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PUNIBILIDADE E CAUSAS DE SUA EXTINÇÃO - PRESCRIÇÃO PENAL

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Penal
Punibilidade e Causas de Extinção
· Conceito:
Trata-se do direito do Estado de aplicar a sanção penal prevista na norma penal incriminadora (preceito secundário) contra quem praticou a infração penal. Trata-se da consequência do jurídica do crime, seu efeito. 
Logo, a extinção do crime não possui o condão de excluir o crime, apenas seu efeito. 
Vale, ainda, dizer que a punibilidade possui dois sentidos:
· Merecimento de pena, ser digno de pena. Assim, todo delito é punível pelo simples fato de sê-lo. 
· Possibilidade de aplicar a pena. Portanto, nem todo delito é passível de uma aplicação de pena.
· Causas de extinção da punibilidade:
a) Introdução: Praticado o ilícito penal, nasce para o Estado o poder-dever-direito de punir. Todavia, esse direito não é absoluto, sendo possível que, in casu, incida alguma causa extintiva da punibilidade, fazendo com o que o Estado não possa aplicar a sanção cominada no tipo penal. 
O Art. 107 do CP traz um rol exemplificativo das causas extintivas de punibilidade. 
Admite-se, ainda, causas supralegais de extinção da punibilidade, a exemplo da interpretação a contrario sensu da súmula 554 do STF[footnoteRef:1]. [1: Súmula 554, STF: O pagamento de cheque emitido sem provisão de fundos, após o recebimento da denúncia, não obsta ao prosseguimento da ação penal. Da súmula, conclui-se que o pagamento anterior ao recebimento da denúncia obsta o prosseguimento da ação penal.] 
	RECAPITULANDO
	CRIME
	EFEITO
	Fato Típico
	Ilicitude
	Culpabilidade
	Punibilidade
	O princípio da insignificância aparece como sua causa supralegal de extinção.
	Admite causa supralegal de exclusão: consentimento do ofendido.
	A inexigibilidade de conduta adversa é a porta de entra das causas supralegais de exclusão.
	O rol extintivo do art. 107 do CP é meramente exemplificativo.
b) Distinções importantes: Não se pode confundir as causas extintivas da punibilidade com:
1. Causa de exclusão da punibilidade: O direito de punir sequer nasce, levando em conta, em regra, determinadas condições pessoais do agente. 
	
Possui caráter de política criminal, como é o caso do art. 181, I, do CP.
2. Condição objetiva de punibilidade: Suspende o direito de punir até o advento de um fato/evento futuro e incerto, não abrangido pelo dolo do agente, pressuposto para a concretização da punibilidade. Para que a lei penal brasileira seja aplicada ao crime praticado por brasileiro no estrangeiro, concretizando direito de punir pátrio, é necessário que o fato seja punível também no país em que foi cometido.
· Causas extintivas da punibilidade: 
Art. 107 - Extingue-se a punibilidade:
I - pela morte do agente;
II - pela anistia, graça ou indulto;
III - pela retroatividade de lei que não mais considera o fato como criminoso;
IV - pela prescrição, decadência ou perempção;
V - pela renúncia do direito de queixa ou pelo perdão aceito, nos crimes de ação privada;
VI - pela retratação do agente, nos casos em que a lei a admite;
VII - (Revogado pela Lei nº 11.106, de 2005)
VIII - (Revogado pela Lei nº 11.106, de 2005)
IX - pelo perdão judicial, nos casos previstos em lei.
Art. 108 - A extinção da punibilidade de crime que é pressuposto, elemento constitutivo ou circunstância agravante de outro não se estende a este. Nos crimes conexos, a extinção da punibilidade de um deles não impede, quanto aos outros, a agravação da pena resultante da conexão. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
a) Morte do agente: Decorre do princípio mors omnia solvit (a morte tudo apaga) e do princípio constitucional da personalidade da pena, segundo o qual nenhuma sanção criminal passará da pessoa do delinquente. 
Em razão da morte, extinguem-se todos os efeitos penais da sentença condenatória (principais e secundários), permanecendo os extrapenais (a decisão continua sendo título executivo). 
A prova de sua ocorrência é a certidão original do assento de óbito e somente após a sua juntada é que o Juiz pode declarar extinta a sua punibilidade, conforme art. 62 do CPP. 
Parcela da doutrina entende que a morte presumida prevista no art. 6º do CC não extingue a punibilidade. No entanto, outra parcela da doutrina entende que, uma vez expedida a certidão de óbito, a punibilidade restará extinta, devendo ser declarada pelo Juiz. 
