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Posse e Ações Possessórias

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● RESUMO DOS TEMAS 
 
POSSE E AÇÕES POSSESSÓRIA 
 
ALUNA:​FABIANA DA SILVA - 5°SEMESTRE MANHÃ 
Baseado no livro-Direito civil brasileiro 5 
Direito das Coisas 
Carlos Roberto Gonçalves 
 
DA POSSE 
NOÇÕES GERAIS SOBRE A POSSE 
 
 ​A posse é protegida para evitar a violência e assegurar a paz social. 
Se alguém assim se instala-se em um imóvel e nele se mantém,passificamente por mais de um ano e dia,cria uma 
situação possessória, que lhe proporciona direito a proteção.Esse direito é chamado ​jus possessionis ​ou ​posse 
formal​. 
Já o direito a posse,conferindo ao portador de título devidamente transcrito,bem como ao título de outros direitos 
reais,é denominado ​jus possidendi ​ou posse causal.​Nesses exemplos,a posse não tem qualquer 
autonomia,constituindo-se em conteúdo do direito real.Tanto no caso do ​jus possidendi(​posse causal,titulada​)​como 
no do ​jus processionais(​posse autônoma outro formal, sem título​). 
 
 ​ORIGEM HISTÓRIA DA POSSE 
 
​Desde os tempos remotos a tutela da situação de fato originada pela posse é um mero reflexo da defesa da paz 
social. 
A origem da posse é questão controvertida, malgrado se admita que em Roma tenha ocorrido o seu 
desenvolvimento. 
 
 TEORIA SUBJETIVA DE SAVIGNY 
 
 ​Para Savigny, a posse caracteriza-se pela conjugação de dois elementos: 
Corpus, Elemento Objetivo,​ que consiste na detenção física da coisa. 
Animus, Elemento subjetivo, que se encontra na intenção de exercer sobre a coisa um poder no interesse próprio e 
de defendê-la contra a intervenção de outrem. Não é propriamente a convicção de ser dono, mas a vontade de tê-la 
como sua, de exercer o direito de propriedade como se fosse o seu. 
 
 ​TEORIA OBJETIVA DE IHERING 
 
Para que a posse existe, basta o elemento objetivo, pois ela se revela na maneira como o proprietário agente em 
face da coisa. 
 Tem posse, quem se comporta como dono. 
 
 ​CONCEITO DA POSSE 
 
​A posse "não é o exercício do poder, mas sim o poder propriamente dito que tem o titular da relação fática sobre 
um determinado bem”, caracterizando-se tanto pelo exercício como pela possibilidade de exercício. 
 
 ​POSSE E DETENÇÃO 
 
​Posse, como foi dito, é a exterioridade, a visibilidade do domínio. Tem posse todo aquele que se comporta como 
proprietário. A detenção encontra-se em último lugar na escala das relações jurídicas entre a pessoa e a coisa. 
 
 ​POSSE E QUASE POSSE 
 
 ​Os romanos chamavam de quase posse, são hoje, tratados como posse propriamente dita. 
 
 
 NATUREZA JURÍDICA DA POSSE 
 
 ​Outra corrente sustenta que a posse é um fato, uma vez que não tem autonomia, não tem valor jurídico próprio. 
 
 ​POSSE DIRETA E POSSE INDIRETA 
 
​A clássica distinção entre posse direta e indireta surge do desdobramento da posse plena, podendo haver 
desdobramentos sucessivos. 
 
 ​POSSE EXCLUSIVA, COMPOSSE E 
 POSSES PARALELAS 
 
​Exclusiva é a posse de um único possuidor. É aquela em que uma única pessoa, física e jurídica, tem sobre a 
mesma coisa, posse plena, direta ou indireta. 
A posse exclusiva pode ser plena ou não. Plena é a posse em que o possuidor exerce de fato os poderes inerentes à 
propriedade, como se sua fosse a coisa. 
Composse é a situação pela qual duas ou mais pessoas exercem, simultaneamente, poderes possessórios sobre a 
mesma coisa. Não se deve, confundir composse (​várias posses concomitantes sobre a mesma coisa​) com posses 
paralelas, também denominadas posses múltiplas, em que ocorre concorrência ou sobreposição de posses (​existência 
de posses de natureza diversa sobre a mesma coisa​). 
 
