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UNIVERSIDADE FEDERAL DA FRONTEIRA SUL DIEGO ANDRÉ GOLDSCHMIDT CARACTERÍSTICAS PRODUTI DE CORTES UNIVERSIDADE FEDERAL DA FRONTEIRA SUL CAMPUS CERRO LARGO CURSO DE AGRONOMIA DIEGO ANDRÉ GOLDSCHMIDT PRODUTIVAS DA SOJA EM FUNÇÃO DE DE CORTES DO TRIGO E TIPOS DE SULCADORES CERRO LARGO 2017 UNIVERSIDADE FEDERAL DA FRONTEIRA SUL FUNÇÃO DE ALTURAS TIPOS DE SULCADORES DIEGO ANDRÉ GOLDSCHMIDT CARACTERÍSTICAS PRODUTIVAS DA SOJA EM FUNÇÃO DE ALTURAS DE CORTES DO TRIGO E TIPOS DE SULCADORES Trabalho de conclusão de curso de graduação apresentado como requisito parcial para obtenção de grau de bacharel em agronomia da Universidade Federal da Fronteira Sul Orientador: Prof. Dr. Sidinei Zwick Radons Co-orientador: Prof. Dr. Marcos Antônio Zambillo Palma CERRO LARGO 2017 RESUMO A soja é a cultura agrícola brasileira que mais expandiu nas últimas três décadas, sendo ainda a leguminosa mais consumida no mundo. Uma das culturas antecessoras mais cultivadas, principalmente no sul do Brasil é o trigo, que por sua vez proporciona a presença volumosa de hastes das plantas que permanecem em pé após a colheita. Outro ponto crucial é a utilização de práticas adequadas na hora da semeadura, através de regulagens e utilização de equipamentos adequados. Contempla-se, neste trabalho, uma análise dos efeitos que esses restos culturais do trigo causam sobre a cultura da soja que a sucede, comparando ainda à diferentes práticas de semeadura, voltadas aos elementos sulcadores responsáveis pela abertura do sulco e deposição do fertilizante. Foi realizada a avaliação dos efeitos sobre a soja, em relação a três diferentes alturas de corte do trigo (5, 15 e 30 cm), comparando-se ainda com dois mecanismos sulcadores da semeadora (haste e disco duplo) na semeadura direta da cultura da soja. No experimento o delineamento utilizado foi inteiramente casualisado, bifatorial com 4 repetições. As avaliações na soja foram: estande de plantas, altura de inserção do primeiro legume, número de legumes e grãos por planta, estatura e produtividade. Nas condições em que foi realizado o trabalho, os resultados demonstraram que existe uma diferença na produtividade média em relação à altura de corte e ao sistema de semeadura. Porém, não se teve significância estatística. As alturas de corte não influenciaram significativamente nas características produtivas da soja. Quanto aos sistemas sulcadores, o disco-duplo demonstrou diminuição na população de plantas e aumento na altura média de inserção do primeiro legume. Palavras chave: Glycine max. Triticum aestivum L. Colheita do trigo. Sulcadores. Características produtivas. ABSTRACT Soybean is the Brazilian agricultural culture that more has expanded in the last three decades, being the most consumed leguminous at world. One of the most cultivated antecessor crops, mainly in southern Brazil, is wheat, which in turn provides the bulky presence of plants stems that remain standing after harvest. Another crucial point is the use of appropriate practices when sowing, through adjustments and use of appropriate equipments. In this work, we analyze the effects of these wheat cultural remains on the soybean crop, and compare it with the different sowing practices, oriented to the furrowing elements responsible for opening the furrow and fertilizer deposition. The effects on soybean were evaluated in relation to three different cutting heights of wheat (5, 15 and 30 cm), as well as two sowing mechanisms (stem and double disc) at no-till farming of soybeans. In the experiment the design was a factorial completely randomized, with 4 replicates. The evaluations in the soybean were: plant population, height of insertion of the first legume, number of legumes and grains per plant, stature and productivity. In the conditions under which the work was carried out, the results showed that there is a difference in mean productivity in relation to cutting height and sowing system. However, there was no statistical significant. Cutting heights did not significantly influence the productive characteristics of soybeans. Regarding the furrowing systems, the double disc showed a decrease in the plant population and an increase in the average insertion height of the first legume. Key words: Glycine max. Triticum aestivum L. Wheat Harvest. Furrowers. Productive characteristics. LISTA DE FIGURAS Figura 1 - Distribuição das parcelas em que A1, A2 e A3 representa, respectivamente, as alturas de corte médias do trigo em 5 cm, 15 cm e 30 cm. ......................................................................................................................... 25 Figura 2 – Alturas de corte do trigo após a colheita, com 5 cm da superfície do solo (A1), 15 cm (A2) e 30 cm (A3) aproximadamente. ................................... 26 Figura 3 – Mecanismos sulcadores da semeadora adubadora. (A) Sulcador tipo haste/facão. (B) Sulcador tipo disco duplo. ...................................................... 27 Figura 4 - Dados diários de chuva e temperatura média do ar na estação meteorológica da UFFS Cerro Largo durante o período experimental, de 04/11/2016 até 02/04/2017............................................................................... 30 Figura 5 – Estande de plantas de soja em relação às alturas de corte do trigo e sistemas sulcadores (Haste e Disco duplo) utilizados na semeadura da soja. 31 Figura 6 – Médias de estatura das plantas de soja nos tratamentos com as três alturas de corte (5, 15 e 30 cm) e dois tipos de sulcadores (haste e disco duplo). .............................................................................................................. 32 Figura 7 – Altura média de inserção do primeiro legume em relação às alturas de corte do trigo e sistemas de semeadura da soja. ........................................ 34 Figura 8 – Número médio de grãos por planta em relação às alturas de corte do trigo e sistemas de semeadura da soja. ........................................................... 35 Figura 9 – Produtividade média em ralação às diferentes alturas de corte do trigo e sistemas de semeadura da soja. ........................................................... 36 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO .......................................................................................................... 8 1.1 OBJETIVO GERAL .......................................................................................................... 9 1.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS .......................................................................................... 9 2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ................................................................................... 10 2.1 A CULTURA DA SOJA ................................................................................................. 10 2.2 FATORES QUE INFLUENCIAM NA PRODUTIVIDADE DA SOJA ....................... 11 2.3 A CULTURA DO TRIGO ............................................................................................... 15 2.4 ROTAÇÃO E SUCESSÃO DE CULTURAS .............................................................. 16 2.5 SISTEMA PLANTIO DIRETO ...................................................................................... 18 2.6 MAQUINAS UTILIZADAS ............................................................................................. 19 3 MATERIAL E MÉTODOS ........................................................................................ 24 3.1 MANEJO DA CULTURA DO TRIGO .......................................................................... 24 3.2 TRATAMENTOS E IMPLANTAÇÃO DO EXPERIMENTO .....................................24 3.3 COLHEITA DO TRIGO ................................................................................................. 25 3.4 SEMEADURA DA SOJA ............................................................................................... 26 3.5 AVALIAÇÕES ................................................................................................................. 27 4 RESULTADOS E DISCUSSÃO ............................................................................... 