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Contabilidade Tributária: Conceitos e Classificações

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CONTABILIDADE TRIBUTÁRIA 
Unidade I e II 
 
 
 
 
 
PROF.ª Dra HELOISA SIQUEIRA LORDELLO 
hslordello@gmail.com 
2023.2 
 Atualizado em agosto/2023 
 
 
 
 
mailto:hslordello@gmail.com
Contabilidade Tributária 
 
 
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UNIDADE I – CONCEITO DE CONTABILIDADE TRIBUTÁRIA 
 
 
“Contabilidade Tributária é o ramo da Contabilidade cujo objetivo é aplicar e adaptar conceitos e princípios contábeis 
com a legislação tributária, de forma adequada, simultânea e, principalmente, integrada.” (Pegas, 2009). 
 
“Contabilidade Tributária tem como uma de suas funções o uso de regras e princípios próprios para interpretar e aplicar as 
normas legais provenientes da legislação tributária e apurar rigorosamente os proventos que devem ser tributados das 
empresas. (Oliveira, 2008) 
 
 Segundo Oliveira ett al. (2005) entende-se como Contabilidade Tributária: 
 
 -Especialização da contabilidade que tem como principais objetivos o estudo da teoria e a aplicação prática dos 
princípios e normas básicas da legislação tributária; 
 
-Ramo de contabilidade responsável pelo gerenciamento dos tributos incidentes nas diversas atividades de uma empresa, 
ou grupo de empresas, adaptando ao dia a dia empresarial as obrigações tributárias, de forma a não expor a entidade às 
possíveis sanções fiscais e legais. 
 
CONCEITOS BASÍCOS 
 
Base de cálculo - É a grandeza econômica sobre a qual se aplica a alíquota para calcular a quantia a pagar. 
Alíquotas É o percentual ou valor fixo que será aplicado para o cálculo do valor de um tributo. 
Sujeito Passivo- É a pessoa, natural ou jurídica, que tem o dever de adimplir (cumprir) a obrigação, seja ela 
principal ou acessória. Podendo ser contribuinte ou responsável. 
Sujeito Ativo- É a pessoa jurídica de direito público (União, Estados ou Municípios) titular da competência para 
exigir o seu cumprimento. 
Contribuinte É aquele que tem relação pessoal e direta com a situação que constitua o respectivo fato gerador. 
Responsável É aquele que mesmo sem revestir a condição de contribuinte, sua obrigação decorra de disposição 
expressa de lei. 
Apuração do Imposto (tributo)- Para apuração de qualquer tributo devemos observar a legislação vigente. 
Dependendo do tributo se cumulativo ou não cumulativo. Se não cumulativo a apuração será entre débitos e 
créditos do imposto. Caso seja cumulativo a apuração somente envolverá débitos do imposto. 
 
Fato gerador é, qualquer manifestação positiva e concreta da capacidade econômica das pessoas, observada pelo 
legislador tributário, que a ele atribui qualidade bastante para provocar o nascimento da obrigação tributária 
principal, quando se verificar, na prática, a sua ocorrência. (art. 113 CTN). 
 
Fato gerador é a situação definida em lei como necessária e suficiente à ocorrência da obrigação tributária. 
(art.114 CTN) 
 
 
 
CATEGORIAS FISCAIS 
 
CATEGORIAS SITUADAS NO CAMPO DA TRIBUTAÇÃO 
 
Incidência –Ocorrência de situações que tenham sido objeto de normas para a instituição e exigência de tributo. 
Isenção – Dispensa legal do pagamento do tributo. 
Diferimento – Postergação do lançamento do imposto para momento posterior 
Alíquota zero – A redução a zero da alíquota de um produto não o excluí do conceito de produto tributado. 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Tributo
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CATEGORIAS EXCLUÍDAS DO CAMPO DA TRIBUTAÇÃO 
 
 
Imunidade – Limitação constitucional ao poder de tributar. 
Não- incidência – Figura que define uma situação na qual não se concretizam os aspectos integrativos da 
hipótese de incidência. 
 
CATEGORIA ABRANGENTE DE SITUAÇÕES ATÍPICAS 
 
Suspensão - Categoria prevista no contexto legislativo do IPI e do ICMS, que estatui medidas de controle fiscal 
tendentes a preservar eventuais créditos da União em face de situações atípicas. O instituto da Suspensão é 
temporário e subordinado a determinadas condições, caso alguma não seja cumprida, a tributação será devida. 
 
 
 
CLASSIFICAÇÃO DOS TRIBUTOS 
 
Os tributos podem ser classificados de diversas formas. No presente estudo utilizaremos as classificações 
abaixo: 
Cumulativos – são os cobrados integralmente a cada vez que se repete a operação (ISS). 
Não Cumulativos – são aqueles em que pode se deduzir, em cada operação, a quantia cobrada na operação 
anterior (IPI ou ICMS). 
 
Diretos – são os relativos apenas ao contribuinte, sem possibilidade de transferência de encargo a outrem. (IR). 
Indiretos – são os relativos a operações com possibilidades de transferência de encargo a outrem. (ICMS) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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UNIDADE III– ICMS – IMPOSTO SOBRE CIRCULAÇÃO DE MERCADORIAS E SERVIÇOS DE 
TRANSPORTE INTERESTADUAL E INTERMUNICIPAL E DE COMUNICAÇÃO 
 
 Introdução 
 
O ICMS – Imposto sobre circulação de Mercadorias e serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de 
comunicação é um imposto de competência privativa dos Estados e do Distrito Federal, previsto no Inciso II do artigo 155 
da Constituição Federal de 1988. 
È um imposto não cumulativo, ou seja, do imposto devido em cada operação será abatido o valor pago na 
operação anterior. Poderá ser seletivo em função das mercadorias ou serviços, ou seja a tributação envolve a 
essencialidade dos produtos. 
As alíquotas internas do ICMS são determinadas pelo estado da Federação, já as alíquotas interestaduais são 
uniformes. Por ser um imposto seletivo, no Estado do Rio de Janeiro, temos alíquotas internas que vão de 7% até 37% 
para armas, munições suas partes e peças. A alíquota modal é de 18%(dezoito por cento). 
Em cada apuração do imposto pode se deduzir o que foi pago nas operações anteriores, ou seja, dá direito a 
crédito, aquisição de mercadorias, matérias-primas, fretes, ativo imobilizado, energia elétrica consumida no processo 
industrial e para empresas exportadoras e comunicação para empresas exportadoras dentre outras. 
As normas gerais de instituição do imposto são determinadas pela União, tais como: fato gerador, base de cálculo, 
contribuintes, obrigação etc. No entanto, os entes tributantes têm autonomia para legislar acerca de outras situações não 
discriminadas acima. 
Com isso, temos 27 Legislações do ICMS diferentes e em torno de 40 alíquotas diferentes em todos os Estados da 
Federação. Os benefícios fiscais, tais como: isenção, redução de base de cálculo, diferimento são concedidos pelos 
Estados, isso importa em termos benefícios diferenciados em cada Unidade da Federação. 
No Estado do Rio de Janeiro, temos um Decreto Regulamentador n 27427/2000 com alterações posteriores. No 
tocante aos benefícios fiscais concedidos pelo Rio de Janeiro foi publicado Decreto n 27.815/2001 com alterações 
posteriores, que contempla todos esses benefícios. 
 
