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Posse- Direito das Coisas- Material completo

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2- Posse 1
🗣
2- Posse
1. TEORIAS DEFINIDORAS DA POSSE.
Surgimento no Direito Romano: corpus (elemento objetivo) e animus (elemento subjetivo).
1.1. TEORIA SUBJETIVA OU TEORIA DA VONTADE 
(SAVIGNY).
Corpus: o poder físico exercido sobre a coisa.
Animus domini: é a intenção que o possuidor tem de ser tornar dono/proprietário. 
Sendo assim, a posse apenas se configura quando é acionado o animus, antes disso é apenas 
mera detenção.
1.2. TEORIA OBJETIVA DE IHERING.
Corpus: é a relação entre o proprietário e a coisa.
Animus tenendi: intenção de proceder como proprietário.
Se transforma em mera detenção apenas quando há um impedimento legal.
1.3. QUADRO-RESUMO.
2- Posse 2
O nosso Código adotou a Teoria Objetiva (art. 1.196, CC), com algumas ressalvas, como a 
posse ad usucapionem e o princípio da saisine (art. 1.784, CC; sem animus e sem corpus).
2. NATUREZA JURÍDICA.
Posse como fato: A posse não é um direito, mas um exercício fático de um dos domínios 
inerentes à propriedade. 
Poderes inerentes à propriedade: uso, gozo e fruição da coisa.
⚖ Para que haja o exercício desses poderes, não é necessário o contato físico com a 
coisa, pois o direito brasileiro abstraiu a necessidade da presença dos elementos de 
corpus e animus.
Art. 1.196. Considera-se possuidor todo aquele que tem de fato o 
exercício, pleno ou não, de algum dos poderes inerentes à propriedade.
Juridicização da posse: posse como elemento para o exercício de um direito.
3. POSSE, DETENÇÃO E TENÇA.
3.1. POSSE.
A posse é a utilização econômica da coisa.
Não há definição do que é posse, para o Código Civil, só definindo o que é possuidor (art. 1.196). 
Não é direito real!
💡 Propriedade = Domínio (sobre coisas corpóreas).
2- Posse 3
3.1.1. QUANDO NÃO INCIDE A POSSE?
Art. 1.208. Não induzem posse os atos de mera permissão ou tolerância 
assim como não autorizam a sua aquisição os atos violentos, ou 
clandestinos, senão depois de cessar a violência ou clandestinidade.
1. Atos de mera permissão ou tolerância.
2. Atos violentos ou clandestinos.
3. Ocupação de bens insuscetíveis de posse.
Bens Públicos ou Dominicais são insuscetíveis de posse, e consequentemente não podem 
ser usucapidos. 
Entendimento do STJ: Aquele que primeiro invadiu o bem público 
perante o Poder Público é um mero detentor, entretanto, em face de 
terceiro, é legítimo possuidor, podendo se valer de instrumentos 
possessórios (REsp 1.296.694/DF). 
Sendo assim, o particular não é possuidor nem mesmo mero detentor, porque bens 
públicos são insuscetíveis de serem possuídos, tendo apenas o contato material com a coisa, 
num estado de tença. Sendo assim, não há nenhuma proteção jurídica, não se pode usar de 
ações possessórias nem pode-se alegar direito de retenção.
3.2. DETENÇÃO.
Pode ser chamado de serventuário da posse. Fâmulo da posse.
Vínculo de subordinação (gratuito ou oneroso) ou de dependência econômica, havendo uma 
posse precária ou posse em nome alheio.
Art. 1.198. Considera-se detentor aquele que, achando-se em relação de 
dependência para com o outro, conserva a posse em nome deste e em 
cumprimento de ordens ou de instruções deste.
Exercem atos de mera custódia, podendo utilizar-se do desforço imediato, mas não podem 
utilizar-se de instrumentos possessórios.
Enunciado 493. O detentor pode, no interesse do possuidor, exercer a 
autodefesa do bem sob o seu poder.
3.2.1. DE DETENTOR A POSSUIDOR.
Detentor pode se tornar possuidor mediante a alteração das circunstâncias fáticas. Consoante 
à isso, o Enunciado 301, Jornada de Direito Civil, traz que para isso deve haver o rompimento 
dos vínculos de dependência ou de subordinação.