	FALSA DECLARAÇÃO/CERTIDÃO DE ÓBITO
	Mantém a extinção da punibilidade
	Desfaz-se a decisão que declarou a extinção da punibilidade
	Parcela da doutrina entende que, após transitada em julgada a sentença declaratória extintiva de punibilidade, não mais poderá ser revista, vez que vedada a revisão criminal pro societate, remanescendo, porém, a possibilidade de se punir o autor pelo uso de documento falso, conforme art. 304 do CP.
	A decisão, que reconheceu a extinção de punibilidade, é inexistente, não passando de forma sem conteúdo, sendo insuscetível de sofrer os efeitos da coisa julgada. Assim, quod nullum est nullum producit effectum.
	
	Adotada pelo STF.
1. Morte da vítima: É causa da exclusão da punibilidade nos casos de ação penal de iniciativa privada personalíssima (art. 236 do CP – único crime). 
b) Anistia, graça e indulto: São formas do Estado renunciar ao seu direito de punir, sendo cabíveis, inclusive, nos crimes de ação penal de iniciativa privada. 
1. Anistia: O Estado, por meio de lei penal, por razões de clemência, política criminal etc., esquece um fato criminoso, apagando seus efeitos penais principais e secundários. 
Os efeitos extrapenais são mantidos. 
Deve-se respeitar o princípio da vedação à retroatividade maléfica. Logo, não poderá lei futura impedir seus efeitos extintivos da punibilidade. 
A anistia pode ser:
	PRÓPRIA
	IMPRÓPRIA
	Concedida antes da condenação
	Concedida após a condenação
	
	IRRESTRITA
	RESTRITA
	Atinge indistintamente a todos os criminosos
	Atinge certos criminosos, exigindo-se determinadas condições pessoais para obtenção do benefício.
	
	INCONDICIONADA
	CONDICIONADA
	A lei não impõe qualquer requisito para sua concessão
	A lei impõe algum requisito, como o ressarcimento do dano.
	
	COMUM
	ESPECIAL
	Aplica-se aos delitos comuns
	Aplica-se aos crimes políticos
2. Graça e indulto: Os institutos possuem muitas semelhanças, dentre as quais destaca-se:
· Ambos são concedidos pelo Presidente da República, via decreto presidencial. A competência pode ser delegada aos Ministros de Estado, PGR e Advogado-Geral da União.
· Atingem apenas os efeitos executórios penais da condenação, subsistindo o crime, a condenação irrecorrível e seus efeitos secundários (penais e extrapenais). 
	DISTINÇÕES ENTRE OS INSTITUTOS
	GRAÇA
	INDULTO
	Benefício individual, com destinatário certo
	Benefício coletivo sem destinatário certo
	Depende de provocação do interessado
	Independe de provocação do interessado. 
	CLASSIFICAÇÃO
	PLENOS
	PARCIAIS
	Extinguem totalmente a pena
	Concedem apenas diminuição da pena ou sua comutação[footnoteRef:2] [2: Não é possível computar, para o requisito temporal do indulto, o período de prova relativo ao sursis, pois, para efeito extintivo da punibilidade, não se confunde com o cumprimento parcial da pena (requisito objetivo do indulto) como período em que a pena permaneceu suspensa. STF, HC 123.698/PE.] 
	
	Incondicionados
	Condicionados
	O Decreto não impõe qualquer requisito para a sua concessão
	O Decerto impõe algum requisito, como, por exemplo, o ressarcimento do dano.
3. Anistia graça e indulto e os crimes hediondos e os equiparados: O art. 2º da Lei 8.072/90 determina que são insuscetíveis de graça, anistia e indulto os crimes hediondos e os equiparados. No entanto, a CRFB/88 é menos abrangente.
A CRFB/88 veda apenas a concessão de anistia e graça, sendo silente com relação ao indulto. No entanto, o STF firmou entendimento no sentido de ser o indulto modalidade do poder de graça do Presidente da República, e, por isso, alcançado pela vedação constitucional. Além disso, a CRFB/88 trouxe vedações mínimas, permitindo ao legislador ordinário ampliá-las. 
·Indulto humanitário: Prevalece o entendimento de que a referida causa extintiva da punibilidade pode ser concedida para condenados por crimes hediondos e equiparados, não sendo aplicável o art. 2º da Lei 8.072/90, face o princípio da humanidade. 
A exceção fica por conta do crime de tráfico, em que a 2ª Turma do STF reiterou a jurisprudência no sentido de não ser possível o deferimento do indulto, ainda que precário o estado de saúde do condenado, conforme HC 118.213/SP. 
c) Abolitio criminis: Ninguém poderá ser punido por fato que lei posterior deixa de considerar crime, cessando em virtude dela a execução e os efeitos penais da sentença condenatória. 
d) Decadência: Consiste na perda do direito de ação pela consumação do termo prefixado pela lei para oferecimento da queixa ou representação demonstrando a inércia do seu titular. 