CONTRIBUINTE E RESPONSÁVEL 
 
Qualquer pessoa física ou jurídica que realiza operação de circulação de mercadoria ou prestação de serviços descritas 
como fato gerador do imposto. 
 
È também contribuinte a pessoa física ou jurídica que, mesmo sem habitualidade ou intuito comercial importe 
mercadorias ou bens do exterior, qualquer que seja a sua finalidade e/ou adquira em licitação mercadorias ou bens 
apreendidos ou abandonados (LC. 114/2002) 
 
Nesta definição incluem-se o importador, arrematante ou adquirente, produtor, extrator, industrial e comerciante, o 
prestador de serviço de transporte interestadual e de comunicação, concessionárias ou permissionárias de serviço público 
de energia elétrica. 
 
Fundamentação legal: Art. 15 Livro I RICMS 
 
FATO GERADOR 
 
A legislação vigente enumera diversas operações que constituem fato gerador do ICMS, das quais selecionamos os 
principais aspectos, sem pretender ser exaustivo. 
1 - Circulação de Mercadorias: 
 
Importação (desembaraçoaduaneiro de mercadorias ou bens importados do exterior - LC 114/2002 ); entrada para 
consumo ou ativo fixo em operações interestaduais; saídas a qualquer título; transferências; fornecimento de 
alimentação; fornecimento de mercadoria com prestação de serviços, não incluído na competência dos municípios (LC 
116/2003); aquisição em licitação pública de mercadorias ou bens e apreendidos ou abandonados (LC 114/2002); entrada 
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no Estado de petróleo, lubrificantes, combustíveis e seus derivados, além de energia elétrica decorrentes de operações 
interestaduais e destinados à comercialização ou industrialização. 
 
 
2 - Prestação de Serviços: 
 
Prestação de serviço iniciado em outro Estado que não esteja vinculado a operação subsequente tributada; serviço de 
transporte interestadual ou intermunicipal, por qualquer via, de pessoas, bens, mercadorias ou valores; serviço prestado 
ou iniciado no exterior; prestação de serviços onerosos, por qualquer meio, de geração, emissão, transmissão, repetição, 
ampliação ou recepção de comunicação de qualquer natureza, ainda que iniciada no exterior.(LC 87/96 e 2657/96-art.2º) 
Fundamentação legal: Art. 1º Livro I RICMS 
 
Fundamentação Legal; Decreto 27427/2000 Livro XV Título I Capítulo I. 
 
BASE DE CÁLCULO 
 
A base de cálculo do ICMS é o valor da operação. 
 
➢ Será valor tributável, o valor do serviço e o valor da venda, do frete e outros valores cobrados ou debitados pelo 
remetente ao destinatário. 
 
➢ Nas importações a base será o valor constante do documento de importação, acrescido do Imposto de Importação , 
Imposto sobre Produtos Industrializados, Imposto sobre Operações Financeiras e Câmbio e as contribuições sociais 
(PIS e Cofins) demais despesas aduaneiras devidas ou pagas efetivamente de forma que o montante do imposto a 
integre(Alterado pela Emenda Constitucional nº 33/2001) 
 
➢ Nas mercadorias provenientes de outros Estados, sem destinatário certo, o imposto deve ser recolhido 
antecipadamente, tomando-se como base de cálculo o preço fixado para venda no varejo pelo remetente ou por órgão 
federal competente, ou o valor constante do documento fiscal acrescido do IPI e de 50% (art.13 da Lei 2657/96) 
 
➢ Não integra a base de cálculo do ICMS o montante do Imposto sobre produtos industrializados, quando a operação, 
realizada entre contribuintes e relativa a produto destinado á industrialização ou á comercialização, configure fato 
gerador de ambos os impostos. 
 
➢ No fornecimento de máquina, aparelho, equipamento, conjunto industrial ou outras mercadorias, como tapete, cortina, 
papel de parede, vidro, lambris e outros, cuja alienação esteja vinculada á respectiva montagem, instalação, colocação 
ou operação similar, a base do cálculo do imposto compreende, também o valor da montagem, instalação, colocação 
ou operação similar, salvo disposição expressa. 
 
➢ Dentre outros. 
 
Fundamentação legal: art. 4 a 13 Livro I RICMS 
 
 ALÍQUOTAS 
 
As alíquotas aplicáveis sobre as bases de cálculo antes especificadas, encontram variações e particularidades na legislação 
em vigor. No entanto, destacamos aquelas que têm maior freqüência no dia–a–dia das empresas: 
 
Alíquotas Internas 
 
11% em operação interna com querosene de aviação; 
 
12% em operação interna com pão, sal. 
 
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16% em operação de importação, na prestação de serviço que se inicie no exterior ou quando o serviço seja 
prestado no exterior; 
 
18% - nas prestações ou operações internas e serviços tributados 
 nos serviços de energia elétrica com consumo de até 300 quilowatts/horas mensais 
 
16% - nas operações internas com refrigerante 
17% - nas operações internas com aguardente de cana e de melaço. 
 
18 % - nas operações internas realizadas com cerveja, chope e aguardente 
 
6% quando utilizada no transporte público eletrificado de passageiros. 
 
