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Hemostasia primária e secundária

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Hemostasia 
Homeostase: habilidade de manter meio interno em um equilíbrio quase constante, independente das alterações 
que ocorrem no ambiente externo. Ex.: PA, temperatura, pressão osmótica, hemostasia 
❖ Mecanismo pelo qual o sistema biológico mantém um estado de equilíbrio 
Hemostasia: conjunto de mecanismos que mantém o sangue dentro do vaso, sem coagular, nem extravasar. Ex.: 
plaquetas, fatores de coagulação, anticoagulantes naturais, fibrinolíticos, anti-fibrinolíticos. 
❖ Mecanismo que ajuda o sistema circulatório a perfundir os órgãos certos 
❖ Dividida em: primária, secundaria e terciária 
❖ É o equilíbrio entre: 
o Agentes pró-coagulantes: plaquetas, fatores de coagulação 
o Agentes anti-coagulantes: proteína C e S, antitrombina 
o Agentes fibrinolíticos: plasmina, sistema ativador e inibidor 
Hemostasia primária: 
• Vaso se contrai (vasoconstrição) 
• Redução do fluxo sanguíneo na região 
• As plaquetas se agregam no local, formando um tampão plaquetário (inicial) 
Hemostasia secundária: 
• Série de reações enzimáticas que culminam na ativação da trombina 
• Trombina transforma o fibrinogênio em fibrina 
• Fibrina precipita-se em rede de filamentos formando o trombo de fibrina 
o fibrina estabiliza o trombo plaquetário inicial e forma o trombo de fibrina 
Hemostasia terciária: 
• Remodelação da rede de fibrina (fibrinólise) 
• Objetivo obter um fluxo sanguíneo normal 
• Fibrina degrada pela plasmina, proveniente do 
plasminogênio 
• O vaso possui célula endotelial, tecido endotelial e colágeno 
formando a hemostasia primária, a qual é representada por 
receptores de superfície que se ligam a agonistas (TXA2 e 
ADP) 
• Quando essas substâncias são liberadas pelo vaso lesado, 
ocorre a agregação plaquetária e formação da rede de 
fibrina constituindo assim o trombo de plaqueta. 
• Depois disso, os fatores de coagulação são ativados iniciando 
com o fator tecidual na superfície celular, caracterizando a 
hemostasia secundaria 
• O fator 7 se liga o fator tecidual, libera o fator 9 ativado que 
se liga ao fator 8 e 10. O fator 10 se torna ativado e sofre 
amplificação da sua função com o fator 5, se liga a 
protrombina que se torna ativa e depois é liberada se 
ligando ao fibrinogênio, transformando em fibrina e por fim 
ÉRICA LUNA – MED XI – UNIRV – 6ºP - HEMATOLOGIA 
forma a rede de fibrina que captura células sanguíneas sendo capaz de fechar o vaso para que o sangue volte a 
circular dentro do vaso sem extravasar. 
• Ocorre em duas fases: 
o 1ª: vasoconstrição nos primeiros minutos da lesão vascular, reduzindo o lúmen do vaso lentificando 
o fluxo sanguíneo, o que deixa o ambiente adequado para que ocorra as reações 
o 2ª: seguido de ativação das plaquetas formando o tampão plaquetário 
• Resposta vascular: quando o vaso é lesado, ele contrai e reduz o fluxo de sangue no seu interior na 
tentativa de interromper a perde de sangue. Esse espasmo vascular pode durar até 20 ou 30 minutos. 
o Acontece devido a liberação de algumas substâncias 
o Localmente a serotonina leva à vasoconstrição e sistemicamente a serotonina + histamina levam a 
vasodilatação, essa ocorre para reduzir a pressão e perda sanguínea. 
o É liberado também o fator tecidual tromboplastina tissular, que inicia a via de ativação do fator 7 
 
 
 
 
 
• É uma monocamada que forra a parte interna de vaso e raramente precisa ser substituída, pois sua 
quiescência tem turnover celular medido em anos 
Obs.: Quiescência celular corresponde ao período em que as células não estão em fase de proliferação, ou seja, se 
dividindo, apesar de continuarem metabolicamente ativas. 
• Função: regula o tônus vascular, a função plaquetária, coagulação sanguínea e a fibrinólise 
• Subendotélio Abaixo desse endotélio está o subendotélio que possui na sua 
matriz extracelular inúmeras moléculas, como: colágeno, laminina, 
fibronectina, fator de von Wilebrand (FvW), vitronectina e trombospondina. 
São proteínas sintetizadas pelas células endoteliais que funcionam como 
proteínas de adesão. 
→ Dentre essas moléculas as principais são o colágeno e a o Fvw, isso porque 
são como “comandantes” da ativação. O colágeno se liga a plaqueta via 
fator de von Wilebrand (FvW) através de um receptor glicoproteína a GP 
Ib. 
➢ Colágeno (depositados por fibroblastos): facilmente ativa as 
plaquetas em condições estáticas 
➢ Fator de von Willebrand (FvW): oferece adesão de plaquetas à 
parede de vaso em condições em que fluxo arterial impediria a 
ligação estável 
• São fragmentos celulares de megacariócitos envolvidos na hemostasia 
• Normalmente tem a forma de disco bicôncavo quando não ativada, mas quando ativada forma expansões 
citoplasmáticas 
• Formação: Tem origem na hematopoese a partir da célula tronco multipotente stem cell – SC) capaz de 
autorenovação e diferenciação. Essa célula se diferencia em progenitor mieloide, este gera o precursor eritroide 
megacariócitico que então gera o precursor megacariocítico 
que passa por uma sequencia de fases (megacarioblasto → 
megaciócito basófilo → megacariócito acidófilo → plaquetas) 
→ Hematopoese: processo de formação, desenvolvimento 
e maturação dos elementos figurados do sangue 
(eritrócitos, leucócitos e plaquetas) a partir de um 
precursor celular comum e indiferenciado 
→ Megacariopoese: precursor eritroide megacariócitico 
→ precursor megacariocítico → plaquetas 
➢ Maturação do megacariócito envolve a endomitose 
em que eles se tornam poliplóides (4N, 16N, 31N, 
64N), ocorrendo a amplificação gênica e o aumento 
na síntese proteica. A medida que isso acontece, ocorre também a maturação do citoplasma com a 
produção de proteínas especificas de plaquetas, complexo de membranas internas e grânulos secretórios. 
➢ Um (1) megacariócito pode produzir de 10 a 20 proplaquetas, que são expansões citoplasmáticas que 
contem os grânulos, organela e um único microtúbulo (passam do corpo para os gomos de plaquetas 
nascentes na ponta da proplaqueta) de +/- 100 m é enrolado na periferia e a plaqueta é liberada. 
➢ A regulação da maturação na megacariopoese é feita principalmente pela trombopoetina que REGULA 
TODAS AS FASES. A trombopoetina aumenta o numero e o tamanho dos megacariócitos individuais; é 
produzida constitutivamente no fígado e rim e quando tem um aumento de demanda e precisa de mais 
plaquetas, a medula e o baço também pode produzir. 
➢ Outros que podem regular: interleucina (IL)-3, IL-6, IL-11 e c-Kit ligante 
 
