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Efeitos da Posse e Responsabilidades

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DIREITO DAS COISAS – Arts 1196 a 1510
EFEITOS DA POSSE
a) Quanto aos frutos: possuidor de boa-fé de má-fé;
SE DE BOA-FÉ: direito aos frutos percebidos - enquanto durar a boa-fé;
Frutos pendentes devem ser restituídos ao proprietário ao tempo que durar a 
boa-fé (deduzidas despesas de produção e custeio);
 Restituídos os colhidos por antecipação;
Art. 1.214. O possuidor de boa-fé tem direito, enquanto ela durar, aos 
frutos percebidos.
Parágrafo único. Os frutos pendentes ao tempo em que cessar a boa-fé devem 
ser restituídos, depois de deduzidas as despesas da produção e custeio; devem 
ser também restituídos os frutos colhidos com antecipação.
Locatário - mangueira 
DIREITO DAS COISAS – Arts 1196 a 1510
EFEITOS DA POSSE EM RELAÇÃO AOS FRUTOS:
Frutos naturais/industriais - colhidos quando separados;
Frutos civis - percebidos dia a dia
Art. 1.215. Os frutos naturais e industriais reputam-se colhidos e 
percebidos, logo que são separados; os civis reputam-se percebidos dia por dia.
SE DE MÁ-FÉ - responde pelos frutos colhidos e percebidos, e pelos que deixou de 
perceber, por sua culpa, desde o momento em que se constituiu a má-fé;
Tem direito as despesas de produção e custeio.
Art. 1.216. O possuidor de má-fé responde por todos os frutos colhidos e 
percebidos, bem como pelos que, por culpa sua, deixou de perceber, desde o 
momento em que se constituiu de má-fé; tem direito às despesas da produção e 
custeio.
DIREITO DAS COISAS – Arts 1196 a 1510
EFEITOS DA POSSE
EM RELAÇÃO AS BENFEITORIAS:
Benfeitorias – frutos/produtos
Benfeitorias – acessões
3 REGRAS – POSSUIDOR DE BOA-FÉ
1) Possuidor de boa-fé - direito aos frutos percebidos e à indenização pelas 
benfeitorias úteis e necessárias, podendo levantar as voluptuárias (sem 
detrimento da coisa) e se não for indenizado exercer o direito de retenção para 
reembolso do valor dos melhoramentos (úteis e necessários);
2)Possuidor de boa-fé não indenizado – pode reter (úteis e necessárias);
3) Benfeitorias Voluptuárias - tem direito ao seu levantamento (sem prejuízo para a 
coisa)
DIREITO DAS COISAS – Arts 1196 a 1510
EM RELAÇÃO AS BENFEITORIAS:
POSSUIDOR DE MÁ-FÉ
Indenização – benfeitorias necessárias;
Não tem direito a retenção ou levantamento das voluptuárias;
Justaposição da boa-fé objetiva à má-fé
Art. 1.222. O reivindicante, obrigado a indenizar as benfeitorias ao possuidor de 
má-fé, tem o direito de optar entre o seu valor atual e o seu custo; ao possuidor de 
boa-fé indenizará pelo valor atual.
POSSE E RESPONSABILIDADES
POSSUIDOR DE BOA-FÉ
Possuidor de boa-fé: Não responde pela perda ou deterioração da coisa a que não 
der causa – depende de culpa; 
DIREITO DAS COISAS – Arts 1196 a 1510
EFEITOS DA POSSE
POSSE E RESPONSABILIDADES
Possuidor de má-fé: Responde pela perda ou deterioração da coisa independente 
de culpa – objetiva, acidentais, salvo se provar o mesmo evento teria acontecido 
com o reivindicante; 
Art. 1.218. O possuidor de má-fé responde pela perda, ou deterioração 
da coisa, ainda que acidentais, salvo se provar que de igual modo se 
teriam dado, estando ela na posse do reivindicante.
Art. 1.217. O possuidor de boa-fé não responde pela perda ou 
deterioração da coisa, a que não der causa.
DIREITO DAS COISAS – Arts 1196 a 1510
POSSE E RESPONSABILIDADES
Possuidor de má-fé: inclusive caso fortuito e força maior - responsabilidade 
objetiva;
Art. 1.218. O possuidor de má-fé responde pela perda, ou deterioração 
da coisa, ainda que acidentais, salvo se provar que de igual modo se 
teriam dado, estando ela na posse do reivindicante.
