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UNIDADE 3 - AULA 12

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No presente capítulo, trataremos das principais obrigações acessó-
rias geradoras de vínculo empregatício, de modo que se franqueie ao 
leitor a correta compreensão das peculiaridades de cada uma delas, 
permitindo que a aplicação prática de tais obrigações seja promovida.
Com efeito, esse ponto das obrigações acessórias ora tratadas é de 
grande importância para o profissional da área de recursos humanos de 
uma empresa, pois a inobservância prática delas na rotina de uma cor-
poração poderá implicar responsabilização fiscal e correlatas sanções.
Antes de tudo, apenas a título conceitual e no intuito de facilitar a 
compreensão, as obrigações dividem-se em principal e acessórias.
Capítulo 12
Obrigações 
acessórias que 
geram vínculo 
empregatício
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A obrigação principal está relacionada ao efetivo pagamento do 
tributo ou ao efetivo cumprimento do vínculo empregatício, ao passo 
que as obrigações acessórias caminham ao lado dessa realidade fática, 
enumerando exigências legais no sentido de formalizar e melhor espe-
cificar as ocorrências fiscais e trabalhistas de uma organização e faci-
litando a atuação, em especial fiscalizatória, dos órgãos e mecanismos 
de controle do Poder Público.
O Departamento de Recursos Humanos, aliado à área de contabili-
dade, é certamente um dos setores de uma corporação mais impacta-
dos na rotina diária pelas exigências das legislações trabalhista e fiscal, 
haja vista a existência de diversos procedimentos previstos, os quais 
implicam responsabilidades em diversas esferas, sobretudo do ponto 
de vista fiscal e previdenciário.
Portanto, exige-se do profissional atuante nessas áreas um conheci-
mento multidisciplinar, a fim de conduzir as rotinas práticas em confor-
midade com os preceitos normativos, com atenção aos prazos legais, 
às formas de cálculos e às demais minúcias inerentes a essas tarefas, 
sendo certo que a criação do e-Social tornou um pouco menos comple-
xo o cumprimento de tais exigências legais.
Conforme sobredito, os Departamentos Contábil e de Recursos 
Humanos são os mais sobrecarregados pela necessidade de observân-
cia dos procedimentos exigidos pela legislação fiscal e trabalhista.
Contudo, não há uma atribuição direta de responsabilidade por tais 
questões; ou seja, tanto um departamento como o outro pode ser de-
signado o responsável pelo trato e pela condução dessas obrigações 
acessórias, dependendo da organização interna da empresa e também 
do seu porte, uma vez que empresas menores tenderão a terceirizar 
essas tarefas para escritórios externos de contabilidade, ao passo que 
empresas maiores concentrarão essas mesmas tarefas em sua estru-
tura interna (possivelmente dentro do seu setor de recursos humanos) 
havendo nenhuma norma que determine ou atribua competência a um 
ou a outro departamento/profissional.
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1 Programa de Integração Social (PIS)
Como dito anteriormente, o Programa de Integração Social (PIS) é 
uma contribuição social de natureza tributária que tem como escopo 
a integração entre o empregado de uma instituição privada e o regular 
desenvolvimento dessa instituição no setor de mercado em que ela está 
inserida, constituindo-se, também, uma obrigação acessória, de respon-
sabilidade das corporações empregadoras.
A responsabilidade pela coordenação do PIS é de atribuição da Caixa 
Econômica Federal (CEF), e tem como meta o financiamento de benefí-
cios trabalhistas, como o seguro-desemprego e o abono salarial.
IMPORTANTE 
Oportuno registrar que as empresas do terceiro setor estão dispensadas 
do recolhimento da contribuição do Programa de Integração Social (PIS).
 
Nesse passo, a Receita Federal, por meio da Instrução Normativa 
no 1.252/2012 (BRASIL, 2012), veio regular a obrigatoriedade da 
Escrituração Fiscal Digital da Contribuição para o PIS/Pasep (bem como 
da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social – Cofins e 
da Contribuição Previdenciária sobre a Receita), que passou a ser deno-
minada EFD – Contribuições.
