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DIREITO DAS COISAS – Arts 1196 a 1510 EFEITOS DA POSSE a) Quanto aos frutos: possuidor de boa-fé de má-fé; SE DE BOA-FÉ: direito aos frutos percebidos - enquanto durar a boa-fé; Frutos pendentes devem ser restituídos ao proprietário ao tempo que durar a boa-fé (deduzidas despesas de produção e custeio); Restituídos os colhidos por antecipação; Art. 1.214. O possuidor de boa-fé tem direito, enquanto ela durar, aos frutos percebidos. Parágrafo único. Os frutos pendentes ao tempo em que cessar a boa-fé devem ser restituídos, depois de deduzidas as despesas da produção e custeio; devem ser também restituídos os frutos colhidos com antecipação. Locatário - mangueira DIREITO DAS COISAS – Arts 1196 a 1510 EFEITOS DA POSSE EM RELAÇÃO AOS FRUTOS: Frutos naturais/industriais - colhidos quando separados; Frutos civis - percebidos dia a dia Art. 1.215. Os frutos naturais e industriais reputam-se colhidos e percebidos, logo que são separados; os civis reputam-se percebidos dia por dia. SE DE MÁ-FÉ - responde pelos frutos colhidos e percebidos, e pelos que deixou de perceber, por sua culpa, desde o momento em que se constituiu a má-fé; Tem direito as despesas de produção e custeio. Art. 1.216. O possuidor de má-fé responde por todos os frutos colhidos e percebidos, bem como pelos que, por culpa sua, deixou de perceber, desde o momento em que se constituiu de má-fé; tem direito às despesas da produção e custeio. DIREITO DAS COISAS – Arts 1196 a 1510 EFEITOS DA POSSE EM RELAÇÃO AS BENFEITORIAS: Benfeitorias – frutos/produtos Benfeitorias – acessões 3 REGRAS – POSSUIDOR DE BOA-FÉ 1) Possuidor de boa-fé - direito aos frutos percebidos e à indenização pelas benfeitorias úteis e necessárias, podendo levantar as voluptuárias (sem detrimento da coisa) e se não for indenizado exercer o direito de retenção para reembolso do valor dos melhoramentos (úteis e necessários); 2)Possuidor de boa-fé não indenizado – pode reter (úteis e necessárias); 3) Benfeitorias Voluptuárias - tem direito ao seu levantamento (sem prejuízo para a coisa) DIREITO DAS COISAS – Arts 1196 a 1510 EM RELAÇÃO AS BENFEITORIAS: POSSUIDOR DE MÁ-FÉ Indenização – benfeitorias necessárias; Não tem direito a retenção ou levantamento das voluptuárias; Justaposição da boa-fé objetiva à má-fé Art. 1.222. O reivindicante, obrigado a indenizar as benfeitorias ao possuidor de má-fé, tem o direito de optar entre o seu valor atual e o seu custo; ao possuidor de boa-fé indenizará pelo valor atual. POSSE E RESPONSABILIDADES POSSUIDOR DE BOA-FÉ Possuidor de boa-fé: Não responde pela perda ou deterioração da coisa a que não der causa – depende de culpa; DIREITO DAS COISAS – Arts 1196 a 1510 EFEITOS DA POSSE POSSE E RESPONSABILIDADES Possuidor de má-fé: Responde pela perda ou deterioração da coisa independente de culpa – objetiva, acidentais, salvo se provar o mesmo evento teria acontecido com o reivindicante; Art. 1.218. O possuidor de má-fé responde pela perda, ou deterioração da coisa, ainda que acidentais, salvo se provar que de igual modo se teriam dado, estando ela na posse do reivindicante. Art. 1.217. O possuidor de boa-fé não responde pela perda ou deterioração da coisa, a que não der causa. DIREITO DAS COISAS – Arts 1196 a 1510 POSSE E RESPONSABILIDADES Possuidor de má-fé: inclusive caso fortuito e força maior - responsabilidade objetiva; Art. 1.218. O possuidor de má-fé responde pela perda, ou deterioração da coisa, ainda que acidentais, salvo se provar que de igual modo se teriam dado, estando