2- Posse 4
3.2.2. PRESUNÇÃO DA DETENÇÃO.
Parágrafo único: quem iniciou a comportar-se como detentor presume-se como tal, até prova 
em contrário.
Isso ocorre porque há o risco de um detentor, algum tempo depois da detenção, arvorar-se à 
condição de possuidor com pretensões à aquisição proprietária.
3.3. TENÇA.
Apreensão da coisa sem vínculo jurídico e sem proteção possessória, sendo o mero contato 
físico.
1. Mera apreensão da coisa.
2. Não há subordinação.
3. Bens Públicos não dominicais.
Pontes de Miranda: relação entre um ladrão e um bem, é uma relação de mera tença.
4. CLASSIFICAÇÃO DA POSSE.
4.1. DE ACORDO COM OS VÍCIOS.
4.1.1. POSSE JUSTA.
É a que for mansa, pacífica e pública.
Art. 1.200. É justa a posse que não for violenta, clandestina ou precária.
4.1.2. POSSE INJUSTA.
É a que for violenta, clandestina ou precária.
1. Posse violenta: violência física e moral.
2. Posse clandestina: às escuras; na surdina.
3. Posse precária: abuso de confiança.
Não será uma relação jurídica de posse, contanto, encerrado os vícios, inicia-se a relação 
possessória, que será marcada pela posse injusta.
Art. 1.208. Não induzem posse os atos de mera permissão ou tolerância 
assim como não autorizam a sua aquisição os atos violentos, ou 
clandestinos, senão depois de cessar a violência ou a clandestinidade.
O vício objetivo da posse é relativo: posse injusta ou justa que depende em face de quem será 
invocada, como no caso de terceiros, em que será posse justa.
2- Posse 5
A posse justa ou injusta mantém, em regra, o mesmo caráter de sua aquisição, por força dos 
arts. 1.203 e 1.206. A exceção à essa regra é a interversão da posse, como nos casos de 
sucessor singular.
4.2. QUANTO AO DESMEMBRAMENTO DA POSSE.
Art. 1.197. A posse direta, de pessoa que tem a coisa em seu poder, 
temporariamente, em virtude de direito pessoal, ou real, não anula a 
indireta, de quem aquela foi havida, podendo o possuidor direto defender a 
sua posse contra o indireto.
4.2.1. POSSE DIRETA/IMEDIATA.
Da pessoa que tem a coisa em seu poder, temporariamente.
4.2.2. POSSE INDIRETA/MEDIATA.
Daquele que continua tendo o direito de defender a sua posse, contudo não tem a relação 
jurídica próxima/mediata do bem.
É a posse de proprietário, que sempre será possuidor, ainda que só indireto, mas o possuidor 
nem sempre será proprietário.
Exemplo: locador e locatário.
4.3. POSSE AD INTERDICTA E AD USUCAPIONEM.
Ad Interdicta é a defendida pelos interditos, como a do locatário e do comodotário.
Presente no art. 1.196, CC.
Ad Usucapionem é a defendida pelo possuidor, cuja posse não apresente os vícios injustos 
e que o leve à aquisição da coisa pela usucapião. 
Posse qualificada: exige o animus domini.
Se demonstra pelo zelo com a coisa, exteriorizando a vontade de se tornar proprietária.
Sentença declaratória: sentença que reconhece a usucapião é declaratória.
Retroage quando do início da situação fática, justamente por apenas declarar um direito 
que já foi reconhecido.
4.4. POSSE DE BOA-FÉ OU DE MÁ-FÉ.
Boa-fé subjetiva: ignorância do vício; aspecto psicológico.
Convicção de estar agindo em conformidade com a lei (ANTONIO CHAVES). Baseia-se em um 
título ou qualquer documento que coloque o possuidor no inarredável entendimento de que é 
dono da coisa possuída.
2- Posse 6
Art. 1.201. É de boa-fé a posse, se o possuidor ignora o vício ou 
obstáculo que impede a aquisição da coisa.
É requisito para aquisição da propriedade mediante usucapião.
Presunção da boa-fé: presume-se, até prova em contrário, que há a boa-fé.
Art. 1.202. A posse de boa-fé só perde este caráter no caso e desde o 
momento em que as circunstâncias façam presumir que o possuidor não 
ignora que possui indevidamente.
