Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Sistemas Estruturais De Aço e Madeira 04 Ligações e elementos de madeira sob tração Critérios de cálculo de elementos em madeira Norma 7190 A NBR 7190:2022 – Projeto de estruturas de madeira foi revisada no ano de 2022, tendo sua estrutura dividida em 7 partes. Na parte 1, a qual trata sobre os critérios de dimensionamento, são apresentados assuntos como requisitos gerais, propriedades da madeira, estados-limite últimos, ligações, estados-limite de serviço, disposições construtivas e projeto e execução de estruturas treliçadas de madeira e estruturas de madeira em situação de incêndio. As demais partes da norma técnica tratam sobre métodos de ensaio. Veja! Parte 1 Critérios de dimensionamento Parte 2 Métodos de ensaio para classificação visual e mecânica de peças estruturais de madeira Parte 3 Métodos de ensaio para corpos de prova isentos de defeitos para madeiras de florestas nativas Parte 4 Métodos de ensaio para caracterização peças estruturais Parte 5 Métodos de ensaio para determinação da resistência e da rigidez de ligações com conectores mecânicos Parte 6 Métodos de ensaio para caracterização de madeira lamelada colada estrutural Parte 7 Métodos de ensaio para caracterização de madeira lamelada colada cruzada estrutural Todo assunto tratado neste conteúdo segue como referência as premissas da ABNT NBR 7190:2022. Quando se trata de dimensionamento de elemento estrutural, seja ele submetido a esforço de tração, compressão, flexão ou cisalhamento, é necessário entender as propriedades mecânicas do material que servirão como a base para execução dos devidos cálculos de verificação e dimensionamento da peça. Segundo os critérios da ABNT NBR 7190:2022, as propriedades mecânicas são obtidas a partir de ensaios padronizados por norma. No caso da madeira, existe uma grande variação das propriedades mecânicas devido aos diversos tipos espécies. Consequentemente, por conta dessas particularidades, a norma apresenta seis partes que tratam de métodos de ensaio para diversos tipos de madeira. Os métodos e as bases para o cálculo de dimensionamento seguem as etapas prévias para análise das propriedades da madeira. Essas propriedades serão condicionadas pela estrutura anatômica da peça. Nesse caso, deve-se fazer a distinção entre os: Outro aspecto importante que antecipa o processo de dimensionamento de peças em madeira é a distinção dos valores correspondentes às diferentes classes de umidade, definidas. No geral, o projeto das estruturas de madeira deverá ser dimensionado admitindo-se uma das classes de umidade que são mencionadas em norma. A importância da análise e classificação das classes de umidade se dá, pois, essa divisão influencia no ajuste das propriedades de resistência e de rigidez da madeira em função das condições ambientais em que permanecem as estruturas durante a sua vida útil. Todos os valores necessários para dimensionamento que não foram demostrados neste conteúdo estão disponíveis para consulta na ABNT NBR 7190-1:2022. Nesse caso, deve ser observado que os valores especificados na norma para as propriedades de resistência e de rigidez da madeira são os correspondentes à classe 1 de umidade, que constitui a condição-padrão de referência, definida pelo teor de umidade de equilíbrio da madeira de 12%. Dessa forma, é possível obter as denominadas classes de resistência das madeiras. Essa classificação de resistência das madeiras tem como objetivo a utilização de madeiras com propriedades padronizadas, orientando a escolha do material para elaboração de projetos estruturais. Nesse caso, orienta-se a utilização das tabelas 2 e 3, apresentadas na norma, para realizar o enquadramento de peças de madeira nas classes de resistência especificadas. Valores representativos Os valores representativos de uma propriedade da madeira são divididos em: Valor médio (X med) É determinado pela média aritmética dos valores correspondentes à amostragem dos elementos que compõem o lote de material considerado. Valor característico (X k) É representado pelo valor característico inferior (Xk, inf), que corresponde ao menor valor que o valor médio. Esse valor tem apenas 5% de probabilidade de não ser atingido em um dado lote de material. Valor de cálculo (X d) É obtido a partir do valor característico (X k) com base na equação que será vista a seguir, que considera também o coeficiente de minoração das propriedades da madeira e o coeficiente de modificação. Conheça a equação para obtenção do valor de cálculo (Xd): Em que Segundo a ABNT NBR 7190-1:2022, os denominados coeficientes de modificação (K mod) alteram os valores característicos das propriedades de resistência da madeira em função da classe de carregamento da estrutura e da classe de umidade admitida. Nesse caso, o coeficiente de modificação (K mod) é calculado da seguinte maneira: Em que os coeficientes parciais de modificação são representados por: As tabelas para K mod1 e K mod2 são encontradas na NBR 7190:2022 e estão no arquivo disponibilizado no campo ”Preparação”. Semelhante ao que é feito para o dimensionamento de outros materiais, para estruturas de madeira também devem ser adotados valores básicos dos coeficientes de ponderação. Vejamos! ϒω = 1,4 Para os estados-limite últimos decorrentes de tensões normais. ϒω = 1,8 Para os estados-limite últimos decorrentes de tensões de cisalhamento. ϒω = 1,0 Para os estados-limite de serviço. Estimativa da resistência característica e módulo de elasticidade De acordo com a NBR 7190:2022, as espécies possuem: Fw med Valores médios das resistências. Ec0 med Módulos de elasticidade na compressão