DIREITO DAS COISAS – Arts 1196 a 1510
Tipo de possuidor Frutos Benfeitorias Responsabilidades
(perda ou 
deterioração)
Possuidor de boa-fé Direito aos frutos, 
exceto pendentes
Direito a 
Benfeitorias 
necessárias e úteis.
Voluptuárias –
levantamento –
preserva a coisa
Responde por dolo 
ou culpa
Possuidor de má-fé Não tem direito. 
Responde pelos 
frutos colhidos e os 
que deixou de 
colher
Direito as 
benfeitorias 
necessárias –
indenização.
Não retenção.
Responde ainda 
que por fato 
acidental.
DIREITO DAS COISAS – Arts 1196 a 1510
POSSE – PONTOS IMPORTANTES
1º.) A posse direta não anula a indireta, podendo o possuidor direto defender a 
sua posse contra o indireto e reciprocamente; (1197)
2º) Basta a presença de apenas 1 dos vícios para caracterizar a posse como 
injusta;
3º) Posse, mesmo que injusta, ainda é posse e pode ser defendida por meio do 
Juízo possessório, não contra aquele de quem se tirou a coisa, mas sim em face de 
terceiros. A posse é viciada em relação a determinada pessoa - inter partes e não 
erga omnes;
4º) As posses injustas por violência e clandestinidade podem ser convalidadas, 
senão depois de cessar a violência e a clandestinidade, a precariedade não cessa 
jamais; (1208)
DIREITO DAS COISAS – Arts 1196 a 1510
POSSE – PONTOS IMPORTANTES
5º.) Em relação aos efeitos, os vícios de violência, clandestinidade e precariedade 
não influenciam na questão dos frutos, benfeitorias e responsabilidades. A posse 
de boa ou má-fé é que define;
6º) Aquele que tem posse injusta não pode adquirir a coisa por usucapião;
DIREITO DAS COISAS – Arts 1196 a 1510
Art. 558. Regem o procedimento de manutenção e de reintegração de posse as 
normas da Seção II deste Capítulo quando a ação for proposta dentro de ano e dia da 
turbação ou do esbulho afirmado na petição inicial.
Parágrafo único. Passado o prazo referido no caput, será comum o procedimento, não 
perdendo, contudo, o caráter possessório.
4) Quanto ao tempo:
a) Posse nova - menos de 1 ano e 1 dia;
b) Posse velha - pelo menos 1 ano e 1 dia;
Diferença: Procedimento Especial ou Comum
Corrente contemporânea - conjuga função social e não mero requisito temporal 
DIREITO DAS COISAS – Arts 1196 a 1510
5) Quanto a presença do título:
a) Posse com título – há causa representativa da transmissão da posse –
documento escrito;
b) Posse sem título - não há causa representativa da transmissão do domínio 
fático;
III Jornada de Direito Civil – Enunciado no. 302 – “ Pode ser considerado justo título 
para a posse de boa-fé o ato jurídico capaz de transmitir a posse ad usucapionem, 
observado o disposto no artigo 113 do CC”.
Fator fundamental – função social da posse
DIREITO DAS COISAS – Arts 1196 a 1510
Análise dos vícios (violência, clandestinidade e precariedade) levam em conta 
critérios objetivos;
Posse de boa-fé ou má-fé – análise baseada em critérios subjetivos (intenção);
IMPORTANTE !!!! Não há coincidência necessária entre a posse justa e a posse 
de boa-fé e se aplica ao inverso.
