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Sistemas Estruturais De Aço e Madeira 02 Elementos de aço sob tração e sob compressão Ações, segurança e análise estrutural Para o dimensionamento de qualquer elemento estrutural, seja ele em concreto, aço, misto, madeira etc., se faz necessário observar as diretrizes das normas que tratam sobre os procedimentos para cálculo, dimensionamento e análise do elemento a ser verificado. No caso das estruturas em aço e mistas, segue-se a ABNT NBR 8800:2008: Projeto de estruturas de aço e de estruturas mistas de aço e concreto de edifícios, confirmada em 2018. A norma adota o método dos estados limites, o mais empregado atualmente no mundo. Para entendê-lo, é necessário compreender alguns conceitos elementares sobre as ações que podem atuar nas estruturas. Com esse conhecimento, torna-se possível entender o método dos estados limites, conforme prescrito pela norma. Além da ABNT NBR 8800:2008, existem outras normas que são adotadas durante os procedimentos de cálculo e verificação de estruturas em aço, das quais podem-se destacar: ABNT NBR 14323:2013. Projeto de estruturas de aço e de estruturas mistas de aço e concreto de edifícios em situação de incêndio, confirmada em 2022. ABNT NBR 14762:2010. Dimensionamento de estruturas de aço constituídas por perfis formados a frio, confirmada em 2018. ABNT NBR 6120:2019. Ações para o cálculo de estruturas de edificações, versão corrigida de 2019. ABNT NBR 6123:1988. Forças devidas ao vento em edificações, 2ª versão corrigida de 2013, que foi confirmada em 2019. ABNT NBR 8681:2003. Ações e segurança nas estruturas – Procedimento, versão corrigida de 2004 que foi confirmada em 2019. ANSI/AISC 360-05. Specification for structural steel buildings. Eurocode 3:2005. Design of steel structures. Eurocode 4:2004. Design of composite steel and concrete structures. Cada norma possui procedimentos específicos, os quais, porém, se alinham entre normas. Sendo assim, podemos destacar alguns métodos da Mecânica dos corpos sólidos deformáveis para dimensionamento e verificação das estruturas, tais como: Método das tensões admissíveis Baseia-se na comparação tanto entre tensões máximas e tensões admissíveis (resistência e estabilidade) quanto entre os deslocamentos máximos e deslocamentos limites (rigidez). Método dos estados limites Baseia-se nos conceitos de estados limites e critérios de segurança. Esse é o método adotado pelas normas técnicas brasileiras para o dimensionamento das estruturas em geral, usando como base na norma NBR 8681:2003. A norma NBR 8681:2003 trata sobre a definição das ações e segurança nas estruturas e define ações como causas que provocam esforços ou deformações nas estruturas, ou seja, as forças e as deformações impostas pelas ações são consideradas como se fossem as próprias ações. Nesse caso, as deformações impostas podem ser designadas por ações indiretas e as forças, por ações diretas. No caso dos estados limites, é importante compreender que o termo “estados” está atrelado ao comportamento/estado da estrutura/elemento quando estes apresentam desempenho inadequado às finalidades da construção. Os estados são classificados em estados limites últimos (ELU) e estados limites de serviço (ELS). Estados limites últimos (ELU) e estados limites de serviço (ELS) Estados limites últimos são aqueles relacionados com a segurança estrutural. Sua ocorrência significa sempre colapso, total ou parcial, sendo associada à falha de material, instabilidade de um elemento ou de um conjunto estrutural, ou, ainda, movimento de corpo rígido. No geral, os estados limites últimos (ELU) podem ser determinados pela simples ocorrência, a paralisação, no todo ou em parte, do uso da construção. Os estados limites últimos (ELU) apresentam algumas características. Características dos estados limites últimos (ELU) A seguir veja as características desse tipo de estado: Perda de equilíbrio global ou parcial da estrutura, admitida como corpo rígido. Ruptura ou deformação plástica excessiva dos materiais. Transformação da estrutura, no todo ou em parte, em sistema hipoestático. Instabilidade por deformação. Instabilidade dinâmica. Na verificação de um estado limite último, considera-se o dimensionamento satisfatório se for atendida a relação: Em que: 1. Sd é denominado como o esforço solicitante de cálculo, ou seja, a força axial de tração ou compressão, momento fletor ou força cortante que causa o Estado Limite. 2. Rd é o esforço resistente de cálculo correspondente para esse mesmo estado limite. Segundo Fakury e outros autores (2016), um estado limite último também pode ser causado simultaneamente por mais de um esforço solicitante, como na flexão composta, na qual, por exemplo, uma força axial de compressão e um momento fletor podem provocar, em conjunto, falha do material ou instabilidade de um elemento estrutural. No estado limite de serviço (ELS), ocorrem, por repetição ou duração, efeitos estruturais que não respeitam as condições especificadas para o uso normal da construção ou que são indícios do comprometimento da durabilidade da estrutura. No geral, estado limite de serviço (ELS) são caracterizados por: Danos ligeiros ou localizados, que comprometam o aspecto estético da construção ou a durabilidade da estrutura. Deformações excessivas que afetem a utilização normal da construção ou seu aspecto estético. Vibração excessiva ou desconfortável. Segundo a NBR 8681:2003, os estados limites de serviço decorrem de ações cujas combinações podem ter três diferentes ordens de grandeza de permanência na estrutura, sendo: 1. combinações quase permanentes; 