 ​POSSE JUSTA E POSSE INJUSTA 
 
​Posse justa, é aquela isenta de vícios, aquela que não repugna ao direito, por ter sido adquirida por algum dos 
modos previstos na lei. 
Posse injusta, por oposição, é a posse que foi adquirida viciosamente, por violência ou clandestinidade ou por 
abuso do precário. 
 
 ​POSSE DE BOA-FÉ E 
 POSSE DE MÁ-FÉ 
 
​A posse de boa-fé "o possuidor ignora o vício, ou o obstáculo que impede a aquisição da coisa”. Decorre da 
consciência de se ter adquirido a posse por meios legítimos. 
A posse de má-fé para verificar se uma posse é justa ou injusta, o critério entretanto é objetivo: examina-se a 
existência ou não dos vícios apontados. 
A boa-fé não é essencial para o uso das ações possessórias. Basta que a posse seja justa. Ainda que de má-fé, o 
possuidor não perde o direito de ajuizar a ação possessória competente para proteger-se de um ataque à sua posse. 
 
 ​POSSE NOVA E POSSE VELHA 
 
 ​Posse nova é a de menos de ano e dia. Posse velha é a de ano e dia ou mais. 
Não se pode e nem deve confundir posse nova com ação de força nova, nem posse velha com ação de força velha. 
Classifica-se a posse nova ou velha quanto à sua idade. 
 
 
 ​POSSE NATURAL E 
 POSSE CIVIL OU JURÍDICA 
 
​Posse natural é a que se constitui pelo exercício de poderes de fato sobre a coisa, ou segundo Limongi França, a 
que se assenta na detenção material e efetiva da coisa. 
​Posse civil ou jurídica ​é a que se adquire por força da leis em necessidade de atos físicos ou da apreensão 
material da coisa. 
 
 
 POSSE "AD INTERDICTA" E 
 POSSE "AD USUCAPIONEM" 
 
​Posse ad interdicta é a que pode ser defendida pelos interditos, isto é, pelas ações possessórias quando molestada, 
mas não conduz à usucapião. 
Posse ad usucapi nem é a que se prolonga por determinado lapso de tempo estabelecido na lei, deferindo a seu 
titular a aquisição do domínio. É em suma, aquela capaz de gerar o direito de propriedade. 
 
 ​POSSE "PRO DIVISO" E 
 POSSE "PRO INDIVISO" 
 
​Se os com possuidores têm posse somente de partes ideais da coisa, diz-se que a posse é pro indiviso. Se cada um 
se localiza em partes determinadas do imóvel, estabelecendo uma divisão de fato, diz-se que exerce posse pro diviso. 
Posse pro indiviso é a posse de partes ideais da coisa objeto de composse.Já a posse pro diviso é a posse 
materialmente localizada dentro da composse. É uma verdadeira posse individual dentro da composse, uma vez que o 
possuidor pro diviso, sendo a posse justa, pode executar seus direitos contra os demais com possuidores. 
Na posse pro indiviso, a com possessão subsiste de direito, mas não de fato, e na posse pro diviso existe com 
possessão de fato e de direito. 
 
 ​MODOS DE AQUISIÇÃO DA POSSE 
 
 1" ​pela apreensão da coisa, ou pelo exercício do direito; 
2​ pelo fato de se dispor da coisa, ou do direito; 
3 ​por qualquer dos modos de aquisição em geral.​" 
A sua aquisição pode concretizar-se, portanto por qualquer dos modos de aquisição em geral, como 
exemplificativamente, a apreensão, o constituo possessório e qualquer outro ato ou negócio jurídico, a título gratuito 
ou oneroso, Inter vivos ou causa mortis. 
 
