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72 ALFABETIZAÇÃO INFANTIL - MÉTODOS, DESAFIOS E ESTRATÉGIAS DE APOIO

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ALFABETIZAÇÃO INFANTIL: MÉTODOS, DESAFIOS E ESTRATÉGIAS DE 
APOIO 
A alfabetização infantil desempenha um papel crucial no desenvolvimento 
cognitivo e socioemocional das crianças. A alfabetização infantil representa um dos 
pilares fundamentais na formação educacional, solicitado como alicerce para o 
desenvolvimento de habilidades de leitura e escrita que irão acompanhá-las ao 
longo de suas vidas. Esse processo, muitas vezes subestimado em sua 
complexidade, vai muito além da mera decodificação de letras e palavras. Envolver 
a construção de significados, o estímulo à criatividade e a capacidade de 
compreensão do mundo que cerca os pequenos aprendizes. 
A escolha desse tema se justifica pela importância crítica da alfabetização 
infantil no desenvolvimento cognitivo e socioemocional das crianças, bem como 
pelo reconhecimento da necessidade de abordagens educacionais cada vez mais 
adaptadas às diversidades e demandas da sociedade contemporânea. Ao 
compreender profundamente os métodos, desafios e estratégias de apoio 
associados à alfabetização infantil, educadores, pais e demais agentes 
educacionais serão melhor preparados para contribuir de maneira significativa no 
processo de formação das futuras gerações. 
 
 
 
De acordo com Braslavsky (1971, p. 43-45), os métodos de ensino da leitura 
podem ser divididos em dois grupos principais: os sintéticos, que começam pela 
análise dos componentes gráficos (alfabético, fonético ou silábico) e programa para 
a compreensão da palavra como um todo, e os analíticos, que partem da leitura de 
palavras, frases ou histórias para identificar seus componentes individuais, como 
sílabas ou letras. Essa classificação leva em consideração tanto a natureza do 
elemento linguístico utilizado como ponto de partida no processo de ensino, quanto 
as operações cognitivas envolvidas na fase inicial. 
Dependendo da unidade linguística inicialmente considerada, os métodos 
sintéticos podem ser categorizados da seguinte forma: 
• Método Alfabético (ou de Soletração): Inicia com a exploração dos nomes 
das letras do alfabeto. 
• Método Fônico: Inicia com a associação dos filhos correspondentes às 
letras. 
• Método Silábico: Começa com a análise das sílabas. 
Em todos esses métodos, o processo de aprendizagem avança da unidade 
linguística menor (como letras, filhos ou sílabas) em direção à construção de 
palavras, seguindo uma progressão gradual de dificuldade. Isso significa que, após 
o reconhecimento das letras, filhos ou sílabas, os alunos aprendem a ler palavras 
formadas por esses elementos e, por fim, passam a ler frases, que podem ser 
isoladas ou agrupadas. 
No ensino da escrita, os métodos silábicos enfatizavam a escrita correta das 
letras, dando destaque à caligrafia, ortografia, cópia de textos ditados e à formação 
de frases. Acreditava-se que, com esse conhecimento sólido, os alunos estariam 
aptos a escrever qualquer tipo de texto. 
Conforme os métodos analíticos (ou globais), a análise do conjunto precede 
a análise dos componentes individuais e a síntese subsequente. Assim, o ensino 
da leitura começa com unidades de significado que derivam de uma totalidade, e 
só depois ocorre a análise de suas partes constituintes: seja a palavra, a frase ou 
a história, como apontado por Mortatti (2006). 
 
Ao contrário dos métodos sintéticos, que dividiram consideravelmente o 
processo de ensino da linguagem, as histórias promoveram a leitura contínua, 
facilitando a capacidade de antecipar ideias ao abordar unidades de significado. Os 
métodos analíticos baseiam-se na teoria do "sincretismo infantil", que adota uma 
perspectiva global, fundamentada pela teoria da Gestalt, que enfatiza a totalidade 
dos processos mentais e a crença de que a aprendizagem ocorre por meio de 
insights. 
A leitura não é ponto de partida, é uma consequência, no 
processo de aprendizagem. Isto é, parte-se de uma situação 
concreta que faz parte do cotidiano da criança, elabora- se 
uma frase cujo conteúdo seja representativo e de vocabulário 
familiar. A frase é expressa oralmente, e, em seguida, escrita. 
Depois vem o reconhecimento e, finalmente, a leitura. 
(MACIEL, 2010, p. 5.). 
Contudo, ao examinar de maneira mais detalhada a situação educacional no 
Brasil, torna-se evidente que uma porção específica de escolas e professores 
abordadas abordagens híbridas, combinando princípios metodológicos tanto dos 
métodos analíticos quanto dos sintéticos. Isso é conhecido como o método 
analítico-sintético, ou abordagem eclética. 
A educação infantil é uma fase crucial no desenvolvimento das crianças, 
onde os alicerces do conhecimento e as habilidades fundamentais são 
estabelecidos. No entanto, nem todas as crianças atravessam essa jornada sem 
obstáculos. Dificuldades de aprendizagem podem surgir, lançando desafios 
importantes para os educadores, pais e, principalmente, para as próprias crianças. 
Neste texto, exploraremos as várias facetas das dificuldades de aprendizagem na 
educação infantil, analisando suas causas, identidade e as oportunidades que 
esses desafios podem oferecer. 
As causas das dificuldades de aprendizagem na educação infantil são 
diversas e multifacetadas. Alguns fatores estão relacionados à biologia e à 
genética, como transtornos de aprendizagem podem ser específicos, enquanto 
outros estão ligados ao ambiente e às experiências de vida da criança. Cada 
criança é única e as dificuldades de aprendizagem podem surgir por uma 
combinação complexa de razões. Alguns dos fatores mais comuns incluem: 
 
• Dislexia e Transtornos Relacionados à Leitura; 
• Transtornos como o Transtorno do Espectro Autista (TEA); 
• Dificuldades Socioeconômicas; 
• Ambiente de Aprendizado; 
A identificação precoce das dificuldades de aprendizagem é crucial para 
fornecer o apoio adequado às crianças. Educadores e pais desempenham papéis 
fundamentais nesse processo. Alguns sinais comuns que podem indicar 
dificuldades de aprendizado incluem atrasos no desenvolvimento da linguagem, 
dificuldades de leitura, escrita e matemática, bem como desafios na concentração 
e na interação social. 
Uma vez identificadas, as dificuldades de aprendizagem podem ser 
abordadas com estratégias educacionais e de apoio adequadas. Isso pode envolver 
a colaboração com profissionais de saúde e educação especializada, o 
desenvolvimento de planos de ensino individualizados e a promoção de um 
ambiente de aprendizagem inclusivo. 
Embora as dificuldades de aprendizagem possam representar desafios 
significativos, também oferecem oportunidades para o crescimento e o 
desenvolvimento. Muitas pessoas que enfrentaram dificuldades de aprendizagem 
na infância se tornaram adultos criativos, resilientes e bem-sucedidos em suas 
áreas de interesse. O apoio adequado e uma abordagem positiva podem ajudar as 
crianças a superar suas dificuldades e desenvolver habilidades de enfrentamento 
eficientes.

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