1. Prazo: O Art. 103 do CP e 38 do CPP estabelecem que, salvo disposição expressa em contrário, o fendido decai do direito de queixa ou de representação se não o exercer dentro de prazo de seis meses. 
2. Início do prazo:
	Ação penal de iniciativa privada
	O dia em que se descobre o primeiro autor do fato
	Ação penal de iniciativa privada subsidiária da pública
	Do dia em que se esgota o prazo para oferecimento da Denúncia
	Crime permanente
	Do dia que cessa a permanência
	Continuidade delitiva (art. 71 do CP)
	O prazo decadencial deve ser considerado em relação a cada delito isoladamente
	Menoridade
	Até a maioridade não corre prazo de decadência para o ofendido.
3. Contagem: O prazo segue a regra de direito material prevista no art. 10 do CP: Inclui o dia do começo e exclui o dia do fim. 
e) Perempção: Trata-se de sanção processual ao querelante inerte ou negligente. Somente incide nas ações penais de iniciativa privada, exclusiva ou personalíssima. Tratando-se ação penal de iniciativa privada subsidiária da pública, a inércia do querelante importa na retomada da legitimidade ativa ao Ministério Público.
Art. 60, do CPP: Nos casos em que somente se procede mediante queixa, considerar-se-á perempta a ação penal:
I - quando, iniciada esta, o querelante deixar de promover o andamento do processo durante 30 dias seguidos;
II - quando, falecendo o querelante, ou sobrevindo sua incapacidade, não comparecer em juízo, para prosseguir no processo, dentro do prazo de 60 (sessenta) dias, qualquer das pessoas a quem couber fazê-lo, ressalvado o disposto no art. 36;
 III - quando o querelante deixar de comparecer, sem motivo justificado, a qualquer ato do processo a que deva estar presente, ou deixar de formular o pedido de condenação nas alegações finais;
IV - quando, sendo o querelante pessoa jurídica, esta se extinguir sem deixar sucessor.
f) Prescrição: Será estuda em tópico a parte por ser assunto complexo.
g) Renúncia do direito de agir: Trata-se, em regra, de ato unilateral do ofendido, abdicando do direito de promover a ação penal privada, extinguindo-se, por consequência, o direito de punir do Estado. 
Embora seja tipicamente visualizada na ação penal de iniciativa privada, é possível sua aplicação na ação penal pública condicionada à representação, desde que o crime seja de menor potencial ofendido. Nos termos do art. 74 da Lei 9.099/95, a homologação da composição civil dos danos importa na renúncia do direito de queixa/representação.
A renúncia é ato pré-processual (entendimento do STJ), ocorrendo antes do oferecimento da denúncia ou queixa, sendo expressa ou tácita. 
· Renúncia expressa: Constará de declaração assinada pelo ofendido, por seu representante ou por procurador com poderes especiais (art. 50 do CPP);
· Renúncia Tácita: Caracteriza-se pela prática de ato incompatível com a vontade de exercer o direito de queixa 
Art. 104, CP: O direito de queixa não pode ser exercido quando renunciado expressa ou tacitamente. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Parágrafo único: Importa renúncia tácita ao direito de queixa a prática de ato incompatível com a vontade de exercê-lo; não a implica, todavia, o fato de receber o ofendido a indenização do dano causado pelo crime.
Com relação ao parágrafo único, deve-se atentar, como já anotado, ao art. 74 da Lei 9.099/95.
· Princípio da indivisibilidade: A ação penal de iniciativa privada é indivisível (ou é contra todos os autores do crime ou contra nenhum). Deste modo, havendo concurso de agente, a renúncia ao direito de queixa em relação a um dos autores do crime, a todos estenderá, importando em abdicação tácita, na forma do art. 49 do CPP).
· Mais de uma vítima: Cada uma possui direito autônomo. Logo, a renúncia de uma não prejudica o direito da outra. 
· Morte da vítima: A renúncia do direito de queixa por parte de um dos seus sucessores (art. 31 do CPP) não impede a propositura da ação penal pelos demais, respeitado o prazo legal.
h) Perdão (aceito) do ofendido: Trata-se do ato pelo qual o ofendido ou seu representante legal desiste de prosseguir com o andamento de processo já em curso, desculpando o ofensor pela prática do crime. 
Somente é cabível na ação penal de iniciativa privada, podendo ser processual ou extraprocessual, tácito ou expresso. 
É ato bilateral, não produzindo qualquer efeito se o querelado o recusar, podendo ser aceito expressa ou tacitamente. 
	PERDÃO
	ACEITAÇÃO
	RECUSA
	Processual: No bojo dos autos
	‘’
	‘’
	Extra processual: for a dos autos, como, por exemplo, numa entrevista de jornal).
Pressupõem a existência de processo.
	‘’
	‘’
	Expresso
	‘’
	Expresso
	Tácito
	‘’
	Não existe forma tácita, pois o silêncio importa em aceitação.