• Estrutura: tem uma vida de 7-10 dias 
▪ Dentro das plaquetas estão os grânulos secretórios: 
→ Grânulos alfa: contém proteínas da matriz; receptores de glicoproteína, P-selectina, integrina, IIBIIIA, complexo 
HP1b/IX/V; e moléculas de adesão, por isso ele é responsável pela aderência da plaqueta, interação entre as 
células e a reparação vascular. 
Obs.: moléculas de adesão = FvW, fibrinogênio, fibronectina, vitronectina e trombospondina 
→ Grânulos densos: contém agentes ativadores da serotonina, cátions divalentes e ADP; é responsável pelo 
recrutamento de plaquetas adicionais para sítios de lesão 
 
Atenção! Nos grânulos alfas estão as proteínas, e nos grânulos densos estão os ativadores. 
• Ativação plaquetária: as plaquetas são ativadas durante as fases sequenciais da coagulação, tendo a 
exposição do fosfolipídeos de membrana carregados negativamente criando o ambiente adequado para a ação, 
função e ativação dos fatores de coagulação. E também quando necessários nas fases sequenciais aparece proteínas 
de membrana como integrinas e glicoproteínas ricas em leucina, que são receptores de adesão envolvidos em vários 
estágios da formação do trombo plaquetário. 
→ Os agonistas presentes no microambiente vão levar a secreção de plaquetas que 
então liberam o conteúdo dos grânulos que se juntam, levando à: adesão, 
estimula as plaquetas circulantes, estimula a coagulação e modula a 
angiogênese 
Obs.: Agonistasno microambiente: ADP, trombina, colágeno, epinefrina, ácido 
aracdônico, Ca++, serotonina, fator ativador de plaquetas. 
 
Após a lesão vascular ocorre a ADESÃO PLAQUETÁRIA (1ª fase): 
→ No inicio da adesão plaquetária o receptor GP1b-IV se liga ao FvW, ligação que se 
desfaz com facilidade. Com a ativação plaquetária subsequente aparece o GPIIB-
IIIA que também se liga ao FvW, porém essa ligação é mais fraca sendo um 
processo irreversível. 
→ Nessa primeira fase, a adesão plaquetária, o colágeno é muito importante pois ajuda na adesão em regiões com 
baixa força de cisalhamento 
→ Dentro da plaqueta, o agonista se liga no receptor que ativa a cascata de fosforilação, envolvendo o Inositol-
trifosfato (PI3) e diacilglicerol (DG) 
➢ O PI3 ativa a fosfolipase A2 e gera acido araquidônico, gerando no final o tromboxano A2 (TXA2) que é 
liberado da plaqueta e funciona como agonista da retroalimentação positiva. 
➢ A fosfolipase A2 altera o sistema actina-miosina mudando a forma da plaqueta de discoide para esférica, o 
que ajuda a liberar os grânulos 
➢ O DG ativa a proteína quinase C, o que consequentemente altera a proteína GPIIbIIIa que agora pode migrar 
para a membrana e ajudar na agregação plaquetária. 
❖ Ao mesmo tempo ocorre o espalhamento, em que as plaquetas entumescem e assumem formas irregulares com 
prolongamentos ou pseudopodos, tornando pegajosas. Elas secretam e liberam grandes quantidades de trombina, 
tomboxano A2, serotonina para manter a vasoconstrição, transforma ATP em ADP para liberar energia, e inibe a 
atividade anticoagulante da heparina para formar o trombo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A segunda fase é a AGREGAÇÃO PLAQUETÁRIA: 
• Nessa fase o GPIIb-IIIa já está na superfície da plaqueta e agora usa o fibrinogênio como fator ligante e não o FvW, 
mas ainda faz ponte com ele. 
• É uma ligação mais estável, que promove o crescimento 
do trombo e é mediada por agonistas. Isso ajuda na 
liberação de mais grânulos citoplasmáticos e síntese de 
mais e novos agonistas 
• O cálcio participa de varias etapas: 
→ Ativação do sistema contrátil actina-miosina 
→ Regula mudança da forma discoide para esférica 
→ Liberação do conteúdo dos grânulos 
→ Ativação da fosfolipase A2, com liberação de 
ácido araquidônico – convertidos em TxA2 
(tromboxano) 
 
Síntese 
• A lesão vascular leva a vasoconstrição que reduz o fluxo sanguíneo permitindo as reações seguintes 
• Com a lesão vascular tem a exposição da matriz subendotelial, ativa a plaqueta com isso libera serotonina 
que ajuda na vasoconstrição, libera TXA2 e ADP que ajuda também na vasoconstrição e ativa a adesão 
plaquetária 
• A adesão plaquetária inicial via GPIb usando o FvW como ponte ativa a formação e a expressão do 
GPIIbIIIa que vai se ligar via fibrinogênio, caracterizando a agregação plaquetária. Isso forma o tampão 
hemostático primário, um fraco plug plaquetário que vai precisar da fibrina para virar o tampão hemostático 
estável. 
• A fibrina é resultado da ativação da cascata de coagulação, que é feita em cima da superfície celular, ou seja, 
precisa dos fosfolipídios de plaquetas 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Ativação plaquetária indevida 
• Isso acontece como resultado de disfunção endotelial que leva a alterações pró-inflamatórias e pró-
coagulantes acontecendo de forma proeminente na aterosclerose, diabetes, pré-eclâmpsia, hipertensão, 
uremia. 
Obs.: a ativação plaquetária deveria ocorrer somente após ferimentos substancias!!! Se isso fosse verdade, 
haveria pouca necessidade de agentes antiplaquetários em contextos clínicos, então ainda resta duvidas sobre isso. 
Hemograma com hematoscopia: 
Série plaquetária 
• Realiza a série plaquetária para fazer estimativa do nº de plaquetas e estudar a morfologia 
REFERÊNCIA: 130.000 – 450.000 /mm3 
• Nunca avaliar apenas uma serie no hemograma!!! 
• Principais causas de erros: 
→ Agregados e aglutininas 
→ Adsorção das plaquetas aos leucócitos 
→ CV e CB fragmentadas (histograma alterado) 
Hematoscopia 
• Achados sugestivos de doenças: 
• Plaquetas gigantes: produção acelerada por consumo 
excessivo (PTI, trombose) e neoplasias mieloides (SMD) 
• Plaquetas dismórficas (bizarras) e restos de 
megacariócitos pode estar presente na síndrome de 
Bernard-Souler, Síndrome mielodisplásica e neoplasias 
mieoloproliferativas 
VPN (volume plaquetário médio) 
• Relação inverso com o numero de plaquetas 
• Pode ter aumento em: PTI, hipertireoidismo, D. Mieloproliferaiva, estoque >2h (EDTA) 
• Pode ter redução em: hipoplasia megacariócitica e terapia citotóxica 
Tempo de sangramento 
• Duke (1910): tem uma altavariabilidade e por isso deve ser feito em um local pouco vascularizado como o lóbulo da 
orelha 
• Ivy (1963): mais caro e mais laboroso; é mais sensível e específico 
Testes especiais – função plaquetária 
• Teste específicos 
• Agregação plaquetária por sistema óptico 
• Agregação plaquetária por impedância 
 
