Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Direito do Trabalho I Princípios do Direito do Trabalho - • Conceito: Princípios são linhas diretrizes que informam algumas normas e inspiram, direta e indiretamente, uma série de soluções, pelo que podem servir para promover e embasar a aprovação de novas normas, orientar a interpretação das existentes e resolver os casos não previstos. Direito do Trabalho I Princípios do Direito do Trabalho - • Funções : Informadora: inspiram o legislador, servindo de fundamento para o ordenamento jurídico. Normativa: atuam como fonte supletiva, no caso de ausência de lei. São meios de integração do direito. Interpretadora: operam como critério orientador do juiz ou do intérprete. Direito do Trabalho I Princípios do Direito do Trabalho - • CLASSIFICAÇÃO - Optamos pela limitação feita por Américo PLÁ RODRIGUES, jurista uruguaio, cuja obra foi traduzida no Brasil por Wagner D. Giglio, em parceria da Editora LTr e Edusp. Princípio de proteção; Princípio da Irrenunciabilidade de Direitos; Princípio da Continuidade da relação de emprego; Princípio da Primazia da Realidade; Princípio da Razoabilidade; Princípio da Boa-Fé; Direito do Trabalho I Princípio de proteção • Formas de aplicação. O princípio de proteção se expressa de três formas distintas: • a regra “in dubio pro operario”, consiste no critério que o juiz ou o intérprete deve utilizar para escolher entre vários sentidos possíveis de uma norma, aquele que seja mais favorável ao trabalhador. • a regra da norma mais favorável, determina que, no caso de haver mais de uma norma aplicável, deve-se optar por aquela que seja mais favorável, ainda que não seja a que corresponda aos critérios clássicos de hierarquia das normas. • a regra da condição mais benéfica, cujo critério possibilita que a aplicação de uma nova norma trabalhista nunca deve servir para diminuir as condições mais favoráveis em que se encontrava um trabalhador. Direito do Trabalho I Princípio de proteção • Regra da norma mais favorável – REMETE A IDEIA DE QUE SEMPRE QUE ESTIVERMOS DIANTE DE DUAS NORMAS (CONVENÇÕES, ACORDOS COLETIVOS, LEIS); • Regra da condição mais benéfica – REMETE A IDÉIA (CLÁUSULA MAIS BENÉFICA) (contrato) – relação individual. - Direito do Trabalho I Princípio de proteção • Regra da condição mais benéfica – REMETE A IDÉIA (CLÁUSULA MAIS BENÉFICA) (contrato) – relação individual. - Súmula nº 288 do TST COMPLEMENTAÇÃO DOS PROVENTOS DA APOSENTADORIA I - A complementação dos proventos de aposentadoria, instituída, regulamentada e paga diretamente pelo empregador, sem vínculo com as entidades de previdência privada fechada, é regida pelas normas em vigor na data de admissão do empregado, ressalvadas as alterações que forem mais benéficas (art. 468 da CLT). Direito do Trabalho I Princípio de proteção • Regra da condição mais benéfica – REMETE A IDÉIA (CLÁUSULA MAIS BENÉFICA) (contrato) – relação individual. • Art. 468 - Nos contratos individuais de trabalho só é lícita a alteração das respectivas condições por mútuo consentimento, e ainda assim desde que não resultem, direta ou indiretamente, prejuízos ao empregado, sob pena de nulidade da cláusula infringente desta garantia. Direito do Trabalho I • PRINCÍPIO DA IRRENUNCIABILIDADE DE DIREITOS. • A renúncia é ato voluntário do empregado(ou do empregador), pelo qual abre mão de um direito certo e atual, sem contrapartida da parte contrária. Renúncia antecipada - A renúncia antecipada é nula de pleno direito, salvo se a própria lei o admitir. A rigor, não se pode falar em renúncia antecipada de direito, posto que, antes que o trabalhador se converta em titular do mesmo, possui apenas uma expectativa de adquirir um direito Direito do Trabalho I • Em regra, a renuncia pelo empregado é vedada no Direito do Trabalho por dois motivos: 1. Estado de Sujeição do empregado em relação ao empregador; 2. Caráter alimentar dos direitos trabalhistas, o que seria incompatível com a abdicação desses direitos; Direito do Trabalho I Transação – Ato jurídico bilateral ou plurilateral, em que os interessados extinguem obrigações litigiosas ou duvidosas mediante concessões recíprocas. Em regra é admitida em se tratando de direito de natureza privada, e desde que não resulte em prejuízo ao empregado, ou quando a lei autorizar. Art. 468 - Nos contratos individuais de trabalho só é lícita a alteração das respectivas condições por mútuo consentimento, e ainda assim desde que não resultem, direta ou indiretamente, prejuízos ao empregado, sob pena de nulidade da cláusula infringente desta garantia. Direito do Trabalho I Exemplo: Acordo judicial antes da sentença; A transação pode ser judicial