Esse novo formato de escrituração dessas espécies tributárias, além 
de uniformizar o processo, favorece o monitoramento e a atuação fisca-
lizatória por parte da própria Receita Federal do Brasil.
A EFD – Contribuições é uma obrigação tributária acessória e deve 
ser transmitida eletronicamente ao Sistema Público de Escrituração 
Digital (Sped). Essa é uma obrigação mensal das pessoas jurídicas, e 
a transmissão deve ser efetuada até o décimo dia útil do segundo mês 
que suceder àquele a que se refira a escrituração; procedimento igual 
nos casos de extinção, incorporação, fusão, cisão total ou parcial. 
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2 Cadastro Geral de Empregados 
e Desempregados (Caged)
O Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) foi instituí-
do com vistas à manutenção de um registro de caráter permanente, a fim 
de certificar as admissões e demissões de empregados em uma empresa.
O Caged é útil para a operacionalização de alguns programas so-
ciais, em especial o Programa do Seguro-Desemprego, pois permite a 
verificação dos dados atinentes aos vínculos trabalhistas, além de con-
tribuir para a construção de estudos e de novos programas de amparo 
e para a formatação de ações a serem geridas e desenvolvidas pelo 
Poder Público responsável.
Essa obrigação acessória deve ser cumprida até o dia 7 do mês sub-
sequente ao da incidência das informações.
3 Declaração do Imposto de Renda Retido na 
Fonte (Dirf)
Além das obrigações contidas na Consolidação das Leis do Trabalho 
(BRASIL, 1943), como a anotação da CTPS do empregado e a elabo-
ração de ficha de registro de empregado, o empregador deve cumprir 
outras obrigações, previstas em outras normas.
Uma das principais obrigações acessórias do empregador, em de-
corrência do contrato de trabalho individual, diz respeito à questão tribu-
tária, em especial ao recolhimento do imposto de renda (IRPF), devido 
pelo empregado.
Dessa forma, o instrumento legal de observância obrigatória pelo 
empregador é o Decreto no 3.000, de 26 de março de 1999, que regula-
menta a tributação, a fiscalização, a arrecadação e a administração do 
imposto sobre a renda, cabendo ressaltar que o artigo 43 prevê quais 
são os rendimentos tributáveis do empregado, nos seguintes termos:
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Art. 43. São tributáveis os rendimentos provenientes do trabalho 
assalariado, as remunerações por trabalho prestado no exercício 
de empregos, cargos e funções, e quaisquer proventos ou vanta-
gens percebidos, tais como:
I – salários, ordenados, vencimentos, soldos, soldadas, vantagens, 
subsídios, honorários,diárias de comparecimento, bolsas de es-
tudo e de pesquisa, remuneração de estagiários;
II – férias, inclusive as pagas em dobro, transformadas em pecúnia 
ou indenizadas, acrescidas dos respectivos abonos;
III –  licença especial ou licença-prêmio, inclusive quando conver-
tida em pecúnia;
IV  –  gratificações, participações, interesses, percentagens, prê-
mios e quotas-partes de multas ou receitas;
V – comissões e corretagens;
VI – aluguel do imóvel ocupado pelo empregado e pago pelo em-
pregador a terceiros, ou a diferença entre o aluguel que o emprega-
dor paga pela locação do imóvel e o que cobra a menos do empre-
gado pela respectiva sublocação;
VII – valor locativo de cessão do uso de bens de propriedade do 
empregador;
VIII – pagamento ou reembolso do imposto ou contribuições que a 
lei prevê como encargo do assalariado;
IX – prêmio de seguro individual de vida do empregado pago pelo 
empregador, quando o empregado é o beneficiário do seguro, ou 
indica o beneficiário deste;
X – verbas, dotações ou auxílios, para representações ou cus-
teio de despesas necessárias para o exercício de cargo, função 
ou emprego [...]. (BRASIL, 1999)
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.PARA SABER MAIS 
Para mais informações, consulte o site da Receita Federal do Brasil: 
<https://idg.receita.fazenda.gov.br>.
 
Sendo assim, o contribuinte do tributo em análise será a pessoa física 
residente no Brasil, remunerada em virtude de trabalhos ou serviços pres-
tados no exercício de empregos, cargos e funções, ou seja, o empregado.
