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Etapa Ensino Fundamental Anos Finais 9º ANO Aula 5 – 3º Bimestre Língua Portuguesa Diálogo entre textos ● Relação entre textos (intertextualidade); ● Temática e contexto de produção; ● O texto teatral como possibilidade de adaptação de obra literária. ● Ler uma recriação do texto “Um apólogo”, de Machado de Assis, adaptada em cenas, relacionando-a ao texto original; ● Considerar o gênero textual e as condições de produção na recriação de uma obra literária. Conteúdo Objetivos Para começar Reflita com o colega ao lado. Vocês já notaram que, muitas vezes, lemos textos que nos remetem a outros, seja por meio de referências a lugares, personagens, acontecimentos, mas, também, por meio de citações, paráfrases, paródias, entre outras formas? Algumas vezes, esse diálogo entre textos está explícito; outras vezes, exige do leitor maior habilidade de identificação – conhecimentos de mundo partilhados mais aprofundados. É intencional sempre!!! Foco no conteúdo “Referência, alusões, retomadas são comuns no campo artístico- literário, seja no cinema, no teatro, na música, por meio de paródias, paráfrases, trailers, vídeos-minuto. Inúmeras são as possibilidades de (re)criação de uma obra a partir de outra (a original)”. A relação estabelecida entre textos, direta ou indiretamente, é denominada intertextualidade. Ao fazer referência a outros textos, um autor pode ampliar o alcance de suas ideias, explorar diferentes perspectivas, criar humor, criticar ou homenagear obras anteriores, estabelecer conexões temáticas e estilísticas, entre outros propósitos. Diálogo entre textos Foco no conteúdo “Um apólogo”, de Machado de Assis, é um exemplo de texto que inspirou diversas adaptações, em que roteiros são montados e apresentações são planejadas para atender às expectativas de âmbito social. As intencionalidades também são múltiplas e variam conforme o objetivo do produto a ser produzido. Na prática A seguir, vamos fazer a leitura do texto “Senta e escuta”, escrito com base no conto “Um apólogo”, de Machado de Assis. A narrativa está estruturada em cenas. Cena 1 – Dois adolescentes conversando. Adolescente 1: Presta atenção, cara! Nosso roteiro para o podcast começará assim: “ERA UMA VEZ...”. Adolescente 2: Era uma vez... o quê? Vá direto ao assunto! Adolescente 1: “Uma agulha, que disse a um novelo de linha...”. Na prática Cena 2 – Agulha e Linha dialogando Agulha: Por que você está com esse ar, toda cheia de si, toda enrolada, para fingir que vale alguma coisa neste mundo? Linha: Me erra, amiga. Agulha: Por quê? Na real! Você está com um ar insuportável? INSUPORTÁVEL... IN-SU-POR-TÁ-VEL... Você sabe! Digo o que me der na cabeça. Linha: Que cabeça, amiga? Você não é alfinete, é agulha. Agulha não tem cabeça. Que importa o meu jeito? Cada um na sua. Se liga! Me deixa! Agulha: Como você é afrontosa! Linha: Sou. Na prática Agulha: Mas, criatura, por quê? Linha: Essa é boa! Olha o bullying! Sou eu que alinhavo roupas, prendo botões etc. etc. etc. Agulha: Você? Esta agora é melhor. Você faz tudo sozinha? Você ignora que quem te ajuda sou eu? Linha: Você só abre caminho, mais nada. Sou eu que prendo um pedaço ao outro, dou feição aos babados... Agulha: Sim, mas que vale isso? Eu é que furo o pano, vou adiante, puxando por você, que faz tudinho o que mando... Linha: Vai na frente pra abrir caminho pra mim. Né, miga! Eu sou a celebridade! Na prática Agulha: Celebridade! Linha: Verdade seja dita: você faz um papel subalterno, indo adiante; vai só mostrando o caminho, vai fazendo o trabalho pesado... Eu é que prendo, ligo, ajunto... Adolescente 1: Estavam nisto, quando a costureira chegou, pegou o pano, pegou a agulha, pegou a linha, colocou a linha na agulha, começou a costurar. Uma e outra iam andando orgulhosas, pelo pano adiante, que era a melhor das sedas, entre os dedos ágeis da costureira. Agulha: Então, Linha, ainda teima no que dizia há pouco? Não repara que esta distinta costureira só se importa comigo? Na prática Adolescente 1: A linha não respondia nada; ia andando, silenciosa e ativa como quem sabe o que faz, e não está para ouvir palavras loucas. A agulha vendo que ela não lhe dava