• Testes especiais 
• Avaliação da secreção do conteúdo intragranular 
• Citometria de fluxo – glicoproteínas de membrana plaquetária 
• Imunofenotipagem da GPIIb-IIIa e a GPIb 
• Microscopia eletrônica 
• Estudos moleculares 
• Estudos de fosforilação de proteína, expressão do receptor e outros 
 
A principal causa de agregação plaquetária são os 
medicamentos 
Como realizar o teste: 
• O objetivo é identificar pacientes com 
Trombastenia de Glanzmann e síndrome de 
Bernard-Soulier, pois são as alterações de função 
plaquetária mais comuns e imporantes 
• Na Trombastenia de Glanzmann que tem alteração do GPIIb-IIIa, ocorre agregação deficiente em todos os agonistas 
exceto na Ristocetina (RISTO) então nessa ocorre agregação, já na síndrome de Bernard-Soulier que tem deficiência 
de HPIb é o contrário, ou seja, TEM AGREGAÇÃO EM TODOS exceto na Ristocetina (RISTO) 
• Pacientes que usam antiagregante plaquetário costumam ter alterado apenas o ácido araquidônico e no máximo 
mais um agonista 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
• Se manifesta como defeitos que são secundários a pequenos e minúsculos sangramentos debaixo da pele que 
quando aperta não desaparecem, ao contrário do rash cutâneo que é uma vasodilatação que desaparece quando 
pressionado 
• Então: 
❖ São púrpuras 2 manchas vermelhas na pele, que não 
desaparecem quando pressionadas, causadas pelo acumulo 
de sangue debaixo da pele e mais comuns em crianças 
❖ Geralmente defeitos na hemostasia primaria ocorre nos 
vasos e plaquetas (quantitativo e qualitativo) 
❖ As lesões aparecem em regiões de pressão como os MMII 
Quadro clínico 
• Sangramento em lesões e cortes 
• Gengivorragia espontânea 
• Petéquias 
→ Hemorragias puntiformes que se agrupam em áreas de maior pressão venosa (mmii) e de compressão de 
vestimentas 
→ Não desaparece à digitopressão 
• Equimoses e epistaxe 
Defeitos vasculares (púrpura palpável) 
• A diferença dessas lesões é que elas costumam ser palpáveis e não desaparecem a digito pressão 
• Lesão visualmente elevada 
• Raros e usualmente associados com sangramento leve 
• Exemplos: 
→ Vasculite de Henoch-Achonlein; 
→ Vasculite por hipersensibilidade (medicamento ou infecção); 
→ Telengectasia hereditária hemorrágica (síndrome de Osler-Weber-Rendu); 
→ Escorbuto (deficiência de vitamina C). 
• Tratamento: ablação a laser, embolização, coagulação. Usa elementos para tratar localmente as lesões identificadas 
Distúrbios de função plaquetária 
❖ Adquiridas 
• Drogas (AAS, clopidogrel, AINE, ticlopidine, prasugrel, ATB em altas doses, antes éticos, fenotiazinicos) 2 inibição da 
síntese de Pg e aumento do AMP cíclico plaquetário 
• Doenças sistêmicas 2 substâncias anormais (paraproteínas, PDF e diminuição do conteúdo intragranular) 
→ Doença hepática ou renal, Sepse, Produtos de degradação da fibrina, Circulação extracardíaca, Doenças 
primárias da MO (MM, DMPC) eLES 
 
❖ Congênitas ou hereditárias 
• Trombastenia de Gianzmann 
• Síndrome de Bernard Soulier 
• Doença de von Willebrand 
Atenção! Coagulograma tradicional não costuma detectar alteração de função plaquetária 
Pode ser classificado também de acordo com alterações de função: 
❖ Defeitos primários na interação plaqueta-parede de vaso (doenças de adesão): 
• Doença de von Willebrand (DVW) 
• Síndrome de Bernard Soulier (diminuição ou ausência do complexo GP Ib/IX/V) 
❖ Defeitos primários na interação plaqueta-plaqueta (doença de agregação): 
• Afibrinogenemia (ausência de fibrinogênio plasmático) 
• Trombastenia de Glanzmann (alteração do complexo GP IIb-IIIa) 
 2 Redução no número de plaquetas (plaquetas < 130-150.000/mm3) 
Quadro clinico: 
• Sangramento de pele e mucosas, mas pode ocorrer sangramento em qualquer sitio 
• História clinica 
→ Exposição a drogas ilícitas 
→ Contato profissional ou acidental com agentes tóxicos 
→ Transfusão recente (púrpura pós-transfusional) 
→ Sintomas associados a infecção – febre 
→ Doença auto-imune: artralgia, Raynaud 
→ Sonolência, confusão mental (PTT ou sangramento em SNC) 
→ Sangramento desde a infância 
→ Manifestações hemorrágicas em familiares 
Exames complementares: 
• Avaliar hemograma completo: 
→ Avaliar esfregaço (afastar pseudo-plaquetopenia pelo EDTA, macroplaquetas e plaquetas gigantes) 
→ Checar se outra citopenia 
→ Plaquetopenia + Anemia hemolítica (DHL alto, reticulócitos elevados, BI aumentada, Heptoglobina baixa) 
1. Com esquizócitos: anemias hemolíticas microangiopática 
2. Sem esquizócitos: Sd de Evans 
• Vitamina B12, ácido fólico, sorologia HIV e hepatite C, FAN (se outros critérios para LES) 
• Avaliação medular: serve para afastar doenças primárias da medula 
Diagnóstico diferencial: 
• O mesmo paciente pode ter mais de 1 mecanismo 
• Plaquetopenia NÃO é um diagnóstico! Identificação da causa é essencial para o tratamento 
• Avaliação de esfregaço de SP = afastar falsa plaquetopenia (grumos plaquetários) 
Obs.: grumos plaquetários são agregados de plaquetas! 
• São quatro grupos de pacientes: 
→ Produção reduzida de plaquetas 
➢ Se identificar plaquetopenia isolada, deve associar a drogas quimioterápicas 
➢ Se for associada com anemia ou leucopenia, pode ser causada por drogas, radio ou quimioterapia, anemia 
megaloblástica, AAS, leucemia, SMD, DLP, Tu solido, HPN e doença de deposito 
→ Destruição periférica aumentada: podem ser imunes e não imunes 
➢ Imunológicas: 
▪ Pode ser mediada por drogas, que induz a produção de anticorpo que destroem as hemácias 
▪ Púrpura pós-transfusional pela presença de anticorpos anti HLA que podem destruir as plaquetas do 
receptor 
▪ Púrpura neonatal relacionado com anticorpos anti HLA da mãe que pode passar para o bebê 
▪ Autoimune (PTI): pode ser primária; fazer parte de um quadro de HIV, HCV; doença autoimune; DLP 
➢ Não imunológica: púrpura trombocitopênica trombótica (PTT), Síndrome Hemolítico-Urêmica (SHU), 
coagulação intravascular disseminada (CIVD), vasculites, póteses cardíacas, estenoses valvares e enxertos 
vasculares 
→ Distributiva (hiperesplenismo): relacionada com o aumento de captação de plaquetas pelo baço 
→ Dilucional (transfusão maciça): relacionada com hidratação muito intensa ou transfusões maciças 2 pode 
ter associação com defeito de função plaquetária 
 
