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Hemostasia Homeostase: habilidade de manter meio interno em um equilíbrio quase constante, independente das alterações que ocorrem no ambiente externo. Ex.: PA, temperatura, pressão osmótica, hemostasia ❖ Mecanismo pelo qual o sistema biológico mantém um estado de equilíbrio Hemostasia: conjunto de mecanismos que mantém o sangue dentro do vaso, sem coagular, nem extravasar. Ex.: plaquetas, fatores de coagulação, anticoagulantes naturais, fibrinolíticos, anti-fibrinolíticos. ❖ Mecanismo que ajuda o sistema circulatório a perfundir os órgãos certos ❖ Dividida em: primária, secundaria e terciária ❖ É o equilíbrio entre: o Agentes pró-coagulantes: plaquetas, fatores de coagulação o Agentes anti-coagulantes: proteína C e S, antitrombina o Agentes fibrinolíticos: plasmina, sistema ativador e inibidor Hemostasia primária: • Vaso se contrai (vasoconstrição) • Redução do fluxo sanguíneo na região • As plaquetas se agregam no local, formando um tampão plaquetário (inicial) Hemostasia secundária: • Série de reações enzimáticas que culminam na ativação da trombina • Trombina transforma o fibrinogênio em fibrina • Fibrina precipita-se em rede de filamentos formando o trombo de fibrina o fibrina estabiliza o trombo plaquetário inicial e forma o trombo de fibrina Hemostasia terciária: • Remodelação da rede de fibrina (fibrinólise) • Objetivo obter um fluxo sanguíneo normal • Fibrina degrada pela plasmina, proveniente do plasminogênio • O vaso possui célula endotelial, tecido endotelial e colágeno formando a hemostasia primária, a qual é representada por receptores de superfície que se ligam a agonistas (TXA2 e ADP) • Quando essas substâncias são liberadas pelo vaso lesado, ocorre a agregação plaquetária e formação da rede de fibrina constituindo assim o trombo de plaqueta. • Depois disso, os fatores de coagulação são ativados iniciando com o fator tecidual na superfície celular, caracterizando a hemostasia secundaria • O fator 7 se liga o fator tecidual, libera o fator 9 ativado que se liga ao fator 8 e 10. O fator 10 se torna ativado e sofre amplificação da sua função com o fator 5, se liga a protrombina que se torna ativa e depois é liberada se ligando ao fibrinogênio, transformando em fibrina e por fim ÉRICA LUNA – MED XI – UNIRV – 6ºP - HEMATOLOGIA forma a rede de fibrina que captura células sanguíneas sendo capaz de fechar o vaso para que o sangue volte a circular dentro do vaso sem extravasar. • Ocorre em duas fases: o 1ª: vasoconstrição nos primeiros minutos da lesão vascular, reduzindo o lúmen do vaso lentificando o fluxo sanguíneo, o que deixa o ambiente adequado para que ocorra as reações o 2ª: seguido de ativação das plaquetas formando o tampão plaquetário • Resposta vascular: quando o vaso é lesado, ele contrai e reduz o fluxo de sangue no seu interior na tentativa de interromper a perde de sangue. Esse espasmo vascular pode durar até 20 ou 30 minutos. o Acontece devido a liberação de algumas substâncias o Localmente a serotonina leva à vasoconstrição e sistemicamente a serotonina + histamina levam a vasodilatação, essa ocorre para reduzir a pressão e perda sanguínea. o É liberado também o fator tecidual tromboplastina tissular, que inicia a via de ativação do fator 7 • É uma monocamada que forra a parte interna de vaso e raramente precisa ser substituída, pois sua quiescência tem turnover celular medido em anos Obs.: Quiescência celular corresponde ao período em que as células não estão em fase de proliferação, ou seja, se dividindo, apesar de continuarem metabolicamente ativas. • Função: regula o tônus vascular, a função plaquetária, coagulação sanguínea e a fibrinólise • Subendotélio Abaixo desse endotélio está o subendotélio que possui na sua matriz extracelular inúmeras moléculas, como: colágeno, laminina, fibronectina, fator de von Wilebrand (FvW), vitronectina e trombospondina. São proteínas sintetizadas pelas células endoteliais que funcionam como proteínas de adesão. → Dentre essas moléculas as principais são o colágeno e a o Fvw, isso porque são como “comandantes” da ativação. O colágeno se liga a plaqueta via fator de von Wilebrand (FvW) através de um receptor glicoproteína a GP Ib. ➢ Colágeno (depositados por fibroblastos): facilmente ativa as plaquetas em condições estáticas ➢ Fator de von Willebrand (FvW): oferece adesão de plaquetas à parede de vaso em condições em que fluxo arterial impediria a ligação estável • São fragmentos celulares de megacariócitos envolvidos na hemostasia • Normalmente tem a forma de disco bicôncavo quando não ativada, mas quando ativada forma expansões citoplasmáticas • Formação: Tem origem na hematopoese a partir da célula tronco multipotente stem cell – SC) capaz de autorenovação e diferenciação. Essa célula se diferencia em progenitor mieloide, este gera o precursor eritroide megacariócitico que então gera o precursor megacariocítico que passa por uma sequencia de fases (megacarioblasto → megaciócito basófilo → megacariócito acidófilo → plaquetas) → Hematopoese: processo de formação, desenvolvimento e maturação dos elementos figurados do sangue (eritrócitos, leucócitos e plaquetas) a partir de um precursor celular comum e indiferenciado → Megacariopoese: precursor eritroide megacariócitico → precursor megacariocítico → plaquetas ➢ Maturação do megacariócito envolve a endomitose em que eles se tornam poliplóides (4N, 16N, 31N, 64N), ocorrendo a amplificação gênica e o aumento na síntese proteica. A medida que isso acontece, ocorre também a maturação do citoplasma com a produção de proteínas especificas de