30 4.1 CONDIÇÕES METEOROLÓGICAS NO PERÍODO EXPERIMENTAL ................ 30 4.2 ESTANDE FINAL DE PLANTAS ................................................................................. 30 4.3 ESTATURA DAS PLANTAS DE SOJA ...................................................................... 32 4.4 ALTURA DO PRIMEIRO LEGUME ............................................................................ 33 4.5 NUMERO DE GRÃOS POR PLANTA ........................................................................ 35 4.6 PRODUTIVIDADE ......................................................................................................... 36 5 CONCIDERAÇÕES FINAIS .................................................................................... 38 REFERÊNCIAS .......................................................................................................... 39 8 1 INTRODUÇÃO A soja (Glycine max) é a cultura agrícola brasileira que mais cresceu nas últimas três décadas e corresponde a cerca de 49% da área plantada em grãos do Brasil, segundo MAPA (Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento, 2013). Dados da EMBRAPA (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) apontam o Brasil como o segundo maior produtor mundial de soja, atrás apenas dos EUA, sendo que na safra 2015/2016, a cultura ocupou uma área de 33,17 milhões de hectares, o que totalizou uma produtividade de 95,63 milhões de toneladas. No entanto, a demanda por maior produtividade induz pesquisadores a buscar melhorias nos aspectos estruturais na planta da soja através do melhoramento genético e das práticas de manejo que possam ser facilmente adotadas por produtores. Essas melhorias estão associadas às práticas de manejo do solo, semeadura e aos níveis de competição e efeitos causados por diferentes compostos presentes no desenvolvimento da cultura, como por exemplo: restos culturais de plantas antecessoras que se fazem presentes por períodos prolongados após colheita. Uma das culturas antecessoras mais cultivadas, principalmente no sul do Brasil, é o trigo (Triticum aestivum), sendo o segundo cereal mais produzido no mundo, com significativo peso na economia agrícola global (MAPA, 2013). Este cereal, por sua vez, permite a presença volumosa de material seco, incluindo as hastes das plantas que permanecem em pé após a colheita. Quando esta é feita de forma mecanizada, os agricultores optam por distintas alturas de corte, onde cada um prioriza o seu maquinário e suas condições de operação. Em relação às práticas de manejo, um grande marco na agrícultura foi a vinda do sistema plantio direto (SPD), proporcionando melhorias em vários aspectos, principalmente se tratando de conservação dos solos, triplicando o índice de matéria orgânica, reduzindo erozão, diminuindo custos e principalmente mantendo a palhada no intuito de preservar a umidade do solo por periodos prolongados (ALVES, 1992). Segundo Cruz et al. (2017), o plantio direto tem como principais funções reduzir o impacto de gotas da chuva, dificultar o escorrimento superficial, 9 proteger a superfície de raios solares, favorecer a atividade biológica, ajudar no controle de plantas daninhas por supressão ou efeitos alelopáticos. Outro ponto crucial para atingir elevada produtividade da soja, é a utilização de práticas adequadas tanto na colheita do trigo quanto na semeadura da soja, através de regulagens e utilização de equipamentos adequados. Levando-se em conta que há uma grande variação dessas práticas adotadas pelos produtores, objetiva-se neste trabalho analisar, através de pesquisas voltadas a essas práticas, os efeitos que restos culturais do trigo causam sobre a cultura da soja que sucede, comparando-se ainda às diferentes práticas de semeadura da soja, principalmente os elementos sulcadores, avaliando-se assim, aspectos vegetativos relacionados com a emergência e subseqüente estruturação da planta da soja como: população emergida, altura de inserção dos primeiros legumes, estatura da planta, número de legumes por planta e produtividade final. Portanto, espera-se que os resultados desta pesquisa demonstrem a viabilidade destas práticas, ou seja, que uma operação de colheita e a adoção de sistemas de semeadura podem influenciar diretamente no desenvolvimento vegetal e na produtividade final da cultura da soja. 1.1 OBJETIVO GERAL Avaliar as características produtivas da soja em função de diferentes alturas de corte do trigo e tipos de sulcadores na semeadura da soja. 1.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS - Avaliar o estande final de plantas de soja nos diferentes tipos de sulcadores; - Avaliar a altura de inserção dos legumes inferiores na planta da soja, em função das diferentes alturas de hastes de trigo que permaneceram após a colheita, com diferentes tipos de sulcadores na semeadura da soja; - Avaliar o número de grãos de soja por legume e por planta; - Avaliar produtividade da cultura da soja em função dos tratamentos utilizados. 10 2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 2.1 A CULTURA DA SOJA Mundialmente, a soja (Glycine max Merrill) é a principal leguminosa produzida e consumida, sendo comercializada em forma de gãos, farelo ou óleo, dependendo da forma de consumo humano ou animal (MARTIN; WALDREN; STAMP, 2006). Originária da Manchúria – Leste da China, é uma das culturas mais antigas do mundo, utilizada como alimento há mais de cinco mil anos (FARIAS et al., 2007). Segundo este mesmo autor, a cultura da soja atual é muito diferente da cultura de milhares de anos atrás. Nos primórdios era uma planta rasteira que se desenvolvia ao longo do Rio Amarelo, no Leste da China. Várias modificações e experimentos foram realizados com a cultura da soja tornando-a um produto de grande importância na balança comercial e essencial para a alimentação humana. Neste sentido, a cultura da leguminosa foi levada para vários países e regiões do mundo, (CÂMARA, 2011). De acordo com Bonato e Bonato (1987), a soja chegou ao Brasil em 1882, primeiramente na Bahia. No Rio Grande do Sul o grão foi introduzido oficialmente em 1908 pelos imigrantes japoneses. Atualmente, os maiores produtores de soja são os Estados Unidos, Brasil e Argentina, e a China é um dos maiores importadores em razão da sua numerosa população (USDA, 2015). A partir da década de 70, inúmeras modificações e especializações foram ocorrendo no universo agrário brasileiro. O complexo da soja (grãos, farelo e óleo) passou a ser o principal produto agrícola das exportações brasileiras e o maior responsável pelo aumento da colheita de grãos. Sendo assim, a cadeia produtiva da soja como destaque da agricultura de grande escala do Brasil (SANTOS, 2012). Neste sentido, pode-se observar o aumento de produtividade através dos números apresentados pelo levantamento feito pela CONAB em 2017, levando em conta a safra 2016/2017, quando a produtividade nacional da soja alcançou mais de 107 milhões de toneladas cultivadas em 33.878,8 mil hectares com uma produtividade de 3.176 Kg ha-1. Já na safra 2015/2016 a 11 produtividade no Brasil foi 95.434,6 milhões de toneladas em 33.251,9 milhões de hectares, com uma produtividade de 2.870 kg ha-1 (CONAB, 20117). Cabe ressaltar que a região Centro-Oeste se destaca entre os estados brasileiros produtores de soja, sendo que o Mato Grosso é o maior, responsávelpor aproximadamente 27,8% da produtividade nacional de soja, seguido pelos estados do Paraná 17% e Rio Grande do Sul 15,2% (CONAB, 2017). O estado do Rio Grande do Sul se destaca por ter sido o primeiro estado a cultivar a soja com a finalidade específica de comercializar a produção, isto em 1935 (SEDIYAMA; TEIXEIRA; BARROS, 2009). Atualmente destina aproximadamente 5.570 mil hectares para o cultivo da soja, 2,1% a mais em relação à safra 2015/2016 (CONAB, 2017). Com o constante crescimento do consumo e da produtividade da soja nos últimos anos, na atualidade a oleaginosa ocupa o quarto lugar entre os principais grãos mais produzidos e consumidos no mundo, atrás somente do milho, trigo e arroz (HIRAKURI; LAZZAROTTO, 2014). Aumento este, que está diretamente relacionado ao crescimento populacional e econômico do mundo, o que torna necessária a manutenção eficaz do aumento na produtividade da soja, conforme vem ocorrendo nas últimas safras (DALL’ AGNOL; HIRAKURI, 2008). Para que o aumento da produtividade seja significativo, são necessários algumas praticas de manejo em relação aos fatores que podem afetar o desenvolvimento vegetal da soja. 2.2 FATORES QUE INFLUENCIAM NA PRODUTIVIDADE DA SOJA A produtividade da soja é definida pela interação do genótipo com o ambiente de produtividade e o manejo. Para atingir elevadas produtividades é essencial que se tenha conhecimentos detalhados do agroecossistema em questão. No caso da planta cultivada, é importante que se tenha conhecimento dos estádios de seu desenvolvimento (Fenologia), funcionalidade da espécie (Fisiologia) e interações com o ambiente que se encontra (Ecofisiologia), para que assim possam ser atingidos elevados níveis de produtividade (CÂMARA, 2000). 