 
❖ Plaquetopenia induzida por drogas 
• Resulta da interação de anticorpos com GP plaquetária tendo grau de plaquetopenia, sangramento e inicio 
da plaquetopenia após a exposição variável. Depois da retirada de medicamentos a recuperação da 
contagem plaquetária leva 1 semana. 
• Os principais são tiazídicos e etanol = efeito seletivo sobre trombopoese 2 contagem plaquetária recupera 5-
21 dias após suspensão do etanol 
• Casos especiais: 
→ TIH (Trombocitopenia induzida por heparina) 
→ Inibidores da GPIIbIIIa: pseudoplaquetopenia (grumos) e Ac naturais contra Ag expostos pela medicação 
(ocorre 24h após inicio da droga) 
→ Sais de ouro (AR): Ac anti GPV – PTI (auto imune) 
 
❖ Púrpura trombocitopênica imune 
• 100 casos para 1 milhão, sendo que metade dos casos corre na infância 
• Mortalidade um pouco mais alta ou similar à população de mesma idade e sexo 
• Quadro clinico: 
→ PTI aguda: é mais comum na infância e afeta ambos os sexos, costuma ser precedida de infecção ou 
vacinação. Curso limitado, alta incidência de remissões espontâneas. 
→ Curso crônico ou insidioso: 
▪ Primária: mulheres 2 e 4 décadas, evolução geralmente benigna 
▪ Secundária: LES, DLP, SAAF, doenças autoimunes da tiróide, miastenia, infecções, HCV, HIV, drogas 
• Fisiopatologia: 
→ Os auto-anticorpos são dirigidos contra glicoproteínas da membrana plaquetária, os GP IIb-IIIa e GP Ib-
IV, as plaquetas ligam-se aos macrófagos (baço) e ocorre o aumento compensatório na produção 
(algumas vezes não identificados, o que sugere autoanticorpos contra células da maturação 
megacariócitica) 
• Quadro clínico x laboratorial: existe uma relação entre a contagem de plaquetas e o inicio de sangramento 
→ Hemograma 
▪ Plaquetopenia isolada: pode ser achado de exame ou cursar com sangramento importante, sendo 
que o maior risco de sangramento é quando as plaquetas estão menores que 30 mil. É comum as 
plaquetas estarem menor que 10 mil. 
▪ Anemia quando sangramento importante (atenção se anemia é hemolítica ou por deficiência de 
produção de plaquetas) 
▪ Macroplaquetas são frequentes 
→ Mielograma: para afastar doenças 
▪ Numero normal ou aumentado de megacariócitos 
▪ Indicado em: >60 anos, apresentação atípica, resposta pobre a corticoide/imunoglobulinas 
→ Teste de detecção de anticorpos anti-plaquetas: controverso 
→ Testes hepatite B se for usar Rituximabe 
Tratamento: 
Princípios: 
• Identificar a causa 
• Resolução do quadro hemorrágico 
• Elevação da contagem de plaquetas não necessariamente para valores normais 
• Reduzir o risco de ocorrência de sangramento 
→ Suspender drogas que alteram função plaquetária (AAS, AINEs) 
→ Controle da HAS (aumenta o risco de AVCH) 
→ Antifibrinoliticos em sangramento mucoso 
→ Hormônio em caso de menorragia 
Opções: 
• Hemoterapia – concentrado de plaquetas: 
Plaqueta randômica: 
→ Obtida de doador único – uma bolsa de sangue total doado 
→ Dose padrão: 1 unidade para cada 10 kg de peso 
▪ 3-6UI – aumentam contagem plaquetária em 30-60.000 
Plaqueta por aférese: 
→ Coletada com equipamento de aférese 
→ 1 unidade de aférese = 7-10 UI de plaquetas randômicas 
→ Dose padrão: 1 UI 
 