Elementos autônomos: posse justa ou injusta não depende da boa-fé do sujeito e vice-versa.
4.4.1. POSSE COM JUSTO TÍTULO.
Art. 1.201. É de boa-fé a posse, se o possuidor ignora o vício, ou o 
obstáculo que impede a aquisição da coisa. Parágrafo único. O possuidor 
com justo título tem por si a presunção de boa-fé, salvo prova em 
contrário, ou quando a lei expressamente não admite esta presunção.
Enunciado 303, CJF: Considera-se justo título, para a presunção relativa da boa-fé do possuidor, 
o justo motivo que lhe autoriza a aquisição derivada da posse, esteja ou não materializado em 
instrumento público ou particular. Compreensãona perspectiva da função social da posse.
4.5. POSSE NOVA VERSUS POSSE VELHA.
Posse nova: com menos de 1 ano e 1 dia, autoriza decisão liminar para o reingresso na posse, 
ainda que não sejam comprovados os requisitos da tutela de urgência ou de evidência.
Posse velha: mais de 1 ano e 1 dia, para a concessão de liminar devem ser indicados o (i) fumus 
bonis iuris e o (ii) periculum in mora (art. 300 e ss, CPC).
5. AQUISIÇÃO E PERDA DA POSSE.
5.1. AQUISIÇÃO DA POSSE.
Art. 1.204. Adquire-se a posse desde o momento em que se torna possível 
o exercício, em nome próprio, de qualquer dos poderes inerentes à 
propriedade.
Percebe-se a relação fática que há na posse, que só terá início a partir do exercício fático dos 
poderes inerentes á propriedade.
5.2. QUEM PODE ADQUIRIR?
2- Posse 7
a própria pessoa que a pretende ou por seu representante, ou
o terceiro sem mandato, dependendo de ratificação.
5.3. CONTINUIDADE DA POSSE.
Art. 1.206. A posse transmite-se aos herdeiros ou legatários do possuidor 
com os mesmos caracteres.
A posse pode ser transmitida por herança. Assim, tendo em vista o princípio da continuidade da 
posse, os vícios objetivos ou subjetivos transmitem-se ao sucessor.
Art. 1.207. O sucessor universal continua de direito a posse do seu 
antecessor; e ao sucessor singular é facultado unir sua posse à do 
antecessor, para os efeitos legais.
5.4. HIPÓTESES DE NÃO-AQUISIÇÃO.
É interessante notar que não se adquire a posse enquanto houver violência ou 
clandestinidade.
Art. 1.208. Não induzem posse os atos de mera permissão ou tolerância 
assim como não autorizam a sua aquisição os atos violentos, ou 
clandestinos, senão depois de cessar a violência ou a clandestinidade.
Para que possa ser adquirido, precisará cessar tais atos.
5.5. PRESUNÇÃO RELATIVA.
Por fim, no que concerne à aquisição da posse, há de se destacar que a posse do bem imóvel 
pressupõe a posse também de seus bens móveis, mas tal presunção é relativa! Isso significa 
que a situação admite prova em contrário.
Art. 1.209. A posse do imóvel faz presumir, até prova contrária, a das 
coisas móveis que nele estiverem.
6. EFEITOS DA POSSE.
6.1. PERCEPÇÃO DOS FRUTOS.
6.1.1. POSSUIDOR DE BOA-FÉ.
2- Posse 8
Art. 1.214. O possuidor de boa-fé tem direito, enquanto ela durar, aos frutos 
percebidos. Parágrafo único. Os frutos pendentes ao tempo em que 
cessar a boa-fé devem ser restituídos, depois de deduzidas as despesas da 
produção e custeio; devem ser também restituídos os frutos colhidos com 
antecipação.
Boa-fé: direito de colher os frutos, sem restituí-los.
Art. 1.215. Os frutos naturais e industriais reputam-se colhidos e 
percebidos, logo que são separados; os civis reputam-se percebidos dia 
por dia.
6.1.2. POSSUIDOR DE MÁ-FÉ.
Art. 1.216. O possuidor de má-fé responde por todos os frutos colhidos e 
percebidos, bem como pelos que, por culpa sua, deixou de perceber, desde 
o momento em que se constituiu de má-fé; tem direito às despesas da 
produção e custeio.
