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A Política Interna e Externa do Primeiro Imperador Quando D. João VI voltou a Portugal, limpou todas as riquezas dos cofres do Banco do Brasil (criado em 1808) deixando o país sem reservas para manutenção de toda a estrutura do governo . Como há de se recordar, Dom Pedro I recorreu a empréstimos junto aos ingleses para pagar a indenização a Portugal pelo reconhecimento da Independência. Também recorreu aos ingleses para contratar corsários ingleses nas Guerras de Independência. Isso gerou endividamento externo e grave crise econômica. Internamente, criou ou aumentou impostos. Em 1829, após a derrota na II Guerra Cisplatina, a crise financeira que o país sofria chegou ao ápice, ocasionando a desvalorização da moeda nacional e o fechamento do Banco do Brasil. Além de todo o contexto econômico, a Outorga da Constituição de 1824, centralizadora e autoritária, foi considerada uma traição aos princípios constitucionalistas, o que levou à eclosão de uma revolta contra o governo: a Confederação do Equador. Confederação do Equador (1824) A Confederação do Equador foi um movimento revolucionário que pretendia a independência de alguns estados numa confederação . Ocorreu em 1824 e teve essência emancipacionista e republicana . Teve início em Pernambuco, mas, rapidamente, se espalhou por outras províncias da região nordeste (Ceará, Paraíba e Rio Grande do Norte). Em Pernambuco, epicentro da revolução, ouve participação das elites regionais, intelectuais e das camadas populares. Essa, talvez, sua característica mais marcante. •Situação socioeconômica do Nordeste: Em virtude da crise da economia açucareira e dos aumentos de impostos; •Descontentamento com a influência portuguesa na vida política do Brasil, mesmo após a independência; •Insatisfação de Pernambuco com o governo: D. Pedro havia centralizado o poder político com o Poder Moderador instituído na Constituição de 1824. O Autoritarismo de D. Pedro chegou ao extremo: A elite de Pernambuco havia escolhido Manuel Carvalho Pais de Andrade como governador para a província. Porém, em julho de 1824, D. Pedro indicou Francisco Paes Barreto como governador de sua confiança para a província. Esta divergência política deu início ao conflito. Em Pernambuco vinha crescendo a influência do pensamento liberal. Essas ideias importadas da Revolução Francesa e do Iluminismo encontravam simpatizantes que divulgavam e fomentavam o debate em jornais da região. O jornal “Sentinela da Liberdade na Guarita de Pernambuco” de Cipriano Barata (baiano, jornalista e defensor das classes baixas, teve participação na Conjuração Baiana e na Insurreição Pernambucana) e a publicação “Tífis Pernambuco” de Frei Caneca (Discípulo de Cipriano). Diante da posição de D. Pedro de indicar um governador para a província de Pernambuco, passando por cima da escolha dos Pernambucanos, Manuel de Carvalho Pais de Andrade, presidente da província, proclama a Confederação do Equador, unindo Pernambuco, Ceará, Paraíba e Rio Grande do Norte. Adotaram a Constituição colombiana de imediato até que pudessem elaborar uma. Podemos listar como objetivos da Confederação do Equador: •Diminuir a influência do governo nos assuntos políticos regionais; •Convocação de uma nova Assembleia Constituinte para elaboração de uma nova Constituição de cunho liberal; •Organizar forças de resistências populares contra a repressão do governo imperial; •Acabar com o tráfico de escravos para o Brasil. O imperador decidiu preparar logo a repressão. Como não existia um exército organizado, contratou o mercenário Lord Cochrane, que comandou as forças navais, e o brigadeiro Francisco de Limas e Silva, que liderava as forças terrestres. Em agosto de 1824 as forças do governo derrotam os revoltosos em Recife e Olinda. Nos meses seguintes tomam também o Ceará. Os revoltosos foram presos, condenados à morte ou conseguiram fugir. Frei Caneca foi condenado à forca, mas acabou sendo fuzilado diante da recusa do carrasco em executar a pena. Apesar da vitória, D. Pedro acabou com sua imagem desgastada. Ora, usou de recursos de tributos de brasileiros para massacrar brasileiros. O descontentamento com o imperador foi crescente. A oposição encontrava no jornal Aurora Fluminense, de Evaristo Veiga, terreno para divulgação de críticas ao governo, além de propagar ideias liberais 003.(ESPCEX/2008) A Confederação do Equador, proclamada em 2 de julho de 1824, por Manuel de Carvalho, a) contou com a adesão dos estados da atual região Norte do Brasil. b) adotava provisoriamente a Constituição dos Estados Unidos da América. c) mostrava-se sintonizada com o poder central, representado por D. Pedro. d) defendia a instituição de uma monarquia constitucional. e) buscava a organização de um governo representativo e republicano . Influenciado pelos ideais iluministas, os revoltosos objetivavam implantar um regime republicano. Letra e. Política Externa Já lhe disse que a região da bacia do Rio Prata, na fronteira entre Brasil e Argentina, era de grande importância estratégica no uso do transporte fluvial para o comércio . •I – Guerra Cisplatina : Como vimos, em 1816 D. João mandou tropas invadirem Montevidéu e anexarem a região com o nome de Província Cisplatina .. •II – Guerra Cisplatina: Entre 1825-1828 Brasil e Argentina disputaram o controle da região. A população local não aceitava ser controlada por um país com língua e culturas diferentes das deles. O