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NEOPLASIA DA CAVIDADE ORAL Anatomia da cavidade oral: • Área em forma de U invertido • Glândulas sublinguais • Genioglosso e gênio-hioideo • Vascularização = ramos das aa facial, lingual, faríngea e maxilar • Drenagem linfática = níveis I, II e III Drenagem linfática do pescoço: EPIDEMIOLOGIA • 6% de todas neoplasias diagnosticadas • 30% dos tumores malignos de cabeça e pescoço • Homem/mulher: 2/1 • Índia 50% de todas neoplasias malignas • Estimativas do INCA para 2020: o 15.190 casos novos no total o 11.180 casos em homens o 4.010 casos em mulheres • Óbitos: 5.898 no total (4.672 em homens e 1.226 em mulheres) ETIOLOGIA • Tabagismo risco 6x maior • Etilismo potencializador • Radiação solar → lábio • Má higiene • Próteses dentárias mal adaptadas • Infecções virais (HPV, Epstein Barr) • Hábitos étnicos (mascar fumo, chimarrão, chá quente) • Dieta alimentar (rica em gorduras e álcool e pobre em proteínas, verduras e sais minerais) • A combinação do consumo de álcool e tabaco age de forma sinérgica, multiplicando o risco relativo de desenvolvimento do câncer de boca em 35 x em comparação com indivíduos que não apresentam nenhum dos dois hábitos. LOCALIZAÇÃO • Armed Forces Institute of Patology, foram estudados 14.252 casos de CEC de câncer de boca e orofaringe, 93% dos pacientes eram sexo masculino: • Lábio inferior = 38% • Língua = 22% • Assoalho bucal = 17% • Rebordo gengival = 6% • Palato = 5,5% • Lábio superior = 4% • Mucosa bucal = 2% PATOLOGIA • > 90% CEC • Exofítico → melhor prognóstico → menos comum • Ulcerado → indiferenciado → infiltrativo • CEC verrucoso o < 5% o Bom prognóstico o Prótese mal adaptada o Má higiene o Mascar fumo o HPV DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL • Variantes do CEC (verrucoso, carcinossarcoma, carcinoma indiferenciado); • Linfomas; • Melanomas; • Carcinoma adenoide cístico; • Carcinoma mucoepidermoide; • Sarcoma de Kaposi; • Leishmaniose; • Tuberculose; • Paracoccidioidomicose; • Cancro sifilítico; PATOLOGIA • Critérios de agressividade: o Grau de diferenciação o Invasão vascular o Invasão perineural • Disseminação linfática 30% dos casos – cervical nível I, II e III • Metástases 15 a 20% - pulmão, fígado e ossos LESÕES PRÉ-NEOPLÁSICAS • Leucoplasia • Eritroplasia • Leuco-eritroplasia • Queilite actínica MÉTODOS DIAGNÓSTICOS • Exame clínico (anamnese + exame físico) • Biópsia • Palpação de linfonodos no pescoço • PAAF para abordagem de nódulos cervicais DIAGNÓSTICO POR IMAGEM • RX panorâmico de mandíbula o Quando quer saber se tem algum grau de infiltração na mandíbula • US cervical • Tomografia computadorizada • Ressonância magnética • PET-SCAN ESTADIAMENTO • T1 – Tumor com < 2 cm • T2 – Tumor entre 2cm e 4 cm • T3 - > 4 cm em sua maior dimensão • T4A – invade estruturas adjacentes o Cortical óssea o Nervo alveolar inferior o Músculos da língua o Seios maxilares o Pele da face • T4b invade: o Espaço mastigatório o Base do crânio o Artéria carótida • N0 – ausência de metástases • N1 – única < 3 cm; • N2a – única > 3 cm; • N2b – múltiplas do mesmo lado < 6 cm; • N2c – múltiplas bilaterais < 6 cm; • N3 – maior que 6 cm; • M0 – ausência de metástases • M1 – metástases a distancia ASSOALHO DA BOCA • CEC • Adenoide cístico • Carcinoma mucoepidermoide • 90% nos 2 cm anteriores • Profundidade • Milo-hioideo atua como barreira • Extensão para a gengiva e periósteo ocorre com frequência e precocemente LÍNGUA • Pilar amigdaliano anterior é o limite • Veia lingual • Artéria lingual • 90% CEC • Carcinoma verrucoso • Tumores de glândulas salivares menores MUCOSA BUCAL • Mucosa que recobre os lábios e as bochechas; • Limitada pela gengiva; • CEC; • Geralmente de baixo grau; • Carcinoma verrucoso; • Tumor de glândulas salivares. TRATAMENTO CURATIVO Cirurgia X Radioterapia Combinação: tratamento primário e tratamento pescoço TRATAMENTO DO PRIMÁRIO • Ressecção + sutura