Má-fé: não tem direito de percepção de frutos, de modo que, responde por todos os frutos 
colhidos e percebidos, bem como pelos que, por culpa sua, deixou de perceber, desde o 
momento em que se constituiu de má-fé.
Custeios e despesas: resguarda-se a ambos.
6.2. RESPONSABILIDADE CIVIL PELA PERDA OU 
DETERIORAÇÃO DA COISA.
6.2.1. POSSUIDOR DE BOA-FÉ.
Art. 1.217. O possuidor de boa-fé não responde pela perda ou deterioração 
da coisa, a que não der causa.
Critério eleito pela lei: agir com desídia/dolo. 
6.2.2. POSSUIDOR DE MÁ-FÉ.
Art. 1.218. O possuidor de má-fé responde pela perda, ou deterioração da 
coisa, ainda que acidentais, salvo se provar que de igual modo se teriam 
dando, estando ela na posse do reivindicante.
2- Posse 9
Critério para prescindir da indenização: mesmo resultado, ainda que não concorre a conduta 
do possuidor de má-fé.
6.3. INDENIZAÇÃO PELAS BENFEITORIAS.
6.3.1. POSSUIDOR DE BOA-FÉ.
Art. 1.219. O possuidor de boa-fé tem direito à indenização das 
benfeitorias necessárias e úteis, bem como, quanto às voluptuárias, se 
não lhe forem pagas, a levantá-las, quando o puder sem detrimento da 
coisa, e poderá exercer o direito de retenção pelo valor das benfeitorias 
necessárias e úteis.
Direito de Retenção: matéria de defesa - possibilidade de se manter no bem até que sejam 
indenizadas as benfeitorias úteis e necessárias.
Benfeitorias Voluptuárias: poderá fazer o leventamento (ius tollendi).
Valor a ser pago: deverá ser atual.
É direito do possuidor de boa-fé o direito de retenção por benfeitorias, devendo ser invocado por 
embargos de retenção, mas, se não for invocado na contestação, preclui (art. 538, §2º, CPC).
6.3.2. POSSUIDOR DE MÁ-FÉ.
Art. 1.220. Ao possuidor de má-fé serão ressarcidas somente as 
benfeitorias necessárias; não lhe assiste o direito de retenção pela 
importância destas, nem o de levantar as voluptuárias.
Indenização: somente pelas benfeitorias necessárias.
Valor a ser pago: valor de custo ou o valor atual.
Direito de retenção: não poderá ser alegada.
6.4. DESFORÇO IMEDIATO.
É a legítima defesa da posse, pois independe de autorização judicial, podendo ser efetiva pela 
própria força do possuidor.
Está autorizado pelo art. 1.210, §1º do Código Civil.
Deve ser realizado imediatamente após o ato de agressão e de maneira proporcional, sob pena 
de se configurar em crime de exercício arbitrário das próprias razões (art. 345 do CP).
6.5. DIREITO DE RETENÇÃO.
É um direito pessoal com função de garantia que permite a manutenção na posse até que o 
possuidor seja indenizado.
2- Posse 10
Contudo, tal direito não autoriza o uso da coisa. Processualmente, o instrumento utilizado são os 
embargos de retenção ao pedido de reivindicação.
7. INSTRUMENTOS POSSESSÓRIOS.
As ações possessórias possuem natureza pessoal. Portanto, não são ações reais. O objetivo é 
a proteção do possuidor, e tem-se como fundamento o direito de posse.
7.1. DIREITO DE POSSE X DIREITO À POSSE.
Direito de posse: é a consequência da situação de posse, o direito de manter-se na condição de 
possuidor.
Direito à posse: é a prerrogativa dos titulares de um direito real, que é a propriedade. Como já 
vimos, a posse é um estado de fato, e não um direito. É considerada a exteriorização da 
propriedade.
7.2. FUNGIBILIDADE DOS INSTRUMENTOS POSSESSÓRIOS.
Art. 554 do CPC/15. A propositura de uma ação possessória em vez de 
outra não obstará a que o juiz conheça do pedido e outorgue a proteção 
legal correspondente àquela cujos pressupostos estejam provados.
Isso impede que as ações sejam indeferidas caso uma seja proposta no lugar de outra, ou caso 
os fatos mudem no meio-tempo da propositura e conhecimento por parte do juiz.
