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83 A IMPORTÂNCIA DO ENSINO DE GEOMETRIA DINÂMICA NA EDUCAÇÃO MATEMÁTICA

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A IMPORTÂNCIA DO ENSINO DE GEOMETRIA DINÂMICA NA EDUCAÇÃO 
MATEMÁTICA 
Ao longo das últimas décadas, evidenciamos um progresso contínuo no 
pensamento humano no que tange às inovações e concepções que simplificam a 
realização de diversas atividades, tanto cotidianas quanto específicas, em todos os 
setores da atividade humana. O século XX, notadamente, foi caracterizado como a 
era das revoluções tecnológicas, durante a qual o campo educacional, assim como 
outros domínios, recebeu especial atenção no desenvolvimento de tecnologias 
destinadas a auxiliar tanto professores quanto alunos em suas atividades diárias 
de ensino e aprendizagem. 
 
O ensino de matemática no Brasil é um cenário complexo que reflete 
desafios persistentes e esforços para promover uma educação mais eficaz nessa 
disciplina crucial. Ao longo das últimas décadas, houve avanços significativos, 
como a implementação de novas metodologias e a criação de políticas 
educacionais mais inclusivas. No entanto, a realidade ainda apresenta lacunas 
importantes, especialmente no que diz respeito ao ensino de geometria. 
 
Nos últimos anos, o Brasil testemunhou uma transformação nas abordagens 
ao ensino de matemática. A introdução de tecnologias educacionais, a formação 
continuada de professores e a revisão dos currículos foram passos importantes. 
Programas governamentais, como o Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade 
Certa, também buscaram fortalecer o ensino de matemática nas séries iniciais. 
Essas iniciativas contribuíram para melhorar a compreensão dos conceitos 
fundamentais, mas as dificuldades persistem, especialmente na área da geometria. 
A geometria muitas vezes é negligenciada, levando a deficiências no 
entendimento espacial dos alunos. As lacunas identificadas incluem a falta de 
conexão entre teoria e aplicação prática, a escassez de recursos didáticos 
adequados e a formação insuficiente dos professores nessa área específica. A 
geometria, que deveria proporcionar uma compreensão visual e prática dos 
conceitos matemáticos, frequentemente se perde em abstrações, o que 
compromete a aprendizagem dos alunos. 
 
Evolução do Ensino de Matemática: Uma breve Análise 
O ensino de matemática passou por uma evolução notável ao longo dos 
anos, moldado por diversas correntes pedagógicas e teorias educacionais. Esse 
desenvolvimento reflete não apenas a transformação da disciplina em si, mas 
também a compreensão em constante mutação sobre como ensinar matemática de 
maneira eficaz. A trajetória histórica revela a busca por métodos que não apenas 
transmitam conhecimento, mas também promovam a compreensão profunda dos 
conceitos matemáticos, sendo a geometria um dos campos de estudo mais 
desafiadores nesse contexto. 
O século XXI trouxe consigo avanços tecnológicos significativos, 
transformando a paisagem educacional. Ferramentas digitais e softwares 
interativos oferecem novas possibilidades para o ensino de matemática, 
especialmente na geometria. A visualização tornou-se mais acessível, permitindo 
que os alunos explorem conceitos geométricos de maneiras inovadoras. No 
entanto, a integração efetiva dessas tecnologias no ensino ainda é um desafio, 
exigindo adaptações nas práticas pedagógicas. 
 
No início do século XX, predominava uma abordagem tradicional, centrada 
na memorização de fórmulas e procedimentos. No entanto, a década de 1960 
marcou um ponto de virada com o movimento da Matemática Moderna, que 
buscava uma aprendizagem mais significativa e contextualizada. Essa abordagem 
foi criticada por sua complexidade excessiva, abrindo caminho para uma visão mais 
equilibrada nas décadas seguintes. A inclusão da geometria nesse contexto trouxe 
à tona desafios únicos, destacando a necessidade de métodos que conectem a 
teoria geométrica à aplicação prática. 
O construtivismo, emergindo nas últimas décadas do século XX, trouxe uma 
mudança de paradigma, enfatizando a construção ativa do conhecimento pelos 
alunos. No ensino de geometria, isso implicou uma abordagem mais exploratória, 
onde os estudantes são incentivados a construir conceitos geométricos a partir de 
experiências concretas. A geometria, vista não apenas como uma lista de teoremas, 
mas como uma ferramenta para compreender o mundo ao redor, tornou-se um foco 
central no ensino matemático. 
Em um ambiente construcionista, a ênfase na tecnologia não exclui a 
necessidade de um ambiente enriquecedor que vá além do aluno e do computador. 
É crucial estabelecer um espaço acolhedor que estimule o aprendiz a continuar sua 
jornada de aprendizado, repleto de recursos de referência, propício à discussão, 
descoberta e respeitando as características individuais de cada estudante. A 
consideração pela singularidade de cada indivíduo torna-se essencial nesse 
contexto. Neste processo, o professor desempenha um papel vital, colaborando 
com a comunidade escolar para assegurar que o ambiente seja produtivo e alcance 
os resultados desejados. 
O construcionismo preconiza que o aprendiz elabore produtos passíveis de 
serem compartilhados com outras pessoas, promovendo a discussão em torno 
desses trabalhos. A capacidade do aluno de expressar suas ideias e criar um 
registro de seu pensamento e raciocínio é fundamental para atingir níveis mais 
elevados de aprendizagem. É por isso que o computador se torna um aliado valioso 
nos ambientes construcionistas, proporcionando a visualização e manipulação das 
estratégias utilizadas na resolução de problemas. 
 
Apesar dos avanços, persistem desafios no ensino de geometria. A falta de 
recursos específicos, a formação inadequada de professores e a necessidade de 
alinhar os currículos com as demandas contemporâneas são questões a serem 
enfrentadas. A busca por uma abordagem equilibrada, incorporando as melhores 
práticas do passado e as inovações do presente, é crucial para garantir que o 
ensino de geometria evolua de maneira eficaz. 
“Saber que ensinar não é transferir conhecimento, mas 
criar possibilidades para a sua produção ou a sua 
construção. Quando entro em uma sala de aula devo 
estar sendo um ser aberto a indagações, à 
curiosidade, às perguntas dos alunos, as suas 
inibições; um ser crítico e inquiridor, inquieto face da 
tarefa que tenho - a de ensinar e não a de transferir 
conhecimento”. (FREIRE, 1996, p. 47).

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