primária • Ressecção + enxerto • Ressecção + retalho local (língua, mucosa oral) • Ressecção + retalho a distância (peitoral, deltoide) • Ressecção + retalho microcirúrgico Via de acesso: • Peroral • Mandibulectomia • Pull through • Comando MANDIBULECTOMIA TRATAMENTO DO PESCOÇO • > T2 se N0 o Esvaziamento suprahomo (I, II e III) o Ipsilateral o Bilateral (se primário ultrapassa linha média) • N+ o Esvaziamento cervical de necessidade o Radical modificado o Radical clássico (N3) RADIOTERAPIA • Isolada • Adjuvante o Fatores tumorais ▪ Grau de diferenciação ▪ Invasão angiolinfática ▪ Invasão perineural ▪ Estadiamento avançados (T3 e T4) ▪ Margem escassa/comprometida o Fatores linfonodais: ▪ N+ > N1 • Dose de 220 Gy/dia • Dose total 6600 cGy • Braquiterapia (alguns tumores de língua, assoalho e palato) • Associadas a QT • Efeitos adversos: o Xerostomia o Mucosite o Osteorradionecrose QUIMIOTERAPIA • Não é tratamento definitivo • Normalmente concomitante com RT • 5-fluoracil e cisplatina • Paliativo na doença metastática TRATAMENTO • Tumores em estágio inicial T1 e T2 podem ser tratados de maneira equivalente por excisão cirúrgica ou radioterapia. • Tumores avançados irão requerer tratamento combinado (cirurgia radical + radioterapia adjuvante) • Os altos índices de metástases regionais, mesmo em estádios iniciais (particularmente nos tumores de língua e assoalho bucal), associados aos resultados desalentadores para cirurgia de resgate, a despeito da utilização de tratamentos mais agressivos, são forte argumento em favor do tratamento eletivo das cadeiras linfáticas cervicais em pacientes com câncer de boca. NEOPLASIA MALIGNA DE LARINGE Anatomia laríngea: Drenagem linfática da laringe: linfonodos do pescoço. EPIDEMIOLOGIA • Predominantemente em homens • > 40 anos • 25% dos tumores malignos de cabeça e pescoço • 2% de todas as doenças malignas • 2/3 dos tumores surgem na corda vocal verdadeira • 1/3 acomete a laringe supraglótica • INCA 2020: o 7.650 casos novos (6.470 homens e 1.180 mulheres) o 4.501 óbitos (3.899 homens e 602 mulheres) FATORES DE RISCO • Tabagismo – 96% doscasos • Alcoolismo • Exposições ao níquel, asbesto, trabalhadores indústria têxtil, de construção, madeireiras PATOLOGIA • CEC > 99% • Outros < 1% o Carcinoma adenoide cístico o Adenocarcinoma o Tumor neuroendócrino o Carcinoides o cercinossarcosmas • Disseminação linfática SINTOMAS • Rouquidão • Insuficiência ventilatória o Tumor crescendo na via aérea • Odinofagia – supraglótica • Disfagia extensão para hipofaringe • Hemoptise – raro DIAGNÓSTICO • Anamnese • Exame físico (palpação cervical) • Laringoscopia com biópsia DIAGNÓSTICO POR IMAGEM • US cervical • Tomografia computadorizada • Ressonância magnética ESTADIAMENTO TRATAMENTO CURATIVO Cirurgia X Radioterapia Combinação Tratamento primário e tratamento pescoço TRATAMENTO CIRURGIA • Microcirurgia endoscopia (cordectomias) • Laringectomias parciais (verticais ou horizontais) • Laringectomias totais • Combinado • Protocolos de preservação de órgãos o Tratamento utilizando radioterapia em fracionamentos não convencionais ou a associação de modalidades combinadas de radioterapia e quimioterapia com o objetivo de preservação da laringe com taxas de controle locorregional no mínimo iguais ao tratamento convencional. TRATAMENTO PESCOÇO • T3 e T4 quando laringectomia total o Esvaziamento nível II, III e IV o Bilateral se tumor ultrapassa linha média o Nível Vi se invasão de subglote • N+ esvaziamento radical modificado • N3 esvaziamento radical clássico TRATAMENTO Atualmentecirurgia resgate – laringectomia total sem necessidade de linfadenectomia. NEOPLASIA MALIGNA DE FARINGE • Nasofaringe • Orofaringe • Hipofaringe RINOFARINGE • Apresenta um dos piores prognósticos dentre os tumores malignos de cabeça e pescoço • Proximidade da base de crânio e de outras estruturas vitais • Natureza invasiva do tumor • Causa sintomas tardios • Dificuldade