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59 AGROECOLOGIA E SEGURANÇA ALIMENTAR - BENEFÍCIOS PARA AGRICULTURA FAMILIAR

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AGROECOLOGIA E SEGURANÇA ALIMENTAR - BENEFÍCIOS PARA 
AGRICULTURA FAMILIAR 
Agricultura no Brasil: conceito histórico 
A agricultura tem sido reconhecida como uma das principais bases 
aceleradas do Brasil, o que não é uma informação recente. Em síntese, a 
agricultura pode ser descrita como um conjunto de técnicas desenvolvidas para 
cultivar a terra, com o propósito de obter produtos que assegurem a subsistência 
alimentar do ser humano, além de fornecer matérias-primas para a produção de 
combustível, medicamentos, ferramentas, roupas e outros itens essenciais. 
Segundo estudos, há aproximadamente 12 mil anos, durante o período 
neolítico, a prática da agricultura emergiu como um dos processos fundadores das 
primeiras civilizações. Nessa perspectiva, seu desenvolvimento ocorreu de forma 
gradual, com o cultivo de cereais e tubérculos representando as primeiras formas 
de agricultura. 
 
A partir desse momento, os seres humanos perceberam que certas 
sementes, quando plantadas, germinavam e que eram possíveis animais 
domesticados. Consequentemente, esse período testemunhou o início da pecuária, 
à medida que os animais selvagens eram gradualmente domesticados e criados. 
Além disso, algumas técnicas agrícolas permitem a produção de excedentes, 
permitindo trocas comerciais e dando origem a atividades estimulantes. Esses 
excedentes também eram fonte de segurança alimentar nos casos em que o cultivo 
era prejudicado por fatores naturais, como secas prolongadas, geadas ou excesso 
de chuvas. 
A agricultura comercial no Brasil teve suas raízes no século XVI, na região 
nordeste, com o estabelecimento das "Capitanias Hereditárias" e o início do cultivo 
de cana-de-açúcar. Nessa época, uma atividade era caracterizada pela 
monocultura, mão de obra escrava e extensas propriedades rurais, limitando-se 
principalmente ao cultivo de cana e algumas culturas para subsistência da 
população local. Entretanto, foi apenas no século XVIII, com o advento da 
mineração e o crescimento das plantações de café, que outros vegetais 
sobreviveram a ganhar mais destaque. A cafeicultura representou uma fase 
econômica crucial para o país, impulsionando seu desenvolvimento a partir do 
século XIX, após o declínio da mineração. O café se tornou o principal artigo de 
exportação brasileira, influenciando significativamente a política e gerando fortunas 
ao longo do século. 
 
No entanto, por volta de 1902, a produção de café excedeu 
consideravelmente o consumo mundial, levando a uma queda acentuada nos 
preços. Essa crise acarretou a necessidade de maior diversificação da economia, 
com a valorização de outros tipos de culturas. A urbanização crescente também 
impôs novas demandas, incluindo o aumento da produção de matérias-primas. No 
entanto, as mudanças efetivas nesse sentido só se consolidaram a partir de 1940. 
Atualmente, de acordo com dados da Embrapa, o Brasil possui uma área 
plantada de aproximadamente 75,4 milhões de hectares, sendo que o cultivo de 
grãos ocupa cerca de 62,9 milhões de hectares. Essa expansão agrícola reflete a 
evolução da agricultura brasileira ao longo dos séculos e sua importância na 
economia do país. 
Principais culturas agrícolas no Brasil: o que é mais plantado? 
O Brasil possui uma diversidade de culturas em diferentes regiões. A 
produção de café é um ótimo exemplo. Durante muito tempo, a produção desse 
grão permaneceu concentrada principalmente no Paraná e em São Paulo, através 
do sistema de parceria. Atualmente, Minas Gerais, Espírito Santo e São Paulo 
lideram a produção. No entanto, novas áreas produtoras surgiram na Bahia e em 
Rondônia, principalmente cultivadas por antigos produtores do norte do Paraná. 
Nos últimos anos, a produção de café no Paraná tem aumentado significativamente 
através da introdução de novas espécies (como o café adensado), desenvolvidas 
pelo IAPAR (Instituto Agronômico do Paraná). 
Outro bom exemplo é a soja. Nos anos 70, a cultura da soja se expandiu no 
Brasil, especialmente nos estados do Paraná e do Rio Grande do Sul, voltada 
principalmente para exportação. No entanto, atualmente, a soja está cada vez mais 
direcionada para o mercado interno devido ao aumento do consumo de margarinas 
e óleos na alimentação dos brasileiros. É possível observar a sua expansão nas 
áreas do cerrado, principalmente nos estados do Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, 
Minas Gerais, Goiás e Bahia. 
A produção de cana de açúcar também tem relevante importância. Cultivada 
no Brasil desde o século XVI, no entanto a produção só recebeu mais incentivo a 
partir de 1975 com a criação do Proálcool. Atualmente, mais da metade da 
produção nacional está concentrada no estado de São Paulo, embora também 
possa ser encontrada em Goiás, Paraná, Rio de Janeiro e estados nordestinos, 
como na Zona da Mata.

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