paralela às fibras. Tais valores serão equivalentes aos variados teores de umidade U. De modo geral, o valor de referência para a resistência média (fw, med 12) e o módulo de elasticidade fazem referência à umidade de 12%. Além disso, devem ser consideradas as equações para F12 e E12, conforme indicação a seguir: Para situações de projeto, a relação entre as resistências característica e média pode ser feita com as equações de Kmod. Nessa equação, a norma NBR 1790/2000 recomenda: Coeficiente de variação da resistência de 18% Para solicitações de compressão paralela às fibras. Coeficiente de variação da resistência de 28% Para solicitações de cisalhamento. Os valores para o módulo de elasticidade na direção paralela às fibras (E0) devem ser definidos a partir de ensaios de flexão, conforme recomendações das demais partes da NBR 7190:2022. Sendo assim, esses valores serão apresentados de forma tabelada, podendo assim serem obtidos em consulta a norma. Do mesmo modo, a norma apresenta uma segunda tabela que relaciona as classes de resistência de espécies de florestas nativas definidas em ensaios de corpos de prova isentos de defeitos. Para esse material, é considerada a igualdade entre os valores médios obtidos na flexão e na compressão paralela às fibras (E0, med = Eco med). A partir desses valores, são realizadas as verificações de estados-limite últimos referentes a alguns elementos. Vamos conferi-los! Estabilidade de peças comprimidas flexo comprimidas O valor característico é aplicado para o módulo de elasticidade (E00,5). Importante ressaltar que os valores de resistência e módulo de elasticidade para os elementos de classes de resistência de espécies de florestas nativas definidas em ensaios de corpos de prova isentos de defeitos usam o valor característico sendo igual a 70% do valor médio do módulo de elasticidade, conforme expressão abaixo: Estabilidade lateral de vigas O valor efetivo para o módulo de elasticidade (Eef), a relação entre os Kmod 1 e Kmod 2, com o módulo de elasticidade médio,são considerados, conforme expressão: Serviço O valor médio do módulo de elasticidade E0 med) é aplicado para efeito de cálculo, sendo que, em algumas situações, o módulo de elasticidade transversal deverá ser calculado considerando: Ações São situações (ou atos) denominadas por causas provocadoras de esforços solicitantes que atuam sobre a estrutura, capazes de produzir ou alterar as deformações ou o estado de tensão nos elementos estruturais. De modo geral, as forças e as deformações impostas pelas ações são consideradas como se fossem as próprias ações. A norma que rege ações para o cálculo de estruturas de edificações é a ABNT NBR 6120:2019. Essa norma trata das principais premissas que devem ser adotadas para a definição das ações que irão atuar sobre a estrutura para os efeitos de cálculo e dimensionamento do elemento estrutural. Segundo a norma, as ações podem ser consideradas como ações diretas, quando há aplicação de forças, e ações indiretas, quando há deformações impostas a uma estrutura. Segundo o estado-limite último, há uma divisão das ações na NBR 6120, vejamos! Ações permanentes Ações que atuam com valores praticamente constantes, ou com pequena variação em sua média durante a vida da edificação ou que aumentam com o tempo, tendendo a um valor-limite constante. Ações variáveis Ações que podem variar durante a vida útil da estrutura, como a ação do vento, empuxo de terra, pressões hidrostáticas, variações de temperatura e cargas acidentais (pessoas, veículos e equipamentos) Ações excepcionais Ações que têm duração extremamente curta e probabilidade muito baixa de ocorrência ao longo da vida da edificação, podendo provocar efeitos catastróficos. Por exemplo, explosões, enchentes, incêndios, choque de veículos, cargas sísmicas etc. Com base nos gráficos apresentados, podemos observar os seguintes fenômenos: Fluência No primeiro gráfico, temos o fenômeno de fluência que ocorre normalmente em materiais metais e ligas. Isso ocorre porque esses materiais tendem a sofrer deformações plásticas quando submetidos por longos períodos a tensões constantes (ações permanentes como peso próprio), porém inferiores ao limite de resistência normal do material. Fadiga No segundo gráfico, temos o fenômeno da fadiga no concreto, ou seja, a estrutura sobre um processo de degradação progressiva sujeito a condições de solicitações de magnitude inferior à sua capacidade resistente, isto é, deformações ou tensões impostas com magnitudes inferiores à deformação ou à tensão de ruptura. Na ANBT NBR 6120:2019, é possível obter os valores recomendados para o peso específico aparente dos materiais de construção. Esses valores são divididos em várias tabelas que consideram alvenarias, divisórias e caixilhos, revestimentos de pisos e impermeabilizações, telhas, telhados, enchimentos, forros, dutos, sprinkler etc. Essa divisão ocorre em função do tipo de aço, sendo permanente, variável, de construção, de veículos, dentre outros. Classes de carregamento Um carregamento é especificado pelo conjunto das ações que têm probabilidade não desprezível de ação simultânea. A classe de carregamento é definida pela duração acumulada prevista para a ação variável tomada como principal, na combinação considerada. No caso das estruturas em madeira, o carregamento pode ser dito como: A classe de carregamento de determinada combinação de ações é definida pela duração acumulada prevista para a ação variável tomada como a ação variável principal nessa combinação. Vejamos! Carregamento tipo normal Ocorre quando inclui apenas ações decorrentes do uso previsto para a construção. Admite-se que