plaquetas, complexo de membranas internas e grânulos secretórios. ➢ Um (1) megacariócito pode produzir de 10 a 20 proplaquetas, que são expansões citoplasmáticas que contem os grânulos, organela e um único microtúbulo (passam do corpo para os gomos de plaquetas nascentes na ponta da proplaqueta) de +/- 100 m é enrolado na periferia e a plaqueta é liberada. ➢ A regulação da maturação na megacariopoese é feita principalmente pela trombopoetina que REGULA TODAS AS FASES. A trombopoetina aumenta o numero e o tamanho dos megacariócitos individuais; é produzida constitutivamente no fígado e rim e quando tem um aumento de demanda e precisa de mais plaquetas, a medula e o baço também pode produzir. ➢ Outros que podem regular: interleucina (IL)-3, IL-6, IL-11 e c-Kit ligante • Estrutura: tem uma vida de 7-10 dias ▪ Dentro das plaquetas estão os grânulos secretórios: → Grânulos alfa: contém proteínas da matriz; receptores de glicoproteína, P-selectina, integrina, IIBIIIA, complexo HP1b/IX/V; e moléculas de adesão, por isso ele é responsável pela aderência da plaqueta, interação entre as células e a reparação vascular. Obs.: moléculas de adesão = FvW, fibrinogênio, fibronectina, vitronectina e trombospondina → Grânulos densos: contém agentes ativadores da serotonina, cátions divalentes e ADP; é responsável pelo recrutamento de plaquetas adicionais para sítios de lesão Atenção! Nos grânulos alfas estão as proteínas, e nos grânulos densos estão os ativadores. • Ativação plaquetária: as plaquetas são ativadas durante as fases sequenciais da coagulação, tendo a exposição do fosfolipídeos de membrana carregados negativamente criando o ambiente adequado para a ação, função e ativação dos fatores de coagulação. E também quando necessários nas fases sequenciais aparece proteínas de membrana como integrinas e glicoproteínas ricas em leucina, que são receptores de adesão envolvidos em vários estágios da formação do trombo plaquetário. → Os agonistas presentes no microambiente vão levar a secreção de plaquetas que então liberam o conteúdo dos grânulos que se juntam, levando à: adesão, estimula as plaquetas circulantes, estimula a coagulação e modula a angiogênese Obs.: Agonistasno microambiente: ADP, trombina, colágeno, epinefrina, ácido aracdônico, Ca++, serotonina, fator ativador de plaquetas. Após a lesão vascular ocorre a ADESÃO PLAQUETÁRIA (1ª fase): → No inicio da adesão plaquetária o receptor GP1b-IV se liga ao FvW, ligação que se desfaz com facilidade. Com a ativação plaquetária subsequente aparece o GPIIB- IIIA que também se liga ao FvW, porém essa ligação é mais fraca sendo um processo irreversível. → Nessa primeira fase, a adesão plaquetária, o colágeno é muito importante pois ajuda na adesão em regiões com baixa força de cisalhamento → Dentro da plaqueta, o agonista se liga no receptor que ativa a cascata de fosforilação, envolvendo o Inositol- trifosfato (PI3) e diacilglicerol (DG) ➢ O PI3 ativa a fosfolipase A2 e gera acido araquidônico, gerando no final o tromboxano A2 (TXA2) que é liberado da plaqueta e funciona como agonista da retroalimentação positiva. ➢ A fosfolipase A2 altera o sistema actina-miosina mudando a forma da plaqueta de discoide para esférica, o que ajuda a liberar os grânulos ➢ O DG ativa a proteína quinase C, o que consequentemente altera a proteína GPIIbIIIa que agora pode migrar para a membrana e ajudar na agregação plaquetária. ❖ Ao mesmo tempo ocorre o espalhamento, em que as plaquetas entumescem e assumem formas irregulares com prolongamentos ou pseudopodos, tornando pegajosas. Elas secretam e liberam grandes quantidades de trombina, tomboxano A2, serotonina para manter a vasoconstrição, transforma ATP em ADP para liberar energia, e inibe a atividade anticoagulante da heparina para formar o trombo. A segunda fase é a AGREGAÇÃO PLAQUETÁRIA: • Nessa fase o GPIIb-IIIa já está na superfície da plaqueta e agora usa o fibrinogênio como fator ligante e não o FvW, mas ainda faz ponte com ele. • É uma ligação mais estável, que promove o crescimento do trombo e é mediada por agonistas. Isso ajuda na liberação de mais grânulos citoplasmáticos e síntese de mais e novos agonistas • O cálcio participa de varias etapas: → Ativação do sistema contrátil actina-miosina → Regula mudança da forma discoide para esférica → Liberação do conteúdo dos grânulos → Ativação da fosfolipase A2, com liberação de ácido araquidônico – convertidos em TxA2 (tromboxano) Síntese • A lesão vascular leva a vasoconstrição que reduz o fluxo sanguíneo permitindo as reações seguintes • Com a lesão vascular tem a exposição da matriz subendotelial, ativa a plaqueta com isso libera serotonina que ajuda na vasoconstrição, libera TXA2 e ADP que ajuda também na vasoconstrição e ativa a adesão plaquetária • A adesão plaquetária inicial via GPIb usando o FvW como ponte ativa a formação e a expressão do GPIIbIIIa que vai se ligar via fibrinogênio, caracterizando a agregação plaquetária. Isso forma o tampão hemostático primário, um fraco plug plaquetário que vai precisar da fibrina para virar o tampão hemostático estável. • A fibrina é resultado da ativação da cascata de coagulação, que é feita em cima da superfície celular, ou seja, precisa dos fosfolipídios de plaquetas Ativação plaquetária indevida • Isso acontece como resultado de disfunção endotelial que leva a alterações pró-inflamatórias e pró- coagulantes acontecendo de forma proeminente na aterosclerose, diabetes, pré-eclâmpsia, hipertensão, uremia. Obs.: a ativação plaquetária deveria ocorrer somente após ferimentos substancias!!! Se isso fosse verdade, haveria pouca necessidade de