 ​MODOS ORIGINÁRIOS DE 
 AQUISIÇÃO DA POSSE 
 
 Adquire-se a posse por modo originário, quando não há consentimento de possuidor precedente. 
 Se o modo de aquisição é originário, a posse apresenta-se escoimada dos vícios que anteriormente a contaminava. 
Quando o modo é originário, surge uma nova situação de fato, que pode ter outros defeitos, mas nãoos vícios 
anteriores. 
 
 ​APREENSÃO DA COISA 
 
A apreensão consiste na apropriação unilateral de coisa "sem dono”. A coisa diz "sem dono “quando tiver sido 
abandonado (​res de relicta​) ou quando não for de ninguém (​res nullius​). 
 Dá-se, também a apreensão numa outra situação: quando a coisa é retirada de outrem sem a sua permissão. 
 
 ​EXERCÍCIO DO DIREITO 
 
​O exercício do direito não se confunde com gozo, Ter o exercício de um direito é poder usar esse direito, é ter lhe 
a utilização, a realização do poder que ele contém. O locatário, por exemplo, adquire a posse da coisa locada quando 
assume o exercício desse direito. O mesmo sucederá com todos aqueles que sejam titulares de direitos exercidos 
sobre coisas corpóreas. 
 
 ​MODOS DERIVADOS DE 
 AQUISIÇÃO DA POSSE 
 
​Há aquisição derivada ou bilateral quando a posse decorre de um negócio jurídico, caso em que é inteiramente 
aplicável o artigo 104 CC 
 
 ​TRADIÇÃO 
 
A tradição constitui modo bilateral, uma vez que pressupõe um acordo de vontades entre o tridente e o adquirente, 
anterior ao ato de tradição. 
 ​Há três espécies de tradição: 
 Real, simbólica e ficta. 
 Tradição Real​ quando envolve a entrega efetiva e material da coisa, causa negocial. 
​Tradição Simbólica quando representada por ato que traduz a alienação, como a entrega das chaves do 
apartamento ou do veículo vendido. 
 
 ​SUCESSÃO NA POSSE 
 
 A posse pode ser adquirida, em virtude de sucessão​ Inter vivos e mortis causa​. 
 Na que opera mortis causa pode haver sucessão universal e a título singular. 
Já o Inter vivos quando o herdeiro é chamado a suceder na totalidade da herança, fração(​porcentagem​) dela. Na 
sucessão mortis causa a título singular, o testador deixa ao beneficiário um bem certo e determinado. 
 
 QUEM PODE ADQUIRIR A POSSE 
 
​A posse pode ser adquirida pela própria pessoa que a pretende, desde que capaz. Se não tiver capacidade legal, 
poderá adquiri-la se estiver representada ou assistida por seu representante. 
 
PERDA DA POSSE 
 
 ​Perde-se​ ​a posse das coisas​: 
Pelo abandono​ quando o possuidor renúncia à posse, manifestando,voluntariamente. 
Pela tradição (traditivo) quando envolve a intenção definitiva de transferi-la a outrem.Ex: venda do objeto,com 
transmissão da posse plena ao adquirente. 
Pela perda propriamente dita da coisa recaindo a posse em bem determinado,se este desaparece,torna-se 
impossível exercer o poder físico em que se concretiza.O caso típico de perda da posse por impossibilidade de 
detenção é o do passarinho que foge da gaiola. 
Pela destruição da coisa uma vez que,perecendo o objeto,extingue-se o direito.Pode resultar de acontecimento 
natural ou fortuito,como a morte de um animal em consequência de idade avançada ou de um raio,de fato do próprio 
possuidor,etc. 
Pela colocação da coisa fora do comércio porque se tornou inaproveitável ou inalienável.De ter o possuidor o poder 
físico sobre o objeto da posse. 
Pela posse de outrem ainda que a nova posse se tenha firmado contra a vontade do primitivo possuidor,se não foi 
mantido ou reintegrado em tempo oportuno.O desapossamento violento ou clandestino por ato de terceiro dá origem à 
detenção,viciada pela violência e clandestinidade exercidos. 
 