12 % (doze por cento) até o consumo de 450 quilowatts/hora mensais para clientes residenciais que estejam 
enquadrados no Programa Especial de Tarifas Diferenciadas, conforme regulamentação da ANEEL, desde que 
cumpridas as exigências e contrapartidas em Resolução a ser editada pela Secretaria de Fazenda. (Lei nº 
9449/2021) 
 
18% nos serviços de energia elétrica com consumo até 300 quilowatts/horas mensais 
27% - nos serviços de energia elétrica com consumo de 300 a 450 quilowatts/horas mensais 
28% nos serviços de energia elétrica com consumo superior a 450 quilowatts/horas mensais 
 
28% - nos serviços de comunicação; 
 
30% nas operações internas realizadas com álcool carburante; 
 
32% - nas operações internas realizadas com gasolina; 
 
27% - nas operações internas realizadas com bebida alcoólica, exceto cerveja, chope e aguardente de cana e de 
melaço, com cigarro, cigarrilhas, charuto fumo e artigo correlato 
 
37% nas operações internas com peleteria e suas obras e peleteria artificial, embarcações de esporte e recreio e 
perfume e cosméticos. 
 
 
Dentre outras. 
 
Alíquotas Interestaduais 
 
 
7% - nas operações com contribuinte ou não realizadas nas regiões norte, nordeste, centro oeste e no Espírito Santo. 
12% - nas operações com contribuintes ou não localizados nas regiões Sul e Sudeste exceto Espírito Santo 
4% - nas operações interestaduais com bens e mercadorias importados do exterior que, após o desembaraço aduaneiro: 
 
I - não tenham sido submetidos a processo de industrialização; 
 
II - ainda que submetidos a processo de transformação, beneficiamento, montagem, acondicionamento, 
reacondicionamento renovação ou recondicionamento, resultem em mercadorias ou bens com Conteúdo de Importação 
superior a 40% (quarenta por cento). 
 
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A tributação acima engloba todas as operações interestaduais com as mercadorias e bens que atendam a 
tais requisitos. 
 
Conteúdo de Importação é o percentual correspondente ao quociente entre o valor da parcela importada do 
exterior e o valor total da operação de saída interestadual da mercadoria ou bem submetido a processo de 
industrialização. 
Conteúdo de Importação: Valor da parcela importada do exterior (VI) 
 Valor total da operação de saída (VO) 
 
Não se aplica a alíquota do ICMS de 4% (quatro por cento) nas operações interestaduais com: 
 
I - bens e mercadorias importados do exterior que não tenham similar nacional, definidos em lista editada 
pelo Conselho de Ministros da Câmara de Comércio Exterior - CAMEX - para os fins da Resolução do Senado Federal 
nº 13/2012(Resolução CAMEX nº 79/2012) 
 
II - bens e mercadorias produzidos em conformidade com os processos produtivos básicos de que tratam o 
Decreto-Lei nº 288, de 28 de fevereiro de 1967, e as Leis nºs 8.248, de 23 de outubro de 1991, 8.387, de 30 de 
dezembro de 1991, 10.176, de 11 de janeiro de 2001, e 11.484, de 31 de maio de 2007; 
 
III - gás natural importado do exterior. 
 
 
O convênio ICMS nº 123/2012 determina que não podem ser aplicados benefícios fiscais de ICMS na operação 
interestadual com bem ou mercadoria importados submetidos à tributação prevista na Resolução do Senado Federal nº 
13/2012, no entanto, há duas exceções a esta regra: 
 
- Benefícios com aplicação em 31.12.2012 resultar carga tributária menor que 4% devendo ser mantida a mesma carga 
tributária; 
- Operações contempladas pela Isenção do ICMS. 
 
 
Fundamentação Legal: Resolução do Senado nº 13/2012, Convênio nº s 123/2012, 38/2013 e 88/2013, Ajuste Sinief 
20/2012. 
 
 
DA ISENÇÃO 
As isenções serão concedidas ou revogadas nos termos de convênios celebrados e ratificados pelo Poder 
Executivo, conforme o estabelecido em lei complementar federal. 
O disposto neste artigo também se aplica à redução de base de cálculo, à concessão de crédito presumido ou a 
quaisqueroutros incentivos e favores fiscais. 
Quando a isenção depender de condição, não sendo está satisfeita, o imposto será considerado devido no 
momento em que ocorreu a operação ou a prestação. 
 Nas hipóteses previstas neste artigo, o imposto será cobrado pelo seu valor monetariamente corrigido, com os 
acréscimos cabíveis. 
A outorga de isenção não importa em dispensa do cumprimento de obrigação acessória dependente da 
obrigação principal. 
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A isenção de caráter subjetivo só exclui o crédito tributário quando o seu titular estiver na situação de 
contribuinte. 
Fundamentação Legal: arts 48 a 51 do RICMS/RJ. 
DA SUSPENSÃO 
Sem prejuízo de outras hipóteses expressamente previstas neste regulamento, gozam de suspensão do imposto: 
I - a saída e o respectivo retorno de mercadoria destinada a conserto, reparo ou industrialização; 
II - a saída e o respectivo retorno de mercadoria para fim de demonstração, quando o destinatário estiver 
localizado neste Estado e revestir a qualidade de contribuinte do imposto, excluída a saída de mostruário e a 
remessa para estabelecimento do mesmo titular ou de terceiro, para fim de simples exposição. 
A suspensão a que se refere o inciso I: 
1. não se aplica à saída para fora do Estado de sucata e produto primário de origem animal ou vegetal, salvo se a 
remessa e o retorno se fizerem nos termos de acordo entre o Estado do Rio de Janeiro e demais Estados 
interessados; 
2. é condicionada ao retorno da mercadoria ao estabelecimento de origem no prazo de 180 (cento e oitenta) dias, 
contados da data da respectiva saída, prorrogável por mais 180 (cento e oitenta) dias, pela repartição fiscal, a 
requerimento do interessado, admitindo-se, excepcionalmente, uma segunda prorrogação de igual prazo. 
A suspensão de que trata o inciso II é condicionada ao retorno da mercadoria ao estabelecimento de origem, no 
prazo de 30 (trinta) dias, prorrogável por até igual período, a critério da repartição fiscal. 
O implemento da condição a que está subordinada a suspensão resolve a respectiva obrigação. 
Não se verificando a condição ou o requisito que legitima a suspensão, torna-se exigível o imposto com base na 
data da respectiva saída da mercadoria, corrigido monetariamente e com os acréscimos cabíveis, observado, 
ainda, o disposto na legislação aplicável. 
Fundamentação Legal: arts 52 a 54 do RICMS/RJ. 
 