Meia vida: 
→ In vivo:10,5 dias 
→ Coletadas e estocadas adequadamente: 4-5d (infundidas no doador) 
Obs.: Repor plaquetas 30 minutos antes, quando para reduzir risco de procedimento 
Indicações – manter como alvo: 
• Cirúrgica (SNC e ofaltmo): manter plaquetas acima 100.000/mL 
• Outras cirurgias: manter plaquetas acima 50.000/mL 
• Sangramento: manter plaquetas acima de 50.000/mL 
• Profilático: manter plaquetas acima de 10.000/mL (pacientes estáveis)** 2 poucos estudos comprovam o beneficio 
clinico de se fazer concentrado de plaquetas profilaticamente (sem sangramento) 
• Alterações na função plaquetária 
Atenção!!! 
 Se autoimune, as plaquetas serão destruídas mais rapidamente 
 Se PTT, risco de trombose (contraindicação) 
Abordagem farmacológica: 
Corticoterapia: 
• Aumenta a contagem plaquetária em 2/3 dos pacientes, a maioria em 2-5 dias (PTI), isso porque ele reduz a 
quantidade de anticorpos circulantes e aumenta a produção de plaquetas 
• Mecanismo de ação: 
→ Redução do anticorpo antiplaquetas – PTI 
→ Interferência com interação entre plaquetas (recoberta de autoAc) e receptores de Fc dos macrófagos 2 reduz a 
retirada de plaquetas da circulação pelo baço 
→ Aumento na produção de plaquetas – PTI redução na interação Ac-megacariócitos 
• Efeitos colaterais: são inúmeros (HAS, DM, atrofia de pele e de múculo,alterações psiquiátricas, oculares, cardíacas) 
Hemoderivados – imunoglobulina: 
• Utiliza 400mg/kg em 2 a 5 dias consecutivos 
• Realizam o bloqueio dos receptores Fc dos macrófagos com menor destruição 
• Indicação – PTI: sangramento agudo grave; preparo para esplenectomia; gravidez se efeitos colaterais do corticoide 
(HAS, DM, risco de parto prematuro) 
• Resposta na PTI: maioria dos casos respondem (80%) e a maioria é transitória (meia vida 21 dias). Aumenta a 
plaqueta em 24-48h, costuma ser utilizado como critério de que se trata de uma PTI de fato. 
• Efeitos colaterais leves a moderados: cefaleia, hipertensão, tremores, vômito, hipotensão. Administrado em 
ambiente hospitalar, embora as reações alérgicas sejam pouco frequentes (reação anafilática é rara). Pode induzir 
insuficiência renal em idosos. 
Anticorpo monoclonal – Rituximabe: 
• Anticorpo quimérico anti-CD20 
• Dose: 375mg/m2 1x/semana (4x) 
• Mecanismo de ação: elimina LB, mas os plasmócitos que produzem Ac não tem CD20 
• Resposta: na PTI duração de resposta mais curta que esplenectomia; e na PTT induz remissão (com ou sem 
plasmaférese) e reduz a taxa de recaída da doença 
Agonistas do receptor da TPO (trombopoetina): 
• Trombopag 
• Rombloplastina 
Antifibrinolíticos: 
• Ácido tranexâmico e ácido épsilon-aminocapróico 
• Mecanismo de ação: 
→ Análogos de lisina: se ligam a domínios do plasminogênio e interrompem interações entre plasminogênio (e 
plasmina) e resíduos de lisina dentro da fibrina 
→ Ácido tranexâmico é mais ávido pela plasmina do que o ácido épsilon-aminocapróico – efeito anti-hemorrágico 
mais potente 
• Recomendados quando a fibrinólise é proeminente, como: 
→ Quando os tecidos com atividade fibrinolítica estão envolvidos (por exemplo, orofaringe, próstata, endométrio) 
→ Pacientes selecionados com choque hemorrágico que tem D-dímero elevado e esgotaram o fibrinogênio 
• Cuidado em pacientes com hematúria 
Cirúrgico – esplenectomia: 
• Quando retira o baço, as plaquetas sobem 
• Indicação – PTI: 
→ Se necessário, em geral, 6m após diagnóstico 
→ PTI que não responde a corticoide ou recaída após suspensão 
→ Plaquetas menores que 20.000 principalmente se hemorragia 
• Mecanismo de ação: retirada do principal local de fagocitose + menor produção de Ac 
• Cuidados: 
→ Transfusão de plaquetas no pré-operatório raramente é necessária – reposta imediata à cirurgia 
→ Vacinação: 
▪ Pneumococo, Haemophilus, Meningococo 2 semanas antes 
▪ Pneumococo a cada 5 anos 
→ Profilaxia com ATB 
→ Toda doença febril deve ser investigada (entrar cm ATB imediamente) 
• Recaída: avaliar se baço acessório 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
• Por muitos anos foi entendida como cascata de coagulação, onde uma série de fatores seria ativados em sequencia e 
com isso teria a formação de protombina em trombina, e de fibrinogênio em fibrina. 
• No entanto, se sabe que hoje a cascada de coagulação se demonstrou incompleta e incapaz de explicar todos os 
processos de hemostasia. 
• Biossíntese de fatores de 
coagulação vitamina K 
dependentes: são fatores que tem 
homologia nas suas sequências e 
com isso podem ser carboxilados, 
convertendo ac. Glutâmico em ac. 
Gama- carboxiglutâmico 
• Fatores de coagulação estão 
presentes na forma de Zimogênio 
→ precursor inativo que, pela ação 
de cinases dos tecidos, são 
ativados. 
 
 
 
Para a hemostasia secundária são: O tempo de atividade protrombina (TTPa) e o tempo de tromboplastina parcial 
ativada (TAP) 
Avaliação da hemostasia secundária na obtenção da amostra: 
• Amostra deve ser coletada de uma forma adequada, por acesso venoso bom, sem garrote prolongado e não pode 
haver demora na mistura do anticoagulante com o sangue. 
• O anticoagulante utilizado é o CITRATO 
→ Anticoagulante na proporção de 1:9 (citrato: sangue) 
→ Se Ht: > 55%, plasma na amostra será menor – excesso de anticoagulação. 
→ Amostra livre de fluidos de tecidos, soluções intravenosas e heparina. 
→ Cuidado com caracteres venosos centrais 
→ É recomendado que o sangue seja coletado e centrifugado dentro de 30 minutos e o que exame seja executado 
e finalizado dentro de 2 horas. 
→ As amostram devem ser coletadas de acessos venosos que não estejam recebendo medicações. 
TAP (Tempo de Atividade Protrombina) 
• Avalia a via extrínseca (fatores II, V, VII, X) que é ativada pelo fator tecidual, esse ativa o fator VII e assim a via comum 
da coagulação 
→ Essa via é muito sensível à redução da atividade dos fatores de vitamina K-dependente (principalmente o fator 
VII). Então quando há alteração desses fatores e usa anticoagulante antivitamina K, o TAP é utilizado para avaliar a 
coagulação. 
• O TAP é expresso como INR (RNI) 
→ Recomendação da OMS para comparar o resultado de diferentes 
laboratórios 
→ Tromboplastina de referência internacional 
→ diferentes 
→ Fabricante da tromboplastina calcula o ISI em relação à 
tromboplastina de referência internacional, utilizado no cálculo do 
RNI 
→ Padronização para monitorização de anticoagulante oral 
→ Quando o ISI está próximo de 1 significa que foi utilizado uma 
tromboplastina de boa qualidade e que dessa forma vai dar resultados 
mais fidedignos. 
• Deficiência de fator VII, altera o TAP, mas não altera TTPa 
• Anticoagulante do tipo cumarínicos anti vitK (II, VII, IX e X) também 
alteram o TAP 
→ Se a deficiência de vitamina K e a anticoagulação estiverem muito intensas, a via do TTPa também pode ser 
alterada 
 
❖ Determinação do tempo de coagulação de um plasma citratado, após a adição de tromboplastina (fator III) e 
de cálcio, à 37°C 
❖ A adição de um excesso de tromboplastina promoverá a ativação de 
todo o fator VII contido na amostra de plasma 
❖ É sempre necessário um valor de controle. 
 