12 Os nutrientes são elementos muito exigidos pela cultura da soja, sendo que o N (nitrogênio) é o mais requerido pela planta, necessitando de 80 Kg do elemento para produzir uma tonelada de grãos de soja (HUNGRIA; CAMPO; MENDES, 2001). Para suprir este elemento, a planta de soja realiza a FBN (fixação biológica de nitrogênio) através do N mineral presente no solo, pela decomposição da matéria orgânica e pelos fertilizantes orgânicos (AMADO et al., 2010). A associação simbiótica da planta com as bactérias do gênero Bradyrhizobium é responsável pelo processo de FBN, os quais formam nódulos onde ocorre a conversão do N2 atmosférico em amônia, que por sua vez, se torna disponível para as plantas em diversas formas de N orgânico (HUNGRIA et al., 1994). Segundo Amado et al. (2010), este processo de simbiose com as raízes da soja pode contribuir com 65% a 85% do nitrogênio necessário para o rendimento e desenvolvimento da cultura, no entanto, as condições físico e químicas do solo são fundamentais para a sua ocorrência (AMADO et al., 2010). Nutrientes como o P (fósforo), essencial nos processos de fornecimento e armazenamento de energia (TANCREDI et al., 2009), o K (potássio), fundamental no balanço nutricional da planta e em diversos aspectos do crescimento e produtividade da soja (MALAVOLTA, 1980), além do cálcio, do magnésio e do enxofre, todos estão relacionados com a FBN e são fundamentais para elevados rendimentos da oleaginosa (TANCREDI et al., 2009). A escolha de cultivares, sementes sadias, época de semeadura, espaçamentos e a densidades de semeadura são fatores de suma importância para a obtenção de altas produtividades da cultura, sendo esta dependente de fatores de ordem genética, de condições relacionadas ao clima e da nutrição de plantas (THOMAS; COSTA, 2010), além do fator solo (AMADO et al., 2010). O rendimento da soja é determinado pelo seu potencial genético, e o quanto deste potencial será atingido na lavoura dependerá do efeito de fatores limitantes que estarão atuando em algum momento durante o ciclo da cultura. O efeito desses fatores pode ser minimizado pela adoção de um conjunto de práticas de manejo, que faz com que a comunidade de plantas tenha o melhor aproveitamento possível dos recursos ambientais (HEIFFIG et al., 2006). 13 A combinação de espaçamento entre linhas com a densidade de plantas na linha, define a população de plantas da cultura, a qual influencia em algumas características agronômicas da planta de soja (URBEN FILHO; SOUZA, 1993). Por isso, segundo Gaudêncio et al. (1990), a população adequada de plantas é um fator que determina um perfeito arranjo das plantas de soja, pois influencia no crescimento, inserção de legumes, número de ramificações e de legumes, bem como, pode modificar a produtividade da cultura (LAM-SANCHEZ; VELOSO, 1974) Para tanto, no estado do Rio Grande do Sul a época ideal de semeadura da soja situa-se entre a metade de outubro até o fim do mês de dezembro, onde são recomendados espaçamentos de 20 a 50 cm entre linhas e média de 30 plantas m-2, com variação de 20% para mais ou para menos no número de plantas sendo as maiores populações e os menores espaçamentos indicados para semeaduras tardias (REUNIÃO, 2009). Alterações morfológicas em função de densidade de semeadura têm sido relatadas para a cultura da soja em termos de altura de planta (PAIVA et al., 1992), número de ramificações (MARCHIORI, 1999), número de legumes por planta (PEIXOTO et al., 2000) e número de grãos por legume (TOURINO et al., 2002). Segundo Farias et al. (2007), de todos os fatores intrínsecos à cultura da soja, o clima é o que mais tem ação sobre as limitações de boa produtividade, sendo que o mesmo é de mais difícil controle. Ainda os mesmos autores, citam a disponibilidade hídrica, a temperatura e o fotoperíodo como os principais elementos climáticos responsáveis pelo pleno desenvolvimento e produtividade da soja. A cultura da soja, para atingir altos níveis de produtividade, requer temperaturas entre 20 e 30°C e disponibilidade hídrica que varie entre 450 a 800 mm durante o seu ciclo (EMBRAPA, 2012). De acordo com Mundstok e Thomas (2005), o excesso de água, que ocorre nos anos de altas precipitações, se reflete no excessivo crescimento vegetativo das plantas de soja, sendo que assim, a planta fica mais suscetível ao acamamento podendo prejudicar a indução floral e diminuir o numero de legumes por planta. 14 A falta de água no período inicial (vegetativo) da planta de soja ocasiona uma redução no crescimento e na formação de ramos diminuindo o numero de nós produtivos. Se a deficiência hídrica ocorrer nas fases de florescimento, inicio da formação de legumes e posterior enchimento de grãos, os efeitos serão: aborto de flores, óvulos e legumes, posteriormente, sobre tamanho e peso de grãos (MUNDSTOK, THOMAS, 2005). Além dos fatores abióticos, as pragas e plantas daninhas também influenciam no rendimento da cultura da soja (EMBRAPA, 2013). As plantas daninhas competem com a oleaginosa por recursos, como água, luz e nutrientes (NETO et al., 2012), cabe destacar que estas, além de interferirem no desenvolvimento da cultura, podem ser consideradas hospedeiras de pragas e doenças (VARGAS; ROMAN, 2006). Num sistema de produtividade é possível observarmos que prejuízos expressivos são ocasionados por organismos que causam danos as plantas, ou ainda por outros vegetais que competem ou interferem no desenvolvimento vegetal da cultura. Como conseqüência tem-se que tais prejuízos acarretam diminuição tanto na produtividade final como na qualidade do produto (MACHADO, 1987). Dentro deste contexto, a interferência representa uma soma de interações negativas entre as plantas que incluem a competição e a alelopatia. O termo interferência é utilizado para designar os diferentes tipos de interação que ocorrem entre as plantas, sendo a alelopatia a interação causada por um agente químico (RIZZARDI et al., 2001). Segundo Rice 1984, a alelopatia foi definida inicialmente como qualquer efeito, prejudicialou benéfico, de uma planta ou de micro-organismos, mediante produtividade de aleloquímicos liberados no ambiente. Diante disto, estudos e trabalhos foram realizados a fim de avaliar os possíveis efeitos causados por restos de culturas antecessoras a outras, como no caso constatado por Busnello et al. (2002), em que restos culturais de aveia e azevém inibiram significativamente a germinação e desenvolvimento da soja através de seus efeitos alelopáticos. As culturas antecessoras a soja utilizadas para cobertura ou para fins comerciais, têm a capacidade de suprimir algumas plantas daninhas pelo efeito físico (TREZZI; VIDAL, 2004). Entretanto, os efeitos que envolvem a liberação 15 de compostos secundários precisam ser mais bem explorados bem como o seu comportamento em prejudicar o desenvolvimento tanto de plantas daninhas como de culturas agrícolas. 