corresponda à classe de carregamento de longa duração e deve ser nos estados-limite último e de utilização. Nesse caso, temos como exemplo a ação em uma cobertura devido ao peso próprio e vento. carregamento especial Ocorre quando inclui ações variáveis de natureza ou intensidade especiais, superando os efeitos considerados para um carregamento normal. A classe de carregamento é definida pela duração acumulada prevista para a ação variável principal, como, por exemplo, o transporte de um equipamento especial sobre uma ponte que supere o carregamento do trem-tipo. carregamento excepcional Ocorre devido à existência de ações com efeitos catastróficos e corresponde à classe de carregamento de duração instantânea, como terremotos, incêndios e explosões. carregamento de construção Ocorre em carregamento de caráter transitório, no qual termina com a conclusão da obra. Os procedimentos de construção podem levar a estados-limite últimos, como o içamento de uma treliça. Situações de projeto Existem alguns tipos de situações de projetos. Entre esses tipos, destacam-se as situações duradouras, situações transitórias e situações excepcionais. Vamos conhecê-las! Duradouras São aquelas com duração igual ao período de referência da estrutura. São consideradas no projeto de todas as estruturas. Para verificação da segurança nos estados-limite últimos, consideram-se apenas as combinações últimas normais de carregamento; para os estados-limite de utilização, as combinações de longa duração ou de média duração. transitórias São aquelas com duração muito menor que o período de vida da construção. São consideradas apenas para as estruturas de construções que podem estar sujeitas a algum carregamento especial, que deve ser explicitamente especificado para o projeto. Em geral, é considerada apenas a verificação no estado-limite último. Em casos especiais, pode ser exigida a verificação em relação ao estado-limite de utilização, considerando combinações de ações de curta ou média duração. Excepcionais São aquelas com duração extremamente curta. São consideradas somente na verificação da segurança em relação a estados-limite últimos. Devem ser consideradas somente quando a segurança em relação às ações excepcionais contempladas não puder ser garantida de outra forma, tal como o emprego de elementos físicos de proteção da construção, ou a modificação da concepção estrutural adotada. As combinações de ações empregam coeficientes diferentes, considerando que é muito baixa a probabilidade de ocorrência simultânea de ações variáveis de naturezas diferentes, ambas com seus valores característicos máximos. Em cada combinação de ações, somente uma ação característica variável é considerada como principal. A combinação que gerar a maior solicitação de cálculo será utilizada no projeto. Entenda na imagem: A ABNT NBR 8681 define os coeficientes de ponderação e os fatores de combinação para a determinação dos valores de cálculo das ações, bem como as combinações de ações em estados-limite últimos. Porém, no caso de elementos em madeira, a NBR 7190:2022 recomenda, para ações permanentes diretas consideradas separadamente, os seguintes valores para os coeficientes de ponderação (ϒg): Para elementos estruturais de madeira em geral Combinações últimas normais: ϒg = 1,3 Combinações desfavoráveis especiais ou de construção: ϒg = 1,2 Combinações excepcionais: ϒg = 1,15 Para elementos estruturais industrializados de madeira Combinações últimas normais: ϒg = 1,25 Combinações desfavoráveis especiais ou de construção: ϒg = 1,15 Combinações excepcionais: ϒg = 1,10 Combinações de ações Complementando as ponderações da NBR 6120:2019, temos a NBR 8681:2004 – Ações e segurança nas estruturas – Procedimento. Nessa norma, obtemos os requisitos exigíveis na verificação da segurança das estruturas usuais da construção civil. Além disso, a norma estabelece as definições e os critérios de quantificação das ações e das resistências a serem consideradas no projeto das estruturas de edificações, quaisquer que sejam sua classe e destino, salvo os casos previstos em normasbrasileiras específicas. A ABNT NBR 8681 informa que, para apresentar as devidas combinações de ações, é necessário entender os itens que são empregados para tais formulações. Vejamos! Fk Valores característicos das ações são definidos em função da variabilidade de suas intensidades. Fd Valores de cálculo das ações são obtidos a partir dos valores representativos, multiplicando-os pelos respectivos coeficientes de ponderação. ϒf1, ϒf2, ϒf3 Valores de coeficientes de ponderação para os estados-limite últimos. As condições usuais de segurança referentes aos estados-limite são expressas por desigualdades. Quando a segurança é verificada isoladamente em relação a cada um dos esforços atuantes, as condições de segurança tomam a forma simplificada: Para as condições usuais de verificação da segurança relativas aos estados-limite de serviço, a desigualdade é expressa por: Em que Sd representa os valores de cálculo dos efeitos estruturais de interesse, calculados com ϒf = 1,0 e Slim representa os valores-limite adotados para esses efeitos. Combinação para os estados-limite últimos As combinações de ações podem ser divididas e representadas pelas expressões que falaremos a seguir. Combinações últimas normais Dadas pela expressão: Em que: ᴪ0j considera a baixa probabilidade de ocorrência simultânea das ações variáveis. Quando o vento for considerado como ação variável principal, considera-se apenas 75% do seu valor por ser uma carga de curta duração em combinação normal. Alternativamente, é permitido considerar os carregamentos como sendo de