 ​RECUPERAÇÃO DE COISAS MÓVEIS 
 E TÍTULOS AO PORTADOR 
 
​Artigo 521 c.c permitia a reivindicação de coisa móvel furtada,ou título ao portador,ainda que o terceiro 
demonstrasse ser adquirente de boa-fé. 
 
 ​PERDA DA POSSE PARA O AUSENTE 
 
A interpretação literal do aludido artigo insinuava que a posse estava perdida para o ausente quando,ciente do 
esbulho,permanecia inativo,ou tentando reaver a coisa,era violentamente repelido. 
 
 ​A PROTEÇÃO POSSESSÓRIA 
 
A proteção conferida ao possuidor é o principal efeito da posse.Dá-se de dois modos:pela legítima defesa e pelo 
desforço imediato em que o possuidor pode manter ou restabelecer a situação de fato pelos seus próprios recursos,e 
pelas ações possessórias,criadas especificamente para a defesa da posse. 
 
 ​AÇÕES POSSESSÓRIAS EM SENTIDO ESTRITO 
 
 LEGITIMAÇÃO ATIVA E PASSIVA 
 
​A legitimidade passiva nas ações possessórias é do autor da ameaça,turbação ou esbulho,assim como do terceiro 
que recebeu a coisa esbulhada,sabendo que o era,isto é de má-fé. 
O herdeiro a título universal ou mortis causa também é legitimado passivo porque continua de direito a posse de 
seu antecessor com as mesmas características. 
 
 ​CONVERSÃO DE AÇÃO POSSESSÓRIA EM AÇÃO DE INDENIZAÇÃO 
 
​Permite-se que o possuidor possa demandar a proteção possessória e,comulativamente,pleitear a condenação do 
réu nas perdas e danos. 
 
 ​A FUNGIBILIDADE DOS INTERDITOS 
 
 ​O diploma processual permite a cumulação de pedidos,na inicial da ação possessória. 
 A cumulação é facultativa e pode ocorrer sem prejuízo do rito especial. 
Pode formular outros pedidos cumulados ao possessório,exemplo o de rescisão do compromisso de compra e 
venda e o demarcatório. 
 
 ​CARÁTER DÚPLICE DAS AÇÕES POSSESSÓRIAS 
 
 ​A situação jurídica se apresenta de tal modo que qualquer dos sujeitos pode ajuizar a ação contra o outro. 
 Quando isso acontece diz-se que a ação é de natureza dúplice. 
 Pode-se afirmar,que as ações possessórias são dúplices por vontade do legislador,e não por sua natureza. 
 
 ​DISTINÇÃO ENTRE JUÍZO POSSESSÓRIO E JUÍZO PETITÓRIO. 
 A EXCEÇÃO DE DOMÍNIO 
 
A ação petitório é o meio de tutela dos direitos reais,de propriedade ou outro.No juízo petitório se invoca o ius 
possidendi (posse causal). 
No juízo possessório não adianta alegar o domínio porque só se discute posse.Por outro lado,no juízo petitório a 
discussão versa sobre o domínio,sendo secundária a questão daquela. 
 
 ​PROCEDIMENTO:AÇÃO DE FORÇA NOVA E AÇÃO DE FORÇA VELHA 
 
AÇÃO POSSESSÓRIA RELATIVA À COISA MÓVEL 
 
A diferença entre o procedimento especial das ações possessórias e o ordinário está a possibilidade,prevista no 
primeiro,de concessão de liminar,inaudita altera parte ou após a realização de uma audiência de justificação prévia da 
posse. 
 