2.3 A CULTURA DO TRIGO O trigo (Triticum aestivum L.) pertencente à família das Poaceae e é um dos cereais mais produzidos no mundo considerado como uma das espécies vegetais de maior importância para a alimentação humana através de sua composição única de proteínas que permite a fabricação de diversos produtos destinados ao consumo humano, tais como farinhas, bolos, biscoitos, pães e massas alimentícias. Portanto, a cultura do trigo destaca-se por ser um cereal mundialmente consumido (JOSHI et al., 2007; MAPA, 2013). Além de o cereal ser uma das principais fontes para a alimentação humana, cabe destacar o trigo como importante fonte de alimentação animal, não só pela produtividade de grãos para ração, mas também para o fornecimento de forragem, na forma de feno, ensilagem ou naturalmente em pastejo, com variedades adaptadas geneticamente para cada situação. Esta cultura de inverno é de extrema importância para a sustentabilidade de pequenas e médias propriedades da região sul do Brasil, com excelente adaptabilidade devido ao clima, sendo que a mesma faz parte do sistema de rotação/sucessão com as culturas da soja e do milho no sistema de semeadura direta, garantindo o fluxo econômico e a sustentabilidade da propriedade (GEWEHR, 2012). O cultivo do trigo no inverno, indiscutivelmente, contribui para vários fatores relacionados ao solo, principalmente na proteção e/ou estruturação física e na composição química e biológica do mesmo. Além de proporcionar uma boa cobertura sobre o solo após a colheita, os resíduos culturais do trigo passam por um lento processo de decomposição, isso devido a sua elevada relação C/N, auxiliando assim na ciclagem de nutrientes de forma mais lenta permanecendo por período prolongado sobre o solo. Segundo Sá et al. (2001); Séguy et al. (2006), isso se dá ao fato de o trigo apresentar um conteúdo de lignina maior quando comparado a outras culturas de inverno. 16 Oliveira e Borszowskei (2012), concluíram em suas análises que a palhada da cultura do trigo apresentou-se constante durante a sua decomposição ao longo dos 140 dias após o manejo, sendo que a taxa de liberação dos nutrientes N e P foi de forma lenta e gradativa ao longo deste período. Outra observação relatada pelos autores foi que o elemento K contido nos resíduos da cultura é liberado logo após o manejo. A liberação gradativa do N tem importância fundamental para o sistema, visto que trata-se de um elemento de alta mobilidade do solo (SÁ; BORSZOWSKEI, 2009). Os fatores climáticos como a precipitação e a temperatura alteram o fluxo do N no solo, submetendo-o a degradação por microrganismos ocorrendo a mineralização, onde neste caso ao longo do tempo possibilita maior aproveitamento do elemento pela cultura seqüente ao trigo (WENDLING, 2005). Todos os processos responsáveis pela liberação/mineralização de nutrientes no solo, velocidade de decomposição da cobertura morta de culturas, precisam estar relacionados ao manejo adequado aplicado em cima de práticas promotoras da propriedade estrutural e funcional do solo, onde o SPD deve ser preconizado em conjunto com práticas de rotação de culturas. Segundo Kliemann et al. (2006), a decomposição dos resíduos de uma cultura dependem da sua origem no vegetal, do volume, da fertilidade do solo, do sistema de manejo dos resíduos e do clima, principalmente dos fatores temperatura e pluviosidade. 2.4 ROTAÇÃO E SUCESSÃO DE CULTURAS Com o intuito de preservar a capacidade produtiva do solo e ainda melhorar a sua produtividade, algumas práticas são adotadas pelos produtores agrícolas. Entre as práticas adotadas estão a sucessão e a rotação de culturas. Segundo Souza et al. (2012), a rotação de culturas consiste na alternância de culturas em um mesmo terreno e na mesma época do ano, enquanto que a sucessão de culturas refere-se a uma sequencia pré estabelecida de cultura dentro de um mesmo ano agrícola. Ainda os mesmos autores, apontam que a adoção da prática da rotação de culturas é mais favorável para o produtor rural, promovendo melhores características químicas, 17 fisicas e biologicas ao solo. Práticas de rotação de culturas realizadas de forma bem planejada, podem trazer resultados positivos, tais como a redução da dependéncia de insumos externos, uso eficaz de recursos naturais como a água e controle de doenças e pragas (LIZARAZU; MONTI, 2011). Para Franchini et al. (2011), a rotação de culturas, juntamente com a cobertura permanente e o mínimo revolvimento do solo, compõe os princípios básicos do sistema plantio direto (SPD). A ausência dessa prática acarreta no surgimento de alterações de ordem química, física e biológica do solo, que podem comprometer a estabilidade do sistema produtivo. São destacadas as seguintes alterações: diminuição do teor de matéria orgânica do solo (MOS), a degradação da estrutura do solo, a intensificação dos processos erosivos, a redução da atividade e diversidade biológica, o aumento da incidência e severidade de pragas e doenças, e aumento da infestação de plantas daninhas. O conjunto desses problemas se reflete na instabilidade da produtividade das culturas e no aumento dos custos de produtividade face à ocorrência de estresses bióticos e abióticos. Em contrapartida, os benefícios da rotação de culturas proporcionam o aumento da diversidade biológica que contribui para a estabilidade da produtividade devido à ciclagem de nutrientes, à fixação biológica de N, à diversificação da flora de plantas daninhas, à redução na ocorrência de doenças, ao aumento da cobertura do solo e ao trabalho realizado pelo sistema radicular das espécies, reduzindo o grau de descompactação do solo em sistemas intensivos (FRANCHINI et al., 2011). Embora a rotação de culturas seja preconizada no âmbito de melhorar a estrutura física, química e biológica do solo, cabe ressaltar que esta prática encontra-se ainda com uma carência considerável, principalmente na região sul do Brasil, onde a principal cultura utilizada no inverno é o trigo, devido a sua adaptabilidade ao clima, proporcionando na maioria das situações o uso da sucessão trigo-soja. 18 2.5 SISTEMA PLANTIO DIRETO Segundo Dallmeyer (2001), o sistema foi denominado de “plantio direto” pela Federação de Associações de Plantio Direto na Palha, por ser a nomenclatura popular, sendo que a operação executada é verdadeiramente uma semeadura. O sistema de plantio direto na palha, implica em uma seqüência de rotação de culturas, para reciclagem de nutrientes e formação de palha, com revolvimento do solo apenas na linha da semeadura, causando o mínimo possível de interferências no solo e na palhada de cobertura, protegendo-o ao longo do ano (SATURNINO, 2001). Para Oliveira et al. (2012), o sistema de plantio direto consiste na mobilização mínima do solo em todos os aspectos, tais como volume de solo mobilizado e grau de fragmentação. Os mesmos autores afirmam ainda que ésuficiente realizar a mobilização apenas para colocar as sementes ou partes vegetativas das plantas no solo, preservando os restos culturais das culturas anteriores na superfície. A adoção do sistema de plantio direto traz inúmeras vantagens para o meio agrícola. Entre essas vantagens, além de economizar combustível, diminui os problemas de erosão e principalmente auxilia no enriquecimento da atividade biológica do solo em virtude da conservação da matéria orgânica (CAVICHIOLI, 2011). Esta prática proporciona a melhoria das propriedades químicas e físicas do solo, e, a conservação por períodos mais prolongados da água e da matéria orgânica, proporcionando condições para o aumento da capacidade produtiva do solo (ALVES, 1992). Segundo Benez (1972), outra grande vantagem do SPD é a redução dos elevados níveis de compactação do solo decorrentes da freqüência das operações de preparo quando comparado ao sistema convencional, onde as passadas de trator ocorrem com mais freqüência. No sistema plantio direto, com o decorrer dos anos, é comum a ocorrência de uma camada superficial compactada, onde dependendo do nível de compactação, pode influenciar no desenvolvimento desfavorável das plantas (ARAUJO et al., 2001). 19 Para Benez (2002), o rompimento das camadas de solo compactado no SPD é permitido pela operação de semeadura, através do sistema de sulco do tipo haste (facão) adaptado nas semeadoras-adubadoras, entretanto, com sensível aumento da força de tração necessária. Tessier et al. (1989) descrevem que a haste sulcadora pode não ser compatível com o SPD, sendo que esse mecanismo mobiliza intensamente o solo, favorecendo o aumento de infestação de plantas daninhas na linha. Segundo Silva e Resck (1997), o plantio direto aparece como tecnologia avançada de uso do solo, entretanto este sistema demanda maior nível de conhecimentos técnicos sobre planejamento de uso da terra, controle de plantas daninhas e precedente condicionamento físico e químico do solo. Embora a conservação da palhada sobre a superfície do solo seja de fundamental importância para as melhorias nas condições físicas, biológicas e químicas do solo, para Mahl (2006) a palhada sobre a superfície do solo pode ser um obstáculo para as semeadoras-adubadoras. 