Cabe mencionar que o imposto de renda (IRPF) será calculado me-
diante a utilização da tabela progressiva mensal, disponibilizada pela 
Receita Federal do Brasil. Atualmente, as alíquotas variam de 7,5% a 
27,5%, dependendo da faixa de rendimentos prevista na referida tabela.
Segundo o MAFON – Manual do Imposto Sobre a Renda Retido na 
Fonte (2016, p. 9), elaborado pela Secretaria da Receita Federal do Brasil, 
no que toca à determinação da base de cálculo atinente à incidência do 
imposto na fonte, serão objeto de dedução do rendimento bruto:
1. Valores recebidos a título de pensão alimentícia, inclusive alimen-
tos provisionais.
2. A quantia mensal de R$ 189,59 por dependente.
3. Recolhimento de contribuições previdenciárias perante qualquer 
ente da Federação.
4. Recolhimento de contribuições perante entidades de previdência 
complementar domiciliadas no Brasil e de contribuições para o 
Fapi, desde que o ônus tenha sido do contribuinte.
5. Recolhimento de contribuições junto a entidades fechadas de 
previdência complementar de natureza pública, desde que o ônus 
tenha sido do contribuinte.
No tocante ao momento de incidência do Imposto de Renda Retido 
na Fonte (IRRF), os artigos 7o, 12-A e 12-B, da Lei Federal no 7.713, de 
22 de dezembro de 1988, deixam bem claro que o respectivo valor será 
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retido por ocasião de cada pagamento efetuado ao empregado no mês, 
sendo certo que, caso haja mais de um pagamento no mesmo mês, 
pelo empregador (por exemplo, o adiantamento), a alíquota a ser apli-
cada será correspondente à soma dos rendimentos pagos, a qualquer 
título, compensando-se o imposto de renda (IRPF) retido anteriormente.
Cabe ressaltar que o imposto de renda devido por ocasião do rece-
bimento do décimo terceiro salário e das férias pelo empregado enseja 
a observância de algumas regras específicas por parte do empregador. 
Dessa forma, se faz necessária, mais uma vez, as explicações contidas 
no MAFON – Manual do Imposto Sobre a Renda Retido na Fonte (2016, 
p. 139-141), em conformidade com o quadro 1 e o quadro 2:
Figura 1 – Principais regras do IR sobre o décimo terceiro salário
Será tributado em sua integralidade por ocasião do seu 
pagamento, com base na tabela progressiva mensal vigente 
no mês desse pagamento.
Considera-se mês de pagamento o mês de dezembro ou o 
mês da rescisão do contrato individual de trabalho.
Não há retenção na fonte em virtude de antecipações do 
décimo terceiro salário.
No que toca a eventual pagamento de complementação do 
décimo terceiro salário em data posterior ao mês de quitação, 
o montante de imposto devido sobre o valor total dessa 
gratificação deverá ser recalculado, empregando-se a tabela 
do mês da quitação, donde se deduzirá a quantia do imposto 
retido em oportunidade anterior.
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O valor recebido a título de férias, com o acréscimo do adicional de 
1/3, deverá ser tributado no preciso mês em que auferido, separada-
mente dos demais rendimentos percebidos naquele mês, sendo certo 
que não incidirá na base de cálculo do IRRF os valores destinados às 
pessoas físicas que se amoldem às situações abaixo:
Figura 2 – Principais regras do IR sobre as férias
Por fim, cabe destacar que a responsabilidade pelo repasse do res-
pectivo tributo apurado (IRPF) junto ao Fisco é do empregador, em razão 
da lei considerar como fonte pagadora a pessoa física ou pessoa jurídica 
que pagar os rendimentos decorrentes do contrato individual de trabalho.
Vale recordar que a retenção do imposto de renda retido na fonte 
(IRRF) por parte do empregador poderá caracterizar a prática de crime, 
razão pela qual o empregador ficará sujeito às penalidades decorrentes 
da instauração de um processo de natureza penal.
