Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
DIREITO CIVIL Pessoa Jurídica e Bens Livro Eletrônico Presidente: Gabriel Granjeiro Vice-Presidente: Rodrigo Calado Diretor Pedagógico: Erico Teixeira Diretora de Produção Educacional: Vivian Higashi Gerência de Produção de Conteúdo: Magno Coimbra Coordenadora Pedagógica: Élica Lopes Todo o material desta apostila (incluídos textos e imagens) está protegido por direitos autorais do Gran. Será proibida toda forma de plágio, cópia, reprodução ou qualquer outra forma de uso, não autorizada expressamente, seja ela onerosa ou não, sujeitando-se o transgressor às penalidades previstas civil e criminalmente. CÓDIGO: 231123489353 ANTÔNIO ALEX Doutorando em Direito pelo UniCEUB; mestre pela UnB; bacharel em Direito e Engenharia Elétrica pela UnB. Possui licenciatura em Física; pós-graduação em Direito Notarial e Registral, Direito Processual Civil e Gestão Pública. Atua como advogado voluntário no Núcleo Cível de Tribunais Superiores da Defensoria Pública do DF. Servidor público federal aprovado em vários concursos públicos. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Marcelly - 70093803680, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. 3 de 154gran.com.br Direito Civil Pessoa Jurídica e Bens Antônio Alex SUMÁRIO Apresentação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5 Pessoa Jurídica e Bens . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7 1. Conceito de Pessoa Jurídica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7 2. Constituição da Pessoa Jurídica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9 3. Tipos de Pessoa Jurídica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16 4. Domicílio da Pessoa Jurídica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 26 5. Associações . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 28 6. Fundações . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 35 7. Organizações Religiosas e Partidos Políticos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 41 8. Sociedades . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 43 9. EIRELI . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 43 10. Desconsideração da Personalidade Jurídica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 44 11. Extinção da Pessoa Jurídica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 50 12. Direitos de Personalidade da Pessoa Jurídica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 51 13. Conceito de Bem . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 52 14. Classificação dos Bens . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 53 15. Bens Considerados em Si Mesmos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 54 15.1. Bens Imóveis . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 54 15.2. Bens Móveis . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 56 15.3. Bens Fungíveis e Consumíveis . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 60 15.4. Bens Divisíveis . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 60 15.5. Bens Singulares e Coletivos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 61 16. Bens Reciprocamente Considerados . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 64 16.1. Bens Principais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 64 16.2. Bens Acessórios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 65 17. Titularidade de Domínio . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 73 17.1. Bens Particulares . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 73 17.2. Bens Públicos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 73 resumo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 79 Mapas Mentais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 88 O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Marcelly - 70093803680, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.gran.com.br https://www.gran.com.br 4 de 154gran.com.br Direito Civil Pessoa Jurídica e Bens Antônio Alex Questões de Concurso . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 95 Gabarito . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 108 Gabarito Comentado . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 109 referências . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 153 O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Marcelly - 70093803680, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.gran.com.br https://www.gran.com.br 5 de 154gran.com.br Direito Civil Pessoa Jurídica e Bens Antônio Alex APreSeNtAÇÃoAPreSeNtAÇÃo Olá, querido(a) aluno(a), tudo bem? Sou o professor Antônio Alex Pinheiro. Inicialmente, gostaria de lhe dizer que foi com grande satisfação que aceitei o desafio de elaborar aulas para sua preparação para o exame da OAB (Exame da Ordem). A minha aprovação nesse exame corresponde a uma das maiores alegrias da minha vida, sendo que tenho certeza de que brevemente você vivenciará essa experiência incrível e que vai transformar