Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Doença Vascular Obstrutiva Encefálica Fundamentos do Diagnóstico • Sintomas primários: • Início súbito de fraqueza e dormência em um membro. • Afasia, disartria ou cegueira unilateral (amaurose fugaz). • Sopro audível na região média do pescoço. • Considerações gerais: • Os sintomas da doença vascular obstrutiva encefálica são causados predominantemente por êmbolos. • Os ataques isquêmicos transitórios (AITs) resultam de pequenos êmbolos, com alto risco de novos êmbolos provocando déficits permanentes. • 33% dos acidentes vasculares encefálicos (AVEs) são causados por êmbolos arteriais. • Na ausência de fibrilação atrial, cerca de 90% dos êmbolos se originam da artéria carótida interna proximal, propensa ao desenvolvimento de aterosclerose. • Lesões nos grandes vasos proximais e na carótida comum são menos frequentes. • As lesões ateroscleróticas intracranianas são incomuns no Ocidente, mas mais comuns na China. Achados Clínicos Sinais e Sintomas • Os sintomas de um AIT geralmente duram alguns minutos, podendo se manter por até 24 horas. • As lesões mais comuns ocorrem no córtex, com envolvimento motor e sensitivo. • Êmbolos para a artéria retiniana provocam cegueira unilateral (amaurose fugaz). • Os sinais da doença cerebrovascular incluem sopros na região cervical média, mas a ausência de sopro não exclui a possibilidade de estenose carotídea. • Sintomas não focais, como tontura e desequilíbrio, raramente estão relacionados com aterosclerose cerebrovascular. Exames de Imagem • Ultrassonografia com Doppler é a modalidade preferencial para detectar e graduar estenose na bifurcação carotídea: • Estenose > 50% em paciente sintomático e 80% em paciente assintomático requer intervenção. • Estenose de 30 a 50% exige vigilância continuada e modificação agressiva de fatores de risco. • ARM ou ATC proporcionam uma descrição completa da circulação vascular encefálica, desde o arco aórtico até o crânio. • Angiografia cerebral é reservada para casos não resolvidos por métodos menos invasivos. • Como a decisão de intervir em estenose carotídea depende do grau de estenose, é recomendável usar pelo menos duas modalidades para confirmar o grau de estenose. Tratamento Pacientes Assintomáticos • Pacientes de baixo risco para intervenção carotídea, sem sintomas neurológicos, mas com estenose carotídea confirmada e sobrevida esperada de cinco anos. • Intervenção recomendada se a instituição onde será realizada apresentar taxa de AVE inferior a 3% em pacientes assintomáticos. • Ensaios indicam redução na taxa de AVE de 11,5% para 5% em cinco anos com tratamento cirúrgico das estenoses carotídeas assintomáticas com redução da luz superior a 60%. • Prática usual consiste em tratar pacientes com estenose acima de 80%. • Pacientes com estenose carotídea que agrava subitamente podem ter placa instável, aumentando risco para AVE embólico. Pacientes Sintomáticos • Pacientes que sofreram AIT ou AVE parcial ou totalmente recuperados, beneficiam-se de intervenção carotídea se a artéria carótida ipsilateral tiver estenose igual ou superior a 70%, e provavelmente entre 50 e 69%. • A endarterectomia carotídea (EAC) produz efeito duradouro na prevenção de novos eventos nesses casos. Complicações • A complicação mais comum da intervenção carotídea é lesão de nervo craniano ou sensitivo cutâneo. • A complicação mais temida é o AVE decorrente de embolização do material da placa durante o procedimento. • Limites aceitáveis para morbidade e mortalidade combinadas: • 3% para pacientes assintomáticos. • 5% para pacientes com AIT. • 7% para pacientes com AVE prévio. • Endarterectomia Carotídea: • Risco de 8% de lesão transitória de nervo craniano (vago ou hipoglosso) e risco de 1 a 2% de déficits permanentes. • Risco de hematoma cervical pós-operatório, que pode causar comprometimento agudo da via aérea. • Taxas de infarto do miocárdio após EAC se aproximam de 5%. • Angioplastia e Instalação de Stent: • Vantagens em relação à prevenção de lesão de nervo craniano e hematoma cervical. • No entanto, os êmbolos são mais comuns durante angioplastia, mesmo com dispositivos de proteção contra êmbolos. • Estudos como International Carotid Stenting Study e CREST mostram taxas mais altas de AVE com angioplastia em comparação com EAC. Prognóstico • Prognóstico para pacientes com estenose carotídea que sofreram AIT ou pequeno AVE é ruim sem tratamento. • 25% desses pacientes terão AVE, com a maioria dos eventos ocorrendo no início do acompanhamento. • Pacientes com estenose carotídea sem sintomas apresentam taxa anual de AVE pouco acima de 2%. • Recomenda-se rastreamento ultrassonográfico para pacientes assintomáticos com estenose carotídea conhecida. • Em pacientes assintomáticos, cerca de 10% mostram evidências de progressão da placa em um ano. • É comum a presença de doença arterial coronariana (DAC) concomitante, representando risco importante tanto no perioperatório quanto no prognóstico em longo prazo. • Modificação agressiva de fatores de risco é necessária em pacientes com doença cerebrovascular, independentemente da intervenção planejada. Quando Encaminhar • Pacientes assintomáticos ou sintomáticos com estenose carotídea maior que 80%. • Pacientes com estenose carotídea maior que 50% e sintomas de AIT ou AVE devem ser encaminhados ao especialista para avaliação. REFERÊNCIA: CURRENT MEDICINA: DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO Doença Vascular Obstrutiva Encefálica Fundamentos do Diagnóstico Achados Clínicos Sinais e Sintomas Exames de Imagem Tratamento Pacientes Assintomáticos Pacientes Sintomáticos Complicações Prognóstico Quando Encaminhar
Compartilhar