TPa (Tempo de Tromblastina Parcial Ativada) 
 
• Avalia a via intrínseca da coagulação, que é ativada e estimulada pelos fatores 
XII, XI, IX e o VIII e que por fim ativam o fator X, representando a via comum da 
coagulação 
• O TTPa avalia a monitorização da terapia anticoagulante com heparina 
 
❖ Recalcificação do plasma citratado 
❖ Material tromboplástico que não tem atividade de FT (daí o termo tromboplastina parcial) 
❖ + Substância de carga negativa (por exemplo, celite, Kaolin, sílica) 
 
Coagulação fácil 
• Via do TTPA → avalia a antiga via intrínseca 
• Via do TAP → avalia a antiga via extrínseca 
→ As duas vias se convergem para a via comum que é o X e 
amplificam para o fator V, que é um cofator da reação e 
nisso o fator V se encaixa no X. Com isso forma o X ativado 
(Xa), que transforma a protrombina (fator II) em 
trombina. Depois disso, a trombina vai transformar o fator 
1 (fibrinogênio) em fator 1a (fibrina). 
→ A via do TAP é iniciada pelo fator tecidual, que vai ativar o 
fator VII que vai ativar o fato X que ativa o fator ll que ativa 
o l. 
→ A via do TTPA começa pelo fator 12 que vai ativar o 11, 
ativa o 9 e ativa o 8. 
• Deficiência de fatores: 
→ Na via comum fatores V, XA, II, I e fator X. Quando tem 
deficiência no fator X, ocorre alteração de TAP e TTPa. 
→ Deficiência de fator VII, altera apenas TAP. 
→ Fatores dependentes de vitamina K, como os anti 
cumarínicos (II, VII, IX, X) tem alteração de TAP, sendo que nas fases iniciais não costuma alterar a TTPa, mas se a 
deficiência de vitamina K for muito intensa pode alterar essa segunda via. 
→ Deficiência de fator XI, IX e VIII tem alteração de TTPa (quando utiliza heparina também) 
→ Deficiência de fatores da via intrínseca alteram apenas TTPa. 
 
Teste da mistura (TAP E TTPA) 
• Utiliza quando quer saber se o que aconteceu é deficiência de um fator ou presença de um inibidor. 
• Mistura o sangue do paciente com o plasma normal, sendo na proporção 50:50 
→ Se a correção substancial for obtida – deficiência de fator (foi reposto pelo plasma normal) 
→ Se o TTPa não for corrigidocompletamente – presença de um inibidor (se assemelha a uma anticoagulante) – 
Fator VIII é o mais comum 
 
 
TT (Tempo de trombina) 
• Utilizado para avaliar o final da via comum, que é a conversão de fibrinogênio em fibrina 
• Causas de TT prolongado: 
→ Presença de heparina, inibidores diretos da trombina (hirudina, hurulog, adgatroban) ou compostos heparina-
like (danaparóide) 
→ Presença de PDF (Produtos de Degradação de Fibrina) 
→ Hipofibrinogenemia (< 100mg/dl), disfibrinogenemia ou hiperfibrinogenemia (> 400mg/dl) 
→ Alta concentração de paraproteinas (MM, Amiloidose) 
• Ensaio : 
→ Avalia o tempo de coagulação do plasma citratado na presença de trombina, permitindo testar a conversão 
de fibrinogênio em fibrina. 
→ A trombina diluída (bovina ou humana) é adicionada ao plasma-teste para determinar o tempo de formação 
do coágulo. 
→ O tempo de coagulação, após a adição de trombina do plasma, é inversamente proporcional a concentração 
de fibrinogênio plasmática. 
→ Este teste avalia diretamente o fibrinogênio funcional, sendo utilizado para investigar defeitos na molécula do 
fibrinogênio 
– 
• Separação de intrínseco e extrínseco é entendida como inadequada 
• Alterações conceituais ocorreram – Por exemplo: 
→ Deficiências dos “fatores intrínsecos” VIII e IX (Hemofilia A e B) são graves, então postulou-se que a via intrínseca 
teria maior relevância. Essa ideia não é correta. 
→ Quadro hemorrágico 
▪ Deficiência de fator XI – gera manifestações leves 
▪ Deficiência de fator XII – as manifestações não são relevantes 
▪ Deficiência de fator VII – causa manifestações graves (similar à Hemofilia) 
→ Ativação do fator IX não depende exclusivamente da via intrínseca e a coagulação do sangue é iniciada 
principalmente pela via do fator tecidual ou extrínseca. 
 
Etapas da coagulação sanguínea 
❖ Fase 1 – Formação do ativador de protrombina (complexo tenase) 
❖ Fase 2 – Protrombina em Trombina – ativação do complexo protrombínico 
❖ Fase 3 – Fibrinogênio em filamentos de fibrina para formar a rede de fibrina 
• Proteases se localizam sobre as superfícies, contendo fosfolipídeos 
→ Incluindo tecidos vasculares lesados 
→ Células inflamatórias 
→ Plaquetas ativadas (principal) – expressam sítios de ligação para os complexos 
▪ Fator IXa/fator VIIIa (complexo “tenase”) 
▪ Fator Xa/fator Va (complexo “protrombinase”) 
• Iniciação depende da exposição do sangue a componentes que, normalmente, não estão presentes no interior dos 
vasos, em decorrência de: 
→ Lesões estruturais (injúria vascular) 
→ Alterações bioquímicas (por ex., liberação de citocinas) 
 
Coagulação: 
• A coagulação se inicia com a exposição do fator tecidual (FT), que são 
glicoproteínas presentes nas células endoteliais. 
→ Normalmente ele não está em contato com o intravascular, mas 
apresenta expressão constitutiva em fibroblastos subjacentes ao 
endotélio vascular 
→ A lesão vascular ou a presença de citocinas inflamatórias, leva ao 
aumento da expressão do FT com isso leva ativação do fator VII circulante 
→ A ativação do FT + fator VII ativado é chamado de complexo tenase 
extrínseco que catalisa a ativação do fator IV e fator X 
→ FT + FVII = FVIIa 
 