ela na posse do reivindicante. DIREITO DAS COISAS – Arts 1196 a 1510 Tipo de possuidor Frutos Benfeitorias Responsabilidades (perda ou deterioração) Possuidor de boa-fé Direito aos frutos, exceto pendentes Direito a Benfeitorias necessárias e úteis. Voluptuárias – levantamento – preserva a coisa Responde por dolo ou culpa Possuidor de má-fé Não tem direito. Responde pelos frutos colhidos e os que deixou de colher Direito as benfeitorias necessárias – indenização. Não retenção. Responde ainda que por fato acidental. DIREITO DAS COISAS – Arts 1196 a 1510 POSSE – PONTOS IMPORTANTES 1º.) A posse direta não anula a indireta, podendo o possuidor direto defender a sua posse contra o indireto e reciprocamente; (1197) 2º) Basta a presença de apenas 1 dos vícios para caracterizar a posse como injusta; 3º) Posse, mesmo que injusta, ainda é posse e pode ser defendida por meio do Juízo possessório, não contra aquele de quem se tirou a coisa, mas sim em face de terceiros. A posse é viciada em relação a determinada pessoa - inter partes e não erga omnes; 4º) As posses injustas por violência e clandestinidade podem ser convalidadas, senão depois de cessar a violência e a clandestinidade, a precariedade não cessa jamais; (1208) DIREITO DAS COISAS – Arts 1196 a 1510 POSSE – PONTOS IMPORTANTES 5º.) Em relação aos efeitos, os vícios de violência, clandestinidade e precariedade não influenciam na questão dos frutos, benfeitorias e responsabilidades. A posse de boa ou má-fé é que define; 6º) Aquele que tem posse injusta não pode adquirir a coisa por usucapião; DIREITO DAS COISAS – Arts 1196 a 1510 Art. 558. Regem o procedimento de manutenção e de reintegração de posse as normas da Seção II deste Capítulo quando a ação for proposta dentro de ano e dia da turbação ou do esbulho afirmado na petição inicial. Parágrafo único. Passado o prazo referido no caput, será comum o procedimento, não perdendo, contudo, o caráter possessório. 4) Quanto ao tempo: a) Posse nova - menos de 1 ano e 1 dia; b) Posse velha - pelo menos 1 ano e 1 dia; Diferença: Procedimento Especial ou Comum Corrente contemporânea - conjuga função social e não mero requisito temporal DIREITO DAS COISAS – Arts 1196 a 1510 5) Quanto a presença do título: a) Posse com título – há causa representativa da transmissão da posse – documento escrito; b) Posse sem título - não há causa representativa da transmissão do domínio fático; III Jornada de Direito Civil – Enunciado no. 302 – “ Pode ser considerado justo título para a posse de boa-fé o ato jurídico capaz de transmitir a posse ad usucapionem, observado o disposto no artigo 113 do CC”. Fator fundamental – função social da posse DIREITO DAS COISAS – Arts 1196 a 1510 Análise dos vícios (violência, clandestinidade e precariedade) levam em conta critérios objetivos; Posse de boa-fé ou má-fé – análise baseada em critérios subjetivos (intenção); IMPORTANTE !!!! Não há coincidência necessária entre a posse justa e a posse de boa-fé e se aplica ao inverso. Posse injusta e de boa-fé - aquisição de bem roubado; Posse justa e de má-fé - locatário - usucapião **** Posse justa ou injusta – efeitos quanto as ações possessórias e usucapião; Posse de boa e má-fé - efeitos quanto aos frutos, benfeitorias e responsabilidades; DIREITO DAS COISAS – Arts 1196 a 1510 6) Quanto aos efeitos: a) Posse ad interdicta – posse que pode ser defendida pelas ações possessórias ou interditos possessórios – não conduz a usucapião; b) Posse ad usucapionem - exceção - é a que se prolonga por determinado tempo seguindo parâmetros definidos