Posse injusta e de boa-fé - aquisição de bem roubado;
Posse justa e de má-fé - locatário - usucapião
**** Posse justa ou injusta – efeitos quanto as ações possessórias e usucapião;
Posse de boa e má-fé - efeitos quanto aos frutos, benfeitorias e 
responsabilidades;
DIREITO DAS COISAS – Arts 1196 a 1510
6) Quanto aos efeitos:
a) Posse ad interdicta – posse que pode ser defendida pelas ações possessórias 
ou interditos possessórios – não conduz a usucapião;
b) Posse ad usucapionem - exceção - é a que se prolonga por determinado 
tempo seguindo parâmetros definidos em lei. Deve ser posse mansa, pacífica, 
duradoura, ininterrupta, com justo título e boa-fé (em regra);
DIREITO DAS COISAS – Arts 1196 a 1510
AQUISIÇÃO, TRANSMISSÃO E PERDA DA POSSE 
Aquisição da Posse 
Posse - basta possuir um ou mais poderes inerentes a propriedade
Art. 1.204. Adquire-se a posse desde o momento em que se torna possível o 
exercício, em nome próprio, de qualquer dos poderes inerentes à propriedade.
GOZAR REIVINDICAR * 
reivindicatória
USAR DISPOR
DIREITO DAS COISAS – Arts 1196 a 1510
AQUISIÇÃO
ART. 493 do CC/1916: rol taxativo e atualmente é amplo (1204 CC 2002)
Exemplos:
a) Apreensão da coisa;
b) Exercício de direito;
c) Fato de disposição da coisa;
d) Qualquer modogeral de aquisição de direito.
Formas de Aquisição:
Aquisição Originária – contato direto entre a pessoa e a coisa - apreensão –
coisas achadas e abandonadas;
Aquisição derivada - há intermediação pessoal – tradição;
DIREITO DAS COISAS – Arts 1196 a 1510
AQUISIÇÃO DA POSSE 
CLASSIFICAÇÃO DA TRADIÇÃO – aquisição derivada;
a) Tradição real - entrega efetiva da coisa;
b) Tradição simbólica - ato representativo da transferência da coisa - entrega das 
chaves de um apto;
c) Tradição ficta - se dá por presunção - possuidor possuía em nome alheio e passa a 
possuir em nome próprio;
Ex:Locatário compra e passa a ser proprietário;
C1) Tradição ficta no constituto possessório ou cláusula constituti – possuía em nome 
próprio e passa a possuir em nome alheio
Direito Civil – das Coisas
17
Constituto Possessório - possui o bem em nome próprio e passa a 
possuir em nome alheio (aquisição e perda de posse ao mesmo tempo);
A transmissão se perfaz-se por via contratual - cláusula contratual, 
denominada cláusula constituti, a qual converte o adquirente em 
possuidor;
> cláusula “constituti” - acordo de vontades entre comprador e vendedor, 
pela qual não ocorre o DESLOCAMENTO MATERIAL DA POSSE SOBRE O 
IMÓVEL VENDIDO. 
Não é presumido. Deve ser expressamente estipulado;
ocorre quando o vendedor, por acordo com o comprador, permanece 
no imóvel vendido, a certo tempo e da forma estipulada v.g., como 
locatário ou a certo tempo como comodatário;
DIREITO DAS COISAS – Arts 1196 a 1510
AQUISIÇÃO, TRANSMISSÃO E PERDA DA POSSE 
 O comprador será carecedor de uma eventual ação possessória ajuizada contra 
o alienante se não constar no contrato o constituto possessório;
Em havendo a aquisição ou transmissão da posse pelo constituto possessório, não 
restam dúvidas de que o novo possuidor poderá defender-se por meio das ações 
possessórias, como entende o STJ (REsp 173.183/TO, 4ª. Turma, Rel. Min. Ruy 
Rosado de Aguiar, j. 01.09.1998, DJ 19.10.1998, p. 110)
 Ações Possessórias – sem nunca ter tido poder fático sobre a coisa;
DIREITO DAS COISAS – Arts 1196 a 1510
AQUISIÇÃO, TRANSMISSÃO E PERDA DA POSSE 
 Ação de Reintegração e não de Imissão na Posse – rito petitório –
procedimento comum;
 A ação a ser proposta pelo comprador, após já transferida a posse pelo 
constituto possessório, será a de reintegração de posse (e não imissão de 
posse), pois configurou-se o esbulho → no caso do alienante se recusar à 
entrega da coisa;
DIREITO DAS COISAS – Arts 1196 a 1510
ESCRITURA PÚBLICA DE COMPRA E VENDA COM CONDIÇÃO RESOLUTIVA EXPRESSA 
QUE FAZ ........... (Outorgante) COM ........... (Outorgado) COMO ADIANTE SE 
DECLARA:
•S A I B A M quantos esta escritura pública de Cessao de Direitos virem, que aos 
..... dias do mês de ........... do ano de .....; nesta cidade e Comarca de ........... 