agentes antiplaquetários em contextos clínicos, então ainda resta duvidas sobre isso. Hemograma com hematoscopia: Série plaquetária • Realiza a série plaquetária para fazer estimativa do nº de plaquetas e estudar a morfologia REFERÊNCIA: 130.000 – 450.000 /mm3 • Nunca avaliar apenas uma serie no hemograma!!! • Principais causas de erros: → Agregados e aglutininas → Adsorção das plaquetas aos leucócitos → CV e CB fragmentadas (histograma alterado) Hematoscopia • Achados sugestivos de doenças: • Plaquetas gigantes: produção acelerada por consumo excessivo (PTI, trombose) e neoplasias mieloides (SMD) • Plaquetas dismórficas (bizarras) e restos de megacariócitos pode estar presente na síndrome de Bernard-Souler, Síndrome mielodisplásica e neoplasias mieoloproliferativas VPN (volume plaquetário médio) • Relação inverso com o numero de plaquetas • Pode ter aumento em: PTI, hipertireoidismo, D. Mieloproliferaiva, estoque >2h (EDTA) • Pode ter redução em: hipoplasia megacariócitica e terapia citotóxica Tempo de sangramento • Duke (1910): tem uma altavariabilidade e por isso deve ser feito em um local pouco vascularizado como o lóbulo da orelha • Ivy (1963): mais caro e mais laboroso; é mais sensível e específico Testes especiais – função plaquetária • Teste específicos • Agregação plaquetária por sistema óptico • Agregação plaquetária por impedância • Testes especiais • Avaliação da secreção do conteúdo intragranular • Citometria de fluxo – glicoproteínas de membrana plaquetária • Imunofenotipagem da GPIIb-IIIa e a GPIb • Microscopia eletrônica • Estudos moleculares • Estudos de fosforilação de proteína, expressão do receptor e outros A principal causa de agregação plaquetária são os medicamentos Como realizar o teste: • O objetivo é identificar pacientes com Trombastenia de Glanzmann e síndrome de Bernard-Soulier, pois são as alterações de função plaquetária mais comuns e imporantes • Na Trombastenia de Glanzmann que tem alteração do GPIIb-IIIa, ocorre agregação deficiente em todos os agonistas exceto na Ristocetina (RISTO) então nessa ocorre agregação, já na síndrome de Bernard-Soulier que tem deficiência de HPIb é o contrário, ou seja, TEM AGREGAÇÃO EM TODOS exceto na Ristocetina (RISTO) • Pacientes que usam antiagregante plaquetário costumam ter alterado apenas o ácido araquidônico e no máximo mais um agonista • Se manifesta como defeitos que são secundários a pequenos e minúsculos sangramentos debaixo da pele que quando aperta não desaparecem, ao contrário do rash cutâneo que é uma vasodilatação que desaparece quando pressionado • Então: ❖ São púrpuras 2 manchas vermelhas na pele, que não desaparecem quando pressionadas, causadas pelo acumulo de sangue debaixo da pele e mais comuns em crianças ❖ Geralmente defeitos na hemostasia primaria ocorre nos vasos e plaquetas (quantitativo e qualitativo) ❖ As lesões aparecem em regiões de pressão como os MMII Quadro clínico • Sangramento em lesões e cortes • Gengivorragia espontânea • Petéquias → Hemorragias puntiformes que se agrupam em áreas de maior pressão venosa (mmii) e de compressão de vestimentas → Não desaparece à digitopressão • Equimoses e epistaxe Defeitos vasculares (púrpura palpável) • A diferença dessas lesões é que elas costumam ser palpáveis e não desaparecem a digito pressão • Lesão visualmente elevada • Raros e usualmente associados com sangramento leve • Exemplos: → Vasculite de Henoch-Achonlein; → Vasculite por hipersensibilidade (medicamento ou infecção); → Telengectasia hereditária hemorrágica (síndrome de Osler-Weber-Rendu); → Escorbuto (deficiência de vitamina C). • Tratamento: ablação a laser, embolização, coagulação. Usa elementos para tratar localmente as lesões identificadas Distúrbios de função plaquetária ❖ Adquiridas • Drogas (AAS, clopidogrel, AINE, ticlopidine, prasugrel, ATB em altas doses, antes éticos, fenotiazinicos) 2 inibição da síntese de Pg e aumento do AMP cíclico plaquetário • Doenças sistêmicas 2 substâncias anormais (paraproteínas, PDF e diminuição do conteúdo intragranular) → Doença hepática ou renal, Sepse, Produtos de degradação da fibrina, Circulação extracardíaca, Doenças primárias da MO (MM, DMPC) eLES ❖ Congênitas ou hereditárias • Trombastenia de Gianzmann • Síndrome de Bernard Soulier • Doença de von Willebrand Atenção! Coagulograma tradicional não costuma detectar alteração de função plaquetária Pode ser classificado também de acordo com alterações de função: ❖ Defeitos primários na interação plaqueta-parede de vaso (doenças de adesão): • Doença de von Willebrand (DVW) • Síndrome de Bernard Soulier (diminuição ou ausência do complexo GP Ib/IX/V) ❖ Defeitos primários na interação plaqueta-plaqueta (doença de agregação): • Afibrinogenemia (ausência de fibrinogênio plasmático) • Trombastenia de Glanzmann (alteração do complexo GP IIb-IIIa) 2 Redução no número de plaquetas (plaquetas < 130-150.000/mm3) Quadro clinico: • Sangramento de pele e mucosas, mas pode ocorrer sangramento em qualquer sitio • História clinica → Exposição a drogas ilícitas → Contato profissional ou acidental com agentes tóxicos → Transfusão recente (púrpura pós-transfusional) → Sintomas associados a infecção – febre → Doença auto-imune: artralgia, Raynaud → Sonolência, confusão mental (PTT ou sangramento em SNC) → Sangramento desde a infância → Manifestações hemorrágicas em familiares Exames complementares: • Avaliar hemograma completo: → Avaliar esfregaço (afastar pseudo-plaquetopenia pelo EDTA, macroplaquetas e plaquetas gigantes) → Checar se outra citopenia → Plaquetopenia + Anemia hemolítica (DHL alto, reticulócitos elevados, BI