• O fator X está na superfície da membrana lipídica e junto com o fator X converte protrombina em trombina e 
fibrinogênio em fibrina. Esse complexo do fator X ativado é chamado de complexo protrombinase e esse quando 
ativado gera uma quantidade mínima de trombina. 
• Quando o complexo protrombinase ativa a trombina ela converte o fator V em fator V ativado, que leva a uma 
amplificação da resposta. E também converte fator VIII em fator VIII ativado. 
• A partir disso ocorre a comunicação entre as duas vias junto com o fator IXa, que foi liberado anteriormente. 
• O fator IXa junto com o VIIIa em uma superfície glicolipidica ativa o fator X, isso forma o complexo tenase intrínseco. 
O fator Xa junto com o Va leva a uma conversão muito importante de protombrina em trombina, tendo uma 
amplificação da reação. 
• Com esse aumento de trombina também tem o aumento da produção de fibrina. 
• Em resumo: o complexo tenase extrínseco leva a formação do fator IXa e Xa, nisso o fator IXa ativa o complexo 
tenase intrínseco que aumenta a quantidade de fator Xa ativado com isso tem o complexo protrombinase com 
formação de grande quantidade de trombina 
• Então a via intrínseca faz a amplificação da via extrínseca: 
→ Via extrínseca – geração inicial do fator Xa 
→ Via intrínseca – leva a amplificação da geração da fator Xa 2 o complexo fator IXa/fator VIIa ativa o fator X 
com eficiência 50X maior que o complexo fator VIIa/FT 
Papel do fator Xa: 
• Papel central, crucial 
• Amplifica o processo de coagulação 
• Uma molécula de Xa ativa 1000 moléculas de trombina 
Fator XIII: 
• Estabiliza o trombo 
• Ligações cruzadas na rede de fibrina, que consegue sefurar e capturar componentes do trombo – plaquetas 
e células vermelhas 
Trombina: 
• Ativa o fator V, VIII, XI, XIII, plaquetas e além disso faz a conversão de fibrinogênio em fibrina 
• Se liga a tombomodulina para ter uma atividade anticoagulante 
• Em condições normais, com baixas doses de trombina, há predomínio da atividade anticoagulante da 
trombina 
 
Conceito: Deficiência dos fatores de coagulação 
• Mais comuns: Fator VIII e Fator IX 
• Outros fatores podem estar envolvidos 
 
Quadro clinico 
• Petéquias não são comuns 
• Equimoses (múltiplas ou de grande tamanho) são comuns em MMSS 
→ São facilmente resolvidas com orientação de compressão e gelo local 
• Hematomas e hemartroses são características da doença 
• Sangramentos prolongados são bem comuns 
• Normalmente se tem histórico familiar 
• A maioria dos pacientes são do sexo masculino 
• Pode ocorrer hematúria e sangramento de SN 
Tratamento 
 
❖ Consiste na reposição do fator que está faltando, seja através de: hemocomponentes ou hemorerivados 
❖ Pode usar antifibrinoliticos 
❖ Adotar medidas locais 
❖ Evitar o uso de antiagregantes plaquetários (AAS, AINE) 
 
 
 
Hemocomponentes: 
 
Plasma fresco congelado (PFC) 
• Utilizado menos frequentes (deficiências de fatores II, V, VII, X e XIII) 
• Dose de 15 a 20ml/kg de peso 
• Usados apenas em episódios hemorrágicos de pequena proporção, pois atinge níveis plasmáticos entre 15% e 20% 
• Dose de plasma para um paciente com 70kg 2 1050 a 1400ml = 6 unidades de plasma (6 doadores) 
 
Crioprecitado 
• Obtido pela centrifugação e congelamento do plasma de um único doador 
• Cada bolsa tem cerca de 80UI de FVIII e 200 a 300mg de fibrinogênio 
• É rico em FVW, fator XIII e fibrinogênio 
• A RDC n.o 23, 2002, proíbe a utilização de crioprecipitado em hemofílicos e portadores de DVW, exceto em situação 
de inexistência de concentrados. 
→ Atualmente a maior parte de hemofílicos maiores que 30 anos, que sobreviveram, está contaminada com HIV 
e hepatite C 
 
Hemoderivados: 
 
• Elementos derivados do plasma obtidos por um método industrializado 
• Obtidos por fracionamento de ‘pool” de plasma 
• Inativação viral por meio físico-químicos 
• Concentrados de FVIII 
→ Está associado com menor grau de sensibilização do receptor 
→ Evolução da purificação dos concentrados de FVIII 
▪ Pureza intermediária, alta pureza e ultra alta pureza 
• Concentrado de fator VIII rico em FVW 
→ Utilizado na Doença de VW 
• Concentrado de FIX 
→ Utilizados para pacientes com hemofilia B 
 
• Terapia de Bypass: 
 
Concentrado de complexo protrombínico (CCP) 
• Contém fatores de vitamina K (II, VII, IX e X) em uma concentração 25 vezes maior que a do plasma, e também é 
obtido por fracionamento de um pool de plasma. 
• Quando comparados ao plasma fresco congelado (PFC), são mais eficazes, podendo ser administrados rapidamente 
e com baixa dose para atingir o efeito desejado. 
• Indicações: 
▪ Hemofílicos B com inibidor 
→ Baixo risco de trombose (sem insuficiência hepática, trauma,trombofilias, coagulopatia de consumo) 
→ Quando são necessárias poucas infusões 
→ Quando não se dispõe de concentrado de FIX 
▪ Hemofilicos A com inibidores (anticorpos específicos contra FVIII) 
▪ Reversão de anticoagulação em pacientes tratados com cumarinicos (antogonistas de vit K) e que necessitem 
de reversão rápida da anticoagulação. 
▪ Deficiências de fatores II, VII e X. 
 
CCP ativado (CCPa) 
• Semelhante ao CCP, porém os fatores II, VII, IX e X estão ativados 
• Indicações: hemofilia A e B com inibidores de alto título 
• Aumenta o risco de trombose 
Concentrado de FVII ativado 
• Produzido por engenharia genética, estrutura muito semelhante à do fator VII intrínseco ativado (FVII) 
• Ativação direta do fator X – formação independente de trombina – formação de coagulo estável de fibrina 
independente dos FVIII e IX 
• Indicações: 
▪ Hemofilia A ou B com inibidores de fator VIII e IX 
▪ Deficiência de fator VII 
▪ Trombastenia de Glanzmann refratários à reposição plaquetária 
▪ Coagulopatia do trauma refratário a outros tratamentos 
 
HEMOFILIA 
❖ Tipo mais grave das coagulopatias 
❖ Deficiência de VIII: tipo A – são as mais comuns, 80 a 85% dos casos 
❖ Deficiência de IX: tipo B – são 15 a 20% dos casos 
• Herança ligada ao cromossomo X 
→ Quase exclusivamente sexo masculino (filhos de mães portadoras, que normalmente não apresentam a 
doença – 70% dos casos) 
→ Cerca de 25-30% dos casos são novos (mutação de novo), sem relato em outros membros da família. 
→ Apesar de muito rara, a hemofilia pode ocorrer em mulher, em decorrência da união de homem com hemofilia 
e mulher portadora. 
 