2. combinações frequentes; 3. combinações raras. Tipos de ações, valores e combinações Ações Ações podem ser definidas como qualquer influência ou conjunto de influências capaz de produzir estados de tensão, deformação ou movimento de corpo rígido em uma estrutura. Paralelo a isso, tem-se o denominado critério de segurança, o qual representa as condições para que nenhum estado limite aplicável seja excedido quando a estrutura for submetida a todas as combinações apropriadas de ações. Essas condições se relacionam com os conceitos de ações, solicitações e resistências, de modo que é possível ocorrer como resultado direto da atuação de agentes externos sobre a estrutura. Classificação das ações As ações são classificadas como: Ação da gravidade Ações magnéticas Ação das intempéries (vento, neve, temporais etc.) Ações transmitidas por meio do contato com outros corpos Pressões hidrostáticas e hidrodinâmicas Abalos sísmicos Recalques de apoios Deslocamentos impostos Variações de temperatura No projeto estrutural, as ações podem ser classificadas de acordo com sua ocorrência em função do tempo. Nesse caso, têm-se as ações permanentes, variáveis ou excepcionais. Entenda melhor na próxima imagem. Ações permanentes Ações permanentes são aquelas em que os valores são praticamente constantes ao longo da vida útil da estrutura ou que crescem no tempo, tendendo a um valor limite constante. Nessas condições, as ações permanentes podem ser divididas em dois grupos: ações permanentes diretas e as ações permanentes indiretas. Classificação São classificadas como: ações permanentes diretas Peso próprio da estrutura Peso próprio dos elementos construtivos fixos Peso próprio das instalações permanentes Empuxos permanentes de materiais granulosos ações permanentes indiretas. Deslocamentos de apoios Imperfeições geométricas Fluência e retração do concreto (estruturas mistas) As ações permanentes podem ser determinadas a partir dos pesos específicos dos materiais de construção. A ABNT NBR 6120:2019 fornece, para oscasos em que não houver determinação experimental, os valores de muitos materiais constantemente utilizados. Ações variáveis As ações variáveis, segundo a NBR 8681:2003, são aquelas em que os valores apresentam variações significativas ao longo da vida útil da estrutura. Por exemplo, nas cargas acidentais das construções e em efeitos como forças de frenação, de impacto e centrífugas, os efeitos do vento, da variação de temperatura, do atrito nos aparelhos de apoio e, em geral, pressões hidrostáticas e hidrodinâmicas. Considerando a probabilidade de ocorrência durante a vida útil da construção/edificação, as ações variáveis podem ser divididas em dois grupos. Classificação São classificadas como: Ações variáveis normais São ações variáveis com probabilidade de ocorrência suficientemente grande para que sejam obrigatoriamente consideradas no projeto das estruturas de um dado tipo de construção. Ações variáveis especiais São ações sísmicas ou cargas acidentais de natureza ou de intensidade especiais. Nas combinações de ações em que comparecem, ações especiais devem ser especificadamente definidas para situações especiais consideradas. Ações excepcionais São aquelas de duração extremamente curta e baixíssima probabilidade de ocorrência ao longo da vida útil da estrutura. As ações excepcionais variam com o tempo, mas assumem valores significativos apenas durante uma fração muito pequena da vida útil da estrutura. Além disso, têm baixa probabilidade de ocorrência (como explosões, choques, furacões etc.). Não é possível anular os efeitos desse tipo de ação. Valores das ações A NBR 8681:2003 apresenta tabelas para a quantificação dos valores representativos das ações. Esses valores podem ser característicos, característicos normais, reduzidos de combinação, valores convencionais excepcionais, valores reduzidos de serviço e valores raros de serviço. Valores representativos das ações Valores característicos (Fk) Pontos importantes sobre esse tipo de valor são: 1. Os valores característicos Fk das ações são definidos em função da variabilidade de suas intensidades. 2. Para as ações que apresentam variabilidade no tempo, consideram-se distribuições de extremos correspondentes a um período convencional de referência, de 50 anos, admitindo que sejam independentes entre si os valores extremos que agem em diferentes anos de vida da construção. 3. Para efeito de quantificação das ações variáveis, em lugar de considerar o período de vida efetivo dos diferentes tipos de construção e a probabilidade anual de ocorrência de cada uma das ações, admite-se o período convencional de referência, ajustando o valor característico da ação em função de seu período médio de retorno. Valores característicos nominais Pontos importantes sobre esse tipo de valor são: 1. Para as ações que não tenham a sua variabilidade adequadamente expressa por distribuições de probabilidade, os valores característicos Fk são substituídos por valores nominais convenientemente escolhidos. 2. Para as ações que tenham baixa variabilidade, diferindo muito pouco entre si os valores característicos superior e inferior, adotam-se como característicos os valores médios das respectivas distribuições. , Valores reduzidos de combinação Pontos importantes sobre esse tipo de valor são: 1. Os valores reduzidos de combinação são determinados a partir dos valores característicos pela expressão ᴪ0Fk e são empregados nas condições de segurança relativas a estados limites últimos, quando existem ações variáveis de diferentes naturezas. 