longa duração. Nesse caso, as ações consideradas como principais na combinação e que tenham um tempo de atuação muito reduzido (vento ou parcela das cargas móveis devida ao impacto) devem ser multiplicadas por 0,75. Em casos especiais, devem ser consideradas duas combinações. Em uma combinação, admite-se que as ações permanentes sejam desfavoráveis; e na outra, que sejam favoráveis para a segurança. Combinações últimas especiais ou de construção Dadas pela expressão: ᴪ0j, ef é o mesmo que o ᴪ0j da combinação última normal, salvo quando a ação variável principal Fq1,k tenha um tempo de duração muito pequeno no qual pode ser tomado como ᴪ2j. Combinações últimas excepcionais Dadas pela expressão: Em que Fq, exc é a ação transitória excepcional. Combinação para os estados-limite de serviço É determinada a partir do grau de deformação que a estrutura considerada deve suportar. As deformações estão relacionadas à duração do carregamento. Vamos entender! Combinação de longa duração - combinações quase permanente de serviço É utilizada no controle usual de deformações das estruturas. As ações variáveis atuam com seus valores correspondentes à classe de longa duração, sendo, quase permanentes. Observe: combinação de média duração - combinações frequente em serviço É utilizada no caso de existirem materiais frágeis não estruturais ligados à estrutura. O controle das deformações é particularmente importante. Observe: combinação de curta duração - combinações raras de serviços É utilizada quando for importante impedir defeitos decorrentes da deformação da estrutura. Observe: Combinações de duração instantânea É utilizada quando se considera a existência de uma ação variável especial pertencente à classe de duração imediata. Observe: De modo geral, os coeficientes a serem utilizados para essas combinações são obtidos na NBR 8681, em suas tabelas de 1 a 6. Lembre- se de acessar! Elementos tracionados Segurança estrutural e estado-limite último Segundo a NBR 8681:2004, os esforços atuantes nas peças estruturais necessitam ser calculados conforme os princípios da Estática das Construções, admitindo-se em geral a hipótese de comportamento elástico linear dos materiais. Sendo assim, é possível admitir que a distribuição das cargas aplicadas em áreas reduzidas, por meio das espessuras dos elementos construtivos, possa ser considerada com um ângulo de 45° até o eixo do elemento resistente. Logo, temos: Especificação do carregamento É necessário especificar o carregamento, o qual é definido conforme o conjunto de ações que têm probabilidade não desprezível de atuação simultânea. Ações combinadas É necessário que, em cada carregamento, as ações sejam combinadas de diferentes maneiras, a fim de serem determinados os efeitos mais desfavoráveis para a estrutura. Para a determinação dos valores de cálculo das ações, devem ser utilizadas as correspondentes combinações últimas de ações para cada situação de projeto, podendo ser: Para cada estrutura particular, devem ser especificadas as situações de projeto, não sendo necessário considerar as três possíveis situações de projeto em todos os tipos de construção. No caso de ações permanentes diretas consideradas separadamente, para elementos estruturais de madeira, são recomendados os seguintes valores para os coeficientes de ponderação (ϒg): Para elementos estruturais de madeira em geral Combinações últimas normais: ϒg = 1,3 Combinações desfavoráveis especiais ou de construção: ϒg = 1,2 Combinações excepcionais: ϒg = 1,15 Para elementos estruturais industrializados de madeira Combinações últimas normais: ϒg = 1,25 Combinações desfavoráveis especiais ou de construção: ϒg = 1,15 Combinações excepcionais: ϒg = 1,10 O sistema estrutural deve ser definido de modo a assegurar a segurança estrutural quando da determinação dos esforços solicitantes e dos deslocamentos na estrutura, sendo que, para o estado-limite último, tem- se o seguinte: Para a verificação da segurança estrutural dos elementos de madeira, são realizadas as seguintes verificações quanto ao estado-limite último: Peças submetidas à tração paralela às fibras Peças submetidas à compressão paralela às fibras Peças submetidas à compressão normal às fibras Peças solicitadas por flexão simples reta Peças solicitadas por flexão oblíqua Peças solicitadas por flexo-tração Peças solicitadas por flexo-compressão Estado-limite de serviço Para os deslocamentos, tem-se o estado-limite de serviço, que compreende: O estado-limite de serviço (ELS) ou estado-limite de utilização é responsável por definir os limites de deslocamentos do elemento estrutural a ser dimensionado. Confira a tabela e entenda os limites de deslocamentos permitidos pela NBR 7190:2022 para as construções correntes. Sendo δ inst a flecha instantânea, δ fin flecha final e \(\delta_{n e t, {fin}\) a flecha resultante final: Quando são analisados os limites de vibrações, segundo a NBR 7190:202, em construções submetidas a fontes de vibração, é necessário adotar disposições construtivas que evitem a presença de vibrações excessivas da estrutura. Nas estruturas sobre as quais o público em geral pode caminhar, devem ser evitadas vibrações que tragam desconforto aos usuários. Por fim, no caso particular de pisos sobre os quais as pessoas andem regularmente, como os de residências e escritórios, a menor frequência natural de vibração dos elementos da estrutura do piso não pode ser inferior a 8Hz. Para essa finalidade, as placas compostas por elementos diagonais podem ser assimiladas a peças maciças. Todavia, é necessário estabelecer o valor de segurança, ou seja, o valor que sirva como parâmetro para impor o limite