em lei. Deve ser posse mansa, pacífica, duradoura, ininterrupta, com justo título e boa-fé (em regra); DIREITO DAS COISAS – Arts 1196 a 1510 AQUISIÇÃO, TRANSMISSÃO E PERDA DA POSSE Aquisição da Posse Posse - basta possuir um ou mais poderes inerentes a propriedade Art. 1.204. Adquire-se a posse desde o momento em que se torna possível o exercício, em nome próprio, de qualquer dos poderes inerentes à propriedade. GOZAR REIVINDICAR * reivindicatória USAR DISPOR DIREITO DAS COISAS – Arts 1196 a 1510 AQUISIÇÃO ART. 493 do CC/1916: rol taxativo e atualmente é amplo (1204 CC 2002) Exemplos: a) Apreensão da coisa; b) Exercício de direito; c) Fato de disposição da coisa; d) Qualquer modogeral de aquisição de direito. Formas de Aquisição: Aquisição Originária – contato direto entre a pessoa e a coisa - apreensão – coisas achadas e abandonadas; Aquisição derivada - há intermediação pessoal – tradição; DIREITO DAS COISAS – Arts 1196 a 1510 AQUISIÇÃO DA POSSE CLASSIFICAÇÃO DA TRADIÇÃO – aquisição derivada; a) Tradição real - entrega efetiva da coisa; b) Tradição simbólica - ato representativo da transferência da coisa - entrega das chaves de um apto; c) Tradição ficta - se dá por presunção - possuidor possuía em nome alheio e passa a possuir em nome próprio; Ex:Locatário compra e passa a ser proprietário; C1) Tradição ficta no constituto possessório ou cláusula constituti – possuía em nome próprio e passa a possuir em nome alheio Direito Civil – das Coisas 17 Constituto Possessório - possui o bem em nome próprio e passa a possuir em nome alheio (aquisição e perda de posse ao mesmo tempo); A transmissão se perfaz-se por via contratual - cláusula contratual, denominada cláusula constituti, a qual converte o adquirente em possuidor; > cláusula “constituti” - acordo de vontades entre comprador e vendedor, pela qual não ocorre o DESLOCAMENTO MATERIAL DA POSSE SOBRE O IMÓVEL VENDIDO. Não é presumido. Deve ser expressamente estipulado; ocorre quando o vendedor, por acordo com o comprador, permanece no imóvel vendido, a certo tempo e da forma estipulada v.g., como locatário ou a certo tempo como comodatário; DIREITO DAS COISAS – Arts 1196 a 1510 AQUISIÇÃO, TRANSMISSÃO E PERDA DA POSSE O comprador será carecedor de uma eventual ação possessória ajuizada contra o alienante se não constar no contrato o constituto possessório; Em havendo a aquisição ou transmissão da posse pelo constituto possessório, não restam dúvidas de que o novo possuidor poderá defender-se por meio das ações possessórias, como entende o STJ (REsp 173.183/TO, 4ª. Turma, Rel. Min. Ruy Rosado de Aguiar, j. 01.09.1998, DJ 19.10.1998, p. 110) Ações Possessórias – sem nunca ter tido poder fático sobre a coisa; DIREITO DAS COISAS – Arts 1196 a 1510 AQUISIÇÃO, TRANSMISSÃO E PERDA DA POSSE Ação de Reintegração e não de Imissão na Posse – rito petitório – procedimento comum; A ação a ser proposta pelo comprador, após já transferida a posse pelo constituto possessório, será a de reintegração de posse (e não imissão de posse), pois configurou-se o esbulho → no caso do alienante se recusar à entrega da coisa; DIREITO DAS COISAS – Arts 1196 a 1510 ESCRITURA PÚBLICA DE COMPRA E VENDA COM CONDIÇÃO RESOLUTIVA EXPRESSA QUE FAZ ........... (Outorgante) COM ........... (Outorgado) COMO ADIANTE SE DECLARA: •S A I B A M quantos esta escritura pública de Cessao de Direitos virem, que aos ..... dias do mês de ........... do ano de .....; nesta cidade e Comarca de ........... (nome da comarca), Estado do ........... (nome do estado), nesta serventia, compareceram as partes avindas entre si, justas e contratadas a saber, de um lado, como Outorgante Vendedor:- ......