Quadro clínico: 
• Clássico: hemartrose de joelho que causa muitas dores e limitações físicas 
• Comum desde a infância 
Classificação 
• Baseada na quantidade fator VIII 
 
 
 
 
• Formulas para cálculo de reposição de fator: 
 
 
 
 
Procedimentos odontológicos 
• Importante ter equipe integrada 
• Fazer o uso de antifibrinlóticos (se indicado): inicio 24 horas antes do ato cirúrgico durante 5 a 7 dias 
• Terapia de reposição quando necessária 
• Apenas para centros com experiencia suficiente com esquemas de reposição com menor numero de doses 
 
Inibidor 
• Anticorpos anti-fator VIII 
• Prevalência: 
Hemofilia A: 5 a 30% 
Hemofilia B: 3% 
• Suspeitar: 
→ Sangramento que não responde à reposição 
→ Aumento da frequência de sangramento 
• Exame laboratorial: TTPa alterado após mistura 2 Dosagem (> 5UB/ml = inibidor de alta resposta) 
 
• Tratamento: 
→ Foco: medidas locais – critico 
→ Utilizar doses maiores de FVIII 
→ Terapia de Bypass 
 
Programa do MS 
Tratamento sob demanda: 
• Infusão do concentrado do fator deficiente após a ocorrência do episódio hemorrágico 
• População-alvo: todos os pacientes com hemofilia e outras coagulopatias hereditárias 
Tratamento profilático: 
Profilaxia primária 
• Periódica e initerrupta a longo prazo 
• Após ocorrência da primeira hemartrose e antes dos 3 anos de idade 
• Implantada pelo MS em dezembro de 2011 
• Doses escalonadas (a semelhança dos protocolos canadense e holandês), iniciando com I dose semanal 
(escalonando a 2 ou 3 doses semanais na dependência da ocorrência de hemorragias) 
• População-alvo: hemofilia grave 
Profilaxia secundária 
De curta duração: 
• Intermitente por tempo determinado, em geral, de 3 a 12 meses 
• Sangramentos frequentes e complicações 
• População-alvo: todos os pacientes com hemofilia, todas as formas. 
De longa duração: 
• Periódica e ininterrupta a longo prazo (>45 semanas/ano) 
• Após 2+ hemartroses ou após os dois anos de idade 
• População-alvo: somente para pacientes com hemofilia grave 
 
DOENÇA DE VON WILLEBRAND 
❖ Coagulopatia mais comum (com prevalência em 1% da população) 
❖ Caráter autossômico dominante 
❖ No Brasil, está doença parece ser subdiagnosticada. 
 
Fisiopatologia 
VWF importante na hemostasia, pois promove: 
• Adesão plaquetária ao colágeno exposto do subendotélio através do receptor GP Ib/IX, após 
lesão vascular, levando a ativação plaquetária com exposição da GPIIb-IIIa e subsequente 
agregação plaquetária 
• Ligação com o FVIII, evitando sua proteólise e promovendo sua estabilização no plasma – 
altera TTPa 
• As diferentes funções do VWF são relacionadas a domínios específicos da molécula da 
proteína 
→ Domínio AI – ligação à GPIb plaquetária e ao colágeno fibrilar N 
→ Domínio A3 – sitio de ligação ao colágeno tipo III 
→ Dominio D3 – encontram-se os sítios de ligação ao fator VIII 
→ Dominio C2 – encontra-se um sitio de ligação à GPIIb-IIIa plaquetária 
• Gene codificante no braço curto do cromossomo 12 (12p12ter) 
• Há um pseudogene no crom 22 – éxons 23 e 34 
 
Quadro clinico 
• Equimoses pós pequenos traumas 
• Epistaxe 
• Menorragia – quantidade de sangue aumenta, mas o tempo do ciclo menstrual continua o mesmo 
• Hemorragia pós cirurgia orofaríngea 
• Anemia microcítica – deficiência de ferro 
 
Classificação 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Diagnóstico 
• Exames mais importantes: fator VIII – antígeno de vW – cofator ristocetina 
• O tempo de sangramento precisa ser pelo método de Ivy 
• A maior parte dos casos tem todos os exames de coagulação são normais 
• A doença pode alterar o TTPa 
 
 
 
 
 
 
 
 
Tratamento 
• Pode se iniciar com antifibrinolíticos + DDAVP 
• Desmopressina (DDAVP) 
→ Análogo da vasopressina, não apresenta efeitos vasopressores do 
hormônio natural 
→ Medicamento que libera o fator VIII e fator de vWF que estão nas 
células endoteliais 2 aumenta os vWF r FVIII em 3-5x por 8-12h 
→ Inicio da ação em 30 a 60 minutos, e NÃO PODE USAR MAIS QUE UMA 
VEZ 
→ Deve realizar o deste de DDAPV antes de começar a usar 
→ EC: vasodilatação (cefaleia, flusing), efeito anti-diurético (hiponatremia) 
e trombose 
 
Tratamento especifico – Reposição de vWF: 
• Concentrado de fator VIII rico em vWF 
• Meia vida longa: em geral 1 dose/dia é suficiente 
• Indicação: ausência de resposta ao DDAVP, cirurgias de 
grande porte e substipos 2B e 3 
 
 
 
 
 
• Representam cerca de 5% das coagulopatias hereditárias 
• A maioria apresenta herança autossômica recessiva 
• Quadro clinico em homozigotos/heterozigotos 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Quando tem um TAP prolongado = alteração na via extrínseca = coagulopatias hereditárias = deficiência de fator 
VII 
Quando tem TTPa prolongado = alteração na via intrínseca = coagulopatias hereditárias = deficiência de fator VII, 
IX, XI, fator XII, pré-calicreina e cininogênio; Doença de von Willbrand 
Quando em tanto TAP como o TTPa prolongado = alteração na via comum ou defeitos combinados = 
coagulopatias hereditárias = deficiência de protrombina, fibrinogênio, F, V e X; deficiências combinadas

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