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A IMPORTÂNCIA DO ENSINO DE GEOMETRIA DINÂMICA NA EDUCAÇÃO MATEMÁTICA Ao longo das últimas décadas, evidenciamos um progresso contínuo no pensamento humano no que tange às inovações e concepções que simplificam a realização de diversas atividades, tanto cotidianas quanto específicas, em todos os setores da atividade humana. O século XX, notadamente, foi caracterizado como a era das revoluções tecnológicas, durante a qual o campo educacional, assim como outros domínios, recebeu especial atenção no desenvolvimento de tecnologias destinadas a auxiliar tanto professores quanto alunos em suas atividades diárias de ensino e aprendizagem. O ensino de matemática no Brasil é um cenário complexo que reflete desafios persistentes e esforços para promover uma educação mais eficaz nessa disciplina crucial. Ao longo das últimas décadas, houve avanços significativos, como a implementação de novas metodologias e a criação de políticas educacionais mais inclusivas. No entanto, a realidade ainda apresenta lacunas importantes, especialmente no que diz respeito ao ensino de geometria. Nos últimos anos, o Brasil testemunhou uma transformação nas abordagens ao ensino de matemática. A introdução de tecnologias educacionais, a formação continuada de professores e a revisão dos currículos foram passos importantes. Programas governamentais, como o Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa, também buscaram fortalecer o ensino de matemática nas séries iniciais. Essas iniciativas contribuíram para melhorar a compreensão dos conceitos fundamentais, mas as dificuldades persistem, especialmente na área da geometria. A geometria muitas vezes é negligenciada, levando a deficiências no entendimento espacial dos alunos. As lacunas identificadas incluem a falta de conexão entre teoria e aplicação prática, a escassez de recursos didáticos adequados e a formação insuficiente dos professores nessa área específica. A geometria, que deveria proporcionar uma compreensão visual e prática dos conceitos matemáticos, frequentemente se perde em abstrações, o que compromete a aprendizagem dos alunos. Evolução do Ensino de Matemática: Uma breve Análise O ensino de matemática passou por uma evolução notável ao longo dos anos, moldado por diversas correntes pedagógicas e teorias educacionais. Esse desenvolvimento reflete não apenas a transformação da disciplina em si, mas também a compreensão em constante mutação sobre como ensinar matemática de maneira eficaz. A trajetória histórica revela a busca por métodos que não apenas transmitam conhecimento, mas também promovam a compreensão profunda dos conceitos matemáticos, sendo a geometria um dos campos de estudo mais desafiadores nesse contexto. O século XXI trouxe consigo avanços tecnológicos significativos, transformando a paisagem educacional. Ferramentas digitais e softwares interativos oferecem novas possibilidades para o ensino de matemática, especialmente na geometria. A visualização tornou-se mais acessível, permitindo que os alunos explorem conceitos geométricos de maneiras inovadoras. No entanto, a integração efetiva dessas tecnologias no ensino ainda é um desafio, exigindo adaptações nas práticas pedagógicas. No início do século XX, predominava uma abordagem tradicional, centrada na memorização de fórmulas e procedimentos. No entanto, a década de 1960 marcou um ponto de virada com o movimento da Matemática Moderna, que buscava uma aprendizagem mais significativa e contextualizada. Essa abordagem foi criticada por sua complexidade excessiva, abrindo caminho para uma visão mais equilibrada nas décadas seguintes. A inclusão da geometria nesse contexto trouxe à tona desafios únicos, destacando a necessidade de métodos que conectem a teoria geométrica à aplicação prática. O construtivismo, emergindo nas últimas décadas do século XX, trouxe uma mudança de paradigma, enfatizando a construção ativa do conhecimento pelos alunos. No ensino de geometria, isso implicou uma abordagem mais exploratória, onde os estudantes são incentivados a construir conceitos geométricos a partir de experiências concretas. A geometria, vista não apenas como uma lista de teoremas, mas como uma ferramenta para compreender o mundo ao redor, tornou-se um foco central no ensino matemático. Em um ambiente construcionista, a ênfase na tecnologia não exclui a necessidade de um ambiente enriquecedor que vá além do aluno e do computador. É crucial estabelecer um espaço acolhedor que estimule o aprendiz a continuar sua jornada de aprendizado, repleto de recursos de referência, propício à discussão, descoberta e respeitando as características individuais de cada estudante. A consideração pela singularidade de cada indivíduo torna-se essencial nesse contexto. Neste processo, o professor desempenha um papel vital, colaborando com a comunidade escolar para assegurar que o ambiente seja produtivo e alcance os resultados desejados. O construcionismo preconiza que o aprendiz elabore produtos passíveis de serem compartilhados com outras pessoas, promovendo a discussão em torno desses trabalhos. A capacidade do aluno de expressar suas ideias e criar um registro de seu pensamento e raciocínio é fundamental para atingir níveis mais elevados de aprendizagem. É por isso que o computador se torna um aliado valioso nos ambientes construcionistas, proporcionando a visualização e manipulação das estratégias utilizadas na resolução de problemas. Apesar dos avanços, persistem desafios no ensino de geometria. A falta de recursos específicos, a formação inadequada de professores e a necessidade de alinhar os currículos com as demandas contemporâneas são questões a serem enfrentadas. A busca por uma abordagem equilibrada, incorporando as melhores práticas do passado e as inovações do presente, é crucial para garantir que o ensino de geometria evolua de maneira eficaz. “Saber que ensinar não é transferir conhecimento, mas criar possibilidades para a sua produção ou a sua construção. Quando entro em uma sala de aula devo estar sendo um ser aberto a indagações, à curiosidade, às perguntas dos alunos, as suas inibições; um ser crítico e inquiridor, inquieto face da tarefa que tenho - a de ensinar e não a de transferir conhecimento”. (FREIRE, 1996, p. 47).
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