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Estenose Aórtica


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Estenose Aórtica 
 
Fundamentos do Diagnóstico 
• Valva Aórtica Bicúspide: Geralmente assintomática até a meia-idade 
ou a terceira idade. 
• Estenose Aórtica Degenerativa: Associada a fatores de risco 
semelhantes aos da aterosclerose. 
• Sintomas e Gradiente Médio: Maior probabilidade de sintomas 
quando o gradiente médio ao ecocardiograma for superior a 40 
mmHg. 
• Diagnóstico por Ecocardiograma com Doppler: Essencial para 
confirmar a estenose aórtica. 
• Critérios para Cirurgia: A cirurgia é indicada em função dos sintomas. 
A possibilidade de cirurgia também é considerada para pacientes 
assintomáticos com estenose aórtica grave (gradiente médio > 50 
mmHg). 
• BNP como Marcador Precoce: O peptídeo natriurético cerebral (BNP) 
pode ser útil como marcador precoce de falência miocárdica do 
ventrículo esquerdo. 
Considerações Gerais 
• Dois cenários clínicos comuns: 
• Congênita: Estenose aórtica resulta de formação anormal de 
valva bicúspide ou unicúspide, em vez de tricúspide. Os 
sintomas podem surgir em jovens, mas geralmente entre 50 e 
65 anos, com calcificação e degeneração valvar. A dilatação da 
aorta ascendente pode acompanhar a valva bicúspide em até 
metade dos pacientes. A coarctação da aorta é observada em 
muitos casos de estenose aórtica congênita. Há maior 
incidência em descendentes de pacientes com valva bicúspide. 
• Degenerativa: Resulta de calcificação e fatores de risco 
semelhantes aos da aterosclerose. Aproximadamente 25% dos 
pacientes acima de 65 anos e 35% dos acima de 70 anos 
apresentam esclerose aórtica, com 10-20% evoluindo para 
estenose aórtica hemodinamicamente significativa em 10-15 
anos. 
• A estenose aórtica tornou-se a lesão valvar cirúrgica mais comum 
nos países desenvolvidos, especialmente entre idosos. 
• Fatores de Risco: Hipertensão arterial, hipercolesterolemia e 
tabagismo. Miocardiopatia obstrutiva hipertrófica também pode 
coexistir com estenose da valva aórtica. 
Achados Clínicos 
• Sinais e Sintomas: 
• A valva ligeiramente estreitada, espessada ou endurecida 
pode produzir o sopro de ejeção característico da estenose 
aórtica. 
• Nos casos leves ou moderados, um estalido de ejeção pode 
anteceder o sopro. O sopro de ejeção sistólica geralmente tem 
transmissão para o pescoço e para o ápice. 
• Nos casos graves, pode-se identificar frêmito ou ruflar do 
ventrículo esquerdo à palpação, redução ou abolição do 
componente aórtico da segunda bulha, ou desdobramento 
invertido da segunda bulha à ausculta. 
• A hipertrofia do ventrículo esquerdo aumenta 
progressivamente devido à sobrecarga de pressão, podendo 
resultar em elevação da pressão diastólica final do ventrículo. 
• O débito cardíaco é mantido até que a estenose se agrave 
(área valvar inferior a 0,8 cm²). 
• Sintomas de Apresentação: Insuficiência do ventrículo 
esquerdo, angina de peito ou síncope. Os sintomas 
geralmente ocorrem durante o esforço. 
• Síncope pode ocorrer devido à vasodilatação periférica 
causada pela estimulação dos barorreceptores do ventrículo 
esquerdo, necessitando de aumento do volume sistólico, o 
que não é possível devido à valva estenótica. Em casos raros, a 
síncope decorre de arritmias (geralmente taquicardia 
ventricular, mas também bloqueio atrioventricular). 
• Exames Diagnósticos: 
• ECG: Pode revelar hipertrofia do ventrículo esquerdo ou 
alterações de repolarização secundárias, mas pode ser normal 
em até 10% dos casos. 
• Radiografia de Tórax: Pode mostrar silhueta cardíaca normal 
ou aumentada, calcificação da valva da aorta, dilatação e 
calcificação da aorta ascendente. 
• Ecocardiograma com Doppler: Fornece informações úteis 
sobre calcificação, abertura da valva aórtica e gravidade do 
espessamento. O Doppler permite estimar o gradiente 
transvalvar aórtico, importante para o diagnóstico da estenose 
aórtica. 
• Cateterismo Cardíaco: Pode ser usado para avaliar as 
consequências hemodinâmicas da estenose aórtica e visualizar 
a anatomia das artérias coronárias. 
• Outros Testes: Se o paciente tem baixa fração de ejeção, baixo 
débito e baixo gradiente valvar, pode ser necessário teste com 
dobutamina ou nitroprusseto para determinar a origem do 
problema. Se a área valvar permanece inalterada durante 
aumento de débito, é possível que o problema seja 
miocardiopatia e não estenose valvar. 
Prognóstico e Tratamento 
• Prognóstico Sem Cirurgia: Após o surgimento de insuficiência 
cardíaca, angina ou síncope, a taxa de mortalidade é de 50% em três 
anos sem cirurgia. 
• Tratamento Cirúrgico: 
• A cirurgia é geralmente indicada para casos sintomáticos com 
evidência de estenose aórtica significativa. 
• A substituição da valva aórtica é uma opção comum, com 
taxas de mortalidade cirúrgica entre 2 e 5%, mesmo em 
idosos. A cirurgia pode envolver substituição da valva, enxerto 
de bypass coronariano ou outros procedimentos para abordar 
a raiz da aorta se estiver dilatada. 
• Outras Opções Cirúrgicas: Valvoplastia percutânea, implante 
transcutâneo de valva da aorta, ou procedimentos 
minimamente invasivos como minitoracotomia. 
• Controle de Fatores de Risco: Controle da hipertensão arterial 
e redução dos níveis de colesterol podem retardar a 
progressão da estenose aórtica. 
• Intervenções Percutâneas: 
• A valvoplastia percutânea pode ser usada em jovens ou 
adolescentes, mas tem alta taxa de reestenose em idosos. 
• O implante transcutâneo de valva da aorta é reservado para 
pacientes com risco cirúrgico muito alto. 
• Estudos como o PARTNER TAVI mostram que essa abordagem 
pode ser benéfica para pacientes de alto risco. 
• Medicamentos: Alguns especialistas sugerem o uso de terapia para 
redução dos lipídeos em estágios iniciais para retardar a progressão 
da estenose aórtica. 
Quando Encaminhar 
• Para Avaliação por Cardiologista: Pacientes com evidência 
ecocardiográfica de estenose aórtica leve a moderada, ou sintomas 
sugestivos de estenose aórtica, devem ser examinados por 
cardiologista para determinação da frequência de acompanhamento 
e decisões de tratamento. 
REFERÊNCIA: CURRENT MEDICINA: 
DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO 
	Estenose Aórtica
	Fundamentos do Diagnóstico
	Considerações Gerais
	Achados Clínicos
	Prognóstico e Tratamento
	Quando Encaminhar