2. Os valores ᴪ0Fk consideram que é muito baixa a probabilidade de ocorrência simultânea dos valores característicos de duas ou mais ações variáveis de naturezas diferentes. 3. Nos casos particulares em que sejam consideradas ações que atuem simultaneamente com ações de período de atuação extremamente curto, adotam- se para ᴪ0 os mesmos valores especificados para os coeficientes ᴪ2 . Valores convencionais excepcionais, Pontos importantes sobre esse tipo de valor são: 1. Valores convencionais excepcionais são valores arbitrados para as ações excepcionais. 2. Esses valores devem ser estabelecidos por consenso entre o proprietário da construção e as autoridades governamentais que nela tenham interesse. Valores reduzidos de serviço Pontos importantes sobre esse tipo de valor são: 1. Os valores reduzidos de serviço são determinados a partir dos valores característicos pelas expressões ᴪ1Fk e ᴪ2Fk e são empregados na verificação da segurança em relação a estados limites de serviço, decorrentes de ações que se repetem muitas vezes e ações de longa duração, respectivamente. 2. Os valores reduzidos ᴪ1Fk são designados por valores frequentes e os valores reduzidos ᴪ2Fk por valores quase permanentes das ações variáveis. Valores raros de serviço Pontos importantes sobre esse tipo de valor são: 1. Os valores raros de serviço quantificam as ações que podem acarretar estados limites de serviço, mesmo que atuem com duração muito curta sobre a estrutura. Combinações de ações Todo carregamento é uma combinação de ações com probabilidade não desprezível de atuarem simultaneamente sobre a estrutura, durante um período pré-estabelecido. Sendo assim, existem alguns tipos de formação dos para os carregamentos, sendo que, em geral, cada carregamento tem como referência uma ação variável ou excepcional, denominada ação principal. A ação principal e as ações permanentes são consideradas com seus valores característicos ou convencionais, enquanto as demais ações variáveis são consideradas com o seu valor reduzido. Dessa forma, cada carregamento representa um cenário/variação diferente com possibilidades não desprezíveis de ocorrer. Serão considerados tantos carregamentos quantas forem as ações variáveis e excepcionais. O carregamento terá uma combinação diferente dependendo se corresponder a uma ELU ou ELS, veja: ELU O carregamento será uma combinação última, quando corresponder a um ELU. ELS O carregamento será uma combinação de serviço, quando corresponder a um ELS. Os valores característicos são valores estimados das ações, definidos em função da variabilidade de suas intensidades, expressa, em geral, por distribuição de probabilidade. Valores de ações que não tenham a sua variabilidade expressa por distribuição de probabilidade são chamados valores característicos nominais. Combinações normais Decorrem do uso previsto para a edificação. Em que: Combinações especiais Decorrem da atuação das ações variáveis de natureza ou intensidade especial (transitórias), cujos efeitos superam em intensidade os efeitos produzidos pelas ações consideradas nas combinações normais. Em que: Combinações de construção Decorrem da atuação das ações que solicitam a estrutura durante a fase de construção. Em que: Combinações excepcionais Decorrem da atuação das ações excepcionais que possam provocar efeitos catastróficos. Em que: Combinações quase permanentes São aquelas que podem atuar durante grande parte do período de vida útil da estrutura, da ordem da metade desse período. Em que: Combinações frequentes São aquelas que se repetem muitas vezes durante o período de vida útil da estrutura ou que tenham duração total igual a uma parte não desprezível desse período, da ordem de 5%. Em que: Essas combinações são utilizadas para os estados limites reversíveis (que não causam danos permanentes à estrutura ou a outros componentes da construção), incluindo os relacionados ao conforto dos usuários e ao funcionamento de equipamentos, tais como vibrações excessivas, movimentos laterais excessivos que comprometam a vedação, empoçamentos em coberturas etc. Combinações rarasCombinações raras são aquelas que podem atuar no máximo algumas horas durante o período de vida da estrutura. Essas combinações são utilizadas para os estados limites irreversíveis (que causam danos permanentes à estrutura ou a outros componentes da construção) e para aqueles relacionados ao funcionamento adequado da estrutura. Coeficientes de ponderação para combinações últimas As incertezas variam em função do tipo de ação. Desse modo, diferentes coeficientes de ponderação são prescritos para diferentes tipos de ação: Combinações últimas normais Para as chamadas “combinações últimas normais”, usadas para os estados limites últimos que podem ocorrer durante toda a vida útil da edificação, após a obra ter sido finalizada. Combinações últimas de construção Para as “combinações últimas de construção”, que são utilizadas para os estados limites últimos que podem ocorrer durante a fase de construção. Veja agora alguns importantes pontos que constam na NBR 8681:2003: Configuração de ponderação Yg: Os coeficientes de ponderação Yg das ações permanentes majoram os valores representativos das ações permanentes que provocam efeitos desfavoráveis e minoram os valores representativos daquelas que provocam efeitos favoráveis para a segurança da estrutura. Os coeficientes de ponderação Yq Os coeficientes de ponderação Yq das ações variáveis majoram os valores representativos das ações variáveis que provocam efeitos desfavoráveis para a segurança da estrutura. O coeficiente de ponderação Yf O coeficiente de ponderação Yf relativo à ação excepcional que representa as combinações