aumentada, Heptoglobina baixa) 1. Com esquizócitos: anemias hemolíticas microangiopática 2. Sem esquizócitos: Sd de Evans • Vitamina B12, ácido fólico, sorologia HIV e hepatite C, FAN (se outros critérios para LES) • Avaliação medular: serve para afastar doenças primárias da medula Diagnóstico diferencial: • O mesmo paciente pode ter mais de 1 mecanismo • Plaquetopenia NÃO é um diagnóstico! Identificação da causa é essencial para o tratamento • Avaliação de esfregaço de SP = afastar falsa plaquetopenia (grumos plaquetários) Obs.: grumos plaquetários são agregados de plaquetas! • São quatro grupos de pacientes: → Produção reduzida de plaquetas ➢ Se identificar plaquetopenia isolada, deve associar a drogas quimioterápicas ➢ Se for associada com anemia ou leucopenia, pode ser causada por drogas, radio ou quimioterapia, anemia megaloblástica, AAS, leucemia, SMD, DLP, Tu solido, HPN e doença de deposito → Destruição periférica aumentada: podem ser imunes e não imunes ➢ Imunológicas: ▪ Pode ser mediada por drogas, que induz a produção de anticorpo que destroem as hemácias ▪ Púrpura pós-transfusional pela presença de anticorpos anti HLA que podem destruir as plaquetas do receptor ▪ Púrpura neonatal relacionado com anticorpos anti HLA da mãe que pode passar para o bebê ▪ Autoimune (PTI): pode ser primária; fazer parte de um quadro de HIV, HCV; doença autoimune; DLP ➢ Não imunológica: púrpura trombocitopênica trombótica (PTT), Síndrome Hemolítico-Urêmica (SHU), coagulação intravascular disseminada (CIVD), vasculites, póteses cardíacas, estenoses valvares e enxertos vasculares → Distributiva (hiperesplenismo): relacionada com o aumento de captação de plaquetas pelo baço → Dilucional (transfusão maciça): relacionada com hidratação muito intensa ou transfusões maciças 2 pode ter associação com defeito de função plaquetária ❖ Plaquetopenia induzida por drogas • Resulta da interação de anticorpos com GP plaquetária tendo grau de plaquetopenia, sangramento e inicio da plaquetopenia após a exposição variável. Depois da retirada de medicamentos a recuperação da contagem plaquetária leva 1 semana. • Os principais são tiazídicos e etanol = efeito seletivo sobre trombopoese 2 contagem plaquetária recupera 5- 21 dias após suspensão do etanol • Casos especiais: → TIH (Trombocitopenia induzida por heparina) → Inibidores da GPIIbIIIa: pseudoplaquetopenia (grumos) e Ac naturais contra Ag expostos pela medicação (ocorre 24h após inicio da droga) → Sais de ouro (AR): Ac anti GPV – PTI (auto imune) ❖ Púrpura trombocitopênica imune • 100 casos para 1 milhão, sendo que metade dos casos corre na infância • Mortalidade um pouco mais alta ou similar à população de mesma idade e sexo • Quadro clinico: → PTI aguda: é mais comum na infância e afeta ambos os sexos, costuma ser precedida de infecção ou vacinação. Curso limitado, alta incidência de remissões espontâneas. → Curso crônico ou insidioso: ▪ Primária: mulheres 2 e 4 décadas, evolução geralmente benigna ▪ Secundária: LES, DLP, SAAF, doenças autoimunes da tiróide, miastenia, infecções, HCV, HIV, drogas • Fisiopatologia: → Os auto-anticorpos são dirigidos contra glicoproteínas da membrana plaquetária, os GP IIb-IIIa e GP Ib- IV, as plaquetas ligam-se aos macrófagos (baço) e ocorre o aumento compensatório na produção (algumas vezes não identificados, o que sugere autoanticorpos contra células da maturação megacariócitica) • Quadro clínico x laboratorial: existe uma relação entre a contagem de plaquetas e o inicio de sangramento → Hemograma ▪ Plaquetopenia isolada: pode ser achado de exame ou cursar com sangramento importante, sendo que o maior risco de sangramento é quando as plaquetas estão menores que 30 mil. É comum as plaquetas estarem menor que 10 mil. ▪ Anemia quando sangramento importante (atenção se anemia é hemolítica ou por deficiência de produção de plaquetas) ▪ Macroplaquetas são frequentes → Mielograma: para afastar doenças ▪ Numero normal ou aumentado de megacariócitos ▪ Indicado em: >60 anos, apresentação atípica, resposta pobre a corticoide/imunoglobulinas → Teste de detecção de anticorpos anti-plaquetas: controverso → Testes hepatite B se for usar Rituximabe Tratamento: Princípios: • Identificar a causa • Resolução do quadro hemorrágico • Elevação da contagem de plaquetas não necessariamente para valores normais • Reduzir o risco de ocorrência de sangramento → Suspender drogas que alteram função plaquetária (AAS, AINEs) → Controle da HAS (aumenta o risco de AVCH) → Antifibrinoliticos em sangramento mucoso → Hormônio em caso de menorragia Opções: • Hemoterapia – concentrado de plaquetas: Plaqueta randômica: → Obtida de doador único – uma bolsa de sangue total doado → Dose padrão: 1 unidade para cada 10 kg de peso ▪ 3-6UI – aumentam contagem plaquetária em 30-60.000 Plaqueta por aférese: → Coletada com equipamento de aférese → 1 unidade de aférese = 7-10 UI de plaquetas randômicas → Dose padrão: 1 UI Meia vida: → In vivo:10,5 dias → Coletadas e estocadas adequadamente: 4-5d (infundidas no doador) Obs.: Repor plaquetas 30 minutos antes, quando para reduzir risco de procedimento Indicações – manter como alvo: • Cirúrgica (SNC e ofaltmo): manter plaquetas acima 100.000/mL • Outras cirurgias: manter plaquetas acima 50.000/mL • Sangramento: manter plaquetas acima de 50.000/mL • Profilático: manter plaquetas acima de 10.000/mL (pacientes estáveis)** 2 poucos estudos comprovam o beneficio clinico de se fazer concentrado de plaquetas profilaticamente (sem sangramento) • Alterações na função plaquetária Atenção!!! Se autoimune, as plaquetas serão destruídas mais rapidamente Se PTT, risco