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AGROECOLOGIA E SEGURANÇA ALIMENTAR - BENEFÍCIOS PARA AGRICULTURA FAMILIAR Agricultura no Brasil: conceito histórico A agricultura tem sido reconhecida como uma das principais bases aceleradas do Brasil, o que não é uma informação recente. Em síntese, a agricultura pode ser descrita como um conjunto de técnicas desenvolvidas para cultivar a terra, com o propósito de obter produtos que assegurem a subsistência alimentar do ser humano, além de fornecer matérias-primas para a produção de combustível, medicamentos, ferramentas, roupas e outros itens essenciais. Segundo estudos, há aproximadamente 12 mil anos, durante o período neolítico, a prática da agricultura emergiu como um dos processos fundadores das primeiras civilizações. Nessa perspectiva, seu desenvolvimento ocorreu de forma gradual, com o cultivo de cereais e tubérculos representando as primeiras formas de agricultura. A partir desse momento, os seres humanos perceberam que certas sementes, quando plantadas, germinavam e que eram possíveis animais domesticados. Consequentemente, esse período testemunhou o início da pecuária, à medida que os animais selvagens eram gradualmente domesticados e criados. Além disso, algumas técnicas agrícolas permitem a produção de excedentes, permitindo trocas comerciais e dando origem a atividades estimulantes. Esses excedentes também eram fonte de segurança alimentar nos casos em que o cultivo era prejudicado por fatores naturais, como secas prolongadas, geadas ou excesso de chuvas. A agricultura comercial no Brasil teve suas raízes no século XVI, na região nordeste, com o estabelecimento das "Capitanias Hereditárias" e o início do cultivo de cana-de-açúcar. Nessa época, uma atividade era caracterizada pela monocultura, mão de obra escrava e extensas propriedades rurais, limitando-se principalmente ao cultivo de cana e algumas culturas para subsistência da população local. Entretanto, foi apenas no século XVIII, com o advento da mineração e o crescimento das plantações de café, que outros vegetais sobreviveram a ganhar mais destaque. A cafeicultura representou uma fase econômica crucial para o país, impulsionando seu desenvolvimento a partir do século XIX, após o declínio da mineração. O café se tornou o principal artigo de exportação brasileira, influenciando significativamente a política e gerando fortunas ao longo do século. No entanto, por volta de 1902, a produção de café excedeu consideravelmente o consumo mundial, levando a uma queda acentuada nos preços. Essa crise acarretou a necessidade de maior diversificação da economia, com a valorização de outros tipos de culturas. A urbanização crescente também impôs novas demandas, incluindo o aumento da produção de matérias-primas. No entanto, as mudanças efetivas nesse sentido só se consolidaram a partir de 1940. Atualmente, de acordo com dados da Embrapa, o Brasil possui uma área plantada de aproximadamente 75,4 milhões de hectares, sendo que o cultivo de grãos ocupa cerca de 62,9 milhões de hectares. Essa expansão agrícola reflete a evolução da agricultura brasileira ao longo dos séculos e sua importância na economia do país. Principais culturas agrícolas no Brasil: o que é mais plantado? O Brasil possui uma diversidade de culturas em diferentes regiões. A produção de café é um ótimo exemplo. Durante muito tempo, a produção desse grão permaneceu concentrada principalmente no Paraná e em São Paulo, através do sistema de parceria. Atualmente, Minas Gerais, Espírito Santo e São Paulo lideram a produção. No entanto, novas áreas produtoras surgiram na Bahia e em Rondônia, principalmente cultivadas por antigos produtores do norte do Paraná. Nos últimos anos, a produção de café no Paraná tem aumentado significativamente através da introdução de novas espécies (como o café adensado), desenvolvidas pelo IAPAR (Instituto Agronômico do Paraná). Outro bom exemplo é a soja. Nos anos 70, a cultura da soja se expandiu no Brasil, especialmente nos estados do Paraná e do Rio Grande do Sul, voltada principalmente para exportação. No entanto, atualmente, a soja está cada vez mais direcionada para o mercado interno devido ao aumento do consumo de margarinas e óleos na alimentação dos brasileiros. É possível observar a sua expansão nas áreas do cerrado, principalmente nos estados do Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Minas Gerais, Goiás e Bahia. A produção de cana de açúcar também tem relevante importância. Cultivada no Brasil desde o século XVI, no entanto a produção só recebeu mais incentivo a partir de 1975 com a criação do Proálcool. Atualmente, mais da metade da produção nacional está concentrada no estado de São Paulo, embora também possa ser encontrada em Goiás, Paraná, Rio de Janeiro e estados nordestinos, como na Zona da Mata.
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