Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
FISIOPATOLOGIA – NEURO DOENÇAS CEREBROVASCULARES TRAUMAS DOENÇAS NEURODEGENERATIVAS I II DOENÇAS DESMIELINIZANTES DNM POLINEUROPATIAS LESÕES MEDULARES Acidente Vascular Cerebral Definição Acidente Vascular Cerebral (AVC): “ Sinal clínico de rápido desenvolvimento de perturbação focal da função cerebral, de suposta origem vascular e com mais de 24 horas de duração.” (OMS) Nomenclatura AVC AVE Derrame Infarto cerebral Doença cerebrovascular Incidência 1ª causa de inabilidade 2ª causa de morte 1 a cada 6 indivíduos Classificação AVC isquêmico Esquema demostrando o processo de trombose e embolia. Fonte:Netter FH: coleção Ciba de Ilustrações Médicas, Barcelona, Salvat. 1987. Classificação Ataque isquêmico transitório (AIT) “Déficit encefálico focal e temporário causado por doenças vasculares e que regride inteiramente em até 24 horas.” Classificação AVC hemorrágico Hemorragia intracerebral. Fonte: Netter FH: Coleção Ciba de Ilustrações Médicas. Barcelona, Salvat, 1987. Introdução O acidente vascular cerebral (AVC) é uma das maiores causas de morte e sequela neurológica no mundo industrializado. Quando agrupado dentro das causas circulatórias, são, em todo o mundo, a segunda maior causa de óbitos (5,7 milhões por ano). (BODEN; SACCO, 1999; LOPEZ, et al, 2001) Perfil dos pacientes internados na UTI adulto 55,9% Epidemiologia NO BRASIL Média de idade foi de 55,9 anos; Tempo de Internação do AVCI//AVCH (4,6 dias vs 9,6 dias, P<0,0001); Principal Fator de Risco HAS (80,3% AVCI e 92,2% AVCH (P<0,04) Sobrevida (AVCI = 95,3% e 86,3% AVCH) FATORES DE RISCO: Não Modificáveis: idade (avançada); sexo (masculino); raça (negros); presença de história familiar, materna ou paterna. Modificáveis: hipertensão arterial, diabetes mellitus, dislipidemia, presença de doença cardiovascular prévia (ex.: fibrilação atrial, doença carotídea), obesidade, tabagismo, ingestão abusiva de álcool e a vida sedentária, uso de anticoncepcionais orais. Acidente Vascular Cerebral | AVC 3ª causa de morte nos EUA |750.000 novos casos/ano Brasil: 1ª causa | 300.000 novos casos/ano| 68.000 morrem Grande impacto econômico e social (AHA, 2001; ANDRE, 1999) Óbito relacionado ao AVC está diretamente associado à gravidade da sequela neurológica, podendo chegar a 40% ao final do primeiro ano. A maioria dos pacientes que sobrevivem à fase aguda do AVC apresentará déficit neurológico que necessita de reabilitação*. 75% desses pacientes não retornarão ao seu trabalho e 30% necessitarão de auxílio para caminhar. 2. VASCULARIZAÇÃO DO ENCÉFALO 2.2 – VASCULARIZAÇÃO ARTERIAL DO ENCÉFALO Apresenta duas origens: Sistema carotídeo Sistema vertebral Troncos arteriais anteriores ( 2 carótidas internas) Troncos arteriais posteriores (2 artérias vertebrais) ‹#› ORIGEM DO SISTEMA CAROTÍDEO Artéria Carótida Direita: nasce no tronco arterial bráquio- cefálico. Artéria Carótida Esquerda: nasce diretamente da aorta Destas originam-se as artérias carótidas internas e externas. Artérias Carótidas Internas: formam as artérias cerebrais médias e artérias cerebrais anteriores. (Polígono de Willis , parte anterior) Artérias Vertebrais - comunicações das artérias subclávias, direita e esquerda. Duas artérias vertebrais fundem-se na frente do tronco encefálico formando a artéria basilar. A artéria basilar percorre o sulco basilar da ponte e termina anteriormente, bifurcando – se para formar as artérias cerebrais posteriores direita e esquerda . ORIGEM DAS ARTÉRIAS VERTEBRAL E BASILAR CÍRCULO ARTERIAL DO CÉREBRO – POLÍGONO DE WILLIS Circuito arterial fechado Localiza-se na base do cérebro Formação: - artérias cerebrais anteriores - artérias cerebrais médias artérias cerebrais posteriores - artérias comunicantes (anterior e posterior D e E) →Anastomosam o sistema carotídeo interno ao sistema vertebral. Território cortical irrigado pela artéria cerebral anterior: Um dos ramos de bifurcação da carótida interna, ganha a fissura longitudinal e curva-se em torno do corpo caloso e ramifica-se na face medial de cada hemisfério desde o lobo frontal até o sulco parieto-occipital. Obstrução: Paralisia e diminuição da sensibilidade no membro inferior do lado oposto. Decorrente da lesão de partes das áreas corticais motoras e sensitivas que correspondem à perna e que se localizam nos giros pré e pós central. Artéria Cerebral Média: Ramo principal da carótida interna, percorre o sulco lateral distribuindo ramos que vascularizam a maior parte da face súpero-lateral