(nome da comarca), Estado do ........... (nome do estado), nesta serventia, 
compareceram as partes avindas entre si, justas e contratadas a saber, de um 
lado, como Outorgante Vendedor:- ......(Nome Civil), (Nacionalidade), .....(Estado 
Civil), .....(Profissão), Carteira de Identidade nº ....., C.P.F. nº ....., residente e 
domiciliado na Rua ....., nº ....., bairro ....., Cep. ....., Cidade ....., no Estado ...... e, 
de outro lado, como Outorgado Comprador:- ......
o outorgante, desde já, tem o outorgado por empossado no imóvel em objeto, 
por força desta escritura e "CLAUSULA CONSTITUTI", o outorgante transfere toda a 
posse, jús, domínio, direitos e ação que exercia sobre o bem ora vendido, para 
que dele o mesmo comprador use, goze e disponha livremente como seu que 
fica sendo, obrigando-se o vendedor a fazer por si, herdeiros ou sucessores, esta 
escritura e a venda sempre boa, firme e valiosa, respondendo pela evicção de 
direito quando chamado a autoria. 
DIREITO DAS COISAS – Arts 1196 a 1510
AQUISIÇÃO DA POSSE
Momento da aquisição da posse: com o exercício dos poderes inerentes 
à propriedade.
- Poder de ingerência e socioeconômica sobre a coisa; 
POR QUEM????
Pela própria pessoa que a pretende: direito à própria pessoa que a 
pretende - pleno uso de sua capacidade de exercício;
Por meio de representação legal: Caso de Incapaz – deverá adquirir a 
posse por meio dos pais, tutores ou curadores e se relativamente incapaz –
assistência do representante legal.
Por procurador: Mandatário - necessário instrumento de mandato;
DIREITO DAS COISAS – Arts 1196 a 1510
AQUISIÇÃO DA POSSE
Por terceiro sem mandato: sem mandato, depende de 
ratificação da pessoa.
 Enquanto não houver a ratificação – gestão de negócio alheio;
 Com a ratificação - validação desde o instante do ato 
aquisitivo “ ex tunc” 
 Sem a ratificação - obrigação pessoal do gestor de negócios 
perante a pessoa que contratou aquela aquisição, 
consequência e perdas e danos.
DIREITO DAS COISAS – Arts 1196 a 1510
TRANSFERÊNCIA DA POSSE - Ato “ inter vivos” ou “ causa mortis”
PRINCÍPIO DA CONTINUIDADE DO CARÁTER DA POSSE
Art. 1.206. A posse transmite-se aos herdeiros ou legatários 
do possuidor com os mesmos caracteres.
Art. 1.203. Salvo prova em contrário, entende-se manter a posse o 
mesmo caráter com que foi adquirida.
DIREITO DAS COISAS – Arts 1196 a 1510
Art. 1207 CC – ‘O sucessor universal continua de direito a posse do seu 
antecessor; e ao sucessor singular é facultado unir sua posse à do antecessor, 
para os efeitos legais.’
DIFERENÇA
Singular há união - facultado ao legatário unir a posse à precedente. 
(interesse e conveniência)
Universal –mantém-se a posse com as mesmas características – IMPERATIVA!
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10654735/artigo-1207-da-lei-n-10406-de-10-de-janeiro-de-2002
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/111983995/c%C3%B3digo-civil-lei-10406-02
DIREITO DAS COISAS – Arts 1196 a 1510
TRANSFERÊNCIA DA POSSE - Ato “ inter vivos” ou “ causa mortis”
INTER VIVOS - possibilidade do novo possuidor explorar economicamente 
a área e adquiri-la posteriormente pela usucapião aproveitando todo o 
prazo que o possuidor anterior exerceu.
Transmissão à título singular - União = o sucessor singular pode agregar a 
sua posse à de seu antecessor, sobre um bem ou vários bens 
determinados. 
(compra e venda, doação ou legado)
Assim, dá-se a Acessão da posse - Significa união ou soma da posse.