2.6 MAQUINAS UTILIZADAS Para garantir a eficiência do sistema de plantio direto é necessário o uso da mecanização e seus componentes que possam trabalhar nas condições adversas da lavoura, em solos com maior resistência a penetração e presença de palhada, ou seja, o sucesso do SPD está diretamente relacionado ao desempenho das colhedoras e semeadoras-adubadoras. As colhedoras exercem um papel fundamental num sistema de produção, além de realizarem o corte e o processo de separação dos grãos durante sua operação garantindo a produtividade e a qualidade final do grão, são responsáveis pela distribuição dos restos da cultura colhida. De acordo com Alberta (1999) e Agriculture, Food and Rural Development (2005), a colhedora propicia uma maneira mais prática de manejar os resíduos da colheita, uma vez que, por meio dela, pode-se determinar a altura de corte, picar e espalhar a palha uniformemente na lavoura. Segundo Alonco e Antunes (1997), alturas de corte do trigo influenciam no desenvolvimento vegetal da cultura do feijão. Os mesmos autores 20 confirmam em sua pesquisa que a resteva de trigo proporciona um sombreamento que induz a inserção de legumes nas plantas de acordo com a altura de corte das colhedoras. É importante destacar que são raros os estudos que se referem à interferência de diferentes alturas de corte de uma cultura que antecede a outra no SPD. Assim torna-se importante a ampliação de pesquisas voltadas à esta área. Na colheita de uma cultura que tem alta relação palha-grão é necessário que o picador de palhas da colhedora triture bem a palha, distribuindo-a uniformemente sobre a superfície do solo (PORTELLA, 1998), evitando assim a ocorrência de locais com acúmulo, causando problemas de embuchamento pela semeadora, emergência irregular de plântulas, e por outro lado, provocando diferenças de fertilidade no solo, áreas suscetíveis a erosão e emergência de plantas daninhas (LEVIN et al., 2004). Para Amado et al. (2005), a semeadura é uma das operações mais importantes dentre as necessárias para a implantação de uma cultura, pois a sua eficiência de operação é avaliada pela qualidade de trabalho que executam. Segundo Balestreire (1990), a função básica de uma semeadora- adubadora é dosar e colocar no solo fertilizante e sementes de forma desejável, onde o desempenho em geral da mesma pode influenciar diretamente na produtividade da cultura. As semeadoras-adubadoras de plantio direto são máquinas adaptadas para realizarem a implantação de uma cultura sobre restos culturais onde não foi realizado o preparo periódico do solo anteriormente, visando a mobilização mínima do solo, apenas nas linhas de semeadura e conservação da presença de cobertura vegetal (SIQUEIRA, 2007). Para Levien et al. (2001), as semeadoras utilizadas no SPD devem ser robustas e resistentes, possuir eficiente capacidade operacional e demandar o menor uso de energia. Neste sentido a semeadura direta intensificou-se após o início da fabricação de semeadoras-adubadoras equipadas com discos de corte capazes de cortar a palhada e penetrar em solos compactos (DERPSCH et al., 1991). Segundo a ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas (1994) as semeadoras–adubadoras são classificadas em semeadoras de precisão e 21 semeadoras de fluxo contínuo, sendo que semeadoras de precisão distribuem as sementes graúdas uma a uma, em linha e intervalos regulares no sulco de semeadura, e, as semeadoras de fluxo contínuo, que distribuem as sementes miúdas de forma contínua. Segundo Siqueira (2007), as semeadoras de precisão são compostas por chassi, sistema de acoplamento ao trator e transporte, reservatórios para fertilizante e sementes, sistema de acionamento e transmissão, sistemas de dosagem e distribuição de sementes e fertilizante, unidades de semeadura, unidade de corte da vegetação, abridores de sulco para fertilizante, abridores de sulco para sementes, sistema de controle de profundidade de sulcos para sementes, sistema de aterramento do sulco e sistema de compactação do solo sobre as sementes. Independentemente do tipo, número de linhas, força de tração ou potência utilizada, uma semeadora-adubadora de plantio direto deve: cortar a palha, abrir sulco com pequena remoção de solo e palhas, dosar fertilizante e sementes, depositar fertilizante e sementes em profundidades adequadas, cobrir sementes com solo e palha e por fim compactar o solo lateralmente à semente (SIQUEIRA; CASÃO, 2004). Para Derpsch et al. (1991) as semeadoras-adubadoras de plantio direto devem ser equipadas com elementos de adubação e semeadura que evitem embuchamentos por restos culturais possibilitando o pleno funcionamento das demais operações da máquina. Os mecanismos da semeadora, que tem como função a abertura do sulco e deposição do fertilizante, devem ser amplamente estudados, pois a sua funcionalidade é de acordo com a região, tipo de solo, época de semeadura, teor de água no solo, cobertura, e cultura utilizada (PORTELLA et al., 1997). Existem diversos mecanismos sulcadores que podem ser combinados em função do preparo de solo realizado, tipo de solo, teor de água, grau de compactação da camada superficial, profundidade de semeadura, velocidade e grau de mobilização do leito de semeadura desejado (ASAE, 1996). Segundo Levien (1999), as combinações mais usadas no Brasil, são os sulcadores discos duplos (desencontrados e/ou defasados) e os sulcadores do tipo haste/facão. 22 De acordo com Casao Junior e Siqueira (2006), a utilização do mecanismo discoduplo na abertura de sulco provocam menos embuchamento durante a semeadura, porém, não possuem capacidade de penetrar em solos compactados, podendo favorecer o contato direto do fertilizante com a semente prejudicando a germinação e emergência de plântulas. Ainda os mesmos autores, relatam que além do uso desse sistema demandar menos potência do trator, promove menor revolvimento do solo, mantendo a palhada sobre o mesmo. Ao compararem sistemas de abertura de sulco (haste e disco duplo), Reis et al. (2004) verificaram maior percentagem de emergência de plantas de milho onde foi semeado com haste. Os mesmos autores ainda recomendam o uso deste sistema na abertura de sulcos em solos com alto teor de argila. Conforme Modolo et al. (2004) a utilização do mecanismo de abertura de sulcos através de hastes, pode apresentar menores variações na profundidade média de sementes, comparando com à utilização de discos duplos. Segundo Silva (2015), os sulcadores do tipo haste promovem maior volume de solo mobilizado e atingem maior profundidade de trabalho comparando com os sulcadores do tipo disco duplo. O mesmo autor comprovou em seu trabalho a quantidade de solo revolvido em cada mecanismo, sendo (117,37 m3 ha-1) no caso da haste, e (65,19 m3 ha-1) onde foi utilizado o disco duplo. Machado et al. (1996), após avaliações, chegaram a conclusão de que os sulcadores do tipo haste apresentam melhores resultados em solos bem drenados, livres de restos vegetais, tocos ou pedras, evitando embuchamentos e irregularidade na abertura dos sulcos e na deposição de sementes e adubo. Os discos duplos adaptam-se bem a terrenos mais pesados e que apresentem grande quantidade de cobertura vegetal, com um pequeno esforço de tração e desgaste, comparado com o sistema anterior, que necessita de maior força de tração do trator. Avaliando a condição física do solo com diferentes tipos de mecanismos sulcadores, Mello, Takahashi e Yano (2002), mostraram que a haste apresentou maior capacidade de romper o solo na linha de semeadura, reduzindo a densidade e resistência à penetração, aumento na macroporosidade do solo e um aumento de 11,3% na produtividade do milho, 23 em relação ao mecanismo sulcador tipo disco duplo. Para tanto, em condições de deficiência hídrica durante o ciclo da cultura da soja, o desenvolvimento radicular da planta pode ser prejudicado quando for utilizado o disco duplo no sistema de sulco, alterando o potencial de produtividade da cultura. Vários são os fatores que determinam a qualidade de uma semeadura, além de os mecanismos serem adequados para cada situação é relevante levar em conta as condições em que o solo se encontra na hora do trabalho. Para Araújo, Casao Junior e Siqueira (2001), as condições ideais do solo para realização da semeadura é quando o mesmo encontra-se no estado de consistência friável, ou seja, quando os agregados são facilmente rompidos em frações menores e ao comprimir entre os dedos não ocorre a aderência do mesmo. Segundo Casao Junior et al. (1998), na condição friável ocorre a melhor interação entre o solo e a máquina. 