4 Relação Anual de Informações Sociais 
(Rais)
Outra obrigação acessória muito importante para o empregador é a 
entrega da Relação Anual de Informações Sociais (Rais), instituída pelo 
Férias não gozadas, sejam integrais, proporcionais ou em dobro, 
convertidas em pecúnia, e adicional de 1/3 quando parte do 
pagamento das férias, no momento da extinção do contrato de 
trabalho, seja por rescisão, aposentadoria ou exoneração, respeitados 
os termos dos atos declaratórios emanados pelo Procurador-Geral da 
Fazenda Nacional no tocante a essas questões.
Abono pecuniário relativo à conversão de 1/3 do período de férias, de 
que trata o art. 143 da CLT.
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Decreto no 76.900, de 23 de dezembro de 1975, com o objetivo de obter 
elementos destinados a suprir as necessidades de controle, estatística 
e informações das entidades governamentais da área social.
O parágrafo único do artigo 1o do Decreto no 76.900 (1975) não dei-
xa dúvidas acerca dos objetivos de tal obrigação acessória, ao passo 
que dispõe:
[...]
Parágrafo único. A RAIS deverá conter as informações periodica-
mente solicitadas pelas instituições vinculadas aos Ministérios da 
Fazenda, Trabalho, Interior e Previdência e Assistência Social, espe-
cialmente no tocante:
a) ao cumprimento da legislação relativa ao Programa de Integra-
çãoSocial (PIS) e ao Programa de Formação do Patrimônio do 
Servidor Público (Pasep), sob a supervisão da Caixa Econômica 
Federal;
b) às exigências da legislação de nacionalização do trabalho;
c) ao fornecimento de subsídios para controle dos registros relati-
vos ao Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS);
d) ao estabelecimento de um sistema de controle central da arreca-
dação e da concessão e benefícios por parte do Instituto Nacional 
de Previdência Social (INPS);1
e) à coleta de dados indispensáveis aos estudos técnicos, de natu-
reza estatística e atuarial, dos serviços especializados dos Minis-
térios citados.
1 Atualmente, a autarquia previdenciária é denominada Instituto Nacional do Seguro Social – INSS.
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Segundo o Ministério do Trabalho, os dados obtidos com a entrega 
da RAIS constituem expressivos insumos para atendimento das seguin-
tes necessidades:
a. da legislação da nacionalização do trabalho;
b. de controle dos registros do FGTS;
c. dos Sistemas de Arrecadação e de Concessão e Benefícios 
Previdenciários;
d. de estudos técnicos de natureza estatística e atuarial;
e. de identificação do trabalhador com direito ao abono salarial 
PIS/Pasep.
Anualmente, o Ministério do Trabalho edita um ato normativo com 
vistas a aprovar instruções para o preenchimento da declaração da Rais 
do respectivo ano-base. 
Nesse sentido, o ato normativo vigente, editado pelo Ministério do 
Trabalho, é a Portaria no 1.464, de 30 de dezembro de 2016.
Segundo o artigo 2o da Portaria no 1.464 (BRASIL, 2016), estão obri-
gados a declarar a Rais:
I – empregadores urbanos e rurais, conforme definido no art. 2o 
da Consolidação das Leis do Trabalho – CLT e no art. 3o da Lei 
no 5.889, de 8 de junho de 1973, respectivamente;
II – filiais, agências, sucursais, representações ou quaisquer outras 
formas de entidades vinculadas à pessoa jurídica domiciliada no 
exterior;
III – autônomos ou profissionais liberais que tenham mantido 
empregados no ano-base;
IV – órgãos e entidades da administração direta, autárquica e funda-
cional dos governos federal, estadual, do Distrito Federal e municipal;
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V – conselhos profissionais, criados por lei, com atribuições de 
fiscalização do exercício profissional, e as entidades paraestatais;
VI – condomínios e sociedades civis; e
VII – cartórios extrajudiciais e consórcios de empresas.
Cabe ressaltar, ainda, que mesmo o estabelecimento inscrito no 
Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ) que não manteve empre-
gados ou que permaneceu inativo no ano-base está obrigado a entregar 
a Rais; nesse caso, será uma Rais negativa, mediante o preenchimento 
apenas dos dados a ele pertinentes.