DIFERENCIAL DE ALÍQUOTA 
 
De acordo com a EC 87/2015, o diferencial de alíquotas é devido nas operações e prestações que destinem 
bens e serviços a consumidor final, contribuinte ou não do imposto, localizado em outro Estado, adotar-se-á a 
alíquota interestadual e caberá ao Estado de localização do destinatário o imposto correspondente à diferença 
entre a alíquota interna do Estado destinatário e a alíquota interestadual; 
A responsabilidade pelo recolhimento do imposto correspondente à diferença entre a alíquota interna e a 
interestadual será atribuída: 
a) ao destinatário, quando este for contribuinte do imposto; 
b) ao remetente, quando o destinatário não for contribuinte do imposto; 
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Exemplo: Em uma venda de mercadoria em março/2019 no valor de R$ 10.000,00, com saída do estado do Rio 
de Janeiro e com destino para o estado de Minas Gerais. Sabendo-se que a alíquota interestadual é de 12% e a 
alíquota interna do estado de Minas Gerais é de 18%, qual o valor do diferencial de alíquota do ICMS? 
 
Base de cálculo= R$10.000,00 
Diferencial de alíquota (%) = 18% – 12% = 6% 
Valor ($) do diferencial de alíquota = R$10.000,00 x 6% = R$600,00 
Valor ($) do diferencial de alíquota para Minas Gerais (destino) = R$600,00 x 100% = R$600,00 
 
 
COMPENSAÇÃO DO IMPOSTO 
 
O imposto é não-cumulativo, compensando-se o que for devido em cada operação com o montante cobrado nas anteriores 
por qualquer unidade da federação. 
O imposto devido resulta na diferença a maior entre os débitos e os créditos escriturais referentes ao período de apuração. 
Fundamentação legal: Art. 25 Livro I RICMS 
 
VEDAÇÃO AO CRÉDITO 
Não dão direito ao crédito as entradas de mercadorias ou utilização de serviços resultantes de operações isentas ou não-
tributadas, ou que se refiram a mercadorias ou serviços alheios à atividade do estabelecimento. 
 
Salvo prova em contrário, presumem-se alheios à atividade do estabelecimento os veículos de transporte pessoal e 
qualquer mercadoria ou bem que, adquirido para ativo fixo ou consumo do estabelecimento não seja utilizado diretamente 
em sua atividade industrial, comercial ou de prestação de serviço de transporte interestadual e intermunicipal e de 
comunicação. 
È vedado o crédito relativo a mercadoria entrada no estabelecimento ou prestação de serviço a ele feita: 
I – para integração ou consumo em processo de industrialização ou produção rural, quando a saída resultante não for 
tributada ou estiver isenta do imposto; 
II – para comercialização ou prestação de serviços, quando a operação ou prestação subseqüente for beneficiada por 
isenção ou não incidência, exceto as destinadas ao exterior ou de operações com o papel destinado à impressão de livros, 
jornais e periódicos. 
Fundamentação legal: Art.34 e 35 do Livro I RICMS 
 
 
CRÉDITOS-ENTRADAS 
 
Serão acumulados os créditos relativos a: 
 
Entradas de mercadorias, matéria-prima, material de embalagem, materiais indiretos de produção, serviços de transporte, 
devolução e retorno de mercadorias, ativo imobilizado de bens adquiridos para atividade fim da empresa, entre outras. 
 
Fundamentação legal: Art.26 Livro I RICMS 
Abaixo o tratamento específico dado a energia elétrica e comunicação: 
 
ENERGIA ELÉTRICA 
 
Somente terá direito ao crédito de energia elétrica, nos seguintes casos: 
 
➢ Quando a saída for energia elétrica 
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➢ Quando consumida na industrialização 
➢ Quando consumo resultar em operação de saída ou prestações para o exterior, na proporção destas sobre as saídas ou 
prestações totais; 
➢ Após 01/01/2033, nos demais casos. 
 
Fundamentação legal: Art. 63º Livro I RICMS (LCP 122 de 12/12/2006 e LC 171 de 27/12/2019) 
 
COMUNICAÇÃO 
 
Somente terá direito ao crédito de comunicação, nos seguintes casos: 
 
➢ Ao qual tenham sido prestados na execução de serviços da mesma natureza; 
➢ Quando sua utilização resultar em operação ou prestação para o exterior, na proporção desta sobre as saídas ou 
prestações totais. 
➢ Após 01/01/2033, nos demais casos. 
 
Fundamentação legal: Art. 63 Livro I RICMS (LCP 122 de 12/12/2006 e LC 171 de 27/12/2019). 
 
 
BENS PARA ADQUIRIDOS PARA USO E CONSUMO 
 
Está autorizado o aproveitamento do crédito para bens adquiridos para uso e consumo, a partir de 01.01.2033. 
 
 
Fundamentação legal: art.63 do Livro I do RICMS (LCP 122 de 12/12/2006 e LC 171 de 27/12/2019). 
 
 
ATIVO PERMANENTE 
 
Abaixo o tratamento específico dado aos bens do ativo permanente: 
 
I- bens entrados no estabelecimento a partir de 1º de fevereiro de 1999 até 31 de julho de 2000: 
1. os créditos do ICMS serão apropriados mensalmente pelos contribuintes do imposto, 
proporcionalmente à vida útil dos bens, no mínimo em 24 (vinte e quatro) meses e, no máximo, em 60 
(sessenta) meses; 
2. estorno dos créditos na forma do item 2, do inciso anterior. 
II bens entrados nos estabelecimentos a partir de 01.08.2000: 
1. A apropriação do crédito será feita a razão de 1/48 avos por mês, sendo o primeiro apropriado 
no mês da entrada no estabelecimento. As frações de mês serão consideradas, aumentando ou 
diminuindo-se pró-rata de proporcionalmente o quociente de 1/48 avos, caso o período de 
apuração seja superior ou inferior a um mês. 
O crédito será feito proporcional as saídas ou prestações isentas ou não tributadas em relação 
ao total de operações do período. Para efeito dessa relação as saídas destinadas para o exteriorou as saías de papel destinado à impressão de livros, jornais e periódicos serão consideradas 
tributadas (alterado pela Lei complementar 120/2005). 
O valor do crédito mensal será calculado, conforme abaixo: 
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Valor do crédito no período = 
1/48 do crédito original X (oper. Ou saídas isentas ou não tributadas) 
 (Total das oper. de saídas e prestações do período) 
Na alienação dos bens do Ativo Permanente antes de decorrido o prazo de quatro anos contado 
da data de sua aquisição, não será admitido, a partir da data da alienação, o aproveitamento do 
crédito remanescente. 
Fundamentação legal: art.62 do Livro I do RICMS 
 