24 3 MATERIAL E MÉTODOS O trabalho foi realizado no perído compreendido entre os meses de novembro de 2016 e abril de 2017, em área de 4 ha cedida pelo Sr. Quiliano Rauber, localizada no município de Salvador das Missões, situada na região noroeste do estado do Rio Grande do Sul (latitude 28° 07’ 44,19” S,54° 49’ 50,32” O e altitude de 245 metros). Ésta área é cultivada pelo produtor a cerca de 4 anos, onde o mesmo trabalhou com o SPD durante todos os anos, em uma sucessão de culturas (trigo e soja). De acordo com a classificação de Koppen-Geiger, o clima da região é caracterizado como subtropical úmido. O solo pertence a Unidade de Mapeamento Santo Ângelo e é classificado como Latossolo Vermelho (EMBRAPA, 2006). Para se ter conhecimento das condições meteorológicas durante o periodo de execução do experimento, foram coletados dados meteorológicos na Estação Meteorológica da UFFS/Campus Cerro Largo, localizada a cerca de 7,3 km do local do experimento. 3.1 MANEJO DA CULTURA DO TRIGO A semeadura direta do trigo foi realizada pelo agricultor, com espaçamento entre linhas de 0,17 m, com uma deposição de sementes aproximada em 80 sementes por metro linear totalizando uma população aproximada de 4.700.000 plantas por hectare. A utilização de fertilizantes e defensivos químicos, antes, durante e após a semeadura do trigo, foi realizado de acordo com as recomendações técnicas para a cultura, sendo que a produtividade média do cereal foi de 3.480 kg ha-1. 3.2 TRATAMENTOS E IMPLANTAÇÃO DO EXPERIMENTO As parcelas foram demarcadas na região central da área, onde as mesmas foram divididas em tamanhos uniformes e distribuídas em um delineamento experimental inteiramente casualizado (DIC). Os tratamentos foram compostos de 2 tipos de sulcadores disco duplo - parcela principal) e subparcela), em esquema bifatorial, com experimentais. A distribuição das parcelas foi divididas em 4 fileiras, onde cada parcela tem 6 m de largura por 6 experimento ficou um espaço de 3 aplicação de defensivos químicos visualizado na Figura 1. Figura 1 - Distribuição das parcelas em que A1, A2 e A3 representa, respectivamente, as alturas de corte médias do trigo em 5 cm, 15 cm e 30 cm. Fonte: Elaborado pelo autor, (2017 3.3 COLHEITA DO TRIGO A colheita do trigo foi uma colhedora NEW HOLLAND modelo TC57 de corte com largura de 19 pés colhido em três diferentes alturas da superfície do solo foram compostos de 2 tipos de sulcadores na semeadura da soja ( parcela principal) e 3 alturas de corte do trigo (5, 15 e 30 cm subparcela), em esquema bifatorial, com 4 repetições, totalizando 24 distribuição das parcelas foi direcionada no sentido norte iras, onde cada uma foi subdividida em 6 parcelas m de largura por 6 m de comprimento. Na parte central d um espaço de 3 m objetivando facilitar o trânsito ivos químicos sobre a cultura da soja, conforme pode ser Distribuição das parcelas em que A1, A2 e A3 representa, respectivamente, as alturas de corte médias do trigo em 5 cm, 15 cm e 30 cm. nte: Elaborado pelo autor, (2017). 3.3 COLHEITA DO TRIGO A colheita do trigo foi realizada no dia 03 de novembro de 2016, NEW HOLLAND modelo TC57 equipada com uma com largura de 19 pés (aproximadamente 5,79 m), onde o trigo foi colhido em três diferentes alturas da superfície do solo, conforme a 25 ra da soja (Haste e 5, 15 e 30 cm - , totalizando 24 unidades direcionada no sentido norte – sul, dividida em 6 parcelas, sendo que parte central do facilitar o trânsito do trator na , conforme pode ser Distribuição das parcelas em que A1, A2 e A3 representa, respectivamente, as alturas de corte médias do trigo em 5 cm, 15 cm e 30 cm. no dia 03 de novembro de 2016, com uma plataforma onde o trigo foi , conforme a Figura 2. Figura 2 – Alturas de corte do trigo solo (A1), 15 cm (A2) e 30 cm (A3) aproximadamente. Fonte: Elaborado pelo autor, (2017). A primeira altura de corte utilizada deixou média aproximada de 5 cm (A1). Na segunda, as hastes ficaram com altura média de 15 cm (A2). No ultimo tratamento, o trigo foi colhido deixando hastes com altura média de 30 cm. distribuição da palha foram mantidos de forma homogenea em todas as parcelas. 3.4 SEMEADURA DA SOJA No dia seguinte, soja utilizando uma semeadora KF modelo 9050 equipada com 9 linhas com espaçamento entre-linhas de 0,45 m modelo 880. Os sistemas sulcador sulco e deposição de ferti ferro (facão), equipado com uma ponteira do tipo disco duplo, equipado com suporte observáveis na Figura 3. Alturas de corte do trigo após a colheita, com 5 cm da superfície do solo (A1), 15 cm (A2)e 30 cm (A3) aproximadamente. Fonte: Elaborado pelo autor, (2017). altura de corte utilizada deixou hastes de trigo c média aproximada de 5 cm (A1). Na segunda, as hastes ficaram com altura o ultimo tratamento, o trigo foi colhido deixando hastes com altura média de 30 cm. A velocidade de operaçãoda colhedora distribuição da palha foram mantidos de forma homogenea em todas as 3.4 SEMEADURA DA SOJA em 04/11/2016, foi realizada a semeadura direta soja utilizando uma semeadora KF modelo 9050 equipada com 9 linhas com linhas de 0,45 m, acoplada em um trator da marca Valmet sulcadores da semeadora, responsáveis pela abertura do de fertilizantes, utilizados foram: sulcador do tipo haste de , equipado com uma ponteira na ponta, e o mecanismo co duplo, equipado com suporte e dois discos iguais . 26 após a colheita, com 5 cm da superfície do hastes de trigo com uma altura média aproximada de 5 cm (A1). Na segunda, as hastes ficaram com altura o ultimo tratamento, o trigo foi colhido deixando hastes da colhedora e distribuição da palha foram mantidos de forma homogenea em todas as a semeadura direta da soja utilizando uma semeadora KF modelo 9050 equipada com 9 linhas com , acoplada em um trator da marca Valmet eis pela abertura do sulcador do tipo haste de na ponta, e o mecanismo de sulco iguais lado a lado, Figura 3 – Mecanismos tipo haste/facão. (B) Sulcador tipo disco duplo. Fonte: Elaborado pelo autor, (2017 A variedade de soja utilizada foi a BRASMAX As sementes foram tratadas com fungicida Tiofanato Metílico + Fluazinam, fungicida/inseticida Piraclostrobina + Tiofanato Metílico + Fipronil, conforme recomendação dos fabricantes. A semeadura foi realizada ralização de tal (ARAUJO et al de 288.889 sementes por hectare, sendo que a profundidade de deposição da semente foi em média de 5 ha-1 (NPK) da fórmula comercial 2 O controle de plantas espontâneas foi realizada após a semeadura da soja, na dose de 2,5 L p.c. ha- O manejo de pragas e doenças foi realizado durante todo o período de condução do experimento, as aplicações foram feitas pelo produtor transitando com o trator e pulverizador no corredor entre as parcelas. 