Dentre as informações que deverão constar da Rais, o artigo 3o da 
Portaria no 1.464 (BRASIL, 2016) estabelece que:
Art. 3o O empregador, ou aquele legalmente responsável pela pres-
tação das informações, deverá relacionar na RAIS de cada estabe-
lecimento, os vínculos laborais havidos ou em curso no ano-base e 
não apenas os existentes em 31 de dezembro, abrangendo:
I – empregados urbanos e rurais, contratados por prazo indeter-
minado ou determinado;
II – trabalhadores temporários regidos pela Lei no 6.019, de 3 de 
janeiro de 1974;
III – diretores sem vínculo empregatício para os quais o estabele-
cimento tenha optado pelo recolhimento do Fundo de Garantia do 
Tempo de Serviço – FGTS;
IV – servidores da administração pública direta ou indireta federal, 
estadual, do Distrito Federal ou municipal, bem como das funda-
ções supervisionadas;
V – servidores públicos não efetivos, demissíveis ad nutum ou 
admitidos por meio de legislação especial, não regidos pela CLT;
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VI – empregados dos cartórios extrajudiciais;
VII – trabalhadores avulsos, aqueles que prestam serviços de na-
tureza urbana ou rural a diversas empresas, sem vínculo emprega-
tício, com a intermediação obrigatória do órgão gestor de mão de 
obra, nos termos da Lei no 8.630, de 25 de fevereiro de 1993, ou do 
sindicato da categoria;
VIII – trabalhadores com contrato de trabalho por prazo determina-
do, regidos pela Lei no 9.601, de 21 de janeiro de 1998;
IX – aprendiz contratado nos termos do art. 428 da CLT, regulamen-
tado pelo Decreto no 5.598, de 1o de dezembro de 2005;
X – trabalhadores com contrato de trabalho por tempo determina-
do, regidos pela Lei no 8.745, de 9 de dezembro de 1993;
XI – trabalhadores regidos pelo Estatuto do Trabalhador Rural, Lei 
no 5.889, de 8 de junho de 1973;
XII – trabalhadores com contrato de trabalho por prazo determina-
do, regidos por Lei Estadual;
XIII – trabalhadores com contrato de trabalho por prazo determina-
do, regidos por Lei Municipal;
XIV – servidores e trabalhadores licenciados;
XV – servidores públicos cedidos e requisitados; e
XVI – dirigentes sindicais.
Parágrafo único. Os empregadores deverão, ainda, informar na 
RAIS:
I – os quantitativos de arrecadação das contribuições sindicais 
previstas no art. 579 da CLT, devidas aos sindicatos das respecti-
vas categorias econômicas e profissionais ou das profissões libe-
rais e as respectivas entidades sindicais beneficiárias;
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II – a entidade sindical a qual se encontram filiados; e
III – os empregados que tiveram desconto de contribuição associa-
tiva, com a identificação da entidade sindical beneficiária.
Por fim, cumpre ressaltar que o empregador é obrigado a manter 
em seus arquivos, durante cinco anos, à disposição do trabalhador e da 
Fiscalização do Trabalho, o relatório impresso, bem como o respectivo 
recibo de entrega da RAIS.
Considerações finais
Neste capítulo, vimos as principais obrigações acessórias do empre-
gador, que nada mais são do que rotinas normais e de suma importân-
cia para um departamento de recursos humanos, cuja inobservância 
poderá acarretar a aplicação de multas pelas autoridades competentes 
e gerar passivos no patrimônio do empregador, sem mencionar o ris-
co de caracterização da prática de crime, caso não haja o repasse do 
Imposto de Renda Retido na Fonte (IRRF) para o Fisco.
Referências
BRASIL. Consolidação das Leis do Trabalho. Decreto-lei no 5.452, de 1o de maio 
de 1943. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/
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em: 16 jul. 2017.
__________. Decreto no 3.000, de 26 de março de 1999. Disponível em: <http://
www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/d3000.htm>. Acesso em: 16 jul.2017.
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152 Legislação, rotinas de pessoal e benefícios M
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Diário Oficial da União, Ministério do Trabalho, Brasília, DF, 30 dez. 2016b. 
Seção 1. Disponível em: <http://www.rais.gov.br/sitio/rais_ftp/PortariaRAIS2016.
pdf>. Acesso em: 16 jul. 2017. .

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