e extrajudicial; Extrajudicial mediante Comissão de Conciliação Prévia ( Art. 625-A e ss CLT) Direito do Trabalho I • O artigo 444 da CLT criou a figura do trabalhador hipersuficiente; • Art. 444 - As relações contratuais de trabalho podem ser objeto de livre estipulação das partes interessadas em tudo quanto não contravenha às disposições de proteção ao trabalho, aos contratos coletivos que lhes sejam aplicáveis e às decisões das autoridades competentes. • Parágrafo único. A livre estipulação a que se refere o caput deste artigo aplica-se às hipóteses previstas no art. 611-A desta Consolidação, com a mesma eficácia legal e preponderância sobre os instrumentos coletivos, no caso de empregado portador de diploma de nível superior e que perceba salário mensal igual ou superior a duas vezes o limite máximo dos benefícios do Regime Geral de Previdência Social. Direito do Trabalho I • O artigo 444 da CLT criou a figura do trabalhador hipersuficiente; • Art. 444 - As relações contratuais de trabalho podem ser objeto de livre estipulação das partes interessadas em tudo quanto não contravenha às disposições de proteção ao trabalho, aos contratos coletivos que lhes sejam aplicáveis e às decisões das autoridades competentes. • Parágrafo único. A livre estipulação a que se refere o caput deste artigo aplica-se às hipóteses previstas no art. 611-A desta Consolidação, com a mesma eficácia legal e preponderância sobre os instrumentos coletivos, no caso de empregado portador de diploma de nível superior e que perceba salário mensal igual ou superior a duas vezes o limite máximo dos benefícios do Regime Geral de Previdência Social. Direito do Trabalho I • Ementa: TRABALHADOR HIPERSUFICIENTE. ART. 444, PARÁGRAFO ÚNICO DA CLTI - O PARÁGRAFO ÚNICO DO ART. 444 DA CLT, ACRESCIDO PELA LEI 13.467/2017, CONTRARIA OS PRINCÍPIOS DO DIREITO DO TRABALHO, AFRONTA A CONSTITUIÇÃO FEDERAL (ARTS. 5º, CAPUT, E 7º, XXXII, ALÉM DE OUTROS) E O SISTEMA INTERNACIONAL DE PROTEÇÃO AO TRABALHO, ESPECIALMENTE A CONVENÇÃO 111 DA OIT. II - A NEGOCIAÇÃO INDIVIDUAL SOMENTE PODE PREVALECER SOBRE O INSTRUMENTO COLETIVO SE MAIS FAVORÁVEL AO TRABALHADOR E DESDE QUE NÃO CONTRAVENHA AS DISPOSIÇÕES FUNDAMENTAIS DE PROTEÇÃO AO TRABALHO, SOB PENA DE NULIDADE E DE AFRONTA AO PRINCÍPIO DA PROTEÇÃO (ARTIGO 9º DA CLT C/C O ARTIGO 166, VI, DO CÓDIGO CIVIL). Enunciado 49 da 2ª Jornada de Direito Material e Processual do Trabalho Anamatra. Direito do Trabalho I • PRINCÍPIO DA CONTINUIDADE DA RELAÇÃO DE EMPREGO – Existência de presunção de que o contrato é pactuado por prazo indeterminado, tendo em vista que o empregado depende do emprego para sua subsistência. Exemplo: Súmula 212 do TST Direito do Trabalho I • Súmula nº 212 do TST - DESPEDIMENTO. ÔNUS DA PROVA (mantida) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003 - O ônus de provar o término do contrato de trabalho, quando negados a prestação de serviço e o despedimento, é do empregador, pois o princípio da continuidade da relação de emprego constitui presunção favorável ao empregado. Direito do Trabalho I • O princípio da continuidade revela-se: • pela preferência pelos contratos de duração indefinida; • na amplitude para a admissão das transformações do contrato; • na facilidade para manter o contrato apesar dos descumprimentos ou nulidades em que se haja incorrido;• na resistência em admitir a rescisão unilateral do contrato por vontade patronal; • na interpretação das interrupções dos contratos como simples suspensões; e, • na manutenção do contrato nos casos de substituição do empregador. Direito do Trabalho I • PRINCÍPIO DA PRIMAZIA DA REALIDADE. • Os fatos serão sempre mais relevantes que os ajustes formais. Por isso, o contrato de trabalho é chamado de contrato realidade. Logo por exemplo, ainda que as partes tenham assinado contrato de parceria rural, se na pratica, uma das partes é empregado do outro, aquele contrato não terá qualquer validade. Direito do Trabalho I O significado atribuído a este princípio é o da primazia dos fatos sobre as formas, as formalidades, as aparências. Esse desajuste entre os fatos e a forma pode ter diferentes procedências: • resultar de uma intenção deliberada de fingir ou simular uma situação. • provir de um erro. • derivar de uma falta de atualização dos dados. • originar-se da falta de cumprimento de requisitos formais. Direito do Trabalho I • PRINCÍPIO DA RAZOABILIDADE. O princípio da razoabilidade consiste na afirmação essencial de que o ser humano, em suas relações trabalhistas, procede e deve proceder conforme à razão. Trata-se de uma espécie de freio aplicável naquelas áreas do comportamento onde a norma não pode prescrever