Brasil foi derrotado e a região se tornou independente , batizada pelo nome de Uruguai. Em função da pressão britânica e francesa para o fim do conflito, o Império do Brasil e as Províncias Unidas do Rio da Prata assinaram a “Convenção Preliminar de Paz” em 27 de agosto de 1828, no Rio de Janeiro, reconhecendo ainda a independência da recém criada República Oriental do Uruguai. A Abdicação de Dom Pedro I Os altos gastos com a Confederação do Equador e a Guerra Cisplatina criaram uma crise econômica cuja solução proposta pelo governo foi o aumento de impostos. Isso gerou grande descontentamento da população. O imperador ainda passaria por uma acusação de assassinato antes de abdicar do trono. No dia 21 de novembro de 1830, Libero Badaró, um jornalista de oposição, foi traiçoeiramente executado. O episódio da Noite das Garrafadas (13 de março de 1831) em que brasileiros e portugueses se confrontaram, revelou toda a insatisfação da população, levando D. Pedro a abdicar do trono em favor de seu filho D. Pedro II. Dom Pedro volta a Portugal para garantir o trono para a filha mais velha, Maria da Glória, cujo o trono havia sido usurpado pelo seu tio e irmão de Dom Pedro, Dom Miguel. Como Dom Pedro II tinha apenas cinco anos de idade , institui-se no Brasil um Governo Regencial até que atingisse sua maioridade. 1.1.3. Os Governos Regenciais Durante o período regencial o Brasil passou por uma grave crise política e diversas revoltas. A crise política ocorreu devido a disputa pelo controle do governo entre os seguintes grupos políticos: •Restauradores: defendiam a volta de D. Pedro I ao poder; caramurus •Liberais Moderados: defendiam o voto só para os ricos e continuação da Monarquia; chimangos Republicanos: pretendiam realizar reformas para melhorar a vida dos mais necessitados e voto para todas as pessoas. Farroupilhas ou jurujubas. Entre as várias tendências apresentadas na época, os chamados “restauradores”, também conhecidos como “caramurus” eram os mais conservadores da época. Formado essencialmente pela figura de comerciantes portugueses, burocratas e militares, defendiam o retorno do imperador Dom Pedro I para o Brasil. Defendiam também um regime monárquico fortemente centralizado e criticavam fortemente os demais partidos políticos da época. Popularmente designados como “chimangos”, os liberais moderados não simpatizavam com oregime absolutista e contavam com a presença de aristocratas da porção centro sul do país. Apesar de não concordarem com o absolutismo, defendiam a manutenção de um regime monárquico capaz de defender os interesses da elite agroexportadora do país. Buscavam equilibrar o aumento das funções do Poder Legislativo com uma autoridade monárquica que se mostrasse compromissada com as elites nacionais. Mais heterogêneos em sua formação social, os liberais exaltados – igualmente conhecidos como farroupilhas ou jurujubas – acreditavam que a autonomia das províncias deveria ser aumentada. Integrado por pequenos comerciantes e homens livres sem posses, esse partido tinha uma relativa influência entre as camadas populares urbanas do território nacional. Entre outras coisas, eles reivindicavam reformas políticas mais amplas, o fim do Conselho de Estado e do Poder Moderador e, em alguns casos mais extremos, a criação de uma República. Ao longo do tempo, a hegemonia política exercida pelos liberais moderados acabou dando origem a uma nova subdivisão que gerou os partidos regressista e progressista. O primeiro tinha uma orientação mais conservadora, já os progressistas acreditavam na necessidade de se fazer algumas concessões para os exaltados. De fato, esse diálogo com os grupos mais liberais acabou estabelecendo a aprovação do Ato Adicional de 1834, que deu maior liberdade às províncias. Primeiro governo que sucedeu a queda do imperador Dom Pedro I, o período regencial iniciou-se com a formação de dois governos trinos. O primeiro deles ficou conhecido como Regência Trina Provisória, onde o calor das transformações políticas deu margem para a formação improvisada de um novo governo. Os moderados logo assumiram o poder com o intuito de frear as agitações políticas da época. Inicialmente, o governo de Nicolau Pereira de Campos Vergueiro, José Joaquim Carneiro de Campos e Francisco de Lima e Silva reintegraram o chamado “ministério dos brasileiros” e anistiou os presos políticos. A Câmara dos Deputados teve seus poderes ampliados, tendo o direito de interferir nas ações do governo regencial. Atuando por breves dois meses, a Regência Trina Provisória deu condições para que um novo governo fosse escolhido. Em 17 de junho de 1831, a assembleia promoveu um processo de escolha da chamada Regência Trina Permanente. /20004.(ESA07) Sobre os partidos políticos que dominaram o cenário político brasileiro na primeira metade do século XIX, é correto afirmar que: a) o Partido Resta urador se extinguiu após a morte de D. Pedro I, em 1834. b) os Liberais Exaltados defendiam o governo monárquico no Brasil e a centralização do poder. c) o Partido Conservador era contrário ao ideário político liberalista – constituição e voto. d) o Partido Brasileiro era favorável à abolição da escravatura. e) os Liberais Moderados defendiam o federalismo. A existência do partido Restaurador perdeu significado após a abdicação de D. Pedro, já que pretendiam que o Brasil retornasse à condição de Colônia de Portugal. Letra a.
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