(Nome Civil), (Nacionalidade), .....(Estado Civil), .....(Profissão), Carteira de Identidade nº ....., C.P.F. nº ....., residente e domiciliado na Rua ....., nº ....., bairro ....., Cep. ....., Cidade ....., no Estado ...... e, de outro lado, como Outorgado Comprador:- ...... o outorgante, desde já, tem o outorgado por empossado no imóvel em objeto, por força desta escritura e "CLAUSULA CONSTITUTI", o outorgante transfere toda a posse, jús, domínio, direitos e ação que exercia sobre o bem ora vendido, para que dele o mesmo comprador use, goze e disponha livremente como seu que fica sendo, obrigando-se o vendedor a fazer por si, herdeiros ou sucessores, esta escritura e a venda sempre boa, firme e valiosa, respondendo pela evicção de direito quando chamado a autoria. DIREITO DAS COISAS – Arts 1196 a 1510 AQUISIÇÃO DA POSSE Momento da aquisição da posse: com o exercício dos poderes inerentes à propriedade. - Poder de ingerência e socioeconômica sobre a coisa; POR QUEM???? Pela própria pessoa que a pretende: direito à própria pessoa que a pretende - pleno uso de sua capacidade de exercício; Por meio de representação legal: Caso de Incapaz – deverá adquirir a posse por meio dos pais, tutores ou curadores e se relativamente incapaz – assistência do representante legal. Por procurador: Mandatário - necessário instrumento de mandato; DIREITO DAS COISAS – Arts 1196 a 1510 AQUISIÇÃO DA POSSE Por terceiro sem mandato: sem mandato, depende de ratificação da pessoa. Enquanto não houver a ratificação – gestão de negócio alheio; Com a ratificação - validação desde o instante do ato aquisitivo “ ex tunc” Sem a ratificação - obrigação pessoal do gestor de negócios perante a pessoa que contratou aquela aquisição, consequência e perdas e danos. DIREITO DAS COISAS – Arts 1196 a 1510 TRANSFERÊNCIA DA POSSE - Ato “ inter vivos” ou “ causa mortis” PRINCÍPIO DA CONTINUIDADE DO CARÁTER DA POSSE Art. 1.206. A posse transmite-se aos herdeiros ou legatários do possuidor com os mesmos caracteres. Art. 1.203. Salvo prova em contrário, entende-se manter a posse o mesmo caráter com que foi adquirida. DIREITO DAS COISAS – Arts 1196 a 1510 Art. 1207 CC – ‘O sucessor universal continua de direito a posse do seu antecessor; e ao sucessor singular é facultado unir sua posse à do antecessor, para os efeitos legais.’ DIFERENÇA Singular há união - facultado ao legatário unir a posse à precedente. (interesse e conveniência) Universal –mantém-se a posse com as mesmas características – IMPERATIVA! http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10654735/artigo-1207-da-lei-n-10406-de-10-de-janeiro-de-2002 http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/111983995/c%C3%B3digo-civil-lei-10406-02 DIREITO DAS COISAS – Arts 1196 a 1510 TRANSFERÊNCIA DA POSSE - Ato “ inter vivos” ou “ causa mortis” INTER VIVOS - possibilidade do novo possuidor explorar economicamente a área e adquiri-la posteriormente pela usucapião aproveitando todo o prazo que o possuidor anterior exerceu. Transmissão à título singular - União = o sucessor singular pode agregar a sua posse à de seu antecessor, sobre um bem ou vários bens determinados. (compra e venda, doação ou legado) Assim, dá-se a Acessão da posse - Significa união ou soma da posse. DIREITO DAS COISAS – Arts 1196 a 1510 TRANSFERÊNCIA DA POSSE - Ato “ inter vivos” ou “ causa mortis” MORTIS CAUSA Transmissão a título universal - sucessão(herança legítima) = o herdeiro continua, por