limites muito rígidos, nem em um sentido, nem em outro, e sobretudo onde a norma não pode prever a infinidade de circunstâncias possíveis. Direito do Trabalho I • PRINCÍPIO DA BOA-FÉ. • A boa-fé não é uma norma, nem se reduz a uma ou mais obrigações, mas é um princípio jurídico fundamental, algo que devemos admitir como premissa de todo ordenamento jurídico. • A boa-fé engloba todo um conjunto de deveres recíprocos, emanados do espírito de colaboração e confiança. Abrange ambas as partes contratantes, pois é tão importante a boa-fé que deve demonstrar o empregador como a que deve inspirar o trabalhador. (ex. transferência de domicílio, sigilo profissional, concorrência desleal, negociação habitual etc.). Direito do Trabalho I Princípio da intervenção Mínima da Autonomia da Vontade coletiva. (Reforma Trabalhista) Trata-se de novo princípio positivado pela Reforma Trabalhista no artigo 8º§3º da CLT que veda ao juiz apreciar o conteúdo material das normas coletivas, no sentido de negar eficácia no âmbito dos contratos individuais de trabalho. Direito do Trabalho I Art. 8º - As autoridades administrativas e a Justiça do Trabalho, na falta de disposições legais ou contratuais, decidirão, conforme o caso, pela jurisprudência, por analogia, por eqüidade e outros princípios e normas gerais de direito, principalmente do direito do trabalho, e, ainda, de acordo com os usos e costumes, o direito comparado, mas sempre de maneira que nenhum interesse de classe ou particular prevaleça sobre o interesse público. § 3o No exame de convenção coletiva ou acordo coletivo de trabalho, a Justiça do Trabalho analisará exclusivamente a conformidade dos elementos essenciais do negócio jurídico, respeitado o disposto no art. 104 da Lei no 10.406, de 10 de janeiro de 2002 (Código Civil), e balizará sua atuação pelo princípio da intervenção mínima na autonomia da vontade coletiva. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/2002/L10406.htm#art104 Direito do Trabalho I Exclusivamente a conformidade dos elementos essenciais do negócio jurídico????? Elementos formais: agente capaz, objeto ilícito, possível e determinado ou determinável e forma prescrita ou não defesa em lei civil (texto do artigo 104 CC) Direito do Trabalho I Princípios Constitucionais 1. Proteção ao trabalhador contra a despedida arbitrária; 2. Seguro-desemprego em caso de dispensa involuntária. 3. FGTS (substituindo o regime jurídico anterior decenal ); 4. Salário Mínimo fixado em lei; 5. Piso Salarial proporcional à extensão e à complexidade do trabalho; 6. Irredutibilidade salarial (salvo disposto em convenção ou acordo coletivo); 7. Garantia de salário, nunca inferior ao mínimo para os que percebem remuneração variável; 8. 13º salário; Direito do Trabalho I Princípios Constitucionais 9. Remuneração do trabalhador noturno superior à do Diurno; 10. Proteção do salário na forma da lei, constituindo crime sua retenção dolosa; 11. Participação nos lucros, ou resultados – Lei 10101/2000; 12. Salário família – trabalhador de baixa renda / filho menor de 14 anos ou invalido; 13. Jornada de trabalho de 8 horas diárias ou 44 horas semanais; 14. Jornada de 6 horas em caso de turnos ininterruptos de revezamento; 15. Repouso semanal remunerado, preferencialmente aos Domingos; 16. Horas Extra não inferior a 50% da normal; 17. Férias +1/3; 18. Licença gestante (120 dias) e paternidade (lei 13.257/2016 – 20 dias para empresa cidadã); Direito do Trabalho I Princípios Constitucionais 19. Proteção do mercado de trabalho da mulher; 20. Aviso prévio proporcional mínimo de 30 dias; 21. redução dos riscos inerente ao trabalho; 22. Adicional de remuneração para atividades penosas, insalubres e perigosas na forma da Lei; 23. Aposentadoria; 24. Assistência gratuita aos filhos dependentes desde o nascimento até os 5 anos de idade; 25. Reconhecimento das convenções e acordos coletivos de trabalho. 26. Proteção em face da automação, na forma da lei; Direito do Trabalho I 27. Seguro contra acidentes – INSS; 28. Ação quanto aos créditos decorrentes das relações de trabalho; 29. Proibição de diferenças de salários, de exercício de funções e de critérios de admissão mor motivo de sexo, idade, cor estado civil; 30. Discriminação ao trabalhador portador de deficiência; 31. Proibição de distinção entre o trabalho manual, técnico e intelectual; 32. Proibição do trabalho noturno, perigoso ou insalubre ao menor de dezoito e ao menor de 16, qualquer atividade salvo menor aprendiz; 33. Igualdade de direitos entre trabalhador avulso e com vinculo permanente 34. Direitos Coletivos ( Art. 8;9 e 11 da CF); 35. Assegura Direito dos Trabalhadores Domésticos;
Compartilhar