resposta, calou-se também, e foi andando. E era tudo silêncio na saleta de costura; não se ouvia mais que o plic-plic plic-plic da agulha no pano. Na prática Cena 3 – Desfecho do embate Adolescente 1: Veio a noite do baile e a formanda vestiu-se. A costureira, que a ajudou a vestir-se, levava a agulha espetada no corpinho, para dar algum ponto necessário. E quando compunha o vestido da menina, alisando, abotoando, acolchetando, a linha, para tirar sarro da agulha, perguntou: Linha: (dando “tchauzinho” para a agulha): Ora! Fala quem é que vai ao baile, fazendo parte do vestido e da elegância? Quem é que vai dançar a valsa dos 15 anos? Alfinete (para a agulha): Anda, aprende, bobinha. Você se cansa de abrir caminho para ela e ela é que vai curtir a vida... E agora? Taí na caixinha de costura. Faça como eu, que não abro caminho pra ninguém. Onde me colocam, fico. Na prática 1. No texto “Senta e escuta”, o que lhe chamou a atenção? 2. Há uma relação de intertextualidade entre este texto e O apólogo, de Machado de Assis. Retome o texto de Machado de Assis e adapte para o texto “Senta e escuta” a seguinte fala do “professor de melancolia”: “Também tenho servido de agulha a muita linha ordinária.” Na prática 1. A relação de intertextualidade com o texto de Machado de Assis, porém, desta vez com características diferentes como o uso de uma linguagem mais coloquial e, portanto, mais próxima do falar contemporâneo. 2. Resposta pessoal. (Considerando as condições de produção.) Sugestão de Correção Aplicando A peça teatral é um gênero dramático, e se difere de outros gêneros literários por sua natureza voltada para a encenação. É projetado para ser interpretado em um espaço envolvendo o uso de cenários, figurinos, iluminação, sonoplastia e outros elementos. Além dos diálogos, ele pode conter rubricas, que são instruções e indicações para atores, diretores e demais profissionais envolvidos na montagem da peça. Normalmente, uma peça de teatro é estruturada em atos e cenas, indicando as mudanças de ambiente e a progressão da história. Aplicando Em duplas, criem a cena 4 para a peça teatral “Senta e escuta”, isto é, um encerramento com uma moral da história – expressão bastante utilizada em fábulas e apólogos, e que, normalmente, corresponde a uma lição de vida, a uma mensagem, a algo que pode ser aprendido. Resposta pessoal. Tarefa SP Localizador: 98581 1. Professor, para visualizar a tarefa da aula, acesse com seu login: tarefas.cmsp.educacao.sp.gov.br 2. Clique em “Atividades” e, em seguida, em “Modelos”. 3. Em “Buscar por”, selecione a opção “Localizador”. 4. Copie o localizador acima e cole no campo de busca. 5. Clique em “Procurar”. Videotutorial: http://tarefasp.educacao.sp.gov.br/ http://tarefas.cmsp.educacao.sp.gov.br/ http://tarefasp.educacao.sp.gov.br/ O que aprendemos hoje? ● Compreendemos a relação de intertextualidade “O apólogo”, de Machado de Assis, e a peça de teatro “Senta e escuta”. ● Consideramos o gênero textual peça de teatro e as condições de produção para a criação de uma cena. Referências LEMOV, Doug. Aula nota 10: 62 técnicas para melhorar a gestão da sala de aula. Tradução Marcelo de Abreu Almeida, Sandra Maria Mallmann da Rosa. 2. ed. Porto Alegre: Penso, 2018. SÃO PAULO (Estado). Secretaria da Educação. Currículo em Ação – Língua Portuguesa. Volume 2 – 9º ano. São Paulo, 2022. p.229- 230. SÃO PAULO (Estado). Secretaria da Educação. Currículo Paulista do Ensino Fundamental. São Paulo, 2019. Referências Lista de imagens: Slide 3 – Imagem 1. Disponível em: https://pixabay.com/pt/vectors/bal%C3%A3o-de-fala-bate-papo- di%C3%A1logo-6754527/ . Acesso em: 10 jul. 2023. Slide 5 – Imagem 2 . Disponível em:https://pixabay.com/pt/vectors/agulha-de-costura-fio-reparar-312738/ . Acesso em: 11 jul. 2023. https://pixabay.com/pt/vectors/bal%C3%A3o-de-fala-bate-papo-di%C3%A1logo-6754527/ https://pixabay.com/pt/vectors/bal%C3%A3o-de-fala-bate-papo-di%C3%A1logo-6754527/ https://pixabay.com/pt/vectors/agulha-de-costura-fio-reparar-312738/ Material Digital Slide 1 Slide 2 Slide 3 Slide 4 Slide 5 Slide 6 Slide 7 Slide 8 Slide 9 Slide 10 Slide 11 Slide 12 Slide 13 Slide 14 Slide 15 Slide 16 Slide 17 Slide 18 Slide 19 Slide 20