O perdão e sua aceitação devem, ainda, ser incondicionados. 
Somente pode ser oferecido/aceito até o trânsito em julgado da sentença penal condenatória. Após, não se admite mais a intervenção privada, visto que é momento de execução. 
Aplica-se também o princípio da indivisibilidade. No entanto, a recusa de um querelado não prejudica aos demais, que podem aceitar ou não. 
i) Retratação do agressor: Somente é admitida nos casos expressamente previstos em lei. 
	Calúnia e difamação – art. 143 do CP: Antes da sentença de 1º grau, se retrata cabalmente, fica isento de pena. 
Se a calúnia foi feita utilizando-se meios de comunicação, o querelante pode exigir que a retratação ocorra pelo mesmo meio.
Não se estende aos coautores que não se retrataram, pois há isenção de pena.
	Falso testemunho e falsa perícia – art. 342, §2º, do CP – Antes de sentença de 1º grau que encerra o processo em que ocorreu o falso testemunho ou falsa perícia - do o fato deixa de ser punível.
Em regra, independente de concordância do ofendido
j) Perdão judicial: Trata-se do Instituto pelo qual o Juiz, não obstante a prática de um fato típico e antijurídico por um sujeito comprovadamente culpado, deixa de lhe aplicar, nas hipóteses taxativamente previstas em lei, o preceito sancionador cabível, levando em consideração determinadas circunstância que concorrem para o evento. Neste caso, o Estado perde o interesse de punir.
Independe de aceitação do acusado.
Presentes as circunstâncias previstas em lei, o réu passa a ter direito público subjetivo ao perdão judicial. 
Súmula 18, STJ: A sentença concessiva do perdão judicial é declaratória da extinção da punibilidade, não subsistindo qualquer efeito condenatório. 
· PRESCRIÇÃO:
· Introdução:
a) Conceito: Trata-se do limite temporal ao direito de punir do Estado, sendo a perda, em face do decurso do tempo, do direito do Estado punir (prescrição da pretensão punitiva) ou executar uma punição já imposta (prescrição da pretensão executória). 
Por ser matéria de ordem pública, deve ser reconhecida de ofício pelo Juiz em qualquer fase do processo (art. 61 do CPP). 
1. Distinções importantes:
	DECADÊNCIA
	PRESCRIÇÃO
	PEREMPÇÃO
	Atinge diretamente o direito de ação
	Atinge diretamente o direito de punir ou executar punição já imposta
	Atinge o direito de prosseguir na ação
	Só ocorre nos crimes de ação privada e nos crimes de ação penal pública condicionada a representação, prazo de06 meses.
	Pode ocorrer nas ações públicas (condicionadas ou não), quanto nas ações privadas (todas as espécies)
	Só ocorre nos crimes de ação penal privada exclusiva ou personalíssima.
	Sempre ocorre antes da ação penal
	Pode ocorrer a qualquer momento, inclusive após o trânsito em julgado da sentença.
	Só ocorre após o início da ação penal.
b) Hipóteses de imprescritibilidade: A Regra é a prescritibilidade. No entanto, a CRFB/88 traz algumas exceções.
	Assim, são imprescritíveis:
	Racismo
	Crimes praticados por grupos armados, civis ou militares, contra a ordem constitucional e o Estado Democrático.
OBS: A Tortura não é imprescritível. Não pode o legislador, ainda que por emenda constitucional (a prescrição, por ser garantia do cidadão contra o Estado, é clausula pétrea), torná-la imprescritível[footnoteRef:3]. [3: O brasil aderiu ao Estatuto de Roma, incorporado ao ordenamento pátrio pelo Decreto 4.388/02. O referido diploma estabelece que os crimes de competência do Tribunal Penal Internacional (o que inclui a tortura) são imprescritíveis. No entanto, a doutrina majoritária entende que, considerando o caráter supralegal da norma, não possui força suficiente para afastar a garantia implícita constitucional da prescritibilidade do crime de tortura.] 
c) Fundamentos: Com base em Cezar Roberto Bitencourt, afirma-se que são fundamentos políticos que sustentam a legitimidade da prescrição:
· O decurso do tempo leva ao esquecimento do fato;
· O decurso do tempo leva à recuperação do criminoso;
· O Estado deve arcar com sua inércia;
· O decurso do tempo enfraquece o suporte probatório.
· Espécies de prescrição:
a) Introdução: Divide-se em duas formas principais:
1. Da pretensão punitiva: Ocorre antes do trânsito em julgado da sentença, extinguindo o direito de punir do Estado, quer impedindo o direito de acionar o Poder Judiciário ou de ver julgado um processo, definitivamente, um processo já em curso. 