DIREITO DAS COISAS – Arts 1196 a 1510
TRANSFERÊNCIA DA POSSE - Ato “ inter vivos” ou “ causa mortis”
MORTIS CAUSA 
Transmissão a título universal - sucessão(herança legítima) = o herdeiro 
continua, por determinação legal, a posse que tinha o de cujus. Não lhe é dado 
escolher entre unir ou não a sua posse a de seu antecessor, pois, por imposição 
legal, a conjunção da posse é obrigatória. Continuidade
Sucessão mortis causa a título singular – União (legado)
DIREITO DAS COISAS – Arts 1196 a 1510
TRANSFERÊNCIA DA POSSE - Ato “ inter vivos” ou “ causa mortis”
Enunciado V Jornada de Direito Civil, 2011:
“ A faculdade conferida ao sucessor singular de somar ou não o tempo da 
posse de seu antecessor, não significa que, ao optar por nova contagem, 
estará livre do vício objetivo que maculava a posse anterior (Enunciado no. 
494)
É possível que o vício que atingia a posse anterior seja transmitido ao 
sucessor singular.
O acessório segue o principal.
Art. 1.209. A posse do imóvel faz presumir, até prova contrária, a das coisas 
móveis que nele estiverem.
DIREITO DAS COISAS – Arts 1196 a 1510
PERDA DA POSSE (arts. 1223 e 1224 CC)
Posse é a visibilidade da propriedade – poder fático sobre a coisa 
> Deixar de exercer sobre a coisa qualquer dos três poderes inerentes ao 
domínio;
>Usar, gozar e dispor da coisa e o direito de reavê-la ( 1228)
Art. 1.223. Perde-se a posse quando cessa, embora contra a vontade 
do possuidor, o poder sobre o bem, ao qual se refere o art. 1.196.
DIREITO DAS COISAS – Arts 1196 a 1510
-> Privação da disponibilidade física 
Art. 520/16 - rol numerusclausus
Abandono da coisa – renúncia da posse;
 Pela tradição – real, simbólica ou ficta;
Art. 1.223. Perde-se a posse quando cessa, embora contra a vontade 
do possuidor, o poder sobre o bem, ao qual se refere o art. 1.196.
DIREITO DAS COISAS – Arts 1196 a 1510
 Perda ou Destruição - involuntária ou permanente; - não cabível a 
deterioração 
 Se a coisa for colocada fora do comércio - inalienável;
Pela posse de outrem – contra a vontade do possuidor, se não manutenido
ou reintegrado tempestivamente; (1 ano e 1dia)
Pelo constitutu possessório ou cláusula constituti – possuía em nome próprio 
e passa a possuir em nome alheio – aquisição e perda ao mesmo tempo;
Supressio – perda de um direito pelo seu não exercício no tempo
Art. 1.224. Só se considera perdida a posse para quem não presenciou o 
esbulho, quando, tendo notícia dele, se abstém de retornar a coisa, ou, 
tentando recuperá-la, é violentamente repelido.
DIREITO DAS COISAS – Arts 1196 a 1510
COMPOSSE OU COMPOSSESSÃO
É a situação pela qual duas ou mais pessoas exercem, simultaneamente, 
poderes possessórios sobre a mesma coisa ( condomínio de posses) – pode ser 
inter vivos ou causa mortis;
 Podem usar livremente a coisa;
 Sem exclusão do direito alheio;
 Poderão fazer uso das ações possessórias – atentado praticado por terceiros;
 Utilização das medidas de auto-tutela;
Art. 1.199. Se duas ou mais pessoas possuírem coisa indivisa, 
poderá cada uma exercer sobre ela atos possessórios, 
contanto que não excluam os dos outros compossuidores.
DIREITO DAS COISAS – Arts 1196 a 1510
COMPOSSE OU COMPOSSESSÃO
Ação possessória em face de outro compossuidor - herdeiro
PRINCÍPIO SAISINE. REINTEGRAÇÃO. COMPOSSE. 
Cinge-se a questão em saber se o compossuidor que recebe a posse em razão do 
princípio saisine tem direito à proteção possessória contra outro compossuidor. 