últimas excepcionais, salvo indicação em contrário, expressa em norma relativa ao tipo de construção e de material considerados, deve ser tomado com o valor básico. Os fatores de combinação ᴪ0 Os fatores de combinação ᴪ0 salvo indicação em contrário, expressa em norma relativa ao tipo de construção e de material considerados, estão indicados na tabela 6 da NBR 8681:2003, juntamente com os fatores de redução ᴪ1 e ᴪ2 referentes às combinações de serviço. Falta de um espectro de carga Na falta de um espectro de carga que defina a frequência de repetição de cada nivel de carga, permitindo a aplicação da regra de Palmgren-Miner, a verificação da fadiga pode ser feita para um único nível de carga. Esse nível de carga é definido pela carga frequente de fadiga ᴪ1, fadFqk à qual corresponde um certo número de ciclos de carga. Simbologia Veja agora o que significa cada um dos termos a seguir: (Fr) valores representativos. (YfFr) valores de cálculo. coeficientes de ponderação das ações (Yf) valores reduzidos (ᴪiFk) Essa redução pode ocorrer de três formas: Valores Reduzidos de Combinações (ᴪ0Fk) Utilizados em ELU, quando são combinadas ações variáveis de diferentes naturezas; para ações que agem simultaneamente com outras de período extremamente curto, adota-se (ᴪ0 = ᴪ2) Valores Reduzidos frequentes (ᴪ1Fk) Utilizados em ELS, para ações que se repetem muitas vezes. Valores Reduzidos quase permanentes (ᴪ2Fk) Utilizados em ELS, para ações de longa duração. A norma ainda apresenta os valores para os denominados coeficientes de ponderação para combinações últimas. Esses coeficientes são divididos em cinco grupos. Veja a seguir as indicações das tabelas desses grupos, bem como a página de consulta na NBR 8681:2003. Coeficientes de ponderação para combinações últimas Os cinco grupos são: Coeficiente de ponderação para as ações permanentes É composto por: Tabela 1 — Ações permanentes diretas consideradas separadamente — Página 11 Tabela 2 — Ações permanentes diretas agrupadas — Página 11 Tabela 3 — Efeitos de recalques de apoio e de retração dos materiais — Página 12 Coeficiente de ponderação para as ações variáveis É composto por: Tabela 4 — Ações variáveis consideradas separadamente — Página 12 Tabela 5 — Ações variáveis consideradas conjuntamente — Página 12 Coeficiente de ponderação para as ações excepcionais É composto pelo coeficiente de ponderação Yf relativo à ação excepcional que figura nas combinações últimas excepcionais, salvo indicação em contrário, expressa em norma relativa ao tipo de construção e de material considerados, deve ser tomado com o valor básico – Yf = 1,0 Coeficiente de fatores de combinação e de redução É composto por: Tabela 6 — Valores dos fatores de combinação (ᴪ0) e de redução (ᴪ1 e ᴪ2) para as ações variáveis — Página 13 Coeficiente dos fatores de redução para combinação frequente aplicável à verificação da fadiga É composto por: Tabela 7 — Valores dos fatores de redução para combinação frequente de fadiga — Página 14 . Solicitações e resistências Um esforço resistente de cálculo (Fd) ou uma tensão resistente de cálculo é dado pela fórmula: Em que: Y = coeficiente de ponderação da resistência. Fk = esforço ou tensão resistente nominal para o estado limite. O coeficiente de ponderação da resistência possui valores diferentes para o aço dos perfis estruturais, para o aço das armaduras e para o concreto. Segundo a NBR 8800:2008, os valores de cálculo das ações são obtidos a partir dos valores representativos de Fk, que dever ser multiplicado pelos valores dos coeficientes de ponderação (yf), sendo: Em que: Yf1 é a parcela do coeficiente de ponderação das ações que considera a variabilidade das ações. Yf2 representa a parcela do coeficiente de ponderação que leva em consideração a simultaneidade de atuação das ações. Yf3 é a parcela do coeficiente de ponderação que considera os possíveis erros de avaliação dos efeitos das ações. Sendo assim, existem os valores do coeficiente de ponderação para o ELU e o ELS. No caso do ELU, os valores para a sua verificação são definidos pela NBR 8800:2008, conforme podemos observar nas tabelas representadas a seguir. Na tabela a seguir, é possível ver os valores para ações variáveis. Os valores das solicitações são divididos em: Valores de cálculo São os valores dos esforços ou das tensões atuantes, obtidos com base nas combinações últimas de ações. Valores de serviço São os valores dos efeitos estruturais de interesse, obtidos com base nas combinações de serviço das ações. No caso da resistência de uma estrutura, tem-se a sua aptidão/capacidade de suportar solicitações. A resistência da estrutura normalmente é determinada pelas máximas solicitações que a estrutura suporta sem que seja atingido qualquer estado limite. No geral, os valores das resistências podem ser: valores representativos, valores característicos, valores nominais e de cálculo. Veja: Valores representativos (Fr) Valores de quantificação das resistências, expressos pelos seus valores característicos ou nominais (Fk) Valores Característicos (Fk) Valores que têm uma determinada probabilidade de serem ultrapassados, no sentido desfavorável para a segurança. Valores Nominais Valores fornecidos por norma ou especificação aplicável ao material. Valores de Cálculo (Fk / Ym) Valores representativos (característicos ou nominais) modificados pelos coeficientes de ponderação das resistências apresentados anteriormente. Para o ELU, devem-se considerar alguns pontos, como a variabilidade das resistências dos materiais medidas em experimentos, a diferença entre a resistência do material no corpo de prova e na estrutura, os