2. Da pretensão executória – Art. 110, caput, do CP: É posterior ao trânsito em julgado, impedindo o Estado de executar a punição imposto na sentença definitiva, subsistindo, porém, os efeitos secundários da condenação.
	SUBCLASSIFICAÇÃO DA PRESCRIÇÃO DA PRETENSÃO PUNITIVA
	Em abstrato ou propriamente dita
	Superveniente (intercorrente)
	Retroativa
	Virtual
	Art. 109. A prescrição, antes de transitar em julgado a sentença final, salvo o disposto no § 1o do art. 110 deste Código, regula-se pelo máximo da pena privativa de liberdade cominada ao crime, verificando-se:
	§ 1o A prescrição, depois da sentença condenatória com trânsito em julgado para a acusação ou depois de improvido seu recurso, regula-se pela pena aplicada, não podendo, em nenhuma hipótese, ter por termo inicial data anterior à da denúncia ou queixa;
	Jurisprudencial
Os prazos são computados de forma material, na forma do art. 10 do CP, ou seja, inclui o dia do começo. 
b) Prescrição Propriamente dita ou prescrição em abstrato ou PPPA: Parte da premissa de que o Estado não pode eternizar o direito de punir. 
· Sendo incerto o quantum (ou tipo) da pena que será fixada, o prazo prescricional é o resultado da combinação da pena máxima prevista abstratamente ao tipo imputado ao agente e a escala prevista no CP. 
1. Prazo prescricional:
Art. 109. A prescrição, antes de transitar em julgado a sentença final, salvo o disposto no § 1o do art. 110 deste Código, regula-se pelo máximo da pena privativa de liberdade cominada ao crime, verificando-se:
I - em vinte anos, se o máximo da pena é superior a doze;
II - em dezesseis anos, se o máximo da pena é superior a oito anos e não excede a doze;
III - em doze anos, se o máximo da pena é superior a quatro anos e não excede a oito;
IV - em oito anos, se o máximo da pena é superior a dois anos e não excede a quatro;
V - em quatro anos, se o máximo da pena é igual a um ano ou, sendo superior, não excede a dois;
VI - em 3 (três) anos, se o máximo da pena é inferior a 1 (um) ano.
Prescrição das penas restritivas de direito
Parágrafo único - Aplicam-se às penas restritivas de direito os mesmos prazos previstos para as privativas de liberdade.
Do dispositivo temos que:
	Pena em abstrato do crime
	Representação
	Prescreve em:
	Menor que 01 ano
	0 0,9
	03 anos
	De 01 até 02 anos
	1 2
	04 anos
	Superior a 02 até 04 anos
	2,1 4
	08 anos
	Superior a 04 até 08 anos
	4,1 8
	12 anos
	Superior a 08 até 12 anos
	8,1 12
	16 anos
	Superior a 12
	12,1 ∞
	20 anos
2. Busca do prazo: Na busca da pena máxima abstrata, deverão ser avaliadas as seguintes circunstâncias:
· Qualificadoras;
· Causas de aumento ou de diminuição de pena: Têm aumento e diminuição ditados pela Lei, sendo capazes de extrapolar os limites máximo e mínimo cominados no tipo penal. Leva-se em consideração no prazo prescricional. 
Aplica-se a teoria da pior das hipóteses. A causa que menos diminui e a que mais aumenta a pena. 
· Circunstâncias judiciais: Previstas no art. 59 do CP. Não têm quantum definido em lei, bem como sua incidência não é capaz de alterar os limites mínimo e máximo definidos no tipo penal, logo não pode ser considerada para fins de prescrição. 
· Agravantes e atenuantes: Valem os mesmos comentários feitos às circunstâncias judiciais. Nos termos da súmula 231 do STJ, “A incidência da circunstância atenuante não pode conduzir à redução da pena abaixo do mínimo legal”. 
· Exceção: A atenuante de menoridade e senilidade, 70 anos, por força do art. 115 do CP, têm força para reduzir o prazo prescricional à metade. 
· Reincidência: Não influi na prescrição da pretensão punitiva. Todavia, tem reflexos na prescrição da pretensão executória.
· Concursos de crimes: Nos termos do art. 119, do CP, “no caso de concurso de crimes, a extinção da punibilidade incidirá sobre a pena de cada um, isoladamente”.
Súmula 497, STF: Quando se tratar de crime continuado, a prescrição regula-se pela pena imposta na sentença, não se computando o acréscimo decorrente da continuação.
3. Consequências: 
· Desaparece para o Estado seu direito de punir, inviabilizando qualquer análise do mérito;
· Eventual sentença condenatória provisória é rescindida, não se operando qualquer efeito (penal ou extra penal);
· O Acusado não será responsabilizado pelas custas;
· A fiança, se prestada, será restituída integralmente. 