de segurança. Para isso, é necessário considerar o seguinte: Comportamento dos materiais pode não ser o mesmo do especificado. Intensidade das ações, assumidas como sendo invariáveis (permanentes), pode variar ao longo do tempo (ou por influência de reformas, manutenções ou mesmo condições climáticas). Atuação de ações variáveis no tempo (sobrecarga, vento etc.). Dimensionamentode peças tracionadas Elementos tracionados são aqueles sujeitos à solicitação normal de tração, também conhecida como solicitação axial de tração. Nas estruturas, os elementos tracionados são encontrados sob diversas formas, por exemplo, em tirantes ou pendurais, contraventamentos, tirantes e vigas armadas, barras tracionadas de treliças, dentre outros. No caso de sistemas estruturais em madeiras com peças tracionadas, pode- se citar hastes de treliças, tirantes ou pendurais e contraventamentos, conforme a imagem. Esses sistemas podem ser largamente utilizados em estruturas de madeira, sejam elas coberturas, estruturas de edificações, pontes e/ou galpões, por exemplo. No geral, a tração em peças de madeira pode ocorrer de duas formas diferentes, sendo elas a tração paralela ou tração perpendicular às suas fibras. Diante dessa diferença de forma de solicitação para o dimensionamento, as propriedades da madeira referentes a essas solicitações diferem extremamente, veja: Segundo a NBR 7190:2022, as propriedades da madeira são condicionadas em função de sua estrutura anatômica, ou seja, é necessário distinguir os valores que correspondem à tração dos correspondentes à compressão, bem como os valores que correspondem à direção paralela às fibras dos correspondentes à direção perpendicular às fibras. Devem também se distinguir os valores que correspondem às diferentes classes de umidade. Os esforços resistentes das peças estruturais de madeira geral devem ser determinados com a hipótese de comportamento elastofrágil do material, isto é, com um diagrama tensão deformação linear até a ruptura, tanto na compressão quanto na tração paralela às fibras. Temos, portanto: Ruptura por tração normal No geral, a madeira apresenta baixos valores de resistência, pois os esforços atuam na direção perpendicular às fibras, tendendo a separá-las, com baixos valores de deformação. Considerando a baixa resistência da madeira nessa direção, devem ser evitadas, em projeto, situações que conduzam tal solicitação. Ruptura por tração paralela No geral, pode ser entendida pelo deslizamento entre as fibras, ou seja, nesse modo de ruptura a madeira apresenta baixos valores de deformação e elevados valores de resistência. Veja agora alguns exemplos de peças de madeiras sujeitas à tração: Critérios de cálculo Para peças de madeira solicitadas à tração simples, o dimensionamento é feito com base na seção líquida (A), com o objetivo de que a tensão solicitante de projeto (σ to,d) seja menor que a tensão resistente à tração paralela às fibras (fto,d) Nas barras tracionadas, os estados-limite últimos se configuram por ruptura das fibras na seção líquida ou da seção bruta quando não houver furos, de forma que a condição de segurança a ser respeitada é: Logo, para as barras tracionadas axialmente, a condição de segurança é calculada conforme a seguinte equação: Observação: No caso de peças com fibras inclinadas de ângulos α ˃ 6°, aplica-se o fto,d a redução conforme equação: Para madeira lamelada colada cruzada, a área da seção transversal deve ser calculada conforme diretrizes da NBR 7190 para rigidez do elemento estrutural de MLCC. Segundo a NBR 7190, no caso de se utilizar os dados relacionados em sua Tabela 2 – Classes de resistência de espécies de florestas nativas, que se encontra também no arquivo disponibilizado no campo ”Preparação”, o valor de cálculo da resistência à tração paralela às fibras pode ser considerado igual ao valor de cálculo da resistência à compressão paralela às fibras: No caso das madeiras classificadas a partir de ensaios em peças estruturais, o valor característico da resistência à tração paralela às fibras deve ser obtido a partir da Tabela 3 – Classes de resistência definidas em ensaios de peças estruturais, apresentada na NBR 7190 e também encontrada no arquivo disponibilizado no campo ”Preparação”. Por fim, no caso de as tensões de tração perpendicular às fibras puderem atingir valores significativos, devem ser utilizados dispositivos que impeçam a ruptura decorrente dessas tensões. Segundo a NBR 7190, a segurança das peças estruturais de madeira em relação a estados-limite últimos não pode depender diretamente da resistência à tração perpendicular às fibras do material. Considera-se, entretanto, para viabilizar o uso da fórmula de Hankinson na tração inclinada em relação às fibras, um valor mínimo de resistência igual a 6% do valor de tração paralela às fibras. Observe: Segundo a NBR 7190, os valores de cálculo da resistência devem ser realizados conforme a seguinte equação: O coeficiente de modificação Kmod é especificado em norma em função da classe de carregamento e da classe de umidade da madeira, da mesma forma que os coeficientes de minoração da resistência da madeira. Comentário Para as madeiras classificadas a partir de ensaios em peças estruturais, os valores característicos das resistências são dados pelas classes de resistência da Tabela 3 da NBR 7190:2022. Área líquida Depende da ligação feita e do elemento usado para essa, podendo ser ligação feita com prego ou com parafusos. No caso da ligação com prego, a área a ser subtraída é igual ao diâmetro de prego vezes a largura da peça. Sendo que, para pregos com diâmetro inferior a 6 mm instalados sem pré-furação, não