de trombose (contraindicação) Abordagem farmacológica: Corticoterapia: • Aumenta a contagem plaquetária em 2/3 dos pacientes, a maioria em 2-5 dias (PTI), isso porque ele reduz a quantidade de anticorpos circulantes e aumenta a produção de plaquetas • Mecanismo de ação: → Redução do anticorpo antiplaquetas – PTI → Interferência com interação entre plaquetas (recoberta de autoAc) e receptores de Fc dos macrófagos 2 reduz a retirada de plaquetas da circulação pelo baço → Aumento na produção de plaquetas – PTI redução na interação Ac-megacariócitos • Efeitos colaterais: são inúmeros (HAS, DM, atrofia de pele e de múculo,alterações psiquiátricas, oculares, cardíacas) Hemoderivados – imunoglobulina: • Utiliza 400mg/kg em 2 a 5 dias consecutivos • Realizam o bloqueio dos receptores Fc dos macrófagos com menor destruição • Indicação – PTI: sangramento agudo grave; preparo para esplenectomia; gravidez se efeitos colaterais do corticoide (HAS, DM, risco de parto prematuro) • Resposta na PTI: maioria dos casos respondem (80%) e a maioria é transitória (meia vida 21 dias). Aumenta a plaqueta em 24-48h, costuma ser utilizado como critério de que se trata de uma PTI de fato. • Efeitos colaterais leves a moderados: cefaleia, hipertensão, tremores, vômito, hipotensão. Administrado em ambiente hospitalar, embora as reações alérgicas sejam pouco frequentes (reação anafilática é rara). Pode induzir insuficiência renal em idosos. Anticorpo monoclonal – Rituximabe: • Anticorpo quimérico anti-CD20 • Dose: 375mg/m2 1x/semana (4x) • Mecanismo de ação: elimina LB, mas os plasmócitos que produzem Ac não tem CD20 • Resposta: na PTI duração de resposta mais curta que esplenectomia; e na PTT induz remissão (com ou sem plasmaférese) e reduz a taxa de recaída da doença Agonistas do receptor da TPO (trombopoetina): • Trombopag • Rombloplastina Antifibrinolíticos: • Ácido tranexâmico e ácido épsilon-aminocapróico • Mecanismo de ação: → Análogos de lisina: se ligam a domínios do plasminogênio e interrompem interações entre plasminogênio (e plasmina) e resíduos de lisina dentro da fibrina → Ácido tranexâmico é mais ávido pela plasmina do que o ácido épsilon-aminocapróico – efeito anti-hemorrágico mais potente • Recomendados quando a fibrinólise é proeminente, como: → Quando os tecidos com atividade fibrinolítica estão envolvidos (por exemplo, orofaringe, próstata, endométrio) → Pacientes selecionados com choque hemorrágico que tem D-dímero elevado e esgotaram o fibrinogênio • Cuidado em pacientes com hematúria Cirúrgico – esplenectomia: • Quando retira o baço, as plaquetas sobem • Indicação – PTI: → Se necessário, em geral, 6m após diagnóstico → PTI que não responde a corticoide ou recaída após suspensão → Plaquetas menores que 20.000 principalmente se hemorragia • Mecanismo de ação: retirada do principal local de fagocitose + menor produção de Ac • Cuidados: → Transfusão de plaquetas no pré-operatório raramente é necessária – reposta imediata à cirurgia → Vacinação: ▪ Pneumococo, Haemophilus, Meningococo 2 semanas antes ▪ Pneumococo a cada 5 anos → Profilaxia com ATB → Toda doença febril deve ser investigada (entrar cm ATB imediamente) • Recaída: avaliar se baço acessório • Por muitos anos foi entendida como cascata de coagulação, onde uma série de fatores seria ativados em sequencia e com isso teria a formação de protombina em trombina, e de fibrinogênio em fibrina. • No entanto, se sabe que hoje a cascada de coagulação se demonstrou incompleta e incapaz de explicar todos os processos de hemostasia. • Biossíntese de fatores de coagulação vitamina K dependentes: são fatores que tem homologia nas suas sequências e com isso podem ser carboxilados, convertendo ac. Glutâmico em ac. Gama- carboxiglutâmico • Fatores de coagulação estão presentes na forma de Zimogênio → precursor inativo que, pela ação de cinases dos tecidos, são ativados. Para a hemostasia secundária são: O tempo de atividade protrombina (TTPa) e o tempo de tromboplastina parcial ativada (TAP) Avaliação da hemostasia secundária na obtenção da amostra: • Amostra deve ser coletada de uma forma adequada, por acesso venoso bom, sem garrote prolongado e não pode haver demora na mistura do anticoagulante com o sangue. • O anticoagulante utilizado é o CITRATO → Anticoagulante na proporção de 1:9 (citrato: sangue) → Se Ht: > 55%, plasma na amostra será menor – excesso de anticoagulação. → Amostra livre de fluidos de tecidos, soluções intravenosas e heparina. → Cuidado com caracteres venosos centrais → É recomendado que o sangue seja coletado e centrifugado dentro de 30 minutos e o que exame seja executado e finalizado dentro de 2 horas. → As amostram devem ser coletadas de acessos venosos que não estejam recebendo medicações. TAP (Tempo de Atividade Protrombina) • Avalia a via extrínseca (fatores II, V, VII, X) que é ativada pelo fator tecidual, esse ativa o fator VII e assim a via comum da coagulação → Essa via é muito sensível à redução da atividade dos fatores de vitamina K-dependente (principalmente o fator VII). Então quando há alteração desses fatores e usa anticoagulante antivitamina K, o TAP é utilizado para avaliar a coagulação. • O TAP é expresso como INR (RNI) → Recomendação da OMS para comparar o resultado de diferentes laboratórios → Tromboplastina de referência internacional → diferentes → Fabricante da tromboplastina calcula o ISI em relação à tromboplastina de referência internacional, utilizado no cálculo do RNI → Padronização para monitorização de anticoagulante oral → Quando o ISI está próximo de 1 significa que foi utilizado uma tromboplastina de boa qualidade