Inicialmente, esclareceu o Min. Relator que, entre os modos de aquisição de posse, 
encontra-se o ex lege, visto que, não obstante a caracterização da posse como poder 
fático sobre a coisa, o ordenamento jurídico reconhece, também, a obtenção desse 
direito pela ocorrência de fato jurídico – a morte do autor da herança –, em virtude 
do princípio da saisine, que confere a transmissão da posse, ainda que indireta, aos 
herdeiros independentemente de qualquer outra circunstância. Desse modo, pelo 
mencionado princípio, verifica-se a transmissão da posse (seja ela direta ou indireta) 
aos autores e aos réus da demanda, caracterizando, assim, a titularidade do direito 
possessório a ambas as partes
DIREITO DAS COISAS – Arts 1196 a 1510
COMPOSSE OU COMPOSSESSÃO - Ação possessória em face de outro compossuidor
PRINCÍPIO SAISINE. REINTEGRAÇÃO. COMPOSSE. 
No caso, há composse do bem em litígio, motivo pelo qual a posse de qualquer um 
deles pode ser defendida todas as vezes em que for molestada por estranhos à relação 
possessória ou, ainda, contra ataques advindos de outros compossuidores....... Isso 
posto, a Turma deu provimento ao recurso para julgar procedente a ação de 
reintegração de posse, a fim de restituir aos autores da ação a composse da área 
recebida por herança. Precedente citado: REsp 136.922-TO, DJ 16/3/1998. REsp
537.363-RS, Rel. Min. Vasco Della Giustina (Desembargador convocado do TJ-RS), 
julgado em 20/4/2010.
DIREITO DAS COISAS – Arts 1196 a 1510
COMPOSSE OU COMPOSSESSÃO
Classificação:
a) Composse pro indiviso ou indivisível - fração ideal da posse – não sendo possível 
delimitar no plano fático e corpóreo;
b) Composse pro diviso ou divisível - compossuidor com parte determinável no plano 
fático e corpóreo – fração real da posse.
Direito Civil – das Coisas
35
PROTEÇÃO POSSESSÓRIA: 
a) Legítima defesa e desforço imediato;
b) Ações Possessórias;
INTERDITOS POSSESSÓRIOS - Ações possessórias diretas;
Interdito 
Proibitório
1210 – caput final
Reintegração de 
Posse 1210 meio
Manutenção de 
Posse
1210 inicial
Direito Civil – das Coisas
36
Ameaça à posse -risco de atentado à posse - perigo iminente 
devolução – Interdito proibitório;
Turbação – atentados fracionados à posse - molestamento – Ação de 
Manutenção da Posse;
Esbulho – atentado consolidado à posse – Ação de Reintegração de 
Posse;
Direito Civil – das Coisas
37
INTERDITOS POSSESSÓRIOS
Ameaça - ato ofensivo a posse, sem que se configure intromissão no poder 
de domínio. Rumores ou possibilidades, potencialidade remota de perda da 
posse por atos concretos, devendo existir um justo receio de ser molestado 
na posse;
Turbação - ato de interferência na relação do possuidor com a coisa, sem 
entretanto, ocorrer a perda da posse. Violação e não ameaças;
Defesa do Réu - exceção de posse viciosa – alegação de que a posse do 
autor que pretende a manutenção apresenta algum vício de constituição -
violência, clandestinidade ou precariedade;
Esbulho - perda injusta da posse. A perda pode se dar com ou sem 
violência, de modo ostensivo ou oculto, de forma total ou parcial
DIREITO DAS COISAS – Arts 1196 a 1510
LEGÍTIMA DEFESA DA POSSE E O DESFORÇO IMEDIATO
A proteção conferida ao possuidor é o principal efeito da posse. 
São formas de autotutela, autodefesa ou de defesa direta, 
independentemente de ação judicial, cabíveis ao possuidor direto ou indireto;
Ameaça ou turbação - cabe legítima defesa;
Esbulho - desforço imediato;
DIREITO DAS COISAS – Arts 1196 a 1510
Art. 1.210. O possuidor tem direito a ser mantido na posse em caso de 
turbação, restituído no de esbulho, e segurado de violência iminente, 
se tiver justo receio de ser molestado.
§ 1o O possuidor turbado, ou esbulhado, poderá manter-se ou 
restituir-se por sua própria força, contanto que o faça logo; os atos de 
defesa, ou de desforço, não podem ir além do indispensável à 
manutenção, ou restituição da posse.