7.3. MODALIDADES.
7.3.1. AÇÃO DE PROIBIÇÃO OU INTERDITO PROIBITÓRIO.
Trata-se de ato de ofensa à posse sem intromissão no exercício de poder.
1. Ameaça atual ou iminente de ser turbado ou esbulhado da posse.
2. Mecanismo preventivo.
3. Previsão legal de cominação de multa pecuniária.
Art. 567. O possuidor direto ou indireto que tenha justo receio de ser 
molestado na posse poderá requerer ao juiz que o segure da turbação ou 
esbulho iminente, mediante mandato proibitório em que se comine ao réu 
determinada pena pecuniária caso transgrida o preceito.
Pressuposto fático: a ameaça.
Tutela concedida: a tutela inibitória.
Possibilidade de cominação: interdito proibitório + multa (astreinte).
2- Posse 11
� A tutela inibitória é a que pretende prevenir fatos futuros e antijurídicos de virem a ferir 
a esfera de direito de alguém.
7.3.2. AÇÃO DE MANUTENÇÃO DA POSSE.
A ação de manutenção tem como pressuposto fático a turbação. Trata-se da interferência na 
relação do possuidor com a coisa. Pode pensar em perturbação mesmo. Veja, o possuidor não 
perde a posse, apenas sofre incômodo!
Possibilidade de cominação: ação de manutenção da posse + reparação de danos + 
indenização dos frutos (art. 555, CPC/15). 
Requisitos: (i) posse do bem, (ii) posse turbada; (iii) turbação atual, concreta e efetiva.Exemplo: jogar detritos em imóvel alheio caracteriza turbação.
Art. 560 do CPC/15. O possuidor tem direito a ser mantido na posse em 
caso de turbação e reintegrado em caso de esbulho.
7.3.3. AÇÃO DE REINTEGRAÇÃO.
Pressuposto fático: o esbulho. Trata-se da perda injusta da posse. Pode ser perda com ou 
sem violência, de maneira ostensiva ou oculta, perdendo o contato físico e imediato do bem.
Legitimados.
Legitimado ativo: quem afirma ser possuidor.
Legitimado passivo: é aquele que teria infringido a posse alheia.
Conflito coletivo: a citação pessoal é feita apenas a quem se encontrar no imóvel, e o 
restante das pessoas será citado por edital. Por fim, é necessário registrar que o MP e a DP 
serão intimados.
Ocupação x Invasão.
Ocupação é modo de aquisição de propriedade, enquanto que a invasão é elemento para 
que se obtenha a ação de reintegração de posse.
Reintegração de posse dos bens públicos: observância ao art. 562 do CPC/15, fazendo prévia 
audiência dos respectivos representantes judiciais para a concessão da medida liminar.
7.4. PROCEDIMENTO ESPECIAL (ART. 554 A 568, CPC).
É o rito das ações de força nova. A petição inicial deve conter os requisitos de uma petição 
comum.
A prova da posse e do ilícito não são essenciais à propositura, mas são fundamentais ao 
deferimento da proteção possessória liminar.
A liminar não se confunde com a tutela provisória comum, e pode ser concedida sem perigo de 
dano ou prejuízo ao resultado útil do processo.
2- Posse 12
7.5. FORÇA NOVA X FORÇA VELHA.
São modalidades das ações possessórias.
Força Nova: até 1 ano e 1 dia, e tem como rito o procedimento especial.
Força Velha: mais de 1 ano e 1 dia, e seu rito é o procedimento comum
8. AUTOTUTELA DA POSSE E ASPECTOS 
PROCESSUAIS RELEVANTES.
Tendo em vista que a posse é uma situação fática protegida pelo Direito, foram criados alguns 
mecanismos de autotutela para que a posse seja garantida nas situações em que a 
intervenção judicial não seja útil ou efetiva.
8.1. PREVISÃO LEGAL.
Art. 1.210. §1º O possuidor turbado, ou esbulhado, poderá manter-se ou 
restituir-se por sua própria força, contanto que o faça logo; os atos de 
defesa, ou de desforço, não podem ir além do indispensável à 
manutenção, ou restituição da posse.
Desforço imediato: no caso de esbulho, em que o possuidor utiliza da força nos limites da 
proporcionalidade para recuperar o seu bem. Rompimento do contato físico com a posse.