e que dessa forma vai dar resultados mais fidedignos. • Deficiência de fator VII, altera o TAP, mas não altera TTPa • Anticoagulante do tipo cumarínicos anti vitK (II, VII, IX e X) também alteram o TAP → Se a deficiência de vitamina K e a anticoagulação estiverem muito intensas, a via do TTPa também pode ser alterada ❖ Determinação do tempo de coagulação de um plasma citratado, após a adição de tromboplastina (fator III) e de cálcio, à 37°C ❖ A adição de um excesso de tromboplastina promoverá a ativação de todo o fator VII contido na amostra de plasma ❖ É sempre necessário um valor de controle. TPa (Tempo de Tromblastina Parcial Ativada) • Avalia a via intrínseca da coagulação, que é ativada e estimulada pelos fatores XII, XI, IX e o VIII e que por fim ativam o fator X, representando a via comum da coagulação • O TTPa avalia a monitorização da terapia anticoagulante com heparina ❖ Recalcificação do plasma citratado ❖ Material tromboplástico que não tem atividade de FT (daí o termo tromboplastina parcial) ❖ + Substância de carga negativa (por exemplo, celite, Kaolin, sílica) Coagulação fácil • Via do TTPA → avalia a antiga via intrínseca • Via do TAP → avalia a antiga via extrínseca → As duas vias se convergem para a via comum que é o X e amplificam para o fator V, que é um cofator da reação e nisso o fator V se encaixa no X. Com isso forma o X ativado (Xa), que transforma a protrombina (fator II) em trombina. Depois disso, a trombina vai transformar o fator 1 (fibrinogênio) em fator 1a (fibrina). → A via do TAP é iniciada pelo fator tecidual, que vai ativar o fator VII que vai ativar o fato X que ativa o fator ll que ativa o l. → A via do TTPA começa pelo fator 12 que vai ativar o 11, ativa o 9 e ativa o 8. • Deficiência de fatores: → Na via comum fatores V, XA, II, I e fator X. Quando tem deficiência no fator X, ocorre alteração de TAP e TTPa. → Deficiência de fator VII, altera apenas TAP. → Fatores dependentes de vitamina K, como os anti cumarínicos (II, VII, IX, X) tem alteração de TAP, sendo que nas fases iniciais não costuma alterar a TTPa, mas se a deficiência de vitamina K for muito intensa pode alterar essa segunda via. → Deficiência de fator XI, IX e VIII tem alteração de TTPa (quando utiliza heparina também) → Deficiência de fatores da via intrínseca alteram apenas TTPa. Teste da mistura (TAP E TTPA) • Utiliza quando quer saber se o que aconteceu é deficiência de um fator ou presença de um inibidor. • Mistura o sangue do paciente com o plasma normal, sendo na proporção 50:50 → Se a correção substancial for obtida – deficiência de fator (foi reposto pelo plasma normal) → Se o TTPa não for corrigidocompletamente – presença de um inibidor (se assemelha a uma anticoagulante) – Fator VIII é o mais comum TT (Tempo de trombina) • Utilizado para avaliar o final da via comum, que é a conversão de fibrinogênio em fibrina • Causas de TT prolongado: → Presença de heparina, inibidores diretos da trombina (hirudina, hurulog, adgatroban) ou compostos heparina- like (danaparóide) → Presença de PDF (Produtos de Degradação de Fibrina) → Hipofibrinogenemia (< 100mg/dl), disfibrinogenemia ou hiperfibrinogenemia (> 400mg/dl) → Alta concentração de paraproteinas (MM, Amiloidose) • Ensaio : → Avalia o tempo de coagulação do plasma citratado na presença de trombina, permitindo testar a conversão de fibrinogênio em fibrina. → A trombina diluída (bovina ou humana) é adicionada ao plasma-teste para determinar o tempo de formação do coágulo. → O tempo de coagulação, após a adição de trombina do plasma, é inversamente proporcional a concentração de fibrinogênio plasmática. → Este teste avalia diretamente o fibrinogênio funcional, sendo utilizado para investigar defeitos na molécula do fibrinogênio – • Separação de intrínseco e extrínseco é entendida como inadequada • Alterações conceituais ocorreram – Por exemplo: → Deficiências dos “fatores intrínsecos” VIII e IX (Hemofilia A e B) são graves, então postulou-se que a via intrínseca teria maior relevância. Essa ideia não é correta. → Quadro hemorrágico ▪ Deficiência de fator XI – gera manifestações leves ▪ Deficiência de fator XII – as manifestações não são relevantes ▪ Deficiência de fator VII – causa manifestações graves (similar à Hemofilia) → Ativação do fator IX não depende exclusivamente da via intrínseca e a coagulação do sangue é iniciada principalmente pela via do fator tecidual ou extrínseca. Etapas da coagulação sanguínea ❖ Fase 1 – Formação do ativador de protrombina (complexo tenase) ❖ Fase 2 – Protrombina em Trombina – ativação do complexo protrombínico ❖ Fase 3 – Fibrinogênio em filamentos de fibrina para formar a rede de fibrina • Proteases se localizam sobre as superfícies, contendo fosfolipídeos → Incluindo tecidos vasculares lesados → Células inflamatórias → Plaquetas ativadas (principal) – expressam sítios de ligação para os complexos ▪ Fator IXa/fator VIIIa (complexo “tenase”) ▪ Fator Xa/fator Va (complexo “protrombinase”) • Iniciação depende da exposição do sangue a componentes que, normalmente, não estão presentes no interior dos vasos, em decorrência de: → Lesões estruturais (injúria vascular) → Alterações bioquímicas (por ex., liberação de citocinas) Coagulação: • A coagulação se inicia com a exposição do fator tecidual (FT), que são glicoproteínas presentes nas células endoteliais. → Normalmente ele não está em contato com o intravascular, mas apresenta expressão constitutiva em fibroblastos subjacentes ao endotélio vascular → A lesão vascular ou a presença de citocinas inflamatórias, leva ao aumento da expressão do FT com isso leva ativação