há redução da área bruta. Para ligação com parafusos, a área a ser descontada é igual ao diâmetro do furo d’ vezes a largura b da peça. A área líquida será dada por: Sendo n o número de furos alinhados. De acordo com a NBR 7190, os furos em peças tracionadas podem ser desprezados desde que não ultrapassem da área da seção bruta. Sendo assim, para ligação com parafusos com furos não alinhados, tem-se: Nesse caso, consideram-se os parafusos não alinhados como sendo alinhados. No caso da imagem anterior, . Observe: Consideram-se, ainda, apenas os furos que estão de fato alinhados, n = 2, temos então: Exemplos práticos de elementos submetidos à tração Exercício prático 1 Um pendural com peça serrada de madeira coníferas – C40, utilizada em edificação tipo 2, possui classe de carregamento de média duração, usado em ambiente de classe 3 de umidade, e está ligado por parafusos Ø 25mm a duas talas laterais metálicas. O pendural está sujeito aos seguintes esforços de tração, oriundos de ações de construção. Sabendo que a carga permanente é de 15 Kn e que a carga variável é de 10Kn, verifique a segurança do pendural em tração paralela às fibras. Observação: Considere uma folga de 2mm no furo do parafuso e combinação de construção, bem como: Resolução Etapa 1: Esforço solicitante de projeto Temos a expressão: Utilizam-se os coeficientes de majoração das cargas referentes à combinação de construção. Na NBR 7190:2022, o Item 6.1 – Esforços atuantes em estados-limite últimos estabelece o coeficiente de ponderação para as combinações desfavoráveis especiais ou de construção, neste caso, ϒ=1,2. Sendo assim, temos: Etapa 2: Tensão resistente à tração nas condições Temos a expressão: Em que: Carga de média duração Classe 3 de umidade Madeiras coníferas – C40 Para o cálculo de Kmod, tem-se: Considerando o fator ϒw = 1,4 – Valor para estados-limite últimos decorrentes de tensões normais (NBR 7190:2022 – Item 5.8.5 Coeficientes de minoração da resistência para estados-limite último). Classes de resistência definidas em ensaios de peças estruturais (Tabela 3 – NBR 7190:2022, página 12) – Resistência característica – tração paralela às fibras para uma conífera C30, de ft0,k = 24 MPa. Logo, a tensão resistente à tração será: Etapa 3: Área líquida Temos a expressão: Considerandoa folga de 2 mm no furo do parafuso, temos: Etapa 4. Esforço resistente de projeto da peça tracionada Temos a expressão: Sendo assim, considerando o esforço normal resistente, tem-se: Em termos de resistência à tração, o pendural atende com folga ao critério de segurança. Resta verificar a resistência da ligação. Exercício prático 2 Sabe-se que um carregamento é especificado pelo conjunto de ações que têm probabilidade não desprezível de atuação simultânea. Considere assim um sistema de tirante em peças de madeira de classe umidade (1), classe de carregamento de longa duração, peça serrada, madeira conífera C30 com ações permanentes diretas com combinações últimas normais e os elementos estruturais que compõem a peça de madeira em geral. Qual a máxima carga (16 x 8 ) cm2 que o tirante, de área, suporta? Resolução Etapa 1: Cálculo da tensão resistente de projeto (fto,d) Temos a expressão: Considerando o fator ϒw = 1,4 – Valor para estados-limite últimos decorrentes de tensões normais (NBR 7190:2022 – Item 5.8.5 Coeficientes de minoração da resistência para estados-limite último). Classes de resistência definidas em ensaios de peças estruturais: (Tabela 3 – NBR 7190:2022, página 12) – Resistência característica – tração paralela as fibras para uma conífera C30, de ft0,k = 18 MPa Logo, a resistência de cálculo à tração paralela às fibras será: Etapa 2: Cálculo da tensão atuante de projeto (σ Nt,d): : Na NBR 7190:2022, o Item 6.1 – Esforços atuantes em estados-limite últimos estabelece os coeficientes de ponderação para as combinações últimas normais, neste caso, ϒg = 1,30. Sendo assim, temos: Ligações e emendas de elementos estruturais em madeira As peças de madeira, em função da estrutura anatômica do material e das limitações de comprimento, exigem o uso de ligações para composição de elementos estruturais. As ligações são todos os dispositivos que permitem assegurar a ligação e a transmissão de esforços entre os elementos de uma estrutura. Considerando a forma pela qual os esforços são transmitidos entre as ligações, estas são classificadas em três grupos: Transmissão direta ou por contato direto Não possuem dispositivos intermediários entre as peças de madeira. É o caso de entalhes ou sambladuras. Eles transmitem esforços normais ou cortantes, desde que a resultante possua a tendência de aproximar as peças entre si. Observe: Transmissão indireta As peças não possuem superfície de traspasse e os esforços são transmitidos por elementos intermediários. Esses elementos podem ser metálicos ou adesivos, e podem transmitir esforços normais (de tração ou compressão), cortantes ou momentos. Emendas Para peças tracionadas, os detalhes das emendas geralmente estão localizados entre os pontos de ligação com outros elementos, conforme visto nas imagens: Em relação aos dispositivos de emenda, vejamos algumas definições! Talas de madeira São entendidas como emendas de duas peças com talas laterais de madeira. Os esforços são transmitidos por efeito de pino. Podem ser utilizados pregos, pinos, parafusos ou conectores metálicos. Talas metálicas São entendidas como emendas de duas peças com talas metálicas nas quais podem ser utilizados pregos ou parafusos. A execução é difícil porque a furação da madeira é menos precisa do que a furação da chapa metálica (concordância dos furos). Talas de madeira apertadas