Legítima defesa da posse: no caso de turbação, onde o possuidor busca acabar com a 
atividade que atrapalha o seu exercício da posse.
Enunciado 495 CJF: No desforço possessório, a expressão "contanto que 
o faça logo" deve ser entendida restritivamente, apenas como a reação 
imediata ao fato do esbulho ou da turbação, cabendo ao possuidor recorrer 
à via jurisdicional nas demais hipóteses.
Autodefesa: SEMPRE uma medida excepcional.
8.2. AÇÕES POSSESSÓRIAS E AÇÕES PETITÓRIAS.
QUADRO-RESUMO
ASPECTOS AÇÕES POSSESSÓRIAS AÇÕES PETITÓRIAS OU REIVINDICATÓRIAS
Pedido Posse Posse
Causa de pedir Puramente a posse (ius possessionis) Direito real, ou seja, a propriedade (ius possidendi)
As ações possessórias se baseiam exclusivamente no direito de posse (ius possessionis), ou 
seja, esta é a causa de pedir. Portanto, tanto o possuidor quanto o proprietário podem se utilizar 
https://www.notion.so/Pedido-7e0e928182dd4e0f84a7bab965e28ab1
https://www.notion.so/Causa-de-pedir-810ad02bc42543ca8b856c69e2e130a4
2- Posse 13
das ações possessórias, desde que o direito de posse seja a base da demanda.
Por outro lado, as ações petitórias são baseadas na propriedade (em um título, por exemplo) e 
podem alegar a posse, mas em função da propriedade. Dessa forma, a ação reivindicatória é 
adequada para alegar o direito à posse com base na propriedade.
Por último, destaca-se que, no juízo possessório, não se pode alegar exceção de domínio, o 
qual determina que não se pode invocar o domínio de uma coisa para impedir sua posse.
Não se pode alegar propriedade em ações de reintegração de posse:
Art. 557 do CPC/15. Na pendência de ação possessória é vedado, tanto ao 
autor, quanto ao réu, propor ação de reconhecimento do domínio, exceto se 
a pretensão for deduzida em face de terceira pessoa. Parágrafo único. 
Não obsta à manutenção ou à reintegração de posse a alegação de 
propriedade ou de outro direito sobre a coisa.
8.3. NATUREZA DÚPLICE DAS AÇÕES POSSESSÓRIAS.
Art. 556 do CPC/15. É lícito ao réu, na contestação, alegando que foi o 
ofendido em sua posse, demandar a proteção possessória e a 
indenização pelos prejuízos resultantes da turbação ou do esbulho 
cometido pelo autor.
Independentemente do polo que tenham assumido inicialmente, as partes são igualmente 
elegíveis para pleitear a posse do bem.
8.4. CITAÇÃO DO POLO PASSIVO.
Comentários sobre o art. 554, §1º do CPC/15:
O novo regramento autoriza a propositura de ação em face de diversas 
pessoas indistintamente, sem que se identifique especificamente cada 
um dos invasores (os demandados devem ser determináveis e não 
obrigatoriamente determinados), bastando a indicação do local da 
ocupação para permitir que o oficial de justiça efetue a citação daqueles 
que forem lá encontrados (citação pessoal), devendo os demais serem 
citados presumidamente (citação por edital). (STJ, 4ª TURMA, REsp 
1314615/SP, rel. Min. LUIS FELIPE SALOMÃO, julgado em 09/05/2017, 
publicado em 12/06/2017). 
9. PERDA DA POSSE.
2- Posse 14
Art. 1.223. Perde-se a posse quando cessa, embora contra a vontade do 
possuidor, o poder sobre o bem, ao qual se refere o art. 1.196.
Perde-se a posse quando se perdem os poderes fáticos sobre a coisa. A perda pode ser:
1. Voluntária: pelo abandono.
2. Involuntária: pelo esbulho.
Nesse caso, é necessário observar as regras específicas do art. 1.224 do Código Civil:
Art. 1.224. Só se considera perdida a posse para quem não presenciou 
o esbulho, quando, tendo notícia dele, se abstém de retornar a coisa, 
ou, tentando recuperá-la, é violentamente repelido.
9.1. FATO JURÍDICO DA POSSE.
A aquisição, exercício e perda da posse são hipóteses que acontecem no mundo dos fatos. Frisa-
se que acontecem e permanecem no plano fático até que ganhem importância para o direito. 