do fator VII circulante → A ativação do FT + fator VII ativado é chamado de complexo tenase extrínseco que catalisa a ativação do fator IV e fator X → FT + FVII = FVIIa • O fator X está na superfície da membrana lipídica e junto com o fator X converte protrombina em trombina e fibrinogênio em fibrina. Esse complexo do fator X ativado é chamado de complexo protrombinase e esse quando ativado gera uma quantidade mínima de trombina. • Quando o complexo protrombinase ativa a trombina ela converte o fator V em fator V ativado, que leva a uma amplificação da resposta. E também converte fator VIII em fator VIII ativado. • A partir disso ocorre a comunicação entre as duas vias junto com o fator IXa, que foi liberado anteriormente. • O fator IXa junto com o VIIIa em uma superfície glicolipidica ativa o fator X, isso forma o complexo tenase intrínseco. O fator Xa junto com o Va leva a uma conversão muito importante de protombrina em trombina, tendo uma amplificação da reação. • Com esse aumento de trombina também tem o aumento da produção de fibrina. • Em resumo: o complexo tenase extrínseco leva a formação do fator IXa e Xa, nisso o fator IXa ativa o complexo tenase intrínseco que aumenta a quantidade de fator Xa ativado com isso tem o complexo protrombinase com formação de grande quantidade de trombina • Então a via intrínseca faz a amplificação da via extrínseca: → Via extrínseca – geração inicial do fator Xa → Via intrínseca – leva a amplificação da geração da fator Xa 2 o complexo fator IXa/fator VIIa ativa o fator X com eficiência 50X maior que o complexo fator VIIa/FT Papel do fator Xa: • Papel central, crucial • Amplifica o processo de coagulação • Uma molécula de Xa ativa 1000 moléculas de trombina Fator XIII: • Estabiliza o trombo • Ligações cruzadas na rede de fibrina, que consegue sefurar e capturar componentes do trombo – plaquetas e células vermelhas Trombina: • Ativa o fator V, VIII, XI, XIII, plaquetas e além disso faz a conversão de fibrinogênio em fibrina • Se liga a tombomodulina para ter uma atividade anticoagulante • Em condições normais, com baixas doses de trombina, há predomínio da atividade anticoagulante da trombina Conceito: Deficiência dos fatores de coagulação • Mais comuns: Fator VIII e Fator IX • Outros fatores podem estar envolvidos Quadro clinico • Petéquias não são comuns • Equimoses (múltiplas ou de grande tamanho) são comuns em MMSS → São facilmente resolvidas com orientação de compressão e gelo local • Hematomas e hemartroses são características da doença • Sangramentos prolongados são bem comuns • Normalmente se tem histórico familiar • A maioria dos pacientes são do sexo masculino • Pode ocorrer hematúria e sangramento de SN Tratamento ❖ Consiste na reposição do fator que está faltando, seja através de: hemocomponentes ou hemorerivados ❖ Pode usar antifibrinoliticos ❖ Adotar medidas locais ❖ Evitar o uso de antiagregantes plaquetários (AAS, AINE) Hemocomponentes: Plasma fresco congelado (PFC) • Utilizado menos frequentes (deficiências de fatores II, V, VII, X e XIII) • Dose de 15 a 20ml/kg de peso • Usados apenas em episódios hemorrágicos de pequena proporção, pois atinge níveis plasmáticos entre 15% e 20% • Dose de plasma para um paciente com 70kg 2 1050 a 1400ml = 6 unidades de plasma (6 doadores) Crioprecitado • Obtido pela centrifugação e congelamento do plasma de um único doador • Cada bolsa tem cerca de 80UI de FVIII e 200 a 300mg de fibrinogênio • É rico em FVW, fator XIII e fibrinogênio • A RDC n.o 23, 2002, proíbe a utilização de crioprecipitado em hemofílicos e portadores de DVW, exceto em situação de inexistência de concentrados. → Atualmente a maior parte de hemofílicos maiores que 30 anos, que sobreviveram, está contaminada com HIV e hepatite C Hemoderivados: • Elementos derivados do plasma obtidos por um método industrializado • Obtidos por fracionamento de ‘pool” de plasma • Inativação viral por meio físico-químicos • Concentrados de FVIII → Está associado com menor grau de sensibilização do receptor → Evolução da purificação dos concentrados de FVIII ▪ Pureza intermediária, alta pureza e ultra alta pureza • Concentrado de fator VIII rico em FVW → Utilizado na Doença de VW • Concentrado de FIX → Utilizados para pacientes com hemofilia B • Terapia de Bypass: Concentrado de complexo protrombínico (CCP) • Contém fatores de vitamina K (II, VII, IX e X) em uma concentração 25 vezes maior que a do plasma, e também é obtido por fracionamento de um pool de plasma. • Quando comparados ao plasma fresco congelado (PFC), são mais eficazes, podendo ser administrados rapidamente e com baixa dose para atingir o efeito desejado. • Indicações: ▪ Hemofílicos B com inibidor → Baixo risco de trombose (sem insuficiência hepática, trauma,trombofilias, coagulopatia de consumo) → Quando são necessárias poucas infusões → Quando não se dispõe de concentrado de FIX ▪ Hemofilicos A com inibidores (anticorpos específicos contra FVIII) ▪ Reversão de anticoagulação em pacientes tratados com cumarinicos (antogonistas de vit K) e que necessitem de reversão rápida da anticoagulação. ▪ Deficiências de fatores II, VII e X. CCP ativado (CCPa) • Semelhante ao CCP, porém os fatores II, VII, IX e X estão ativados • Indicações: hemofilia A e B com inibidores de alto título • Aumenta o risco de trombose Concentrado de FVII ativado • Produzido por engenharia genética, estrutura muito semelhante à do fator VII intrínseco ativado (FVII) • Ativação direta do fator X – formação independente de trombina – formação de coagulo estável de fibrina independente dos FVIII e IX • Indicações: ▪ Hemofilia A ou B