CRÉDITO DE MICROEMPRESA (ME) E A EMPRESA DE PEQUENO PORTE (EPP) OPTANTE PELO 
SIMPLES NACIONAL 
De acordo com a Resolução nº 194 de 19.02.2009, o destinatário do documento fiscal emitido por empresa enquadrada no 
SIMPLES somente poderá se creditar caso a saída subsequente seja tributada e esteja sujeita ao regime de apuração do 
ICMS pelo confronto entre débitos e créditos não tenha ocorrido qualquer das hipóteses previstas nos incisos do 
caput do artigo 60 da Resolução CGSN n.º 94/11. 
O contribuinte enquadrado no SIMPLES na emissão do documento fiscal deverá consignar a alíquota que deverá 
corresponder: 
I - ao percentual previsto no Anexo do Simples, para a faixa de receita bruta a que a ME/EPP estiver sujeita no mês 
anterior ao da operação, 
II - a 0,70%, na hipótese de a operação ocorrer no mês de início de atividades da ME/EPP 
Caso o imposto consignado no documento tenha sido calculado por alíquota não prevista no Anexo, o destinatário deverá 
observar, para fins de creditamento do ICMS, o disposto nos parágrafos do art. 32 do Livro I do Regulamento aprovado 
pelo Decreto n.º 27.427/2000. 
 
ESTORNO DE CRÉDITO E CASOS ESPECIAIS 
 
O contribuinte efetuará o estorno do imposto creditado sempre que o serviço tomado ou a mercadoria entrada no 
estabelecimento: 
I - for objeto de saída ou prestação de serviço não tributada ou isenta, sendo esta circunstância imprevisível na data da 
entrada da mercadoria ou da utilização do serviço; 
II - for integrada ou consumida em processo de industrialização, quando a saída do produto resultante não for tributada ou 
estiver isenta do imposto; 
III - vier a ser utilizada em fim alheio à atividade do estabelecimento; 
IV - vier a perecer, deteriorar-se ou extraviar-se; 
V - gozar de redução da base de cálculo na operação ou prestação subseqüente, hipótese em que o estorno será 
proporcional à redução. 
http://www.fazenda.rj.gov.br/portal/index.portal?_nfpb=true&_pageLabel=tributaria&file=/legislacao/tributaria/decretos/2000/ricms/index.shtml
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Quando, por qualquer motivo, a mercadoria for alienada por importância inferior ao valor que serviu de base de cálculo na 
operação de que decorreu sua entrada, será obrigatória a anulação do crédito correspondente à diferença entre o valor 
citado e o que serviu de base de cálculo na saída respectiva. 
Na hipótese de integração no ativo permanente de mercadoria adquirida para industrialização ou comercialização ou 
produzida pelo próprio estabelecimento, o contribuinte efetuará o estorno do crédito relativo à entrada da mercadoria ou 
dos insumos adquiridos para a fabricação do bem, podendo, se for o caso, apropriar-se do crédito relativo às entradas na 
forma do disposto no § 7.º, do artigo 26. 
Além de outras situações específicas, destacamos que não dá direito a crédito na entrada, quando a saída subseqüente não 
for tributada ou estiver isenta do imposto, exceto às destinadas ao exterior ou de operações com o papel destinado à 
impressão de livros, jornais e periódicos. 
. (art. 36 da Lei 2657/96). 
Fundamentação Legal: art. 37 a 40 do Livro I do RICMS e Lei 4482 de 28.12.2004. 
DÉBITOS-SAÍDAS 
 
Serão acumulados todos os débitos de ICMS decorrentes de saídas tributadas, devidamente destacados no documento 
fiscal e calculados de acordo com as normas em vigor. 
 
Fundamentação Legal: art. 26 Livro I do RICMS 
 
APURAÇÃO NORMAL 
 
Por ser não cumulativo, haverá compensação do valor devido nas operações de saídas com o montante dos créditos 
cobrados nas operações de entrada no estabelecimento. 
 
Se o valor do ICMS - entrada for superior ao ICMS - saída, o crédito remanescente poderá ser compensado com débitos 
posteriores. 
 
Se, ao contrário, o ICMS - entrada for menor que o ICMS - saída o saldo devedor remanescente será recolhido aos cofres 
do Estado. 
 
Fundamentação Legal: art. 25 do Livro I do RICMS 
 
PRAZO DE APURAÇÃO E RECOLHIMENTO 
 
O prazo de apuração, no Rio de Janeiro, é mensal e o saldo devedor será recolhido dentro dos prazos fixados pelo Estado. 
 
Os prazos de recolhimento no Estado do Rio de Janeiro são: 
 
Pagamento do FECP deve ser efetuado nos mesmos prazos previstos na legislação para pagamento do ICMS relativo às 
operações e prestações que lhe deram causa. 
 
Os códigos para recolhimento do ICMS, em guia própria (DARJ), são: 
 
• para as empresas do regime normal - cod. 021-3 
• para os produtos submetidos ao Regime de Substituição Tributária – Cód..023-0 
 
Quando o contribuinte não recolhe o imposto nos prazos legais, são aplicados acréscimos moratórios e juros, previstos 
nas normas em vigor 
Contabilidade Tributária 
 
 
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FECP – FUNDO ESTADUAL DE COMBATE À POBREZA E ÀS DESIGUALDADES SOCIAIS 
Desde 09-01-2003, o Estado do Rio de janeiro está com suas alíquotas internas do ICMS acrescidas de 1 ou5%, conforme 
a operação ou prestação realizada. Tal acréscimo nas alíquotas internas constituíra o FECP – Fundo Estadual de Combate 
à Pobreza e às Desigualdades Sociais. 
O Término da vigência do FECP estava prevista até 2010, no entanto a LCP 139/10 prorrogou a vigência para 31 de 
dezembro de 2014 e a LCP 151/13 prorrogou para o ano de 2018 e a LC 183/2018 até 31 de dezembro de 2019. A lei 
8643/2019 prorrogou a vigência até 31 de dezembro de 2023. 
Neste comentário, esclarecemos as regras para cálculo do FECP. 
 