4. Termo Inicial da PPPA: É regulada pelo art. 111 do CP.
Termo inicial da prescrição antes de transitar em julgado a sentença final
Art. 111 - A prescrição, antes de transitar em julgado a sentença final, começa a correr:
I - do dia em que o crime se consumou;
II - no caso de tentativa, do dia em que cessou a atividade criminosa;
III - nos crimes permanentes, do dia em que cessou a permanência;
IV - nos de bigamia e nos de falsificação ou alteração de assentamento do registro civil, da data em que o fato se tornou conhecido.
V - nos crimes contra a dignidade sexual de crianças e adolescentes, previstos neste Código ou em legislação especial, da data em que a vítima completar 18 (dezoito) anos, salvo se a esse tempo já houver sido proposta a ação penal.
	TERMO INICIAL DA PRESCRIÇÃO DA PRETENSÃO PUNITIVA EM ABSTRATO – PPPA
	Do dia em que o crime se consumou
	O CP adotou a teoria do resultado para o começo do prazo prescricional.
≠
CUIDADO!!! PARA O TEMPO DO CRIME, O CP ADOTA A TEORIA DA ATIVIDADE.
	No caso de tentativa
	Do dia em que se verificou o último ato configurador da tentativa, ou seja, o dia em que cessa a atividade criminosa.
	No crime permanente
	Do dia em que cessa a permanência.
	Nos crimes de bigamia e falsificação ou alteração de assentamento do registro civil
	A prescrição começa a correr desde a data em que o crime se tornou conhecido.
É exceção à regra do inciso I, visto que são crimes de difícil descoberta.
	Nos crimes contra a dignidade sexual de crianças e adolescentes, previstos no CP ou em legislação especial
	Da data em que a vítima completar 18 anos, salvo se a esse tempo já houver sido proposta a ação penal.
	Crime habitual
	Conta-seo prazo da prescrição da data da prática do último ato delituoso.
5. Causas suspensivas: As causas de suspensão da prescrição são previstas no art. 116 do CP. Uma vez findada, a prescrição torna a correr, considerando-se o tempo já decorrido. Sofreu mudanças pelo pacote anticrime
O Rol do art. 116 não comporta analogia, visto que seria in malam partem. Todavia, não se trata de Rol taxativo, visto que outros diplomas legais possuem hipóteses de suspensão do prazo prescricional. 
Causas impeditivas da prescrição
 
Art. 116 - Antes de passar em julgado a sentença final, a prescrição não corre: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
I - enquanto não resolvida, em outro processo, questão de que dependa o reconhecimento da existência do crime; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Tratam-se das denominadas questões prejudiciais, previstas no art. 92 a 94 do CPP. 
II - enquanto o agente cumpre pena no exterior; (Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019)
III - na pendência de embargos de declaração ou de recursos aos Tribunais Superiores, quando inadmissíveis; e (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
IV - enquanto não cumprido ou não rescindido o acordo de não persecução penal. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
Parágrafo único - Depois de passada em julgado a sentença condenatória, a prescrição não corre durante o tempo em que o condenado está preso por outro motivo.
6. Causas de interrupção: Uma vez ocorrida uma causa interruptiva, o prazo zera, devendo ser contado do zero após voltar sua fluência. Consta do art. 117 do CP. 
Causas interruptivas da prescrição
Art. 117 - O curso da prescrição interrompe-se:
I - pelo recebimento da denúncia ou da queixa; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
· O recebimento de aditamento feito à denúncia para simples correção de irregularidades, sem que seja incluído novo crime, ou seja, imputado fatos novos, não interrompe a prescrição[footnoteRef:4]. [4: STF, HC 109.635/ES.] 
· No caso de aditamento que inclui novo delito, o recebimento importa interrupção do prazo prescricional apenas com relação ao novo delito.
· Súmula 709, STF: Salvo quando nula a decisão de primeiro grau, o acórdão que provê o recurso contra a rejeição da denúncia vale, desde logo, pelo recebimento dela.
II - pela pronúncia;
· A decisão interrompe o prazo prescricional inclusive do crime conexo, começando a fluir a partir da publicação em cartório.
· Ainda que ocorra a desclassificação do crime pelo Júri, a interrupção permanecerá, conforme Súmula 191 do STJ.
III - pela decisão confirmatória da pronúncia;
· O prazo volta a correr a partir da data da sessão que confirma a decisão de 1º grau.
IV - pela publicação da sentença ou acórdão condenatórios recorríveis;
· Conforme art. 389 do CPP, considera-se publicada a sentença quando o escrivão procede à juntada desta aos autos, a publicação ocorre nesse ato[footnoteRef:5]. [5: Ver STJ, HC 233.594, e STF: RHC 125.078.] 
V - pelo início ou continuação do cumprimento da pena;
VI - pela reincidência.
