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Síndrome do Desconforto Respiratório Agudo (SDRA) Fundamentos do Diagnóstico • Critérios de diagnóstico: • Instalação aguda de insuficiência respiratória. • Opacidades pulmonares bilaterais na radiografia do tórax. • Insuficiência respiratória que não é explicada completamente por insuficiência cardíaca ou sobrecarga de volume. • Razão entre a pressão parcial de oxigênio no sangue arterial (PaO2) e a concentração fracional do oxigênio inspirado (FIO2) < 300, com pressão positiva expiratória final (PEEP) ≥ 5 cmH2O. • Considerações gerais: • A SDRA é caracterizada por hipoxemia grave após uma agressão sistêmica ou pulmonar, sem evidências de insuficiência cardíaca. O início é agudo, dentro de uma semana após uma lesão clínica conhecida, com infiltrados pulmonares bilaterais disseminados. A razão PaO2/FIO2 determina a gravidade: entre 200 e 300 para SDRA leve, entre 100 e 200 para moderada, e menor que 100 para grave. Fatores de Risco • Os mais comuns incluem sepse, aspiração de conteúdo gástrico, choque, infecção, contusão pulmonar, trauma, inalação tóxica, afogamento e transfusões múltiplas de sangue. • Cerca de 33% dos pacientes com SDRA se apresentam inicialmente com síndrome séptica. Achados Clínicos • Sinais e sintomas: • Instalação rápida de dispneia profunda, ocorrendo 12-48 horas após o evento desencadeante. • Esforço respiratório, taquipneia, tiragem intercostal e estertores são comuns ao exame físico. • Radiografia do tórax: • Revela infiltrados bilaterais difusos ou esparsos que rapidamente se tornam confluentes, poupando os seios costofrênicos. • Em 80% dos casos, há presença de broncogramas aéreos. O coração geralmente tem tamanho normal, e os derrames pleurais, se presentes, são pequenos. • Hipoxemia: • Importante e refratária à suplementação de oxigênio. Diagnóstico Diferencial • Deve-se excluir edema pulmonar com permeabilidade normal ("cardiogênico"). A medição da pressão capilar pulmonar em cunha pode ser necessária para excluir essa possibilidade. • O uso rotineiro do cateter de Swan-Ganz para condução dos pacientes com SDRA não é recomendado. Prevenção • Não há medidas comprovadamente eficazes para prevenir a SDRA. • O uso profilático de PEEP ou corticosteroides intravenosos não previne a SDRA. Tratamento • Hipoxemia: • O tratamento requer intubação traqueal e ventilação mecânica com pressão positiva. • Deve-se usar PEEP e oxigênio suplementar para manter a PaO2 acima de 55 mmHg ou a saturação de oxigênio acima de 88%. • O uso da posição pronada pode melhorar a oxigenação transitoriamente. • Ventilação Mecânica: • A ventilação controlada por volume com volume corrente baixo (6 mL/kg de peso corporal ideal) resultou em uma redução de 10% na mortalidade em comparação com terapia de volume corrente padrão (12 mL/kg). • Estratégias de ventilação que incluem hipoventilação permissiva e uso criterioso de PEEP. • Monitoramento Hemodinâmico: • O uso rotineiro de cateterização da artéria pulmonar não é recomendado. • O controle hídrico deve ser cuidadoso para evitar sobrecarga de volume ou hipovolemia excessiva. • Nutrição e Apoio Geral: • Nutrição adequada é crucial, evitando hipopotassemia e hipofosfatemia. • Analgésicos, sedativos e antipiréticos podem ajudar a reduzir o consumo de oxigênio. • A prevenção de complicações associadas à ventilação mecânica é essencial. Prognóstico • A taxa de mortalidade associada à SDRA varia entre 30 e 40%. • Se a SDRA for acompanhada por sepse, a taxa de mortalidade pode chegar a 90%. • As principais causas de morte são a doença primária e as complicações secundárias, como falência de múltiplos órgãos e sepse. • A maioria dos sobreviventes da SDRA continua com alguns sintomas pulmonares, que tendem a melhorar com o tempo. • Algumas anormalidades persistem, como leves alterações na oxigenação e na capacidade de difusão. REFERÊNCIA:CURRENT MEDICINA - DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO Síndrome do Desconforto Respiratório Agudo (SDRA) Fundamentos do Diagnóstico Fatores de Risco Achados Clínicos Diagnóstico Diferencial Prevenção Tratamento Prognóstico
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