AUMENTO SÓ NAS ALÍQUOTAS INTERNAS 
Não é demais ressaltar que esta alteração de alíquotas não afeta as aplicáveis nas operações interestaduais destinadas a 
contribuintes, que continuam fixadas em 7 e 12 %. 
As alíquotas que sofreram acréscimos são: 
➢ as internas propriamente ditas; 
➢ as aplicáveis nas importações; 
➢ as aplicáveis para cálculo do diferencial; 
➢ as aplicáveis para cálculo do ICMS de substituição tributária destinado ao Estado do Rio de Janeiro. 
 
DEFINIÇÃO DAS OPERAÇÕES/PRESTAÇÕES QUE SOFRERAM ACRÉSCIMO DE 2% OU 5% NAS 
ALÍQUOTAS 
Os acréscimos nas alíquotas do ICMS obedecem a seguinte regra: 
HIPÓTESE ACRÉSCIMO DE 
-Operação com energia elétrica no caso de consumo superior a 300 
quilowatts/hora mensais; 
-prestações de serviços de comunicação 
 
4% 
-demais operações e prestações 2% 
Com as alterações promovidas pela LCP 139/2010 e LCP 151/13 o FECP relativo a prestação de serviços de comunicação 
e energia elétrica com consumo superior a 300 quilowatts/hora mensais será reduzido 2 pontos percentuais a partir do 
exercício de 2012. Alterado pela EC 183/2018. 
A partir de março/2020, fica incluída a aplicação de 4% do FECP sobre as alíquotas na operação com energia elétrica, 
quando acima de 450 quilowatts/hora mensais, e na prestação de serviço de comunicação (Lei 8643/2019). 
 
OPERAÇÕES COM BASE DE CÁLCULO REDUZIDA 
A partir de janeiro/2004 com a edição do Decreto nº 34.681 de 29.12.2003, qualquer operação com redução da base de 
cálculo passou a sofrer acréscimo do FECP. 
 
QUANDO CALCULAR O FECP 
Vejamos a seguir as situações que devemos analisar para sabermos se teremos ou não FECP a recolher: 
 
HAVERÁ FECP 
• se houver diferencial de alíquotas a pagar; 
• se houver ICMS de importação a pagar; 
• se houver ICMS substituiçãoa recolher, relativo a mercadoria sujeita a substituição tributária recebida sem retenção; 
• se o contribuinte substituto tem ICMS a recolher retido relativo a retenções que tenha feito em operação interna; 
• se no período acontecem só saídas internas cujas alíquotas sofreram acréscimo, e na apuração deste período der saldo 
devedor. 
 
PODERÁ TER FECP 
• Se houver operação de saída no período, em que seja aplicada alíquota interna que sofreu acréscimo e a apuração do 
período resultar em saldo devedor. 
 
NÃO HAVERÁ FECP 
Contabilidade Tributária 
 
 
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• se a apuração do mês resultar em saldo devedor, mas a base de cálculo das entradas internas for superior a base de 
cálculo das saídas internas, e esta parcela a maior da base de cálculo das operações internas não passará para o período 
seguinte como saldo credor; 
• as entradas internas e saídas internas de produtos da cesta básica não devem ser utilizados para cálculo do FECP; 
• contribuinte que só trabalha com produtos da cesta básica, não recolherá em relação a estas operações; 
• se a apuração do período resultar em saldo credor; 
• se no período acontecem apenas operações interestaduais destinadas a contribuintes do ICMS. 
 
RECOLHIMENTO DO FECP 
 
Para efetivar o pagamento do FECP, os contribuintes preencher um DARJ com o código de receita 750-1 ICMS FECP. O 
prazo de recolhimento é o mesmo do ICMS normal. 
 
CONTABILIZAÇÃO DO ICMS NORMAL 
 
 ICMS -SAÍDAS 
D-ICMS SOBRE VENDAS- 592,70 
D-ICMS SOBRE REMESSA P/DEMONSTRAÇÃO (AC) 219,60 
c- ICMS A RECOLHER 812,30 
 
 ICMS ENTRADAS 
 
D-ICMS A RECUPERAR 562,39 
D- MERCADORIAS 1.950,52 
D- MATÉRIA PRIMA 1.056,00 
D-ENERGIA ELETRICA CUSTO DO PROCESSO 68,89 
C- FORNECEDORES 3.536,50 
C-CONTAS A PAGAR 101,30 
 
NA ENTRADA DO ATIVO IMOBILIZADO 
D-ICMS A RECUPERAR ATIVO IMOBILIZADO LP – 36,00 
D- ICMS A RECUPERAR ATIVO IMOBILIZADO CP 108,00 
D- MÁQUINAS INDUSTRIAIS – 1.056,00 
C-FORNECEDORES – 1.200,00 
 
APROPRIAÇÃO DE 1/48 AVOS DO ATIVO IMOBILIZADO 
 
D-ICMS A RECUPERAR CP – 3,00 
D- ICMS A RECUPERAR LP 3,00 
 
 
 
 
 
 
 
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DA SUBSTITUIÇÃO TRIBUTÁRIA 
A figura da substituição Tributária foi introduzida no nosso ordenamento jurídico-tributário por interesse de grupos 
econômicos privados, cujo interesse em antecipar o recolhimento dos impostos era motivado por grande simplificação na 
apuração dos impostos, ou seja, dispensavam das obrigações acessórias os estabelecimentos varejistas desses 
conglomerados. Como esses grupos compravam a prazo seus insumos e comercializavam à vista os seus produtos 
acabados, com ganhos substanciais no giro do dinheiro retido dos contribuintes “substituídos” por muito tempo a 
“substituição tributária” foi utilizada como regime especial por certos contribuintes do então ICM (atual ICMS) 
A substituição é a atribuição por força de Lei, o determinado contribuinte do ICMS, da responsabilidade pela retenção e 
recolhimento do tributo devido por outrem. 
A substituição tributária transfere ao produtor ou ao atacadista a obrigação de pagar o imposto que seria devido nas 
operações subsequentes, ou seja, antecipa o pagamento do tributo (o devido em operações subseqüentes) em relação à 
ocorrência do fato gerador, visto que o industrial ou atacadista deve reter o valor do imposto que será devido pelos 
adquirentes, quando das futuras operações. 
A qualidade de contribuinte substituto, responsável pela retenção e recolhimento do imposto incidente em 
operações ou prestações antecedentes, concomitantes ou subsequentes, poderá ser atribuída, nas hipóteses e 
condições definidas pela legislação tributária: 
 (...) VI – ao adquirente ou destinatário da mercadoria, pelo pagamento do imposto em 
operações antecedentes ou subsequentes. (Art. 21, inciso VI, da Lei 2.657/96) 
 