3.5 AVALIAÇÕES Todas as avaliações experimentais deste trabalho foram Mecanismos sulcadores da semeadora adubadora. B) Sulcador tipo disco duplo. nte: Elaborado pelo autor, (2017). e soja utilizada foi a BRASMAX PONTA 7166RSF IPRO s sementes foram tratadas com fungicida Tiofanato Metílico + Fluazinam, fungicida/inseticida Piraclostrobina + Tiofanato Metílico + Fipronil, conforme recomendação dos fabricantes. a foi realizada com a condição do solo friável, ideal para a ARAUJO et al., 2001). A densidade de sementes 288.889 sementes por hectare, sendo que a profundidade de deposição da ente foi em média de 5 cm. A adubação de base foi composta de 300 kg da fórmula comercial 2-20-20. O controle de plantas espontâneas foi realizada pelo produtor após a semeadura da soja, através da aplicação do herbicida glifosato 480 -1, conforme recomendação do fabricante. O manejo de pragas e doenças foi realizado durante todo o período de condução do experimento, de acordo com as recomendações da cultura, as aplicações foram feitas pelo produtor transitando com o trator e pulverizador no corredor entre as parcelas. Todas as avaliações experimentais deste trabalho foram 27 sulcadores da semeadora adubadora. (A) Sulcador PONTA 7166RSF IPRO. s sementes foram tratadas com fungicida Tiofanato Metílico + Fluazinam, fungicida/inseticida Piraclostrobina + Tiofanato Metílico + Fipronil, conforme friável, ideal para a ). A densidade de sementes utilizada foi 288.889 sementes por hectare, sendo que a profundidade de deposição da cm. A adubação de base foi composta de 300 kg pelo produtor 15 dias glifosato 480 g l-1, , conforme recomendação do fabricante. O manejo de pragas e doenças foi realizado durante todo o período de de acordo com as recomendações da cultura, onde as aplicações foram feitas pelo produtor transitando com o trator e pulverizador Todas as avaliações experimentais deste trabalho foram realizadas 28 apenas durante a fase final de desenvolvimento da cultura da soja. A área total do experimento foi de 864 m², com unidades experimentais de 24,3 m², sendo cada uma constituída por 9 linhas com espaçamento de 0,45 m e 6 m de comprimento. Considerou-se área útil de cada unidade experimental as 3 linhas centrais,desprezando-se 1,35 m nas extremidades de cada linha e com localização no centro de cada parcela, perfazendo uma área útil por parcela de 2 m². Destacando-se que cada área útil de cada parcela foi de 1,48 m de comprimento, compostas por três linhas de soja, onde foram selecionadas aleatoriamente 12 plantas da linha central, que foram submetidasàs seguintes avaliações: estatura da planta, altura de inserção do primeiro legume e número de legumes e grãos por planta. As demais avaliações tais como, estande final de plantas e produtividade foram realizadas em toda a área útil de cada parcela. No momento da colheita, em 02/04/2017, foi efetuada a contagem de todas as plantas da área útil de cada parcela. A estatura média das plantas foi medida no final do ciclo da cultura, medindo-se a distância entre a superfície do solo e o ápice do caule de 12 plantas da linha central da área útil de cada parcela experimental. A altura média da inserção do primeiro legume foi determinada no final do ciclo da cultura, medindo-se a distância compreendida entre a superfície do solo e a inserção do primeiro legume presente na planta, avaliando-se 12 plantas da linha central da área útil de cada parcela. O número médio de grãos por planta foi obtido pela relação entre o número de legumes de cada planta e grãos por vagem, avaliando-se 12 plantas da linha central da área útil de cada parcela. A produtividade final foi avaliada sobre a área útil de cada parcela com os tratamentos. As amostras foram retiradas da área experimental e levadas para o Campus Cerro Largoda UFFS, onde utilizou-se o trator e debulhador da instituição a fim de apurar a produtividade de grãos de cada tratamento. As amostras de cada tratamento foram pesadas e submetidas ao teste de umidade na unidade da COOPEROQUE (Cooperativa Mista São Roque), localizada na Vila Catarina, Salvador das Missões – RS. Após isto, a umidade 29 de cada amostra foi corrigida para 13%. Os dados obtidos a partir da avaliação de cada uma das variáveis foram submetidos a análise de variância (ANOVA). As médias foram comparadas por meio do teste de Tukey a 5% de probabilidade de erro, e quando necessário, realizou-se análise de regressão nos tratamentos quantitativos. 30 4 RESULTADOS E DISCUSSÃO 4.1 CONDIÇÕES METEOROLÓGICAS NO PERÍODO EXPERIMENTAL O período experimental teve uma duração de 148 dias, ou seja, do dia 04/11/2016 ao dia 02/04/2017. Neste intervalo temporal, as condições meteorológicas observadas foram de elevados índices de precipitação e temperatura média de 24,5ºC (Figura 4), sendo estas favoráveis ao desenvolvimento vegetal durante todo o ciclo da cultura. O total de chuva acumulada durante este período foi de 1.206 mm (266 % a mais), sendo este, um volume considerado elevado quando comparado aos dados normais do Instituto Nacional de Meteorologia (INMET), que apontam um volume médio de 452 mm de chuvas na região, no mesmo período. Figura 4 - Dados diários de chuva e temperatura média do ar na estação meteorológica da UFFS Cerro Largo durante o período experimental, de 04/11/2016 até 02/04/2017. Fonte: Elaborado pelo autor, (2017). 4.2 ESTANDE FINAL DE PLANTAS Os resultados das análises para avaliação do estande final de plantas, demonstraramque não houve diferença significativa em relação às médias comparadas entre as diferentes alturas de corte do trigo. Estes índices 0 20 40 60 80 100 120 140 160 180 15 18 21 24 27 30 C hu va ( m m ) T em pe ra tu ra d o ar ( °C ) Datas (dia/mês) Chuva Temperatura do ar 31 demonstraram ainda que o efeito de diferentes níveis de altura de corte do trigo não dependeu do nível de sistema sulcador presente, ou seja, não existe uma interação estatisticamente significativa entre alturas de corte do trigo e sistemas de semeadura da soja. Já na avaliação do estande final de plantas em relação aos sistemas sulcadores utilizados na semeadura da soja, observou–se que as médias da população de plantas de soja apresentaram diferença estatísticamente significante, como pode ser visualizado na Figura 5. Figura 5 – Estande de plantas de soja em relação às alturas de corte do trigo e sistemas sulcadores (Haste e Disco duplo) utilizados na semeadura da soja. Fonte: Diego André Goldschmidt. Esta úlima análise permite concluir que a população de plantas de soja foi maior onde foi utilizado o sistema de plantio com haste em relação a população de plantas de soja onde foi utilizado o sistema de disco-duplo nas três alturas de corte do trigo. Percebe-se, a partir dessa comparação, que a diferença entre as médias do estande de plantas, nos diferentes sistemas de semeadura, pode ter ocorrido em razão do contato que as sementes tiveram com o solo após a semeadura. Neste sentido, Casao Junior e Siqueira (2006), afirmam que o sistema de disco-duplo não possui capacidade de penetrar em solos compactados, quando comparados à haste sulcadora, podendo favorecer o contato direto do fertilizante com a semente prejudicando a germinação e y = -2460,5x + 263092 R² = 0,8686 y = -72,368x + 259539 R² = 0,0132 150000 170000 190000 210000 230000 250000 270000 290000 0 5 10 15 20 25 30 35 E st a n d e d e p la n ta s h a -¹ Altura de corte (cm) Disco Haste 32 emergência de plântulas. Ainda os mesmos autores destacam que esse sistema de sulco promove menor revolvimento do solo, mantendo a palhada sobre o mesmo. Ainda, de acordo com estudos realizados por Trezzi e Vidal (2004), as culturas antecessoras a soja utilizadas para cobertura ou para fins comerciais, têm a capacidade de suprimir algumas plantas daninhas pelo efeito físico. Por tanto, o processo de germinação da semente de soja pode ser prejudicado com a presença da cobertura de restos culturais antecessores. 4.3 ESTATURA DAS PLANTAS DE SOJA No que se refere à estatura das plantas de soja, quando observadas as médias comparadas entre os níveis de altura de corte do trigo e sistemas de semeadura, percebe-se, conforme os resultados apresentados na Figura 6, que não houve diferença estatisticamente significante em relação aos tratamentos utilizados. Figura 6 – Médias de estatura das plantas de soja nos tratamentos com as três alturas de corte (5, 15 e 30 cm) e dois tipos de sulcadores (haste e disco duplo). Fonte: Elaborado pelo autor, (2017). É importante ressaltar que o desenvolvimento das plantas de soja, em 0,0 20,0 40,0 60,0 80,0 100,0 120,0 140,0 5 15 30 E st a tu ra d a s o ja ( cm ) Altura de corte (cm) Haste Disco 33 todas as parcelas e tratamentos, foram favorecidos pelas chuvas que ocorreram em todo o período de desenvolvimento vegetal e reprodutivo da cultura, podendo-se associar este fato à uniformidade das estruturas das plantas na grande maioria das pacelas. Ainda cabe destacar que, de acordo com Câmara (2000), a homogenidade na altura da população de plantas da cultura da soja é determinada pela distribuição espacial e pelo desenvolvimento uniforme das plantas durante todo o seu ciclo vegetativo, interagindo com o ambiente que se encontra. 