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Pneumonias Intersticiais Idiopáticas: Fundamentos, Diagnóstico e Tratamento Fundamentos do Diagnóstico 1. Apresentação Clínica: • Dispneia progressiva e tosse seca crônica. • Achados extrapulmonares podem estar associados a diagnósticos específicos. • Achados Físicos: • Taquipneia, redução do volume pulmonar, estertores crepitantes nas bases pulmonares. • Nos casos avançados, baqueteamento digital e insuficiência cardíaca direita. • Radiografias do Tórax: • Podem mostrar redução do volume pulmonar e opacidades com distribuição irregular em vidro fosco, reticulares, nodulares, reticulonodulares ou císticas. • Testes de Função Pulmonar: • Redução nos volumes pulmonares, capacidade de difusão e teste de caminhada de seis minutos. • Hipoxemia com exercício. Considerações Gerais 1. Definição e Importância do Diagnóstico: • Pneumonia intersticial idiopática é um diagnóstico comum entre pacientes com doença pulmonar intersticial. • Pode ser necessário realizar biópsia para confirmação do diagnóstico. • O diagnóstico preciso é essencial para identificar pacientes que podem se beneficiar do tratamento. • História Natural e Resposta ao Tratamento: • Diversos padrões histológicos estão associados a diferentes histórias naturais e respostas ao tratamento. • Identificar padrões específicos é fundamental para determinar o melhor curso de ação. Tipos de Pneumonias Intersticiais Idiopáticas 1. Pneumonia Intersticial Usual (PIU): • Comum entre 55 e 60 anos, com predomínio discreto no sexo masculino. • Apresenta-se com tosse e dispneia ao longo de meses ou anos. • Baqueteamento digital é comum, e estertores crepitantes são observados. • O padrão ventilatório é restritivo com redução da capacidade de difusão. • Apresenta fibrose intermitente, focos de fibroblastos e alterações estruturais tipo "favo de mel". • Não há resposta consistente a corticosteroides, e a sobrevida média é de aproximadamente três anos. • Bronquiolite Respiratória Associada à Doença Pulmonar Intersticial (BRDPI): • Comum entre 40 e 45 anos, geralmente em tabagistas pesados. • Apresenta-se com padrão nodular ou reticulonodular. • Acúmulo de macrófagos dispersos nos espaços alveolares. • A resposta aos corticosteroides é incerta, mas a cessação do tabagismo é essencial. • Prognóstico melhor que o da PIU, com sobrevida média acima de 10 anos. • Pneumonia Intersticial Aguda (PIA): • Conhecida como síndrome de Hamman-Rich, afeta ampla faixa etária, com muitos pacientes jovens. • Ocorre com surgimento agudo de dispneia seguido por evolução rápida para insuficiência respiratória. • Pode ser semelhante à PIU, mas com uma fase aguda de lesão alveolar difusa. • A TCAR mostra consolidação difusa bilateral com opacidades em vidro fosco. • Alta mortalidade inicial, com 50-90% dos pacientes morrendo nos primeiros dois meses após o diagnóstico. • Pneumonia Intersticial Inespecífica (PII): • Comum entre 45 e 55 anos, com predomínio discreto no sexo feminino. • Apresenta-se com tosse e dispneia ao longo de meses. • Vários graus de inflamação e fibrose, com distribuição salpicada. • A TCAR mostra áreas bilaterais de opacidade em vidro fosco e fibrose. • O prognóstico é bom, com sobrevida média de mais de 10 anos. • Pneumonite em Organização Criptogênica (POC): • Faixa etária típica de 50 a 60 anos. • Início súbito com sintomas como fadiga, febre e perda de peso. • As provas de função respiratória geralmente apontam padrão restritivo. • A TCAR mostra consolidação subpleural e espessamento das paredes brônquicas com dilatação. • Há resposta rápida aos corticosteroides em 66% dos pacientes, mas as recidivas são comuns. Diagnóstico, Achados Clínicos e Tratamento Investigação e Diagnóstico 1. Primeiro Passo na Investigação: • Identificar pacientes cuja doença seja realmente idiopática. • Excluir causas conhecidas de doença pulmonar intersticial (infecciosa, fármacos ou agentes ambientais/ocupacionais). • História clínica detalhada, incluindo história ocupacional e uso de medicamentos, é crucial para o diagnóstico diferencial. • Importância do Diagnóstico Preciso: • Permite fornecer informações exatas sobre a causa e a história natural do problema. • Ajuda a identificar pacientes com maior chance de se beneficiarem do tratamento. Achados Clínicos 1. Sinais e Sintomas: • Dispneia progressiva, tosse seca crônica, taquipneia, redução do volume pulmonar. • Estertores crepitantes nas bases pulmonares. • Em casos avançados, baqueteamento digital e insuficiência cardíaca direita podem ocorrer. • Exames de Imagem: • Radiografias e TCAR podem mostrar opacidades reticulares, nodulares ou císticas. • Padrão radiográfico de fibrose progressiva ao longo de muitos anos pode ser observado. • Diagnóstico de Pneumonia Intersticial Usual (PIU): • Pode ser estabelecido com 90% de certeza em pacientes > 65 anos com: • História clínica compatível com doença idiopática e estertores inspiratórios. • Padrão restritivo na prova de função pulmonar. • Evidências radiográficas características de fibrose. • Fibrose difusa com imagem em favos de mel na TC. Exames Específicos para Diagnóstico 1. Lavado Broncoalveolar: • Pode proporcionar um diagnóstico específico para infecções ou doenças como pneumonia eosinofílica e proteinose alveolar. • Pode sugerir uma doença específica, mas não é diagnóstico. • Biópsia Transbrônquica: • Realizada com broncoscópio flexível. • Tem riscos de pneumotórax (5%) e hemorragia (1-10%), mas é menos invasiva do que biópsia cirúrgica. • Pode obter diagnósticos definitivos para algumas condições, mas não para PIU. • Não é capaz de estabelecer o diagnóstico específico de pneumonia intersticial idiopática. • Biópsia Pulmonar Cirúrgica: • Considerada o padrão para diagnóstico de doença pulmonar intersticial. • Amostras retiradas de diferentes locais do mesmo pulmão, incluindo tecido aparentemente normal. • Útil para pacientes com menos de 60 anos sem diagnóstico específico. • Nos mais idosos ou doentes, os riscos e benefícios devem ser cuidadosamente ponderados. Tratamento 1. Tratamento Controverso: • Nenhum ensaio randomizado demonstrou aumento na sobrevida ou melhora na qualidade de vida com tratamentos disponíveis. • Pacientes com BR-DPI, PII ou POC frequentemente respondem a corticosteroides, geralmente prednisona, 1-2 mg/kg/dia por pelo menos dois meses. • PIU e Tratamento Ineficaz: • Corticosteroides geralmente são ineficazes para PIU. • Outros tratamentos como pirfenidona, interferon-γ-1b, ciclosporina A, azatioprina, etanercept estão sendo avaliados, mas não são recomendados para PIU. • Transplante de Pulmão: • O único tratamento definitivo para PIU. • Taxa de sobrevida em cinco anos é estimada em 50%. REFERÊNCIA:CURRENT MEDICINA - DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO Pneumonias Intersticiais Idiopáticas: Fundamentos, Diagnóstico e Tratamento Fundamentos do Diagnóstico Considerações Gerais Tipos de Pneumonias Intersticiais Idiopáticas Diagnóstico, Achados Clínicos e Tratamento Investigação e Diagnóstico Achados Clínicos Exames Específicos para Diagnóstico Tratamento
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