 No nosso ordenamento jurídico a substituição tributária encontra respaldo no Princípio da Reserva Legal, nos 
artigos 113 e 114 do CTN: 
“Art. 113 - A obrigação tributária é principal ou acessória”. 
§ 1° - A obrigação principal surge com a ocorrência do fato gerador, tem por objeto o pagamento de tributo ou penalidade 
pecuniária e extingue-se juntamente com o crédito dela decorrente. 
§ 2° - A obrigação acessória decorre da legislação tributária e tem por objeto as prestações, positivas ou negativas, nela 
previstas no interesse da arrecadação ou da fiscalização dos tributos. 
§ 3° - A obrigação acessória, pelo simples fato da sua inobservância, converte-se em obrigação principal relativamente a 
penalidade pecuniária. 
Art. “114 - Fato gerador da obrigação principal é a situação definida em lei como necessária e suficiente à sua 
ocorrência.”. 
Outro aspecto a ser observado é a sujeição passiva, prevista no Inciso II parágrafo único do art. 121 do CTN, que define o 
responsável como sujeito passivo. 
“Art. 121 - Sujeito passivo da obrigação principal é a pessoa obrigada ao pagamento de tributo ou penalidade pecuniária”. 
Parágrafo único. O sujeito passivo da obrigação principal diz-se: 
I - Contribuinte, quando tenha relação pessoal e direta com a situação que constitua o respectivo fato gerador; 
II - responsável, quando, sem revestir a condição de contribuinte, sua obrigação decorra de disposição expressa de lei. ” 
Contabilidade Tributária 
 
 
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O decreto 27427/2000 (RICMS) em seu Livro II define o regime de substituição tributária, com exceção da substituição 
tributária do Combustível e Lubrificante no Estado do Rio de Janeiro. 
Contribuinte Substituto 
 
É aquele que deve reter e recolher o ICMS devido em operações ou prestações de terceiros, sejam estas 
antecedentes, concomitantes ou subsequentes. 
 
São contribuintes substitutos: 
i. o industrial 
ii. o importador 
 
Contribuinte Substituído 
É aquele sobre o qual incide o ICMS retido na fonte. 
São contribuintes substituídos: 
i. o atacadista 
ii. o distribuidor 
iii. o varejista 
 
DA SOLIDARIEDADE (ART. 25 DA LEI 2.657/96) 
 
 “Art. 25. O contribuinte fluminense destinatário da mercadoria, bem ou serviço sujeitos a substituição 
tributária fica solidariamente responsável pelo pagamento do imposto que deveria ter sido retido na operação 
anterior. “ 
 
DO MOMENTO EM QUE É DEVIDO O IMPOSTO (ART. 23, INCISO IV, ITENS 1 E 2 DA LEI 
2.657/96) 
 “Art. 23. Considera-se devido o imposto por substituição tributária na hipótese: 
 (...) 
 IV – do inciso VI do artigo 21: 
 1 – na entrada no estabelecimento do destinatário, em se tratando de operações com mercadoria 
praticadas no próprio Estado do Rio de Janeiro; 
 2- na entrada no território fluminense, em se tratando de operações com mercadoria 
procedente de outra unidade da Federação; (grifo nosso) 
 
DO PAGAMENTO DO IMPOSTO (ART. 39 DA LEI 2.657/96) 
 
Contabilidade Tributária 
 
 
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 “Art. 39. O imposto é pago na forma e no prazo fixados pelo Poder Executivo. 
 § 1.º Na hipótese dos incisos VI do art. 21, o contribuinte substituto deverá comprovar o pagamento, na 
entrada do território fluminense, do imposto relativo às operações subsequentes com mercadorias listadas no 
Anexo Único. (grifo nosso) 
 § 2.º Na hipótese do art. 25, o destinatário da mercadoria ou bem proveniente de outra unidade da 
federação deverá comprovar o pagamento do imposto na entrada do território fluminense. (grifo nosso) 
§ 3.º O contribuinte varejista destinatário de mercadoria listada no Anexo Único, proveniente de outra unidade 
da federação, não enquadrado na hipótese do art. 25, deverá comprovar o pagamento do imposto na entrada do 
território fluminense. (grifo nosso) 
 § 4.º Na ausência de prazo fixado, o imposto, deverá ser pago em l0 (dez) dias contados da ocorrência do 
fato gerador.” 
 
INAPLICABILIDADE DO REGIME DE SUBSTITUIÇÃO TRIBUTÁRIA 
 
1. à operação que destina mercadoria a sujeito passivo por substituição da mesma mercadoria; 
2. à transferênciapara outro estabelecimento do sujeito passivo por substituição, exceto varejista, 
hipótese em que a obrigação pela retenção e recolhimento do imposto recairá sobre o 
estabelecimento que promover a saída da mercadoria com destino a empresa diversa; 
3. à operação que destinar mercadoria para utilização em processo de industrialização. 
 (Art. 29 da Lei 2.657/96) 
 
BASE DE CÁLCULO DA SUBSTITUIÇÃO TRIBUTÁRIA 
 
• Como regra geral, temos: 
a) o preço máximo, ou único, de venda a varejo fixado pela autoridade competente ou ; 
b) na falta deste preço, o montante formado pelo valor da operação ou prestação própria realizada pelo 
contribuinte substituto, neste valor incluído o valor do IPI, acrescido do frete e carreto, seguro e outros encargos 
cobrados ou transferíveis ao adquirente ou tomador do serviço, adicionados da parcela resultante da aplicação, 
sobre o referido montante, da margem de valor agregado relativa às operações ou prestações subsequentes, 
determinada pela legislação 
 
c) A critério do fisco, a base de cálculo em relação às operações ou prestações subsequentes pode ser o preço a 
consumidor final usualmente praticado no mercado do Estado do Rio de Janeiro, em condições de livre 
concorrência, adotando-se para sua apuração as regras estabelecidas nos §§ 7.º, 8.º e 9.º do art. 24 da Lei 
2.657/96. 
 