 ​A EXIGÊNCIA DE PRESTAÇÃO DE CAUSA 
 
​O requerido então fará jus a indenização dos prejuízos sofridos.Para garantir-se, poderá o réu,após a concessão da 
liminar,exigir que o autor preste caução,provando a falta de idoneidade financeira deste para arcar com as perdas e 
danos.Não prestando caução,a coisa litigiosa será depositada judicialmente. 
 
 ​DA MANUTENÇÃO E DA REINTEGRAÇÃO DE POSSE 
 CARACTERÍSTICAS E REQUISITOS 
 
A manutenção e a reintegração de posse são tratados em uma única seção no estatuto processual civil,visto que 
apresentam características e requisitos semelhantes.A diferença está apenas em que o possuidor tem direito a ser 
mantido na posse em caso de turbação e reintegrado no de esbulho. 
 
 ​POSSE 
 
Reintegração se o vendedor transmite a posse na escritura e não a entrega de fato.Nesse momento passa a ser 
esbulhador. 
 A posse,para ser tutelada,não depende de título ou causa,uma vez que se protege a posse formal. 
 
 ​TURBAÇÃO 
 
​É todo ato que embaraça o livre exercício da posse.Todo fato material ou todo ato jurídico que direta ou indiretaconstitui ou implica uma pretensão contrária à posse de outra pessoa. 
 ​A turbação de direito​ consiste na contestação ou ataques judiciais,pelo réu à posse do autor. 
 A turbação"há de ser real,isto é concreta,efetiva,consistente em fatos". 
​TURBAÇÃO DIRETA é a comum,a que se exerce imediatamente sobre o bem.Ex:abertura de caminho,ou corte 
de árvores no terreno do vizinho. 
​TURBAÇÃO INDIRETA é a praticada externamente,mas que repercute sobre a coisa possuída.Ex:em virtude de 
manobras do turbador,o possuidor não consegue inquilino para o prédio. 
​TURBAÇÃO POSITIVA é a que resulta da prática de atos materiais sobre a coisa.Ex:passagem pela propriedade 
alheia,ou retirar água sem o consentimento do dono. 
​TURBAÇÃO NEGATIVA é a que apenas dificulta,embaraça ou impede o livre exercício da posse pelo 
possuidor.Ex:a que impede o possuidor de utilizar a porta de entrada de sua propriedade ou seu imóvel. 
 
 ​ESBULHO 
 
​Consiste no ato pelo qual o possuidor se vê privado da posse mediante violência,clandestinidade ou abuso de 
confiança.Acarreta pois,a perda da posse contra a vontade do possuidor.O esbulhado perde a posse. 
 
 ​DATA DA TURBAÇÃO OU DO ESBULHO 
 
 Exige prova de turbação ou esbulho,praticados há menos de ano e dia da data do ajuizamento. 
 O prazo de ano e dia,não se altera pelo fato de o possuidor ser menor,interdito,pessoa de direito público,ausente. 
 O prazo começa a contar-se em regra,no momento em que se dá a violação da posse. 
Nos casos de esbulho pacífico,o prazo de ano e dia se conta da data em que o possuidor direto deveria restituir a 
coisa ao possuidor indireto. 
 
 ​O PROCEDIMENTO A PETIÇÃO INICIAL 
 
​As partes devem ser identificadas com precisão,indicando os nomes,prenomes,estado civil,profissão,domicílio e 
residência.Os nomes e qualificações de todos os autores podem,para facilidade,ser fornecidos em relação anexa à 
inicial. 
 
 ​DA LIMINAR 
 
​A liminar inaudita altera parte,isto é,sem ouvir o réu,será deferida se a petição inicial estiver devidamente 
instruída com prova idônea dos fatos no artigo 927 posse,data da turbação ou do esbulho etc. 
 Para a concessão da liminar,exige-se apenas um começo de prova do requerente. 
 Para a reintegração liminar bastará que o autor comprove os fatos. 
 