desvios gerados na construção e as aproximações feitas em projeto, do ponto de vista das resistências. Veja na tabela a seguir. No caso dos coeficientes de ponderação das resistências para o estado limite de serviço (ELS), tem-se que, pela NBR 8800:2008, os limites estabelecidos não necessitam de minoração, portanto, considera-se ym = 1 Sendo assim,analisando os critérios de segurança, devem ser seguidas as orientações indicadas pela NBR 8681:2003. As condições usuais de segurança referentes aos ELU são expressas por desigualdades nas quais tem: No caso dos ELS, as condições usuais são expressas por desigualdades do tipo: Estabilidade e análise estrutural O objetivo da análise estrutural é determinar os efeitos das ações nas estruturas, isto é, determinar as solicitações. Sendo assim, a análise deve ser realizada com base em modelo (esquema de cálculo) que permita representar a resposta da estrutura e dos materiais estruturais, considerando-se as deformações causadas por todos os esforços solicitantes relevantes. A interação solo-estrutura e o comportamento das ligações devem ser considerados. Dessa forma, as classificações podem ser quanto ao comportamento dos materiais e quanto ao efeito dos deslocamentos, conforme visto a seguir: Quanto ao comportamento dos materiais O comportamento pode ser dividido em: Análise elástica É o diagrama tensão x deformação elástico linear. Análise inelástica É o diagrama tensão x deformação rígido plástico, elastoplástico perfeito ou elastoplástico não linear. Na próxima imagem, é possível ver o comportamento desses materiais. A não linearidade do material pode ser considerada, em alguns casos, de forma indireta, efetuando-se uma análise elástica com redução da rigidez das barras. Quanto ao efeito dos deslocamentos O comportamento pode ser dividido em: Análise linear (de 1ª ordem) Com base na geometria não deformada da estrutura. Análise não linear (de 2ª ordem) Com base na geometria deformada da estrutura. A análise não linear deve ser usada sempre que os deslocamentos afetarem de maneira significativa os esforços internos. Deve considerar a influência relacionada às imperfeições geométricas iniciais, imperfeições físicas iniciais ou imperfeições iniciais de material (tensões residuais) e ao comportamento das ligações. Assim como a não linearidade do material, a influência das tensões residuais também pode ser considerada, em alguns casos, de forma indireta, por meio da redução das rigidezes das barras. Na próxima imagem, é possível entender melhor isso. Efeitos dos deslocamentos O comportamento pode ser dividido em: Efeitos globais de segunda ordem (efeitos P - ∆) Decorrentes dos deslocamentos horizontais dos nós da estrutura. Efeitos locais de segunda ordem (efeitos P - δ) Decorrentes da não retilinidade dos eixos das barras Deslocamentos laterais das estruturas Seja ∆i o deslocamento lateral de cada andar em relação à base da edificação. Sendo ∆i10 deslocamento ∆i obtido na análise de primeira ordem, e, ∆i2 deslocamento ∆i obtido na análise de segunda ordem. As estruturas são classificadas como: Estrutura de pequena deslocabilidade Estrutura de média deslocabilidade Estrutura de grande deslocabilidade A classificação das estruturas deve ser obtida para a combinação última de ações que consideram, além de forças horizontais, a maior resultante de carga gravitacional, dentre aquelas em que os deslocamentos horizontais provenientes das forças horizontais tenham os mesmos sentidos dos deslocamentos horizontais provenientes das cargas gravitacionais. Para essa classificação, não necessitam ser consideradas, na análise, as imperfeições iniciais de material. No caso da análise elástica não linear, de acordo com a NBR 8800:2008, a análise elástica é sempre permitida, mesmo que os esforços resistentes sejam avaliados considerando-se a plasticidade. A análise não linear deve ser sempre utilizada (efeitos P - ∆ e P- δ), pois métodos aproximados são permitidos dependendo da classificação das estruturas quanto à sensibilidade a deslocamentos laterais. Pré-dimensionamento Para execução do pré-dimensionamento de elementos de aço, devem ser consideradas as ações gravitacionais, que incluem o peso próprio da estrutura. Logo, é necessário conhecer previamente as dimensões dos elementos estruturais, a fim de se avaliar o seu peso. No entanto, essas dimensões são, em suma, o resultado do dimensionamento, o qual só pode ser feito a partir do conhecimento da geometria de cada elemento, das ações que sobre ele atuam e do material do qual é constituído. Sendo assim, para se iniciar o dimensionamento, é necessário prever as dimensões dos elementos estruturais e, a posteriori, confirmar essas dimensões presumidas. Segundo Zacarias (2013), para o pré-dimensionamento, pode-se considerar o seguinte roteiro: Primeiro passo Admitem-se as dimensões dos elementos estruturais. Segundo passo Avalia-se o seu peso próprio com base nessas dimensões. Terceiro passo Dimensiona-se a estrutura. Quarto passo Verifica-se se as dimensões mínimas exigidas pelo dimensionamento são realmente inferiores (porém não muito) às admitidas no pré-dimensionamento. Quinto passo Refaz-se o dimensionamento, caso as dimensões admitidas não atendam às exigências, considerando-se novas dimensões, até que se atinja uma solução ao mesmo tempo segura e econômica. O pré-dimensionamento requer, naturalmente, experiência em projeto para se ter noção de ordem de grandeza das dimensões dos diversos elementos estruturais. Essa experiência apontará relações prováveis entre as dimensões de cada elemento estrutural e as características e dimensões