no exame da nasofaringe • Início é geralmente em torno da tuba auditiva (na fosseta de Rosenmuller) ou no rebordo da coana • O crescimento para a orofaringe e fossas nasais é raro • 2% dos tumores de cabeça e pescoço • 0,25% de todos os tumores • Raro em todo o mundo com exceção da China e região asiática: o Incidência é de 15-50 por 100.000 habitantes o 18% de todos os tumores o 55% dos tumores de cabeça e pescoço • Mais comum em homens (2:1) • Dois picos de incidência: o 20% dos tumores ocorrem em jovens menores de 30 anos o Restante entre indivíduos entre a 4ª e 5ª década de vida Sintomas: • Sintomas são relacionados com a localização do tumor primário, tamanho, velocidade do crescimento tumoral. • O sintoma inicial mais comum é o aparecimento de massa cervical assintomática localizada no ângulo da mandíbula ou inferior à ponta da mastoide. • Em 70% dos pacientes apresentam acometimento ganglionar no momento do diagnóstico. • Os vasos linfáticos na nasofaringe comunicam-se livremente através da linha média e metástase cervical bilateral principalmente no espaço retrofaríngeo são frequentes • Massa cervical associada à hipoacusia, otite média serosa e perda condutiva • Tumores primários grandes obstruem a coana e a via aérea nasal, podendo causar rinorreia anterior ou posterior • Pode haver epistaxe pela ulceração tumoral, sendo epistaxe franca rara Diagnóstico: • Diagnóstico = anamnese + exame físico, rinoscopia posterior, nasofibroscopia endoscópica, TC, RNM • Biopsia da lesão. • Estadiamento TNM • Tratamento o Radioterapia primeira escolha o Quimioterapia pode-se associar a radioterapia ou em casos metastáticos OROFARINGE • Alta agressividade e tratamento com morbidade elevada. • Incidência maior em homens (5:1), pico entre 5 e 6 décadas • Normalmente tumores avançados ao diagnóstico (70%) • Sitio mais comum na base da lingua e úvula • Metastases ganglionares frequentes devido rica drenagem linfática Fatores de risco: • Álcool • Tabaco • HPV • Masculino • Sexta década de vida DIAGNÓSTICO/SINTOMAS • Ulceras ou “aftas” que não cicatrizam • Odinofagia • Disfagia • Otalgia • Halitose • Sangramentos • Massa cervical TRATAMENTO 1. Cirurgia isolada em lesões pequenas 2. Cirurgia + radioterapia em lesões avançadas (sendo ressecção da lesão com tratametno do pescoço) 3. Quimioterapia associada em lesões avançadas e/ou metastáticas HIPOFARINGE • 2500 casos novos/ano EUA • Seio piriforme, geralmente diagnosticados em fases avançadas • Pico entre 50-60 anos • Homens 2:1 até 10:1 mulheres( EUA e Brasil) • Incidência de 1,7/100 mil homens • 0,3/100 mil mulheres • Mortalidade de 0,8/100 mil homens • 0,1/100 mil mulheres Etiologia: • Álcool e tabaco • 95% são CECS (outros 5% adenocarcinomas) • Evoluem rapidamente devido rica rede linfática • Desde assintomático até sintomas como odinofagia, disfagia, disfonia, metástase cervical, hemoptise, dispneia e emagrecimento • Avaliação clínica como laringoscopia indireta ou videolaringoscopia + biópsia da lesão • Exames de estadiamento • Classificar o paciente conforme o estadiamento • A ressecção do tumor primário deve ser sempre associada a esvaziamento cervical e ou paratraqueal • Para tumores T1 e T2 (faringectomias) ou RXT • Para tumores T3 e T4 (cirurgia ou protocolo de preservação de órgãos) • Reconstrução com fechamento primário, retalho microcirúrgico de jejuno, miocutâneo peitoral maior • Tratamento adjuvante com radioterapia e por vezes quimioterapia (cisplatina) • Tumores irresecáveis (QT + RXT) • Prognóstico ruim • Tratamento com alta morbidade, com sequelas físicas e funcionais, além de psicologicas e sociais CONSIDERAÇÕES FINAIS • Tratamento deve ser realizado por equipe multidisciplinar • Explicado detalhadamente ao paciente e familiares todas as possibilidades de complicações e sequelas • Individualizar o tratamento avaliando a preferência do paciente
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