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1 Papel do rim na regulação do PH do meio interno O túbulo contorcido distal e o ducto coletor funcionam como se fossem uma única unidade fisiológica na reabsorção de solutos, pois neles existem as mesmas células e elas expressam os mesmos transportadores. Uma dessas células é chamada de célula intercalada α e sua função de promover a acidificação do PH urinário e ela faz isso, principalmente, através do contra transporte sódio-hidrogênio (NHE3) e também através de bomba que estão posicionadas na membrana lâmina dessa célula. Em outras palavras, essa célula promove a secreção de hidrogênio e com isso, a redução do PH urinário. É importante que o bicarbonato seja reabsorvido, logo, o transportador NHE3 vai promover essa reabsorção em troca do cloreto, e este cloreto, que está indo contra o gradiente elétrico, vai sair da célula através de um canal de vazamento para cloreto, se precisar. Fatores de regulação A célula intercalada α consegue regular o PH do epitélio, pois esses transportadores são proteínas que são expressas pelas células e, inicialmente, quando essas proteínas são expressas, serão inseridas na membrana das vesículas. Depois disso, essas vesículas, que têm a mesma estrutura da membrana plasmática da célula, terão seus microtúbulos tracionando-as e fazendo fusão delas com a membrana plasmática, e os transportadores acabam se inserindo na membrana plasmática da célula. No momento que cai o PH do meio interno, essas proteínas são mais expressas, o que gera o aumento da expressão dessas proteínas de transporte, levando ao aumento da sua inserção na membrana plasmática. Ou seja, quando cai o PH do meio interno, as células vão ter mais transportadores na membrana fazendo a secreção do hidrogênio e, ao mesmo tempo, aumenta a reabsorção de bicarbonato, e este é importante para tamponar o PH, mantendo-o em torno de 7,4. Esse será o primeiro fator de regulação. Existem outros fatores que aumentam a expressão desses transportadores, como por exemplo, endotelina. Esse hormônio peptídico é produzido pelas células endoteliais, que estão localizadas perto das células tubulares, e os vasos sanguíneos acabam passando perto das tubulares, e as endoteliais expressam endotelina-1. Esta endotelina-1 terá o efeito de aumentar a expressão das proteínas de transporte, promovendo uma maior excreção de hidrogênio e maior absorção de bicarbonato. Outro exemplo são os glicocorticoides, que são expressos no córtex da adrenal e são hormônios liberados em maior quantidade em situações de estresse, e alterações no PH do meio interno representam situações de estresse para o organismo, e então, esses glicocorticoides acabam aumentando a secreção de hidrogênio e a reabsorção de bicarbonato. Outro hormônio de regulação é o PTH (hormônio da paratireoide) que é um hormônio importante para o remodelamento ósseo, ou seja, inicialmente ele acaba aumentando a expressão de hidrogênio promovendo a acidificação do PH urinário, porém, a longo prazo, esse hormônio acaba reduzindo o PH urinário. Isso acontece pois, a constituição óssea não é de apenas cálcio, ou seja, possui uma quantidade de fosfato no assoalho, e o 2 PTH ao promover a reabsorção óssea acaba liberando uma grande quantidade de fosfato no osso, e este acaba sendo filtrado e tamponando o hidrogênio que está sendo secretado. Já a célula intercalada β possui a função de alcalizar o PH. O mecanismo de formação vem da reação de hidratação do CO2. Nessa reação, HCO 3 irá sair em contra transporte com o cloreto, e este cloreto que está contra o gradiente elétrico, ele sai pelo canal de vazamento se precisar. A célula intercalada β possui um papel importante quando acontece a alcalinização do PH do meio interno, ou seja, quando o PH aumenta, para isso, ela possui um transportador na sua membrana baso lateral que vai promover a absorção de bicarbonato em troca do cloreto. Como ocorre na célula α, os mecanismos de transporte da célula β também são super expressos quando ocorre a alcalinização do PH do meio interno, como em caso de alcalose respiratório ou uma alcalose metabólica, tendo esses mecanismos mais expressos, promovendo uma maior secreção de bicarbonato. Cálculo de dissociação Para calcular a quantidade de dissociação, deve-se por o produto sobre o reagente em forma de fração. A concentração do bicarbonato no meio interno é de 24mv/l. Já a concentração de CO2 é calculada a partir de alguns fatores. Por ser um gás, para saber a quantidade de CO2 dissolvido no meio aquoso, deve-se levar em consideração a pressão parcial desse gás e a solubilidade desse gás. A pressão parcial em média no sangue, é cerca de 40mmhg, e a solubilidade é de 0,03mol/l. A concentração de hidrogênio é muito baixa, e nesses casos, para conseguir evidenciar as variações em uma determinada substância é usual adotar uma escala logarítmica. OBS: Se aumentar a concentração de CO2 no meio interno, o PH se torna ácido. Essa fórmula mostra a importância da concentração de bicarbonato e do CO2 na regulação do PH do meio interno. Para isso, o sistema respiratório irá controlar a concentração de CO2. Quando acontecer uma acidose no meio interno, terá mecanismos pleurais que vão promover o aumento da frequência respiratório para eliminar mais CO2 e com isso, aumentando o PH, trazendo-o de volta ao normal. O rim, por sua vez, irá atuar na concentração de bicarbonato no meio interno, logo, se alguma coisa acontecer para que o PH diminua, o rim passará a reter mais bicarbonato na célula α, eliminando mais hidrogênio e retendo mais bicarbonato, para promover uma alcalinização do PH do meio interno. 3 O rim vai regular efetivamente o PH do meio interno através da excreção de ácido, e não de base. Isso porque, existe uma tendência do meio interno de formar muito mais ácido do que base. O rim consegue realizar o controle de excreção de ácido, através da excreção (petim) de ácidos, e quem compõe essa excreção são: ácido da urina que está sendo tamponado pelo bicarbonato e a quantidade desse ácido excretado na urina depende da concentração urinária do bicarbonato vezes o ritmo de formação da urina. A excreção de ácido ligado ao bicarbonato é quase nula, pois quase todo bicarbonato que é filtrado será reabsorvido. Esse ácido ligado à esses tampões é chamado é ácido reticulado, e para medir essa concentração desse ácido deve-se multiplicar a concentração urinária desse ácido com o ritmo de formação da urina. Isso irá corresponder apenas 10% da eliminação de ácido na urina, 90% vem do mecanismo adicional que é muito vantajoso para o sistema renal, e esse mecanismo além de eliminar ácido, irá promover a síntese de um bicarbonato novo, ou seja, que ainda não existia. Esse mecanismo é denominado de síntese íon amônio, e está é a principal forma de eliminação de ácido na urina. Do bicarbonato que é filtrado, 80% é absorvido no túbulo contorcido proximal; 10% é absorvido no seguimento espesso ascendente da alça de Henlen; 6% é absorvido no túbulo contorcido distal; 4% é no túbulo coletor. Logo, não é possível confiar no bicarbonato para ele promover o tamponamento do ácido e a excreção dele. Se esse íon amônio se dissociar em amônia e hidrogênio, a amônia por ser hidrossolúvel conseguirá sair da célula, porém, para que esse íon consiga sair da célula, ele precisará de um transportador por ser muito pouco hidrossolúvel. Outra forma dele sair da célula, é ele de fato se dissociar em amônia e hidrogênio, fazendo com que a amônia consiga facilmente atravessar a membrana plasmática da célula e o hidrogênio através de um contra-transporte do sódio. Por não conseguir atravessar a barreira facilmente, esse íon amonio será ativamente secretado no túbulo contorcido proximal, aumentando a concentração desse íon.
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