 
 ​CONCESSÃO DE LIMINAR CONTRA PESSOA JURÍDICA DE DIREITO PÚBLICO 
 
​Incluem-se no privilégio as pessoas de direito público externo (​estados soberanos estrangeiros​).Não se 
incluem,contudo as chamadas empresas públicas,e menos ainda as de capital misto,que são pessoas de Direito 
Privado,como as concessionárias e permissionárias de serviços ao público. 
 
 ​EXECUÇÃO DA DECISÃO CONCESSIVA DE LIMINAR 
 
​A execução da decisão liminar positiva se faz mediante expedição de mandado a ser cumprido por oficial de 
justiça. 
 
 ​EXECUÇÃO DA SENTENÇA 
 
​A execução se faz mediante a expedição de plano de mandado.O réu não é citado para entregar a coisa no prazo de 
10 dias. 
 A condenação ao pagamento de perdas e danos da lugar à execução por quantia certa contra devedor solvente. 
 
 ​EMBARGOS DO EXECUTADO E DE RETENÇÃO POR BENFEITORIAS 
 
Não cabem embargos do executado em ação possessória,porque a sentença tem força executiva.As ações 
executivas lato sensu não sujeitas a embargos do devedor,sendo que a ação de reintegração de posse é ação executiva. 
Podia ser invocado por meio dos embargos de retenção por benfeitorias,uma vez que sua redação primitiva,se 
referia a execução de sentença proferida em ação fundada em direito real ou em direito pessoal. 
 
 ​EMBARGOS DE TERCEIRO 
 
​O terceiro que exerce a posse sobre o imóvel objeto de ação de reintegração de posse tem ação de embargos para 
se opor ao cumprimento do mandado, correndo o prazo a partir da data em que for cumprida a ordem contra ele. 
 
 ​DO INTERDITO PROIBITÓRIO 
 CARACTERÍSTICAS E REQUISITOS 
 
 ​A ação de interdito proibitório pressupõe os seguintes requisitos​: 
​Primeiro requisito​,posse atual do autor,a posse a ser protegida pode ser a direta e indireta,é certo que a posse a 
ser provada é a atual. 
 ​Segundo requisito​,ameaça de turbação ou de esbulho por parte do réu. 
​Terceiro requisito​,justo receio de que seja concretizada.É o temor justificado,no sentido de estar embasado em 
fatos exteriores,em dados objetivos. 
 
 ​COMINAÇÃO DE PENA PECUNIÁRIA 
 
​O interdito proibitório assemelha-se a ação cominatória, pois prevê como forma de evitar a concretização da 
ameaça,a cominação ao réu de pena pecuniária. 
 
 ​AÇÕES AFINS AOS INTERDITOS POSSESSÓRIOS 
CARACTERÍSTICAS E NATUREZA JURÍDICA 
 
O estatuto revogado,embora a situasse entre as possessórias,acabava por considerá-la ação dominial ao exigir que 
a inicial fosse instruída com o título de propriedade.É portanto,ação de natureza petitória,pois o autor invoca o jus 
possidendi,pedindo uma posse ainda não entregue. 
 
 ​IMISSÃO NA POSSE E REIVINDICATÓRIA 
 
Trata-se,de ações distintas,que têm aplicações em diferentes situações,pois a ação de reivindicação cuida de 
domínio e posse que se perderam por ato injusto de outrem.O proprietário quer a posse que nunca teve.Não perdeu o 
domínio,nem a posse.Tem o domínio e quer a posse também na qual nunca entrou.Assim,o objetivo da imissão é 
consolidar a propriedade,em sentido amplo,enquanto a reivindicação tem por fim reaver a propriedade. 
 
A AÇÃO DE NUNCIAÇÃO DE OBRA NOVA 
 LEGITIMIDADE PARA À AÇÃO 
 
​Legitimidade para figurar como réu na ação é o dono da obra,aquele por conta de quem é executado,podendo ser o 
dono do terreno ou terceiro responsável pelo empreendimento.Ex:a empresa que prometeu área construída em troca 
do solo. 
Legitimado passivo para a ação pode ser também o possuidor direto e indireto,desde que a obra seja dirigida por 
conta deles. 
 