determinação legal, a posse que tinha o de cujus. Não lhe é dado escolher entre unir ou não a sua posse a de seu antecessor, pois, por imposição legal, a conjunção da posse é obrigatória. Continuidade Sucessão mortis causa a título singular – União (legado) DIREITO DAS COISAS – Arts 1196 a 1510 TRANSFERÊNCIA DA POSSE - Ato “ inter vivos” ou “ causa mortis” Enunciado V Jornada de Direito Civil, 2011: “ A faculdade conferida ao sucessor singular de somar ou não o tempo da posse de seu antecessor, não significa que, ao optar por nova contagem, estará livre do vício objetivo que maculava a posse anterior (Enunciado no. 494) É possível que o vício que atingia a posse anterior seja transmitido ao sucessor singular. O acessório segue o principal. Art. 1.209. A posse do imóvel faz presumir, até prova contrária, a das coisas móveis que nele estiverem. DIREITO DAS COISAS – Arts 1196 a 1510 PERDA DA POSSE (arts. 1223 e 1224 CC) Posse é a visibilidade da propriedade – poder fático sobre a coisa > Deixar de exercer sobre a coisa qualquer dos três poderes inerentes ao domínio; >Usar, gozar e dispor da coisa e o direito de reavê-la ( 1228) Art. 1.223. Perde-se a posse quando cessa, embora contra a vontade do possuidor, o poder sobre o bem, ao qual se refere o art. 1.196. DIREITO DAS COISAS – Arts 1196 a 1510 -> Privação da disponibilidade física Art. 520/16 - rol numerusclausus Abandono da coisa – renúncia da posse; Pela tradição – real, simbólica ou ficta; Art. 1.223. Perde-se a posse quando cessa, embora contra a vontade do possuidor, o poder sobre o bem, ao qual se refere o art. 1.196. DIREITO DAS COISAS – Arts 1196 a 1510 Perda ou Destruição - involuntária ou permanente; - não cabível a deterioração Se a coisa for colocada fora do comércio - inalienável; Pela posse de outrem – contra a vontade do possuidor, se não manutenido ou reintegrado tempestivamente; (1 ano e 1dia) Pelo constitutu possessório ou cláusula constituti – possuía em nome próprio e passa a possuir em nome alheio – aquisição e perda ao mesmo tempo; Supressio – perda de um direito pelo seu não exercício no tempo Art. 1.224. Só se considera perdida a posse para quem não presenciou o esbulho, quando, tendo notícia dele, se abstém de retornar a coisa, ou, tentando recuperá-la, é violentamente repelido. DIREITO DAS COISAS – Arts 1196 a 1510 COMPOSSE OU COMPOSSESSÃO É a situação pela qual duas ou mais pessoas exercem, simultaneamente, poderes possessórios sobre a mesma coisa ( condomínio de posses) – pode ser inter vivos ou causa mortis; Podem usar livremente a coisa; Sem exclusão do direito alheio; Poderão fazer uso das ações possessórias – atentado praticado por terceiros; Utilização das medidas de auto-tutela; Art. 1.199. Se duas ou mais pessoas possuírem coisa indivisa, poderá cada uma exercer sobre ela atos possessórios, contanto que não excluam os dos outros compossuidores. DIREITO DAS COISAS – Arts 1196 a 1510 COMPOSSE OU COMPOSSESSÃO Ação possessória em face de outro compossuidor - herdeiro PRINCÍPIO SAISINE. REINTEGRAÇÃO. COMPOSSE. Cinge-se a questão em saber se o compossuidor que recebe a posse em razão do princípio saisine tem direito à proteção possessória contra outro compossuidor. Inicialmente, esclareceu o Min. Relator que, entre os modos de aquisição de posse, encontra-se o ex lege, visto que, não obstante a caracterização da posse como poder fático sobre a coisa, o ordenamento jurídico reconhece, também, a obtenção desse direito pela ocorrência de fato jurídico – a morte do autor da herança –, em virtude do princípio