de cada hemisfério. Este território compreende áreas corticais importantes: área motora, área somestésica, o centro da palavra falada e outras. Obstrução: Quando não são fatais, determinam paralisia e diminuição da sensibilidade do lado oposto do corpo (exceto no MI, podendo haver ainda graves distúrbios da linguagem. Artéria cerebral posterior: Ramos da bifurcação da artéria basilar, dirigem-se para trás, contornam o pedúnculo cerebral e, percorrendo a face inferior do lobo temporal, ganham o lobo occipital. Irriga a área visual situada no lobo occipital. Obstrução: Causa cegueira em uma parte do campo visual. Penfield - correlaciona o mapeamento cerebral das áreas sensitivas e motoras. Mapeamento cortical Mapeamento cortical Mapeamento cortical Mapeamento cortical AVC agudo Fisiopatologia AVCi Oclusão aguda em um vaso intracraniano reduz o fluxo sanguíneo para a região que ele supre (normal 50 a 55ml/100g min). Queda do fluxo para zero causa morte do tecido em 4 a 10 minutos; Valores < 8 ml/100g por minuto causa morte do tecido dentro de uma hora; Valores ~ 20 ml/100g por minuto causam isquemia sem infarto, exceto quando se prolonguem por horas ou dias; Se o fluxo for restaurado antes de grau significativo de morte celular, o paciente apresenta AIT (acidente isquêmico transitório). O tecido envolta da região central da infarto mostra-se isquêmicos, porém sua disfunção é reversível e denomina-se Penumbra Isquêmica. A penumbra isquêmica sofrerá infarto subsequente se o fluxo não mudar (salvar a penumbra isquêmica é o principal objetivo da revascularização). O infarto ocorre por 2 vias distintas: 1. Via necrótica na qual a degradação citoesqueleto celular é rápida, devido principalmente a insuficiência de energia da célula, 2. Via apoptótica. TIPOS DE AVC AVC isquêmico Obstrução de artéria cerebral importante: Média, posterior e anterior. Basilar e vertebral (TE) menos comum. AVC isquêmico trombótico: Ateroma na artéria (trombo). FISIOPATOLOGIA: Doença aterosclerótica (afeta artérias intra e extra cranianas de maior porte.) AVC(i) trombótico. AVC isquêmico embólico: Êmbolos secundários (coágulo de sangue) em locais grandes mais comuns de êmbolos: coração e artéria carótida. Ocorre de modo súbito. Quase não há perda de consciência. Dor de cabeça. Grave incapacidade. AVE isquêmico lacunar: Infarto na região das artérias profundas que irrigam: Cápsula interna Gânglios da base Tálamo O tecido lesado se torna uma cavidade ou lacuna. Secção coronal de um hemisfério cerebral com um ventrículo lateral no canto superior esquerdo da figura. As pequenas cavidades nos núcleos da base são infartos lacunares produzidos por oclusões de pequenas artérias profundas. AVE hemorrágico parênquima cerebral hemorragia espaço subaracnóide hemorragia Hemorragia nas partes mais profundas do cérebro Hipertensão Paredes arteriais enfraquecidas pequenas herniações ou microaneurismas - hematomas Ex:tálamo, e com menos freqüência cerebelo e ponte. Sistema ventricular = óbito QC: *cefaléia intensa, vômitos, perda da consciência. ** cefaléia, rigidez de nuca e vômitos, óbito. Hemorragia subaracnóide é visível nas áreas mais escuras, mais proeminentes na região do tronco encefálico. AIT – Ataque isquêmico transitório: Fisiopatologia igual do AVCi Oclusão de pequenas artérias (ramificações) Sintomas: déficit neurológico focal de instalação súbita, com duração igual ou inferior a 24 horas. Recuperação completa em 24h. SINAIS E SINTOMAS DO AVE PELA LOCALIZAÇÃO ARTERIAL ARTÉRIAS VERTEBRAIS E BASILAR - AVE i → 20% afetam o tronco encefálico/região cerebelar isquemia Sinais mais comuns: ataxia da marcha e dos membros, fraqueza dos membros, paralisias oculomotoras. Perda de visão, visão dupla, tontura, vertigem, cefaléia e vômito. Oclusão completa da artéria basilar causa óbito por isquemia dos núcleos e tratos do tronco encefálico que controlam as funções vitais. Oclusão parcial pode causar quadriplegia (tratos motores descendentes) e perda de sensibilidade (tratos sensitivos ascendentes) e sinais em nervos cranianos. ARTÉRIAS CEREBRAIS: ARTÉRIA CEREBRAL ANTERIOR - Alterações de personalidade (lobo frontal – córtex sensitivo motor medial e substância branca adjacentes são afetados) com hemiplegia contralateral e perda hemissensorial. - A falta de irrigação para os ramos profundos resulta em disfunção motora por lesão do putâmen anterior e de axônios frontopontinos na cápsula interna. ARTÉRIA CEREBRAL MÉDIA OCLUSÃO Priva de sangue: a porção lateral do córtex sensitivo- motor