gerais da estrutura. Exemplo No caso de vigas de edifícios de andares múltiplos para fins residenciais, a altura da seção será aproximadamente 1/20 do vão da viga. Já para vigas de rolamento de pontes rolantes, a altura da seção será aproximadamente 1/10 do vão da viga. Em geral, as dimensões do elemento estrutural a serem consideradas no pré- dimensionamento são aquelas mais importantes no seu dimensionamento. Eventualmente, podem-se considerar, ao invés de dimensões, propriedades geométricas da seção, tais como área, momento de inércia, constante de torção etc. As características da estrutura definirão os valores das ações (ações permanentes, sobrecarga, ação de vento etc.) e, juntamente com as suas dimensões gerais (vãos, pé- direito etc.), o grau de solicitação da estrutura e, consequentemente, a ordem de grandeza das principais dimensões das seções transversais dos elementos. De acordo com o professor Ildony Hélio Bellei e demais autores (2008), têm-se as seguintes fórmulas: Edifícios de andares múltiplos Nesses tipos de edifícios são usadas as seguintes vigas: Veja na próxima imagem um exemplo das vigas. Galpões industriais Nesses tipos de galpões são usados os seguintes itens. Terças e vigas de tapamento de alma cheia É calculada da seguinte forma: Vigas de rolamento - VR (para pontes rolantes - PR) É calculada da seguinte forma: Veja um exemplo na próxima imagem: Tesouras de alma cheia (vigas de pórticos) São divididas em: Terças e tesouras treliçadas É calculada da seguinte forma: Veja um exemplo na próxima imagem: Pilares de alma cheia sem VR É calculada da seguinte forma: Pilares de alma cheia com VR É calculada da seguinte forma: Pilares treliçados (com VR) É calculada da seguinte forma: Pontes e viadutos Nesses tipos são usados os seguintes itens. Passarelas Nesses tipos são usados os seguintes itens. Elementos tracionados Elementos tracionados são aqueles sujeitos à solicitação normal de tração, também conhecida como solicitação axial de tração. Nas estruturas, os elementos tracionados são encontrados sob diversas formas, como em tirantes ou pendurais, contraventamentos, tirantes e vigas armadas, barras tracionadas de treliças,dentre outras. As seções transversais das peças tracionadas podem ser constituídas de seção simples ou composta, como: barra redonda; barra chata; perfil laminado simples (L, U, I); perfil laminado composto. As barras de aço tracionadas são solicitadas exclusivamente por força axial de tração decorrente de ações estáticas. Dessa forma, nos edifícios com estrutura de aço, essas barras aparecem, na maioria das vezes, compondo treliças planas que funcionam como vigas de piso e de cobertura (tesouras de cobertura). Barras tracionadas também compõem treliças espaciais, geralmente empregadas em coberturas de edificações que precisam de grande área livre. As barras de aço axialmente tracionadas também aparecem na composição de treliças de pilares. Nos contraventamentos verticais e de cobertura, usados para estabilizar muitas edificações, sempre há barras tracionadas. No caso das ligações das peças tracionadas, estas podem ser por meio de solda, conector (parafuso ou rebite) ou rosca e porca (barra rosqueada). Uma barra de aço, ao ser solicitada por um esforço normal de tração, apresenta uma distribuição uniforme de tensões somente em regiões afastadas dos pontos de aplicações das forças, assim como vemos na imagem a seguir. O cálculo é feito usando a seguinte equação: Onde: Quando o valor das tensões na região de transmissão dos esforços (nas ligações) é muito superior à tensão média σ = N/A, pode haver ruptura da seção nessa região antes do escoamento de uma seção submetida à tensão uniforme igual à tensão média. Entenda melhor na próxima imagem. Assim sendo, é possível definir dois estados limites últimos, a saber: escoamento da seção bruta (seção onde não há ligação) ou ruptura da seção líquida (região das ligações). Em tempo, o escoamento da seção com furos conduz a um pequeno alongamento da peça e não constitui um estado limite. Resistências de cálculo Em uma estrutura, para que um elemento tracionado desempenhe sua função com segurança, é fundamental que o esforço normal de tração solicitante de cálculo seja menor ou igual ao esforço normal de tração resistente de cálculo. Para o estado limite último escoamento da seção bruta, tem-se que o esforço normal de tração resistente de cálculo, Nt,Rd é Já para o estado limite último de ruptura da seção líquida, a resistência, Nt,Rd, é dada por: Onde: A área de trabalho na região de ligação de uma barra tracionada pode ser inferior à área bruta da seção transversal. Desse modo, para se chegar à área de trabalho, a área bruta da seção transversal pode sofrer uma primeira e segunda reduções: Primeira redução Área líquida, presença de furos para passagem de parafusos. Segunda redução Área líquida efetiva, distribuição não uniforme da tensão de tração em decorrência de maior concentração junto a parafusos e soldas. Áreas de cálculo As áreas de cálculo são divididas em: Área bruta (Ag) Área bruta, Ag (grossa área), é a área total da seção transversal da barra, sem descontar eventuais furos. Em perfis padronizados, como os da Gerdau Açominas, as propriedades são tabeladas. Área líquida (An) A área líquida é dividida em: Furos em seção reta Área líquida An (net área) das peças tracionadas com furos é obtida subtraindo-se da área bruta Ag as áreas dos furos contidos em uma seção reta da peça. Onde, São acrescidos 2 mm ao furo nominal devido ao efeito da punção sobre a chapa, durante a furação. Acrescentam-se também 1,5 mm à folga do furo em