da saisine, que confere a transmissão da posse, ainda que indireta, aos herdeiros independentemente de qualquer outra circunstância. Desse modo, pelo mencionado princípio, verifica-se a transmissão da posse (seja ela direta ou indireta) aos autores e aos réus da demanda, caracterizando, assim, a titularidade do direito possessório a ambas as partes DIREITO DAS COISAS – Arts 1196 a 1510 COMPOSSE OU COMPOSSESSÃO - Ação possessória em face de outro compossuidor PRINCÍPIO SAISINE. REINTEGRAÇÃO. COMPOSSE. No caso, há composse do bem em litígio, motivo pelo qual a posse de qualquer um deles pode ser defendida todas as vezes em que for molestada por estranhos à relação possessória ou, ainda, contra ataques advindos de outros compossuidores....... Isso posto, a Turma deu provimento ao recurso para julgar procedente a ação de reintegração de posse, a fim de restituir aos autores da ação a composse da área recebida por herança. Precedente citado: REsp 136.922-TO, DJ 16/3/1998. REsp 537.363-RS, Rel. Min. Vasco Della Giustina (Desembargador convocado do TJ-RS), julgado em 20/4/2010. DIREITO DAS COISAS – Arts 1196 a 1510 COMPOSSE OU COMPOSSESSÃO Classificação: a) Composse pro indiviso ou indivisível - fração ideal da posse – não sendo possível delimitar no plano fático e corpóreo; b) Composse pro diviso ou divisível - compossuidor com parte determinável no plano fático e corpóreo – fração real da posse. Direito Civil – das Coisas 35 PROTEÇÃO POSSESSÓRIA: a) Legítima defesa e desforço imediato; b) Ações Possessórias; INTERDITOS POSSESSÓRIOS - Ações possessórias diretas; Interdito Proibitório 1210 – caput final Reintegração de Posse 1210 meio Manutenção de Posse 1210 inicial Direito Civil – das Coisas 36 Ameaça à posse -risco de atentado à posse - perigo iminente devolução – Interdito proibitório; Turbação – atentados fracionados à posse - molestamento – Ação de Manutenção da Posse; Esbulho – atentado consolidado à posse – Ação de Reintegração de Posse; Direito Civil – das Coisas 37 INTERDITOS POSSESSÓRIOS Ameaça - ato ofensivo a posse, sem que se configure intromissão no poder de domínio. Rumores ou possibilidades, potencialidade remota de perda da posse por atos concretos, devendo existir um justo receio de ser molestado na posse; Turbação - ato de interferência na relação do possuidor com a coisa, sem entretanto, ocorrer a perda da posse. Violação e não ameaças; Defesa do Réu - exceção de posse viciosa – alegação de que a posse do autor que pretende a manutenção apresenta algum vício de constituição - violência, clandestinidade ou precariedade; Esbulho - perda injusta da posse. A perda pode se dar com ou sem violência, de modo ostensivo ou oculto, de forma total ou parcial DIREITO DAS COISAS – Arts 1196 a 1510 LEGÍTIMA DEFESA DA POSSE E O DESFORÇO IMEDIATO A proteção conferida ao possuidor é o principal efeito da posse. São formas de autotutela, autodefesa ou de defesa direta, independentemente de ação judicial, cabíveis ao possuidor direto ou indireto; Ameaça ou turbação - cabe legítima defesa; Esbulho - desforço imediato; DIREITO DAS COISAS – Arts 1196 a 1510 Art. 1.210. O possuidor tem direito a ser mantido na posse em caso de turbação, restituído no de esbulho, e segurado de violência iminente, se tiver justo receio de ser molestado. § 1o O possuidor turbado, ou esbulhado, poderá manter-se ou restituir-se por sua própria força, contanto que o faça logo; os atos de defesa, ou de desforço, não podem ir além do indispensável à manutenção, ou restituição da posse. § 2o Não obsta à manutenção ou