bem como a substância branca adjacente. produz Hemiplegia contralateral e perda hemissensorial envolvendo a extremidade superior e a face mais do que a extremidade inferior. Comprometimento da linguagem: ocorre se a lesão for no hemisfério dominante para linguagem (geralmente o esquerdo). ARTÉRIA CEREBRAL POSTERIOR: Ramos da bifurcação da artéria basilar, dirigem-se para trás, contornam o pedúnculo cerebral e, percorrendo a face inferior do lobo temporal, ganham o lobo occipital. Irriga a área visual situada no lobo occipital. Obstrução: Causa cegueira em uma parte do campo visual. Déficits associados à perda de suprimento arterial a áreas funcionais do córtex cerebral. Os déficits neurológicos (variáveis) agudos apresentados por esses pacientes incluem: Hemiplegia/paresia (alteração do movimento voluntário) Ataxia (incoordenação) Deficiências visuoperceptivas Afasia (alteração da linguagem) Disartria (dificuldade de articular as palavras) Deficiências sensórias Deficiências de memória Problemas com controle vesical (EKMAN, 2008) AVE hemorrágico parênquima cerebral hemorragia espaço subaracnóide hemorragia Hemorragia nas partes mais profundas do cérebro Hipertensão Paredes arteriais enfraquecidas pequenas herniações ou microaneurismas - hematomas Ex: tálamo, e com menos freqüência cerebelo e ponte. Sistema ventricular = óbito QC: *cefaléia intensa, vômitos, perda da consciência. ** cefaléia, rigidez de nuca e vômitos, óbito. AVE HEMORRÁGICO INTRAPARENQUIMATOSO Letalidade em torno de 50% Fisiopatologia Hipertensão 🡪 Lesão crônica das artérias perfurantes 🡪Fragilidade da parede vascular 🡪 Aneurismas Charcot-Bouchard 🡪 Rompimento dos microaneurismas durante um pico hipertensivo. AVC HEMORRÁGICO 20 % de todos os AVC. AVC hemorrágico intraparenquimatoso (mais comum) Hemorragia subaracnóide. AVC HEMORRÁGICO Hemorragia Talâmica (15-20%): hemiplegia fasciobraquio crural contralateral, hemianestesia para todas as sensibilidades, acompanhando a hemiplegia. Hemorragia do Cerebelo (10-30%): vertigem, náuseas, vômitos, ataxia cerebelar aguda, uni ou bilateral. Pode comprimir o IV ventrículo, levando à hidrocefalia obstrutiva. DIAGNÓSTICO TC de crânio não contrastada (área hiperdensa) RM (mostra em praticamente 100% dos casos uma área hiperdensa, geralmente com edema em volta) Desvio da linha média é comum – quando ultrapassa 3mm, a chance do paciente estar em coma é grande. HEMORRAGIA SUBARACNÓIDE Patogenia e Patologia Rotura de aneurisma sacular congênito – mais comum - (geralmente nas aa. do Polígono de Willis – a. comunicante anterior). Rotura de uma malformação vascular arteriovenosa. Ao atingir o espaço subaracnóide, o sangue em volta do cérebro causa edema cerebral e meningite química. O contato do sangue com as artérias causa vasoespasmo a partir do quarto dia – grande responsável pelo déficit neurológico e sequelas. QUADRO CLÍNICO Cefaléia holocraniana de início súbito e forte intensidade. Rigidez de nuca após o primeiro dia. Aneurisma localizado na extremidade da artéria carótida interna direita. Angiograma exibindo um aneurisma originado na artéria cerebral média. Injeção de um corante radiopaco numa artéria carótida ou vertebral Sequência de radiografias 1º as artérias ficam visíveis A medida que o corante circula as veias ficam visíveis. Útil para visualizar - aneurismas - oclusões e más-formações Riscos: trombose e embolização Angiorressonância arterial. Mostra ausência de fluxo na metade superior da artéria basilar, através de afilamento progressivo. Fluxo para as artérias cerebrais posteriores vinha do sistema carotídeo, através das artérias comunicantes posteriores. Demais artérias com calibre e fluxo normais. image75.png image2.png image4.png image9.png image17.png image25.png image6.jpg image7.jpg image15.jpg image3.png image8.png image14.png image34.png image10.png image11.png image12.jpg image20.jpg image13.png image18.jpg image16.jpg image24.png image40.png image21.jpg image29.png image22.jpg image19.png image27.png image23.png image41.jpg image32.jpg image37.png image48.jpg image31.png image46.jpg image42.jpg image30.png image36.png image60.png image66.png image50.png image39.png image43.jpg image33.jpg image58.jpg image35.png image38.jpg image55.jpg image44.png image51.jpg image45.jpg image69.png image65.png image68.png image47.png image57.jpg image56.png image72.png image54.jpg image53.jpg image61.jpg image70.jpg image71.jpg image63.jpg image59.jpg image64.jpg image73.jpg image67.png image62.png
Compartilhar