4.4 ALTURA DO PRIMEIRO LEGUME Tendo em consideração a altura de inserção do primeiro legume, observou-se que a diferença dos valores médios entre os níveis de alturas de corte do trigo não foi suficientemente grande para ser estatísticamente significante, como pode ser visto na Figura 7. Ainda, conforme demonstrado na Figura 7, na análise realizada quanto à altura da inserção do primeiro legume em relação aos diferentes níveis de sistemas de sulco na semeadura, averiguou-se que a diferença dos valores médios foi maior do que seria esperado por chance depois de permitir os efeitos das diferenças nas alturas de corte do trigo, refletindo em uma diferença estatisticamente significante. O efeito de diferentes níveis de altura de corte do trigo não depende do nível de sistemas de semeadura presente, ou seja, não existe uma interação estatisticamente significativa entre os tratamentos. 34 Figura 7 – Altura média de inserção do primeiro legume em relação às alturas de corte do trigo e sistemas de semeadura da soja. Fonte: Elaborado pelo autor, (2017). Percebe-se nesse trabalho que os resultados médios da altura de inserção do primeiro legume na planta de soja, em relação às alturas de corte do trigo, apresentara-se diferentes em relação dos resultados apresentados por Alonco e Antunes (1997). Os autores realizaram uma pesquisa direcionada à cultura do feijão, onde concluíram que alturas de corte do trigo influenciam no desenvolvimento vegetal da cultura do feijão. Os mesmos autores, confirmam em sua pesquisa que a resteva do trigo proporcionou um sombreamento que induziu a inserção de legumes nas plantas de acordo com a altura de corte das colhedoras, utilizadas. Através deste comparativo, pode-se concluir que o aumento médio da altura de inserção da primeira vagem na planta de soja, nas parcelas onde foi utilizado o sistema de haste sulcadora, comparada ao disco-duplo, pode ter relação com o estande de plantas nos diferentes tratamentos das parcelas, pois, segundo Gaudêncio et al. (1990), a população de plantas é um fator que determina um perfeito arranjo das plantas de soja, pois influencia na inserção de legumes e no desenvolvimento vegetal das plantas. y = 0,0531x + 24,494 R² = 0,7994 y = 0,0674x + 26,401 R² = 0,2147 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 0 5 10 15 20 25 30 35 A lt u ra p ri m e ir a v a g e m ( cm ) Altura de corte (cm) Haste Disco 35 4.5 NUMERO DE GRÃOS POR PLANTA Referente ao número de grãos por planta, quando médias comparadas entre os níveis de altura de corte do trigo e sistemas de semeadura, percebeu- se, conforme os resultados apresentados na Figura 8, que as diferenças não foram estatisticamente significantes em relação aos tratamentos utilizados. Figura 8 – Número médio de grãos por planta em relação às alturas de corte do trigo e sistemas de semeadura da soja. Fonte: Elaborado pelo autor, (2017). Conforme o estudo apontou, o número médio de grãos por legume de uma mesma planta de soja não apresentou diferença representativa dentro de uma população de plantas quando comparadas, sendo esta uma característica genética de cada cultivar. Os valores médios, quanto ao número de legumes e grãos por planta, podem diferenciar dentro da cadeia produtiva da cultura de soja, pois essas características dependem da distribuição espacial da população de plantas dentro do sistema produtivo, influenciando no número de ramificações e de legumes, bem como, pode modificar a produtividade da cultura (LAM- SANCHEZ; VELOSO, 1974). 200 210 220 230 240 250 260 5 15 30 G rã o s p la n ta -¹ Altura de corte (cm) Disco Haste 36 4.6 PRODUTIVIDADE No que diz respeito à produtividade da soja, não observou-se diferença significativa entre as médias, em relação às diferentes alturas de corte do trigo e sistemas de sulco na semeadura da soja. Observa-se na Figura 9, que as médias de produtividadeapresentaram diferentes comportamentos nos tratamentos. Percebeu-se ainda, que a produtividade da soja diminuiu conforme o aumento da altura de corte do trigo, assim como o uso do sistema disco-duplo para a abertura do sulco e deposição do fertilizante também influenciou na redução de produtividade em todos os tratamentos quando comparado ao sistema sulcador do tipo haste. Porém, mesmo esses valores médios de produtividade terem diferido entre tratamentos, tal diferença não foi estatisticamente significativa. Figura 9 – Produtividade média em ralação às diferentes alturas de corte do trigo e sistemas de semeadura da soja. Fonte: Elaborado pelo autor, (2017). Os resultados que apresentaram menor produtividade média no sistema de semeadura com o uso de disco-duplo no sulco podem estar relacionados aos resultados referentes ao estande final de plantas da soja, conforme visto anteriormente na Figura 5, onde ocorreu uma expressiva diferença da média populacional quando comparado ao sistema sulcador tipo haste. Ainda, em relação a queda de produtividade conforme aumento da altura 57,0 60,0 63,0 66,0 69,0 72,0 75,0 78,0 81,0 84,0 87,0 90,0 5 15 30 P ro d u ti v id a d e ( sc h a -1 ) Altura de corte (cm) Disco Haste 37 de corte do trigo, podemos destacar que os ramos de trigo, bem como os demais restos culturais que permanecem por um período prolongado após a colheita, podem causar algum dano físico ao desenvolvimento inicial da cultura da soja. Colaborando com esta conclusão, Machado (1987) afirma que prejuízos expressivos na produtividade podem ser ocasionados por organismos que causam danos às plantas, interferindo no desenvolvimento vegetal da cultura. Como consequência, tem-se que tais prejuízos acarretam a diminuição tanto na produtividade final como na qualidade do produto. A diferença na produtividade final nos diferentes tratamentos se reflete nas demais diferenças representativas que ocorreram em certas avaliações demosnstradas neste trabalho, sendo essas: estande de plantas, altura média de inserção do primeiro legume e número médio de grãos por planta. 38 5 CONCIDERAÇÕES FINAIS Assim, concluídas as análises, pode-se afirmar que as alturas de corte do trigo não interferiram significativamente nas características produtivas desta cultivar de soja. Constatou-se que o sistema de sulco disco-duplo influencia no desenvolvimento inicial proporcionando menor população de plantas de soja quando comparado ao sistema tipo haste. Além disso, a altura média de inserção da do primeiro legume foi maior no sistema disco-duplo em relação ao sistem tipo haste. É importante salientar que, em virtude das elevadas precipitações que ocorreram durante a execução do projeto, é possível que alguns resultados tenham sido influenciados, pois as plantas de soja tiveram um crescimento acima do normal da cultivar, o que pode ter influenciado na altura de inserssão dos primeiros legumes das plantas e o acamamento das plantas depois da fase de enchimento de grãos da cultura, podendo ainda ter prejudicado na produtividade característica da cultivar. Cabe destacar que é importante que se façam novos experimentos ao longo de safras, utilizando diferentes cultivares, para que se evidencie os resultados com maior precisão, auxiliando nas melhorias de práticas de manejo que se fazem importantes para o pleno desenvolvimento da cultura da soja, proporcionando maior produtividade e rentabilidade aos produtores. 39 REFERÊNCIAS AGRICULTURE, FOOD AND RURAL DEVELOPMENT. Residue management for successful direct seeding, 2005. Disponívelem: http://www1.agric.gov.ab.ca/$department/deptdocs.nsf/all/agdex 1205. Acessoem: 09 abr. 2017. ALBERTA, M.E. Equipment issues in crop residue management for direct seeding, 1999. Revised November. Disponível em: http://www1.agric.gov.ab.ca/$department/deptdocs.nsf/all/agdex1352. Acesso em: 09 abr. 2017. ALONCO, A. dos S.; ANTUNES, I. F. Semeadura direta de feijão em resteva de trigo visando a colheita mecanizada direta. Embrapa Informações Tecnológicas, 1997. 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