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Tumores da Laringe

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Tumores da Laringe 
1. Lesões Traumáticas das Pregas Vocais 
• Nódulos das Pregas Vocais: Lesões pareadas na junção do terço anterior com 
os dois terços posteriores das pregas vocais. Causadas por uso inapropriado da 
voz. Conhecidos como "nódulos dos cantores" em adultos e "nódulos dos 
gritadores" em crianças. Tratamento envolve fonoterapia e modificações nos 
hábitos vocais. Casos recalcitrantes podem necessitar de remoção cirúrgica. 
• Pólipos das Pregas Vocais: Massas unilaterais formadas na lâmina própria das 
pregas vocais. Relacionadas ao trauma vocal, podem se desenvolver após 
hemorragias. Pólipos pequenos podem responder a tratamentos 
conservadores, enquanto os maiores geralmente necessitam de remoção 
cirúrgica. 
• Cistos das Pregas Vocais: Lesões que podem ser cistos verdadeiros ou 
pseudocistos, geralmente formados a partir de glândulas secretoras de muco. 
Os cistos podem variar de tamanho e causar rouquidão. Tratamento cirúrgico 
pode ser necessário se não melhorarem espontaneamente. 
• Cordite Polipoide (Edema de Reinke): Aumento da matriz gelatinosa da lâmina 
própria superficial, associado ao tabagismo, uso excessivo da voz, irritantes 
químicos ou hipotireoidismo. Pode requerer ressecção cirúrgica para 
desobstrução das vias aéreas ou melhoria da voz. 
• Úlceras de Contato/Granulomas: Lesões nos processos vocais da cartilagem 
aritenoide. Relacionadas ao traumatismo, refluxo gastresofágico ou disfonia 
por tensão muscular. Tratamento inclui corticosteroides inalados, inibidores da 
bomba de prótons e terapia de higiene vocal. 
2. Leucoplasia Laríngea 
• Definição: Lesão esbranquiçada na laringe, frequentemente associada a 
fumantes. Pode representar displasia ou carcinoma espinocelular. 
• Sintomas: Rouquidão persistente, especialmente em fumantes. Exige 
laringoscopia com biópsia para diagnóstico. 
• Tratamento: A cessação do tabagismo pode estabilizar ou reverter displasia 
leve a moderada. O acompanhamento é necessário, com ressecções seriadas 
ou radioterapia como opções para casos mais graves. 
 
Carcinoma Espinocelular da Laringe 
Fundamentos do Diagnóstico 
• Sintomas Chave: Rouquidão persistente por mais de duas semanas em 
tabagistas, dor de garganta ou ouvido persistente, especialmente ao 
engolir, massa cervical, hemoptise e estridor. 
• Prevalência: O carcinoma espinocelular da laringe (CEC) é mais comum 
em homens entre 50 e 70 anos, ocorrendo quase exclusivamente em 
tabagistas. Cerca de 13.000 novos casos são diagnosticados anualmente 
nos Estados Unidos. 
• Etiologia: Possível relação com infecção por HPV (tipos 16 ou 18), mas 
mais fraca em comparação com carcinoma da orofaringe. 
Achados Clínicos 
• Sinais e Sintomas: Mudança na qualidade da voz é o sintoma inicial 
mais comum, seguido por dor de garganta, dor no ouvido, hemoptise, 
disfagia e perda de peso. O câncer da glote (pregas vocais verdadeiras) 
geralmente causa rouquidão precoce, enquanto o carcinoma 
supraglótico pode ter metástases precoces. 
• Exames de Imagem e Laboratoriais: A tomografia computadorizada 
(TC) ou ressonância magnética (RM) ajuda a avaliar a extensão do tumor 
e linfonodos cervicais. A TC do tórax é indicada para avaliar possível 
metástase ou outros tumores primários. Os exames laboratoriais 
incluem hemograma completo e testes de função hepática. 
• Biópsia: O diagnóstico é feito por biópsia durante laringoscopia. A 
biópsia pode ser usada para avaliar a mobilidade das pregas vocais e a 
fixação da aritenoide. 
• Estadiamento: O sistema TNM do American Joint Committee on Cancer 
(AJCC) é usado para estadiar os cânceres de laringe. Lesões nos estágios 
I e II envolvem 1 ou 2 sublocais da laringe sem metástases. Tumores nos 
estágios III e IV podem envolver múltiplos sublocais com limitação da 
mobilidade laríngea. 
Tratamento 
• Objetivos do Tratamento: Curar, preservar a deglutição segura e 
efetiva, preservar a voz e evitar traqueostomia permanente. 
• Opções de Tratamento para Tumores Iniciais: Para cânceres glóticos e 
supraglóticos em estágios iniciais (T1 e T2), a radioterapia é uma opção 
padrão, com taxas de cura superiores a 80-95%. A cirurgia parcial da 
laringe pode ser uma alternativa para esses tumores, especialmente 
para lesões menores. 
• Opções para Tumores Avançados: Tumores nos estágios III e IV 
geralmente requerem tratamento multimodal, incluindo quimioterapia 
e radioterapia. A quimioterapia com cisplatina ou cetuximabe mostrou-
se eficaz para tratamentos mais agressivos. A cirurgia de preservação de 
órgão é uma alternativa em casos avançados, enquanto a laringectomia 
total é reservada para casos extremos. 
• Envolvimento Cervical: O envolvimento de linfonodos afeta muito o 
prognóstico. Os tumores supraglóticos têm maior propensão para 
metástases cervicais, exigindo dissecção cervical. 
• Reabilitação: Após a laringectomia total, a reabilitação da voz com 
punção traqueoesofágica primária ou secundária permite fonação 
funcional em cerca de 75-85% dos pacientes. 
Acompanhamento em Longo Prazo 
• Cuidados Necessários: Acompanhamento regular para monitoramento 
de um segundo tumor e eventuais recorrências. Disfagia, dificuldade de 
comunicação e alterações na aparência podem impactar a qualidade de 
vida. É essencial oferecer apoio psicossocial e incentivar a cessação do 
tabagismo e do consumo de álcool. 
• Prognóstico Geral: Cerca de 65% dos pacientes com câncer de laringe 
são curados e muitos conseguem retomar suas vidas com adaptações 
após o tratamento. 
 
 REFERÊNCIA:CURRENT MEDICINA - 
DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO 
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	1. Lesões Traumáticas das Pregas Vocais
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