reintegração na posse a alegação de propriedade, ou de outro direito sobre a coisa. DIREITO DAS COISAS – Arts 1196 a 1510 Art. 567. O possuidor direto ou indireto, que tenha justo receio de ser molestado na posse, poderá requerer ao juiz que o segure da turbação ou esbulho iminente, mediante mandado proibitório, em que se comine ao réu determinada pena pecuniária, caso transgrida o preceito. Art. 560 – NCPC - O possuidor tem direito a ser mantido na posse em caso de turbação e reintegrado em caso de esbulho. DIREITO DAS COISAS – Arts 1196 a 1510 LEGÍTIMA DEFESA E DESFORÇO IMEDIATO Possuidor turbado – molestado no exercício de sua posse por terceiro, tem autorização legal para reagir , por sua própria força; > Possuidor esbulhado - perda da posse total ou parcial, poderá fazer uso do desforço imediato. O desforço imediato é praticado diante do atentado já consumado, mas ainda no calor dos acontecimentos. Este ocorre quando o possuidor, já tendo perdido a posse (esbulho), consegue reagir, em seguida, e retomar a coisa; Exige pronta intervenção “contanto que o faça logo”; O possuidor que toma as medidas de autotutela não pode ir além do indispensável para a recuperação de sua posse. Agir nos limites do exercício regular desse direito – (não abuso de direito); DIREITO DAS COISAS – Arts 1196 a 1510 LEGÍTIMA DEFESA E DESFORÇO IMEDIATO Fim social, fim econômico, boa-fé objetiva e bons costumes; Art. 187. Também comete ato ilícito o titular de um direito que, ao exercê-lo, excede manifestamente os limites impostos pelo seu fim econômico ou social, pela boa-fé ou pelos bons costumes. DIREITO DAS COISAS – Arts 1196 a 1510 LEGÍTIMA DEFESA DA POSSE E O DESFORÇO IMEDIATO > Pode ser utilizado o apoio dos empregados ou prepostos – auxílio de terceiros com quem mantém vínculo. Se estes causarem dano a outrem, seguindo ordens do possuidor, responderá o comitente, empregador ou senhorio arts. 932 e 933 CC. A responsabilidade do possuidor é objetiva (independente de culpa) desde que provada a culpa daquele por quem se é responsável. Art. 932.São também responsáveis pela reparação civil: ... III - o empregador ou comitente, por seus empregados, serviçais e prepostos, no exercício do trabalho que lhes competir, ou em razão dele; DIREITO DAS COISAS – Arts 1196 a 1510 LEGÍTIMA DEFESA DA POSSE E O DESFORÇO IMEDIATO REQUISITOS DEFESA DIRETA: 1) Reação imediata - tão logo - contra o turbador e esbulhador; Exercício arbitrário das próprias razões CP - Art. 345 - Fazer justiça pelas próprias mãos, para satisfazer pretensão, embora legítima, salvo quando a lei o permite: Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou multa, além da pena correspondente à violência. Art. 933. As pessoas indicadas nos incisos I a V do artigo antecedente, ainda que não haja culpa de sua parte, responderão pelos atos praticados pelos terceiros ali referidos. DIREITO DAS COISAS – Arts 1196 a 1510 Possuidor - é o Juiz do caso - apoio do legislador; 2) Indispensabilidade - emprego de força indispensável – meios proporcionais à agressão; Critério: atuação moderada dos meios necessários – art. 187 Abuso de direito equiparado em ato ilícito; O exercício não pode ser abusivo Limites: fim econômico ou social, boa-fé ou pelos bons costumes; No caso do desforço ´- é o ato violento permitido pelo Estado; IMPORTANTE !!!!! São medidas perigosas – tornar a vítima em agressora. DÚVIDA ????? Não exerça a defesa direta. Faça por meios de heterotutela – ações possessórias - medidas judiciais.
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