 ​PROCEDIMENTO 
 
​Na petição inicial o anunciante requererá o embargo para que fique suspensa a obra,bem como a cominação de 
pessoa para o caso de inobservância do preceito e a condenação em perdas e danos. 
 
 ​EMBARGO EXTRAJUDICIAL 
 
​É lícito ao prejudicado,se o caso for urgente,fazer o embargo extrajudicialmente,lançando pedras na obra,e neste 
caso recorre imediatamente ao juiz para que o ratifique. 
 
 
 ​EMBARGOS DE TERCEIRO 
 
A ação de embargos de terceiro guarda acentuada semelhança com as possessórias,pois assim exige uma posse e 
um ato de turbação ou esbulho. 
Os embargos podem ser de terceiro senhor e possuidor,ou apenas possuidor.Senhor porque podem ser opostos 
pelo dominus,pelo proprietário,e possuidor porque podem ser empregados por quem seja apenas possuidor. 
 
 ​PRESSUPOSTOS 
 
 ​São pressupostos da ação de embargos de terceiro: 
A​-um ato de apreensão judicial 
B​-a condição de proprietário ou possuidor do bem 
C​-a qualidade de terceiro 
D​-a observância do prazo 
 ​Quem não for senhor nem possuidor (​letra B)​não tem interesse processual. 
 
 ​PARTE EQUIPARADA A TERCEIRO 
 
Equipara-se a terceiro a parte que,posto figure no processo,defende bens que,pelo título de sua aquisição ou pela 
qualidade em que os possuir,não podem ser atingidos pela apreensão judicial. 
 
 ​LEGITIMIDADE ATIVA E PASSIVA 
A LEGITIMIDADE ATIVA DO CÔNJUGE 
 
 A legitimidade ativa ad causam é de quem pretende ter direito sobre o bem que sofreu a constrição. 
 A passiva é do exequente,ou do promovente do processo emque ocorreu o ato de apreensão judicial. 
 
​CASOS ESPECIAIS: embargos para a defesa da posse nas ações de divisão e de demarcação e embargos 
do credor com garantia real. 
 
​Contra os embargos do credor com garantia real,o embargado só pode alegar,em contestação,além das matérias 
preliminares processuais que: 
A​-"o devedor comum é insolvente"e deve ser instaurado o processo de insolvência,em que os créditos devem ser 
habilitados,com a suspensão de todas as execuções,inclusive a do embargado. 
B​-"o título é nulo ou não obriga a terceiro". 
C​-"outra é a coisa dada em garantia". 
 
 
 ​FRAUDE CONTRA CREDORES E EMBARGOS 
 
Durante longo tempo perdurou,no direito brasileiro,o entendimento de que o reconhecimento da fraude contra 
credores só podia ser feito na ação pauliana,especialmente porque exigia a participação não só do devedor alienante 
como também do adquirente e de eventuais terceiros a quem a coisa,fraudulentamente,tinha sido transferida. 
 
 ​PROCEDIMENTO 
 
No processo de execução,como consta do dispositivo supratranscrito,podem ser opostos até cinco dias depois da 
praça em que houve arrematação,adjudicação ou remição,mas sempre antes da assinatura da respectiva carta.Se esta 
for assinada antes,o prazo de cinco dias ficará reduzido.Mas a de mora na assinatura não dilata o prazo para a 
apresentação dos embargos. 
 
 ​OS DEMAIS EFEITOS DA POSSE 
 A PERCEPÇÃO DOS FRUTOS 
 
 Os frutos devem pertencer ao proprietário,como acessórios da coisa. 
 Só não tem direito aos frutos o possuidor que tem somente a posse,sem título que a valorize. 
 