relação ao diâmetro do conector. Furos em ziguezague No caso de furação em ziguezague, é necessário pesquisar diversos percursos (1-1-1, 1-2-2-1) para encontrar o menor valor de seção líquida, uma vez que a peça pode romper segundo qualquer um desses percursos. Nesse caso, a área líquida, An, é dada pela equação abaixo: Onde: Para cantoneiras com furos em abas opostas, o espaçamento deve ser considerado igual à soma dos espaçamentos medidos a partir da aresta da cantoneira, subtraída de sua espessura (t). Área líquida efetiva A distribuição não uniforme de tensões na seção líquida é considerada substituindo-a por uma seção de área menor, submetida a uma tensão constante, que lhe seja, em princípio, equivalente. Em termos de resistência, essa é a área líquida efetiva da seção. Área líquida efetiva Ae é a área obtida da expressão a seguir, na qual Ct é um coeficiente de redução de área líquida. . Cálculo do coeficiente Ct Quando a força de tração for transmitida diretamente por cada um dos elementos da seção, por soldas ou parafusos: Quando a força de tração for transmitida somente por soldas transversais: Em que Ac é a área da seção transversal dos elementos conectados. Nas chapas planas, quando a força de tração for transmitida somente por soldas longitudinais ao longo de ambas as suas bordas, como visto na imagem a seguir. O cálculo do coeficiente pode ser: Em que: Nos perfis abertos, quando a força de tração for transmitida somente para alguns elementos, por parafusos ou por soldas longitudinais ou por combinação de solda longitudinais e transversais; nos perfis tubulares circulares e retangulares, quando a força de tração for transmitida por meio de uma chapa de ligação concêntrica; nos perfis tubulares retangulares, por meio de chapas de ligação em dois lados opostos da seção: Onde: De acordo com a NBR 8800: 2008, não se deve utilizar Ct superior a 0,9 , exceto em tubos circulares. Ainda, de acordo com a mesma norma, não é permitido o uso de ligações em que o Ct seja inferior a 0,6. Excentricidade da ligação, Ec, é a distância do "centro geométrico" G da seção ao plano de cisalhamento da ligação, como mostrado a seguir. Em perfis com um plano de simetria, a ligação deve ser simétrica em relação ao plano e devem ser consideradas duas barras fictícias e simétricas, cada uma correspondente a um plano de cisalhamento da ligação. A seguir veja na próxima imagem a excentricidade versus distância do centro geométrico. A seguir veja alguns itens e suas diferenças: Calculo de excentricidade para um perfil retangular com um cordão de solda É representado pela imagem: É calculado da seguinte forma: Calculo de excentricidade para um perfil retangular com dois cordões de solda É representado pela imagem: É calculado da seguinte forma: Calculo de excentricidade para um perfil circular com um cordão de solda É representado pela imagem: É calculado da seguinte forma: O comprimento da ligação Lc, nas ligações soldadas é o comprimento do cordão de solda. Veja na próxima imagem: Já nas ligações parafusadas, o comprimento da ligação é a distância do primeiro ao último parafuso na linha de furação com o maior número de parafusos, na direção da força axial de tração. Limite de esbeltez O índice de esbeltez de uma barra é a relação entre seu comprimento L destravado (comprimento entre apoios) e o raio de giração mínimo Rmin da seção transversal. Nas peças tracionadas, o índice de esbeltez não tem importância fundamental, uma vez que os esforços de tração tendem a retificar a haste. Apesar disso, as normas fixam limites com a finalidade de reduzir efeitos vibratórios provocados por impactos. Entenda melhor na próxima imagem: Como o esforço normal resistente será função da área da seção transversal, a seção ideal será aquela que mais concentra a massa em torno do seu centroide. A seção ideal é, portanto, a seção circular maciça. As seções usuais são: Perfis Laminados ou soldados: São exemplificados na imagem: São utilizados em pendurais, tirantes, barras de treliças e contraventamentos. Barras de seção maciçaElementos de aço comprimidos Elementos comprimidos são aqueles submetidos apenas ao esforço normal de compressão, ou seja, a força de compressão precisa atuar no centro de gravidade da seção transversal. Caso contrário, tem-se uma flexocompressão. Normalmente, as barras de aço submetidas apenas à força axial de compressão são decorrentes de ações estáticas. Importante ressalvar que, no processo de dimensionamento das barras comprimidas, um dos modos de colapso a ser considerado é a instabilidade da barra, suposta com curvatura inicial, e outro modo de colapso é a flambagem local dos elementos componentes da seção transversal da barra. Os elementos estruturais sob carga de compressão podem ser encontrados, basicamente, como pilares, barras de treliça e componentes de contraventamento. Veja na próxima imagem. Segundo Fakury e outros autores (2016), o deslocamento transversal de barras com curvatura aumenta continuamente com o acréscimo da força axial de compressão, até as barras não conseguirem mais resistir às solicitações atuantes, o que gera uma instabilidade na barra. Sendo assim, pode-se afirmar que toda barra comprimida está sujeita à flambagem, ou seja, está sujeita a uma instabilidade por deformação. Entenda na imagem a seguir. Esse comportamento, estabelecido com base na relação entre a força axial atuante, Nc, e o deslocamento transversal na seção central, Vt, são compostos pelas etapas elástica, elastoplástica e de colapso. Segundo Fakury e outros autores (2016), as etapas elástica e elastoplástica acontecem da seguinte forma: etapas elástica Essa etapa se inicia quando a força axial começa a atuar e o deslocamento é igual ao inicial, ou seja, Vo, e se encerra quando a força axial alcança Nc,r, valor correspondente ao início do escoamento da seção central. elastoplástica Essa etapa começa com o aumento do valor da força axial para além de Nc,r, o escoamento se propaga para o interior da seção central do lado da face interna, se inicia e propaga para o interior da seção transversal também do lado da face externa e avança para as seções vizinhas, o que faz a rigidez da barra à flexão se reduzir gradativamente, uma vez que as regiões plastificadas não suportam acréscimo de tensão, com o deslocamento transversal aumentando em ritmo mais acelerado. Por fim, na etapa de colapso, o escoamento atinge toda a seção central da barra, que entra em colapso por instabilidade. A força axial que causa o colapso é a força máxima suportada pela barra, ou seja, é a força axial resistente nominal, representada por Nc,rk, in Flambagem Ao contrário das peças submetidas a esforço de tração (que tende a retificar a haste), as peças comprimidas estão sujeitas à flambagem, isto é, a uma instabilidade por deformação. Ao ser submetida por esforço axial de compressão, a barra poderá produzir um deslocamento lateral, denominado flambagem por flexão (deslocamento característico da flexão). Veja na próxima imagem. A flambagem pode ocorrer tanto na barra como um todo, caracterizando a flambagem global, como visto na imagem anterior, quanto na chapa da seção transversal do perfil (mesa ou alma, por exemplo), caracterizando a flambagem local. Veja a seguir exemplo de flambagem local. Carga crítica e tensão crítica de flambagem Um elemento comprimido pode chegar ao estado limite por esmagamento quando as tensões atingem limites de ruptura ou por flambagem. O esmagamento se dá em elementos estruturais em que o comprimento é pequeno quando comparado às dimensões das seções transversais. Como as estruturas metálicas tendem a ser esbeltas, a situação mais usual é ocorrer flambagem antes que o material atinja sua resistência última. Portanto, torna-se essencial determinar a carga crítica ou carga crítica de Euler, em que, a partir da qual, não é mais possível manter o equilíbrio do elemento comprimido na posição retilínea. Onde: Associado à flambagem, tem-se o índice de esbeltez da barra (λ): Então: Onde: Dividindo-se a carga crítica pela área da seção transversal, obtém-se a tensão crítica de flambagem (fcr): Então: .Mas Logo: De acordo com a última equação, observa-se que, para elementos comprimidos de mesmo material, a tensão crítica de flambagem depende apenas do índice de esbeltez. Conclui-se também que, quanto mais esbelto for o elemento, menor será a carga de compressão suportada. Comprimento de flambagem O comprimento de flambagem (Lft) de uma barra é a distância entre os pontos de momento nulo (pontos de inflexão) da barra comprimida, deformada lateralmente. O valor do comprimento de flambagem é dado pela seguinte equação: Onde: K - coeficiente de flambagem fornecido pela tabela a seguir. L - comprimento da barra. Entenda melhor o comprimento na tabela a seguir. A aplicação dos valores recomendados é devido à dificuldade prática de se materializar as condições de apoio. Dimensionamento à compressão A NBR 8800:2008 trata em um de seus capítulos sobre o processo de para dimensionamento e verificação para barras prismáticas submetidas à força axial de compressão. Segundo a norma, para que um elemento estrutural submetido à compressão desempenhe sua função com segurança, é necessário que: Onde: A força normal de compressão resistente de cálculo de uma barra, considerando os estados limites últimos de flambagem global e local, deve ser determinada por: Onde: Determinação do fator de redução O fator de redução associado à resistência à compressão é denominado por x segundo a NBR 8800:2008. Ainda, segundo a norma, tem-se que: Entenda melhor na próxima imagem: Onde λo é o índice de esbeltez reduzido (considera as imperfeições geométricas e de tensões residuais) e é dado por: Porém: Desse modo: Determinação do coeficiente O coeficiente Q é determinado por meio da equação: Onde: Os elementos que fazem parte das seções transversais - chapas -, para efeito de flambagem, são classificados em AA (duas bordas longitudinais vinculadas) e AL (apenas uma borda longitudinal vinculada). Veja na próxima imagem: Para a determinação dos fatores relativos Qs e Qa, deve-se calcular o índice de esbeltez da chapa do perfil (λ ch) e comparar com o índice de esbeltez limite ((b/t)lim). Veja na próxima imagem: O índice de esbeltez da chapa é dado por: Sendo que: Entenda melhor na próxima tabela: Vejamos agora os cálculos de Qs dos elementos não enrijecidos (AL), quando a esbeltez da chapa for maior que a esbeltez limite fornecida na tabela, seguindo os grupos de acordo com a tabela anterior. Grupo 3 Grupo 4 Grupo 5 Grupo 6 Já para os elementos enrijecidos (AA), quando a esbeltez da chapa for maior que a esbeltez limite fornecida na tabela, o cálculo de Qa é dado por: Onde: Aef - área efetiva, determinada pelas equações: Onde: Sendo Xo o valor de X considerando-se Q = 1. Opcionalmente, de forma conservadora, pode-se tomar Xo = 1 e σ = fv Ca = 0,38 - para mesas ou almas de seções retangulares tubulares. Ca = 0,34 - para os demais elementos enrijecidos em geral. Limite do índice de esbeltez Com a finalidade de evitar grande flexibilidade de peças excessivamente esbeltas, o índice de esbeltez, λ, para barras comprimidas, não pode ser superior a 200.
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