com parafusos São caracterizadas por terem os esforços transferidos por meio dos tarugos. Os parafusos apenas impedem a separação entre as talas e a peça central. De modo geral, independentemente da emenda, o ponto crítico para o dimensionamento à tração ocorre nas emendas ou nas ligações nas extremidades das peças. Sendo assim, para as peças que são sujeitas à solicitação de tração axial paralela às fibras, admitem-se tensões uniformemente distribuídas nas várias seções transversais ao longo da peça, desprezando-se as concentrações de tensões devido às reduções de área. A ocorrência de elementos tracionados na direção do seu comprimento se dá sobretudo em estruturas treliçadas. Dessa forma, o esforço admissível de tração é igual à área líquida multiplicada por uma tensão admissível. Resumindo Os estados-limite últimos se configuram por ruptura das fibras na seção líquida ou na seção bruta quando não houver furos, enquanto os estados- limite de serviço se configuram em vibrações excessivas. Critérios de dimensionamento de ligações por pinos (pregos ou parafusos) O dimensionamento dos elementos de ligação para os estados-limite últimos deve atender às condições de segurança. Veja a fórmula: O valor de cálculo da resistência da ligação é definido a partir do valor característico da resistência da ligação, sendo calculado pela equação: Em princípio, o estado-limite último da ligação pode ser atingido por deficiência de resistência da madeira da peça estrutural ou do elemento de ligação. Atenção! As ligações feitas pelos meios usuais de peças de madeira ou pelo emprego de elementos intermediários de aço devem ter sua segurança verificada de acordo com a norma NBR 7190-5:2022, no caso de elementos de madeira, ou de acordo com a NBR 8800, no caso de elementos intermediários de aço. O estado-limite último da ligação pode ser atingido por deficiência de resistência da madeira ou do elemento de ligação. Vejamos agora cada um dos critérios de dimensionamento. Resistência ao embutimento da madeira Em relação à resistência de embutimento da madeira, esta deve ser determinada por meio do ensaio de embutimento, conforme a NBR 7190- 3. Na falta da determinação experimental específica, admitem-se as relações aproximadas apresentadas na parte 1 da NBR 7190:2022, sendo que, para determinação da resistência de embutimento, são necessários os valores da densidade característica. Na falta de informações mais precisas provenientes da caracterização mecânica, é utilizada a relação entre a densidade média e a densidade característica, em elementos de madeira serrada e LVL, para qualquer ângulo em relação às fibras. Veja: Para pregos com diâmetro menor que 8 mm, deve-se aplicar as seguintes equações para cálculo do valor característico da resistência ao embutimento, em elementos de madeira serrada e LVL. Entenda: Para pregos com diâmetro maior que 8mm e parafusos de até 30 mm de diâmetro, dispostos com ângulo α em relação às fibras, deve-se aplicar os valores característicos para o cálculo da resistência ao embutimento. Confira a fórmula: Cálculo da resistência O cálculo da resistência é realizado conforme a seguinte equação: O coeficiente de modificação K mod é especificado pela NBR 7190, como já apresentado. Para as madeiras classificadas a partir de ensaios em peças estruturais, os valores característicos das resistências são dados pelas classes de resistência indicados na NBR 7190, também já apresentados. Para espécies tropicais, é permitido considerar a resistência característica à compressão paralela às fibras fc0,k com os valores padronizados das classes de resistência. Para as espécies que já foram estudadas por laboratórios de reconhecida competência, podem ser utilizadas as seguintes equações simplificadas: Momento resistente do pino metálico O momento resistente característico do pino metálico My,k em N.mm deve ser determinado pela seguinte equação: Características dos elementos de ligação Os elementos de ligação utilizados em estruturas de madeira devem atender a algumas dimensões e resistências mínimas (ver Tabela 13 – NBR 7190:2022, também encontrada no arquivo disponibilizado no campo ”Preparação”). Vamos conferir! Pregos estruturais Devem ter diâmetro nominald mínimo de 3,0mm; . Parafusos estruturais passantes com porca e arruela com cabeça sextavada Devem ser de diâmetro nominal d mínimo de 9,5 mm e resistência característica de escoamento fy,k de pelo menos 250 MPa. As arruelas devem ter diâmetro externo maior ou igual a 3d, espessura maior ou igual a 0,3d e devem ser utilizadas em ambos os lados do parafuso. Parafusos de rosca soberba Devem ser de diâmetro nominal d mínimo de 9,5 mm, atendendo à resistência mínima característica de escoamento fy,k de pelo menos 250 MPa A imagem a seguir ilustra a ligação de peças de madeira com a utilização de anéis metálicos segundo a NBR 7190:2022. Observe: Espaçamentos entre elementos de ligação Os espaçamentos e as distâncias mínimas recomendados em ligações com pinos metálicos e anéis metálicos são apresentados pela NBR 7190-1:2022, nas tabelas 14 e 15, e estão descritos a seguir. Vamos conferir? Nas ligações de mais de três peças conectadas Os pregos devem ser espaçados de modo que os espaçamentos sejam atendidos nas peças internas e também externas. Nas ligações em que forem usados anéis metálicos Os espaçamentos devem ser aplicados em ranhuras previamente feitas nas peças de madeira, com ferramentas apropriadas. Observe na imagem os espaçamentos e as distâncias mínimas para ligações com conectores metálicos: Vamos considerar alguns elementos importantes. Vejamos! Uniões pregadas Neste caso, deve ser feita