com inibidores de fator VIII e IX ▪ Deficiência de fator VII ▪ Trombastenia de Glanzmann refratários à reposição plaquetária ▪ Coagulopatia do trauma refratário a outros tratamentos HEMOFILIA ❖ Tipo mais grave das coagulopatias ❖ Deficiência de VIII: tipo A – são as mais comuns, 80 a 85% dos casos ❖ Deficiência de IX: tipo B – são 15 a 20% dos casos • Herança ligada ao cromossomo X → Quase exclusivamente sexo masculino (filhos de mães portadoras, que normalmente não apresentam a doença – 70% dos casos) → Cerca de 25-30% dos casos são novos (mutação de novo), sem relato em outros membros da família. → Apesar de muito rara, a hemofilia pode ocorrer em mulher, em decorrência da união de homem com hemofilia e mulher portadora. Quadro clínico: • Clássico: hemartrose de joelho que causa muitas dores e limitações físicas • Comum desde a infância Classificação • Baseada na quantidade fator VIII • Formulas para cálculo de reposição de fator: Procedimentos odontológicos • Importante ter equipe integrada • Fazer o uso de antifibrinlóticos (se indicado): inicio 24 horas antes do ato cirúrgico durante 5 a 7 dias • Terapia de reposição quando necessária • Apenas para centros com experiencia suficiente com esquemas de reposição com menor numero de doses Inibidor • Anticorpos anti-fator VIII • Prevalência: Hemofilia A: 5 a 30% Hemofilia B: 3% • Suspeitar: → Sangramento que não responde à reposição → Aumento da frequência de sangramento • Exame laboratorial: TTPa alterado após mistura 2 Dosagem (> 5UB/ml = inibidor de alta resposta) • Tratamento: → Foco: medidas locais – critico → Utilizar doses maiores de FVIII → Terapia de Bypass Programa do MS Tratamento sob demanda: • Infusão do concentrado do fator deficiente após a ocorrência do episódio hemorrágico • População-alvo: todos os pacientes com hemofilia e outras coagulopatias hereditárias Tratamento profilático: Profilaxia primária • Periódica e initerrupta a longo prazo • Após ocorrência da primeira hemartrose e antes dos 3 anos de idade • Implantada pelo MS em dezembro de 2011 • Doses escalonadas (a semelhança dos protocolos canadense e holandês), iniciando com I dose semanal (escalonando a 2 ou 3 doses semanais na dependência da ocorrência de hemorragias) • População-alvo: hemofilia grave Profilaxia secundária De curta duração: • Intermitente por tempo determinado, em geral, de 3 a 12 meses • Sangramentos frequentes e complicações • População-alvo: todos os pacientes com hemofilia, todas as formas. De longa duração: • Periódica e ininterrupta a longo prazo (>45 semanas/ano) • Após 2+ hemartroses ou após os dois anos de idade • População-alvo: somente para pacientes com hemofilia grave DOENÇA DE VON WILLEBRAND ❖ Coagulopatia mais comum (com prevalência em 1% da população) ❖ Caráter autossômico dominante ❖ No Brasil, está doença parece ser subdiagnosticada. Fisiopatologia VWF importante na hemostasia, pois promove: • Adesão plaquetária ao colágeno exposto do subendotélio através do receptor GP Ib/IX, após lesão vascular, levando a ativação plaquetária com exposição da GPIIb-IIIa e subsequente agregação plaquetária • Ligação com o FVIII, evitando sua proteólise e promovendo sua estabilização no plasma – altera TTPa • As diferentes funções do VWF são relacionadas a domínios específicos da molécula da proteína → Domínio AI – ligação à GPIb plaquetária e ao colágeno fibrilar N → Domínio A3 – sitio de ligação ao colágeno tipo III → Dominio D3 – encontram-se os sítios de ligação ao fator VIII → Dominio C2 – encontra-se um sitio de ligação à GPIIb-IIIa plaquetária • Gene codificante no braço curto do cromossomo 12 (12p12ter) • Há um pseudogene no crom 22 – éxons 23 e 34 Quadro clinico • Equimoses pós pequenos traumas • Epistaxe • Menorragia – quantidade de sangue aumenta, mas o tempo do ciclo menstrual continua o mesmo • Hemorragia pós cirurgia orofaríngea • Anemia microcítica – deficiência de ferro Classificação Diagnóstico • Exames mais importantes: fator VIII – antígeno de vW – cofator ristocetina • O tempo de sangramento precisa ser pelo método de Ivy • A maior parte dos casos tem todos os exames de coagulação são normais • A doença pode alterar o TTPa Tratamento • Pode se iniciar com antifibrinolíticos + DDAVP • Desmopressina (DDAVP) → Análogo da vasopressina, não apresenta efeitos vasopressores do hormônio natural → Medicamento que libera o fator VIII e fator de vWF que estão nas células endoteliais 2 aumenta os vWF r FVIII em 3-5x por 8-12h → Inicio da ação em 30 a 60 minutos, e NÃO PODE USAR MAIS QUE UMA VEZ → Deve realizar o deste de DDAPV antes de começar a usar → EC: vasodilatação (cefaleia, flusing), efeito anti-diurético (hiponatremia) e trombose Tratamento especifico – Reposição de vWF: • Concentrado de fator VIII rico em vWF • Meia vida longa: em geral 1 dose/dia é suficiente • Indicação: ausência de resposta ao DDAVP, cirurgias de grande porte e substipos 2B e 3 • Representam cerca de 5% das coagulopatias hereditárias • A maioria apresenta herança autossômica recessiva • Quadro clinico em homozigotos/heterozigotos Quando tem um TAP prolongado = alteração na via extrínseca = coagulopatias hereditárias = deficiência de fator VII Quando tem TTPa prolongado = alteração na via intrínseca = coagulopatias hereditárias = deficiência de fator VII, IX, XI, fator XII, pré-calicreina e cininogênio; Doença de von Willbrand Quando em tanto TAP como o TTPa prolongado = alteração na via comum ou defeitos combinados = coagulopatias hereditárias = deficiência de protrombina, fibrinogênio, F, V e X; deficiências combinadas
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