido epsilon-aminocapróico (EACA) ou aprotinina são geralmente contra indicados→ bloqueio do sistema fibrinolítico pode aumentar o risco de complicações trombóticas Prevenção/tratamento de trombose ● Pacientes com CID correm risco de trombose por causa da estimulação contínua da coagulação, mediada pela exposição contínua ao fator tecidual, trombina ou outras substâncias pró-coagulantes ● O tratamento com heparina nesses casos é apropriado, embora não haja estudos importantes abordando a eficácia ou administração de anticoagulantes nesse cenário. Apesar do risco de trombose, há pouca evidência para apoiar o uso de anticoagulação profilática em pacientes com CID aguda ou crônica, com exceção do período perioperatório ou durante a internação hospitalar por uma doença médica aguda, como feito para pacientes sem CID. Em contraste, a anticoagulação é geralmente apropriada para o tratamento de TEV, com indicações semelhantes às de indivíduos sem CIVD. Púrpura fulminante/deficiência de proteína C ● Pacientes com púrpura fulminante, incluindo adultos, parecem se beneficiar da administração de concentrado de proteína C ● A dosagem intravenosa é de 100 UI/kg como um bolus inicial seguido de 50 UI/kg a cada seis horas até que o D-dímero se normalize ou mostre uma tendência decrescente ● A administração de FFP como fonte de proteína C é mais difícil devido à curta meia-vida da proteína C no plasma. Duas a três unidades de FFP podem ser 26 Sandy Vanessa Med 08 - UFPE-CAA administradas aproximadamente a cada seis horas, se toleradas. Transfusão de Sangue ● Determinação dos grupos sanguíneos ABO e Rh. ● Triagem do soro para anticorpos importantes, por teste indireto de antiglobulina, com um amplo painel de eritrócitos grupo O, antigenicamente tipados. ● Se for evidenciado um aloanticorpo irregular, é selecionado o sangue de doador que não possua o antígeno em questão. Os mais comuns são Rh D, C, c, E, e K. Em relação ao doador ● É realizada uma seleção de unidade de sangue apropriado quanto a ABO e Rh. Prova cruzada Concentrados de hemácias ● Concentrados de hemácias (depletados de plasma) são o produto de escolha na maioria das transfusões.
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