a pré-furação da madeira, com diâmetro d0 não maior que o diâmetro d do prego, com os valores de 85% para madeiras coníferas e 98% para madeiras folhosas. Estruturas provisórias Neste caso, admite-se a utilização de ligações pregadas sem a pré-furação da madeira, desde que se utilizem madeiras de baixa densidade, Pap ≤ 600 Kg/m3, que permitam a penetração dos pregos sem risco de fendilhamento, e pregos com diâmetro d de no máximo 1/6 da espessura do elemento de madeira mais delgado e com espaçamento mínimo de 10d.. Ligações em madeira com parafusos passantes Neste caso, devem ser realizadas as ligações com pré-furação de no mínimo o diâmetro d e, no máximo 1 mm maior que o diâmetro d, considerando d o diâmetro do parafuso passante a ser utilizado. Parafusos de rosca soberba Neste caso, deve ser feita a pré-furação de aproximadamente 70% do diâmetro do parafuso para instalação. No arquivo disponibilizado no campo ”Preparação” há uma tabela com diâmetro de pré-furação para ligações em madeira. Lembre-se de acessar! Tipos de ligações Segundo a NBR 7190:2022, as ligações mecânicas tradicionais em peças de madeira podem ser divididas em quatro grupos em função do modo de transmissão da força entre os elementos conectados: ligações por pinos metálicos, metálicos e chapas com dentes, ligações por sambladuras ou entalhes e ligações coladas. Veja! Cola A colagem é utilizada nas fábricas de peças de madeira laminada e compensada. As emendas em campo não são em geral coladas, pois a colagem deve ser feita sob controle rigoroso da cola, da umidade da madeira, da pressão e da temperatura. De forma mais técnica, a NBR 7190:2022 descreve as ligações coladas como aquelas formadas pela união entre elementos de madeira serrada por meio de adesivos estruturais. Nesse caso, as peças de madeira serrada podem ser coladas: A ligação entre as extremidades, realizada por meio da colagem estrutural de peças usinadas por emendas denteadas (ou finger-joint) produzidas sob controle de qualidade industrial, deve atender aos requisitos do fabricante do adesivo e à ABNT NBR 7190-6:2022. As peças de madeira serrada unidas por emendas denteadas podem ser: No cálculo das ligações, não é permitido considerar os esforços transmitidos por elementos secundários, como estribos, braçadeiras ou grampos. Pinos As ligações por pinos possuem comportamento regido por um misto de flexão do pino e/ou embutimento do pino na madeira. Enquadram-se no primeiro grupo as ligações com parafusos passantes com porcas e arruelas (sextavado e francês), parafusos de rosca soberba, pregos e pinos metálicos ajustados. Veja! Pregos São peças metálicas, cravadas na madeira com impacto. Os pregos são os elementos de ligação mais comuns de serem utilizados e provavelmente os mais tradicionais. São fabricados com arame de aço. O mais comum a se utilizar é o prego com cabeça de fuste cilíndrico circular, designado com duas medidas: diâmetro (Ø) x comprimento (h). Observe: Além disso, existem diversos fatores de resistências de ligações pregadas, nos quais podemos destacar os seguintes elementos. Confira! Existe um valor mínimo de penetração abaixo da qual não se consegue boa resistência. Acima da penetração mínima e pontas rebatidas, não se aumenta a resistência da ligação. Entenda: Os números ao lado das figuras representam comprimento total do prego (milímetros) x diâmetro (em décimos de milímetros). Cavilhas de madeira As cavilhas são pinos cilíndricos confeccionados com madeira dura. Elas são introduzidas por cravação em furos sem folga nas peças de madeira. Para estruturas, são consideradas apenas cavilhas com 16 mm (5/8”), 18 mm (3/4”) e 20 mm (1”) e os furos devem ser exatos. A cavilha deve estar perfeitamente seca, caso contrário, há retração após sua colocação, provocando folgas. Parafusos De modo geral, os parafusos podem ser divididos em dois tipos: Parafusos autoatarraxantes São muito utilizados em marcenaria, em geral, não se empregam como elementos de ligação de peças estruturais de madeira. Parafusos com porcas e arruelas São utilizados nas ligações estruturais, são cilíndricos e lisos, tendo em uma extremidade uma cabeça e na outra uma rosca e porca. Eles são instalados em furos com folga de 0,5 mm a 1 mm e depois apertados com a porca. Conector de anel As ligações por anéis metálicos e chapas com dentes estampados transmitem as forças entre os elementos de madeira de forma distinta da anterior, caracterizadas por grandes áreas de contato. São peças metálicas especiais, encaixadas em ranhuras, na superfície da madeira, apresentando grande eficiência na transmissão de esforços. No local de cada conector, coloca-se um parafuso para impedir a separação das peças ligadas. Os conectores usuais são em forma de anel, veja: Entalhes e encaixes São ligações em que a madeira trabalha à compressão associada a corte. Nessas ligações, a madeira realiza em geral o principal trabalho de transmissão dos esforços, utilizando parafusos para impedir a separação das peças. As ligações por sambladuras ou entalhes são aquelas cujo esforço é transmitido diretamente de um elemento de madeira ao outro por compressão em uma área determinada, mediante uma geometria que permita essa transferência de esforços. Veja um exemplo: Nas ligações por sambladuras ou entalhes, deve-se: Verificar a resistência à compressão nesse contato, em ambos os elementos, levando-se em consideração a inclinação dessa compressão em cada elemento. Avaliar os esforços de cisalhamento na região dessas ligações. Devem ser verificados os elementos com seções reduzidas pelos entalhes aos esforços solicitantes com essa seção reduzida.
Compartilhar