§ 2o Não obsta à manutenção ou reintegração na posse a alegação de 
propriedade, ou de outro direito sobre a coisa.
DIREITO DAS COISAS – Arts 1196 a 1510
Art. 567. O possuidor direto ou indireto, que tenha justo receio de ser molestado 
na posse, poderá requerer ao juiz que o segure da turbação ou esbulho iminente, 
mediante mandado proibitório, em que se comine ao réu determinada pena 
pecuniária, caso transgrida o preceito.
Art. 560 – NCPC - O possuidor tem direito a ser mantido na posse em caso de 
turbação e reintegrado em caso de esbulho.
DIREITO DAS COISAS – Arts 1196 a 1510
LEGÍTIMA DEFESA E DESFORÇO IMEDIATO
Possuidor turbado – molestado no exercício de sua posse por terceiro, tem 
autorização legal para reagir , por sua própria força;
> Possuidor esbulhado - perda da posse total ou parcial, poderá fazer uso do 
desforço imediato. 
O desforço imediato é praticado diante do atentado já consumado, mas ainda no calor 
dos acontecimentos. Este ocorre quando o possuidor, já tendo perdido a posse 
(esbulho), consegue reagir, em seguida, e retomar a coisa; 
Exige pronta intervenção “contanto que o faça logo”;
 O possuidor que toma as medidas de autotutela não pode ir além do indispensável 
para a recuperação de sua posse. Agir nos limites do exercício regular desse direito –
(não abuso de direito);
DIREITO DAS COISAS – Arts 1196 a 1510
LEGÍTIMA DEFESA E DESFORÇO IMEDIATO
Fim social, fim econômico, boa-fé objetiva e bons costumes;
Art. 187. Também comete ato ilícito o titular de um direito que, ao 
exercê-lo, excede manifestamente os limites impostos pelo seu fim 
econômico ou social, pela boa-fé ou pelos bons costumes.
DIREITO DAS COISAS – Arts 1196 a 1510
LEGÍTIMA DEFESA DA POSSE E O DESFORÇO IMEDIATO
> Pode ser utilizado o apoio dos empregados ou prepostos – auxílio de terceiros com 
quem mantém vínculo.
Se estes causarem dano a outrem, seguindo ordens do possuidor, responderá o 
comitente, empregador ou senhorio arts. 932 e 933 CC.
A responsabilidade do possuidor é objetiva (independente de culpa) desde que 
provada a culpa daquele por quem se é responsável.
Art. 932.São também responsáveis pela reparação civil:
...
III - o empregador ou comitente, por seus empregados, serviçais e prepostos, no 
exercício do trabalho que lhes competir, ou em razão dele;
DIREITO DAS COISAS – Arts 1196 a 1510
LEGÍTIMA DEFESA DA POSSE E O DESFORÇO IMEDIATO
REQUISITOS DEFESA DIRETA:
1) Reação imediata - tão logo - contra o turbador e esbulhador;
Exercício arbitrário das próprias razões
CP - Art. 345 - Fazer justiça pelas próprias mãos, para satisfazer pretensão, embora 
legítima, salvo quando a lei o permite:
Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou multa, além da pena correspondente à 
violência.
Art. 933. As pessoas indicadas nos incisos I a V do artigo antecedente, ainda que não 
haja culpa de sua parte, responderão pelos atos praticados pelos terceiros ali 
referidos.
DIREITO DAS COISAS – Arts 1196 a 1510
Possuidor - é o Juiz do caso - apoio do legislador;
2) Indispensabilidade - emprego de força indispensável – meios proporcionais à 
agressão;
Critério: atuação moderada dos meios necessários – art. 187 Abuso de direito 
equiparado em ato ilícito;
O exercício não pode ser abusivo 
 Limites: fim econômico ou social, boa-fé ou pelos bons costumes; 
No caso do desforço ´- é o ato violento permitido pelo Estado;
IMPORTANTE !!!!! São medidas perigosas – tornar a vítima em agressora.
DÚVIDA ????? Não exerça a defesa direta. Faça por meios de heterotutela – ações 
possessórias - medidas judiciais.

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