Os incisos V e VI são afetos à prescrição da pretensão executória. 
§ 1º - Excetuados os casos dos incisos V e VI deste artigo, a interrupção da prescrição produz efeitos relativamente a todos os autores do crime. Nos crimes conexos, que sejam objeto do mesmo processo, estende-se aos demais a interrupção relativa a qualquer deles.
§ 2º - Interrompida a prescrição, salvo a hipótese do inciso V deste artigo, todo o prazo começa a correr, novamente, do dia da interrupção.
c) Prescrição da pretensão punitiva superveniente ou intercorrente – PPPS ou PPPI: É a que ocorre após a prolação da sentença condenatória e o trânsito em julgado do processo, na hipótese de não haver recurso da acusação. 
Súmula 146, STF: A prescrição da ação penal regula-se pela pena concretizada na sentença, quando não há recurso da acusação.
A PPPA, leva em conta a incerteza da pena. Assim, aplicando-se a teoria da pior das hipóteses, considera-se a pena máxima e as causas que mais aumentam a pena. 
Já na PPPS ou PPPI, tem-se a pena fixada na sentença e, considerando-se a vedação do reformatio in pejus, na ausência/desprovimento do recurso da acusação, não tem sentido continuar a se aplicar a teoria da pior das hipóteses. Assim, o prazo prescricional será regulado pelo fixado na sentença penal condenatória (pois, na verdade, já é a pior das hipóteses, considerando que o Tribunal não poderá piorar a situação do réu, apenas melhorar). 
Art. 110, § 1o A prescrição, depois da sentença condenatória com trânsito em julgado para a acusação ou depois de improvido seu recurso, regula-se pela pena aplicada, não podendo, em nenhuma hipótese, ter por termo inicial data anterior à da denúncia ou queixa.
1. Características: 
· Pressupõem sentença ou acórdão penal condenatórios;
· Pressupõem trânsito em julgado para a acusação no que se relaciona com a pena aplicada;
· Tem como norte a pena concretizada na sentença;
· Os prazos prescricionais são os mesmos do art. 109 do CP;
· O termo inicial conta-se da publicação ou acórdão penal condenatórios até a data do trânsito em julgado final. 
· Possui os mesmos efeitos da PPPA.
d) Prescrição da pretensão punitiva retroativa – PPPR: Também tem por base a pena concreta (Súmula 146 do STF) e, também, é reconhecida após o trânsito em julgado pela acusação. No entanto, tem por termo data anterior à da publicação da sentença. 
A peculiaridade da PPPR é que se deve contar o prazo prescricional retroativamente ou seja, da data do recebimento da denúncia ou da queixa até a publicação da sentença condenatória.
Prescrição depois de transitar em julgado sentença final condenatória
Art. 110, § 1º A prescrição, depois da sentença condenatória com trânsito em julgado para a acusação ou depois de improvido seu recurso, regula-se pela pena aplicada, não podendo, em nenhuma hipótese, ter por termo inicial data anterior à da denúncia ou queixa.
Possui os mesmos efeitos da PPPA. 
· Detalhamento: Nesse caso, a defesa, voltando no tempo, percebe que do recebimento da inicial acusatória até a publicação da condenação transcorreu prazo prescricional superior ao cominado à pena efetivamente aplicada ao delito (pena concreta), o que caracteriza a PPPR.
e) Prescrição da pretensão punitiva virtual – PPPV: Também denominada de PPP em perspectiva, antecipada ou por prognose, tem por finalidade a antecipação do reconhecimento da PPPR.
Já prevento que, após a condenação, ocorrerá PPPR, não há motivo para se continuar a ação penal.
O STJ, no entanto, não adotada a tese, havendo o seguinte entendimento:
Súmula 438, STJ: inadmissível a extinção da punibilidade pela prescrição da pretensão punitiva com fundamento em pena hipotética, independentemente da existência ou sorte do processo penal.
· Prescrição da Pretensão da Pretensão Executória – PPE:
a) Introdução: Trata-se da prescrição da pena in concreto, que tem como pressuposto sentença condenatória com trânsito em julgado para ambas as partes e que se verifica dentro dos prazos estabelecidos pelo art. 109 do CP, que será aumentado em 1/3 se o réu for reincidente.
Havendo concurso de delitos, a prescrição incidirá sobre cada crime isoladamente, com a ressalva de que, na hipótese de continuidade delitiva, desconsidera-se o aumento decorrente da continuação (Súmula 497, STF).