Com efeito, ao tornar-se relevante, a posse é objeto de uma norma e, então, surge o fato jurídico 
da posse.
Não podemos confundir posse com fato jurídico da posse. Veja: a posse é o poder fático análogo 
aos poderes do domínio. Já o fato jurídico da posse é o resultado da incidência de norma sobre 
a posse.
10. QUESTÕES ATUAIS.
10.1. USO DAS AÇÕES POSSESSÓRIAS SOBRE O BEM 
COMUM.
O STJ flexibilizou o uso das ações possessórias, dando aos cidadãos o direito de pedir 
reintegração de posse do bem públcio de uso comum.
Cidadão tem direito de pedir reintegração de posse de bem público
A posse de bem público de uso comum pode ser defendida pelo poder público 
ou por particulares, ou seja, um cidadão pode pedir a reintegração de posse 
para garantir seu acesso a uma rua ou rodovia , por exemplo. Assim 
https://www.conjur.com.br/2016-out-07/cidadao-direito-pedir-reintegracao-p
osse-bem-publico
10.2. POSSE DE DIREITOS PESSOAIS?
É inadmissível, eis que apenas coisas podem ser objeto de posse.
Súmula 228 do STJ. É inadmissível o interdito proibitório para a proteção 
do direito autoral.
https://www.conjur.com.br/2016-out-07/cidadao-direito-pedir-reintegracao-posse-bem-publico
2- Posse 15
O Direito de natureza pessoal tem outros meios de defesa que não os possessórios. Atualmente, 
esta defesa pode realizar-se por medida cautelar atípica prevista no art. 297 do CPC, utilizando-
se o juiz de seu poder acautelatório geral determinando "as medidas que julgar adequadas, para 
a efetivação da tutela provisória".
10.3. AÇÃO DE IMISSÃO NA POSSE.
É uma ação real, que, apesar de ter a posse como pedido principal, tem um direito real com 
função de gozo como causa de pedir e, por consequência, é uma ação fundada no direito à 
posse.
10.4. AUTOR SEM IDONEIDADE FINANCEIRAPARA 
SUPORTAR PERDAS E DANOS.
Se, no curso de ação de reintegração de posse, deferida liminar ao autor, 
o réu possuir prova de que o autor não detém idoneidade financeira 
para suportar perdas e danos diante de eventual sucumbência, ele 
poderá requerer ao juiz, até mesmo antes da sentença, independentemente 
de ação cautelar, que exija caução, sob pena de depósito do bem.
É o que está contido no art. 559 do CPC.
10.5. O PARTICULAR E O BEM PÚBLICO DOMINICAL.
Um particular que está na posse de um bem público dominical pode ingressar com ação 
possessória em face de um terceiro que queira impedir a sua posse? Neste caso, há posse 
do particular ou mera tença?
Não há posse do particular frente ao Poder Público, não podendo manejar nenhum dos interditos 
possessórios. Contudo, poderá ajuizar frente a terceiros, passando a ser considerada 
possessória, segundo entendimento do STJ. Não há posse, há apenas um estado de mera tença.
10.6. COMPOSSE.
É a posse conjunta, simultânea ou condomínio de posses. Uma situação na qual duas ou 
mais pessoas exercerão poderes possessórios sobre a mesma coisa.
Coisa indivisa: poderá cada uma exercer sobre ela atos possessórios, contanto que não 
excluam os dos outros compossuidores.
Ação possessória: é possível ação possessória do compossuidor contra o outro compossuidor.
REFERÊNCIAS
2- Posse 16
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/reader/books/9788553610525/pageid/20
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/reader/books/9788553617418/pageid/370
Posse no Código Civil: teorias e seu conteúdo
A posse é um direito que permeia quase todas as nossas relações, fazendo-se 
necessário verdadeiramente compreendê-la para exercê-la da melhor forma 
possível. Isso se dá por meio de uma análise das teorias existentes e 
https://jus.com.br/artigos/72332/posse-no-codigo-civil-teorias-e-seu-conteu
do
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/reader/books/9788553610525/pageid/20
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/reader/books/9788553617418/pageid/370
https://jus.com.br/artigos/72332/posse-no-codigo-civil-teorias-e-seu-conteudo

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