 ​NOÇÃO E ESPÉCIES DE FRUTOS 
 
Os frutos são bens acessórios,pois dependem da coisa principal.Na grande classe das coisas acessórias 
compreendem-se duas espécies:​frutos e produtos​. 
​Produtos são as utilidades que se retiram da coisa,diminuindo-lhe a quantidade,porque não se reproduzem 
periodicamente,como as pedras e os metais,que se extraem das pedreiras e das minas.Distinguem-se dos frutos 
porque a colheita destes não diminui o valor nem a substância da fonte,e a daqueles sim. 
​Frutos são as utilidades que uma coisa periodicamente produz.Nascem e renascem da coisa,sem acarretar-lhe a 
destruição no todo ou em parte,como as frutas das árvores,o leite,os cereais,as crias dos animais etc. 
 Tanto os ​frutos​ como os ​produtos​ de uma coisa pertencem ao proprietário. 
 
 ​REGRAS DA RESTITUIÇÃO 
 
O possuidor de boa-fé,embora tenha direito aos frutos percebidos,não faz jus aos frutos pendentes,nem aos 
colhidos antecipadamente,que devem ser restituídos,deduzidas as despesas da produção e custeio. 
 
 ​A RESPONSABILIDADE PELA PERDA OU DETERIORAÇÃO DA COISA 
 
 Artigo 1.217"O possuidor de boa-fé não responde pela perda ou deterioração da coisa,a que não der causa." 
A expressão"a que não der causa"equivale a dizer que a responsabilidade do possuidor não se caracteriza,a menos 
que tenha agido com dolo ou culpa. 
Artigo 1.218"o possuidor de má-fé responde pela perda,ou deterioração da coisa,ainda que acidentais,salvo se 
provar que de igual modo se teriam dado,estando ela na posse do reivindicante". 
O possuidor sabendo que a coisa não lhe pertencia ou que se deveria considerar como administrador da coisa 
alheia,não podia ter animus disponendi,nem abandoná-la ou abusar dela.Quem culposamente causa dano a outra 
pessoa deve a satisfação. 
 
 ​A INDENIZAÇÃO DAS BENFEITORIAS E O DIREITO DE RETENÇÃO 
 
 ​O possuidor e os melhoramentos que realizou na coisa. 
 ​Três grupos as despesas ou os melhoramentos que podem ser realizados nas coisas: 
1° Necessárias​ as benfeitorias que têm por fim conservar o bem ou evitar que ele se deteriore. 
2° Úteis​ as que aumentam ou facilitam o uso do bem. 
3° Voluptuárias as de mero deleite ou recreio,que não aumentam o uso habitual do bem,ainda que o tornem mais 
agradável ou sejam de elevado valor. 
 
 ​REGRAS DA INDENIZAÇÃO DAS BENFEITORIAS (​c.c,artigos 1.219 a 1.222​) 
 
A indenização das benfeitorias ao possuidor é um dos principais efeitos da posse.Cumpre,no entanto distinguir 
se,ao realizá-los na coisa,estava ele de boa-fé ou de má-fé.Se de boa-fé,tem direito a indenização das benfeitorias 
necessárias e úteis,podendo exercer pelo valor delas,o direito de retenção,como proclama o dispositivo 
supratranscrito e reconhece a jurisprudência:Direito de retenção por benfeitorias.Admissibilidade se possuidor de 
boa-fé.Hipótese,porém em que deve restituir o valor correspondente aos frutos e rendimentos obtidos no período de 
ocupação de má-fé. 
 
 ​DIREITO DE RETENÇÃO: 
CONCEITO, FUNDAMENTO, NATUREZA JURÍDICA E MODO DE EXERCÍCIO 
 
Consiste o direito de retenção num meio de defesa outorgado ao credor,a quem é reconhecido a faculdade de 
continuar a deter a coisa alheia,mantendo-a em seu poder até ser indenizado pelo crédito,que se origina via de regra 
das benfeitorias ou de acessões por ele feitas. 
 A respeito da natureza do direito de retenção,pretendem alguns tratar-se apenas de um direito pessoal.

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