Art. 110 - A prescrição depois de transitar em julgado a sentença condenatória regula-se pela pena aplicada e verifica-se nos prazos fixados no artigo anterior, os quais se aumentam de um terço, se o condenado é reincidente.
b) Consequências: Extingue-se a pena aplicada, sem, contudo, rescindir a sentença penal condenatória. Assim, os efeitos extrapenais e penais continuarão a existir.
c) Termo inicial: 
Art. 112 - No caso do art. 110 deste Código, a prescrição começa a correr: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
I - do dia em que transita em julgado a sentença condenatória, para a acusação, ou a que revoga a suspensãocondicional da pena ou o livramento condicional; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
	ENTENDIMENTO DO STJ DIVERGE DA LITERALIDADE
	HABEAS CORPUS. ART. 10 DA LEI 9.437/97. PENA RESTRITIVA DE DIREITOS.
PRESCRIÇÃO DA PRETENSÃO EXECUTÓRIA. MARCO INTERRUPTIVO. EFETIVO INÍCIO DO CUMPRIMENTO DA PENA. TERMO INICIAL. TRÂNSITO EM JULGADO PARA AMBAS AS PARTES. ORDEM DENEGADA.
1. Na linha de precedentes desta Corte, considera-se como início do cumprimento da pena de prestação de serviços à comunidade o dia do efetivo comparecimento do apenado à instituição assistencial designada pelo Juízo das Execuções para o cumprimento da atividade (Precedentes).
2. O simples comparecimento do paciente em cartório para retirada de ofício e cadastramento em Programa de Prestação de Serviços à Comunidade não configura início do cumprimento da condenação, não podendo ser considerado marco interruptivo do prazo prescricional da pretensão executória (Precedentes).
3. O termo inicial da contagem do prazo prescricional da pretensão executória é o trânsito em julgado para ambas as partes, porquanto somente neste momento é que surge o título penal passível de ser executado pelo Estado. Desta forma, não há como se falar em início da prescrição a partir do trânsito em julgado para a acusação, tendo em vista a impossibilidade de se dar início à execução da pena, já que ainda não haveria uma condenação definitiva, em respeito ao disposto no artigo 5º, inciso LVII, da Constituição Federal.
4. Na hipótese vertente, a sentença condenatória transitou em julgado para ambas as partes em 08/09/2005 e o paciente iniciou cumprimento da pena em 05/08/2007. Portanto, não ocorreu a alegada causa de extinção da punibilidade pela prescrição da pretensão executória, ex vi art. 110, caput, c/c art. 109, inciso V, do Código Penal, já que não foi ultrapassado o lapso temporal de 02 (dois) anos entre os marcos interruptivos delineados.
 5. Ordem denegada.
(HC 137.924/SP, Rel. Ministro JORGE MUSSI, QUINTA TURMA, julgado em 25/05/2010, DJe 02/08/2010)
· Do dia em que foi revogado o sursis ou o livramento condicional: Ambos, previstos nos arts. 77 e 83 do CP, são incidentes da execução penal e, durante esses incidentes, não corre a prescrição. Porém, revogado um desses benefícios, conforme previsto no art. 112, inciso I, 2ª parte, do CP, a prescrição começa a correr da data em que passa em julgado a sentença revocatória.
II - do dia em que se interrompe a execução, salvo quando o tempo da interrupção deva computar-se na pena. 
· Do dia em que o preso se evadiu do cárcere (fugiu). Nesse caso, a prescrição consta-se do dia em que se interrompe a execução da pena, ou seja, no dia que ele fugiu.
Prescrição no caso de evasão do condenado ou de revogação do livramento condicional
Art. 113 - No caso de evadir-se o condenado ou de revogar-se o livramento condicional, a prescrição é regulada pelo tempo que resta da pena. 
d) Suspensão: Também pode ser suspensa, com base no art. 116, parágrafo único do CP, que determina:
 Parágrafo único - Depois de passada em julgado a sentença condenatória, a prescrição não corre durante o tempo em que o condenado está preso por outro motivo. 
É conditio sine qua non ao cômputo prescricional que o condenado esteja preso para o cumprimento da sentença já transitada em julgado, não podendo sua prisão decorrer de outros processos ou incidentes, caso em que a prescrição não correrá. 
e) Interrupção: Início ou continuação do cumprimento da pena e a reincidência posterior à condenação. 
· Prescrição e atos infracionais: 
Aplica-se a prescrição penal nas medidas sócio-educativas, conforme Súmula 338 do STJ.
· Prescrição da pena de multa:
Art. 114 - A prescrição da pena de multa ocorrerá: (Redação dada pela Lei nº 9.268, de 1º.4.1996)
I - em 2 (dois) anos, quando a multa for a única cominada ou aplicada; (Incluído pela Lei nº 9.268, de 1º.4.1996)
II - no mesmo prazo estabelecido para prescrição da pena privativa de liberdade, quando a multa for alternativa ou cumulativamente cominada ou cumulativamente aplicada. (Incluído pela Lei nº 9.268, de 1º.4.1996)
Art. 118 - As penas mais leves prescrevem com as mais graves. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984

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