PRODUTOS SUBMETIDOS AO REGIME DE SUBSTITUIÇÃO TRIBUTÁRIA 
 
Os produtos submetidos ao Regime de Substituição Tributária estão elencados abaixo, dentre os produtos, 
podemos citar: chope, cerveja, Refrigerantes, água gaseificada, sorvete, gasolina, óleo diesel e gás liquefeito de 
petróleo (GLP), pilha e bateria elétrica, disco fonográfico e fita virgem gravada, lâmpada etc. Os produtos 
submetidos ao Regime de Substituição Tributária estão previstos no Anexo I do Livro II do RICMS/RJ. 
 
DO CÁLCULO DO IMPOSTO 
 
O imposto devido por substituição tributária será calculado mediante a aplicação da alíquota vigente nas 
operações internas sobre a base de cálculo estabelecida acima, deduzindo-se do valor obtido o imposto devido 
pela operação do próprio remetente. 
 
Contabilidade Tributária 
 
 
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Saídas Internas – Contribuinte Substituto 
Exemplo: 
A Indústria de Lâmpadas ABC estabelecida no Estado do Rio de Janeiro efetuou venda com destino a XYZ 
Comércio Atacadista localizado no Estado do Rio de Janeiro, cujo valor da venda é de R$ 1.000,00 e com IPI 
calculado a uma alíquota de 15%, teremos: 
. ICMS da operação própria – R$ 1.000,00 x 20% (origem RJ destino RJ) = R$ 200,00 
. Base cálculo da ST – R$ 1.000,00 + R$ 150,00 (IPI) + 40% (margem de valor agregado) = R$ 1.610,00 
R$ 1.610,00 x 20% (alíquota interna praticada no Estado do RJ) = R$ 322,00 
O valor do imposto substituição será a diferença entre o calculado de acordo com o estabelecido no subitem 
“Base de cálculo” e o devido pela operação normal do estabelecimento que efetuar a substituição 
tributária,teremos : 
R$ 322,00 – R$ 200,00 = R$ 122,00 (Observe que está incluso o FECP). 
O recolhimento será efetuado com DARJ. 
O ICMS substituição (ICMS-ST) será repassado ao destinatário, considerado dentro do valor total da nota 
fiscal, como permitem os Convênios e Protocolos específicos. 
Emissão da nota fiscal pelo contribuinte substituto 
Base cálculo do 
ICMS 
1.000,00 
Valor do ICMS 
200,00 
B.Cálculo ICMS ST 
1.610,00 
Vr. ICMS ST 
122,00 
Vr. total produtos 
1.000,00 
Valor do frete 
 
Valor do 
Seguro 
Outras despesas acessórias Vr. total do IPI 
150,00 
Valor total da nota 
1.272,00 
Saídas Interestaduais – Contribuinte Substituto 
Exemplo: 
A Indústria de Lâmpadas ABC estabelecida no Estado do Rio de Janeiro efetuou venda com destino a XYZ 
Comércio Atacadista localizado no Estado de Minas Gerais, cujo valor da venda é de R$ 1.000,00 e com IPI 
calculado a uma alíquota de 15%, teremos: 
ICMS da operação própria – R$ 1.000,00 x 12% (Alíquota interestadual) = R$ 120,00. 
Base cálculo da ST – R$ 1.000,00 + R$ 150,00 (IPI) + 40% (margem de valor agregado) = R$ 1.610,00 
R$ 1.610,00 x 18% (alíquota interna praticada no Estado de MG) = R$ 289,80 
Contabilidade Tributária 
 
 
19 
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O valor do imposto substituição será a diferença entre o calculado de acordo com o estabelecido no subitem 
“Base de cálculo” e o devido pela operação normal do estabelecimento que efetuar a substituição tributária, 
teremos: 
R$ 289,80 – R$ 120,00 = R$ 169,80. 
O recolhimento será efetuado com GNRE para o Estado de Minas Gerais. 
O ICMS substituição (ICMS-ST) será repassado ao destinatário, considerado dentro do valor total da nota 
fiscal, como permitem os Convênios e Protocolos específicos. 
Emissão da nota fiscal pelo contribuinte substituto 
Base cálculo do 
ICMS 
1.000,00 
Valor do ICMS 
120,00 
B.Cálculo ICMS ST 
1.610,00 
Vr.ICMS ST 
169,80 
Vr. total produtos 
1.000,00 
Valor do frete 
 
Vr. do Seguro Outras despesas 
acessórias 
Vr. total do IPI 
150,00 
Valor total da nota 
1.319,80 
Emissão da nota fiscal pelo contribuinte substituído – Varejista –Saída interna 
No caso da saída no varejista não haverá cálculo de ICMS pois já foi recolhido pelo contribuinte substituto na 
operação anterior. Informar no documento fiscal por ele emitido conterá a declaração "imposto retido por 
substituição" 
 
Base cálculo do 
ICMS 
 
Valor do ICMS 
 
Vr frete Vr. Seguro Outras 
despesas 
acessórias 
Valor total da 
Nota fiscal 
 
OPERAÇÕES INTERESTADUAIS (CONTRIBUINTE SUBSTITUÍDO) 
 
Nas operações interestaduais entre contribuintes com mercadorias já alcançadas pela substituição tributária, é 
assegurado ao remetente o ressarcimento do imposto retido na operação anterior, nos termos definidos pelo 
Poder Executivo. (art. 28 da Lei 2657/1996) 
Caso o fato gerador presumido se realize por valor diverso daquele que serviu de base de cálculo para retenção 
do imposto devido por substituição tributária, o contribuinte substituído deverá, na forma prevista em 
regulamento: 
I - recolher a diferença, se o conjunto de operações efetivadas no período de apuração se realizar por valor 
superior; ou 
II - requerer a restituição da diferença, se o conjunto de operações efetivadas no período de apuração se realizar 
por valor inferior, desde que haja comprovação de que o ICMS tenha sido efetivamente recolhido na 
integralidade pelo contribuinte substituto. 
Parágrafo único. O valor a recolher ou a restituir, nos casos dos incisos I e II deste artigo, será o resultado, 
devidamente corrigido, da diferença entre os valores restituíveis e os devidos no respectivo período de 
apuração. (art. 28 A da Lei 2657/1996 acrescentado pela Lei Nº 9198 DE 08/03/2021).

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