sua vida. Vou me apresentar rapidamente, principalmente para que você entenda a lógica de organização do curso. Sou graduado em Engenharia Elétrica e Direito pela UnB, com Mestrado também pela UnB, cursando atualmente o Doutorado em Direito pelo UniCeub. Possuo pós-graduação em Direito Processual Civil e em Direito Notarial. Também finalizei o curso de licenciatura em Física. Minha experiência com concursos públicos começou no ano de 2003 e continua até então. Nessa trajetória fui aprovado nos concursos públicos da Caixa Econômica Federal, Polícia Rodoviária Federal, Polícia Federal, Curso de Oficial daPMDF, professor da Secretaria de Educação do Distrito Federal, professor do Instituto Federal de Brasília e Anatel. Atualmente, ocupo o cargo de Especialista em Regulação na Anatel. Recentemente, logrei êxito na aprovação para o cargo de Notário e Registrador dos Tribunais de Justiça do Ceará, do Amazonas, do Paraná e de Santa Catarina, quando aprofundei meus estudos em relação ao Direito Civil. No concurso para o cargo de Notário ou Registrador, o conteúdo de Direito Civil tem um peso extremamente importante nas três fases: prova objetiva, prova discursiva e prova oral. Desde o ano de 2015, exerço também a advocacia voluntária pela Defensoria Pública do DF na área de Direito Civil. Atualmente, estou lotado no Núcleo de Defensoria Pública do DF junto aos Tribunais Superiores, atividade que me trouxe grande aprendizado na área de Direito Civil. Como fruto de minhas pesquisas, recentemente publiquei livros na área de Direito Civil. Inclusive, nos anos de 2021 e 2022, recebi uma premiação da Confederação Nacional dos Notários e Registradores como um autor de obras jurídicas de referência para a preparação desses profissionais. O nosso curso de Direito Civil foi elaborado sabendo que, diante da vida corrida, o aluno não dispõe de muito tempo disponível para seu estudo. Assim, cada aula foi estrategicamente pensada e elaborada com os principais conceitos relacionados ao respectivo assunto para facilitar o entendimento e a fixação do conteúdo. Além do mais, tendo em vista a forte cobrança de lei seca em questões de Direito Civil, para economizar seu tempo, sempre farei menção aos artigos correspondentes ao conteúdo estudado, então não pule a leitura da lei O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Marcelly - 70093803680, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.gran.com.br https://www.gran.com.br 6 de 154gran.com.br Direito Civil Pessoa Jurídica e Bens Antônio Alex seca. Dessa forma, além de você entender o conceito estudado, vai saber como o assunto é disposto na respectiva redação da lei, para não errar. Procurei esgotar questões que já caíram em provas anteriores do exame da ordem da OAB, complementando com questões de concursos quando necessário. Assim, ao final da aula, apresento uma lista de exercícios dos últimos anos que permitem a fixação do conteúdo estudado. Por fim, os esquemas e resumos trazem os principais pontos estudados em cada aula, os quais recomendo que sejam estudados entre os intervalos das aulas para facilitar a fixação do conteúdo e na última semana antes da prova. Minha intenção é fazer com que você seja aprovado no exame da OAB, bem como possa exercer com segurança a advocacia na área Cível. Espero que você goste do que vamos estudar e do material a seguir. O seu feedback da aula é muito importante para que eu possa melhorar o material, não se esqueça de avaliar ou me enviar uma mensagem pelas redes sociais. Por favor: material obrigatório! Então, fica ligado no curso GRAN. Estou esperando as dúvidas no Fórum do aluno! Muito bem-vindo ao nosso curso, vamos ao trabalho e à sua aprovação! “Nenhum obstáculo é tão grande se sua vontade de vencer for maior.” Forte abraço e bons estudos! Antônio Alex Pinheiro @prof._antonio_alex O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Marcelly - 70093803680, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.gran.com.br https://www.gran.com.br 7 de 154gran.com.br Direito Civil Pessoa Jurídica e Bens Antônio Alex PPESSOA JURÍDICA E BENSESSOA JURÍDICA E BENS 1 . CoNCeito De PeSSoA JUrÍDiCA1 . CoNCeito De PeSSoA JUrÍDiCA Pessoa Jurídica é o grupamento humano, com personalidade jurídica própria, criado na forma da lei, para consecução de fins comuns. A pessoa jurídica é uma decorrência da capacidade de viver em sociedade dos seres humanos, que procuram se agrupar para atingir de forma mais eficiente seus objetivos. Além das pessoas físicas ou naturais, as pessoas jurídicas, que são entidades abstratas criadas pelo homem por meio de ferramentas jurídicas, passaram a ser reconhecidas como sujeito de direito e de obrigações, com personalidade jurídica própria. Um ponto importante que deve ser esclarecido é que o simples fato de uma entidade possuir o Cadastro Nacional das Pessoas Jurídicas (CNPJ) na Secretaria da Receita Federal do Brasil não significa que a entidade necessariamente será uma pessoa jurídica. Quem vai dizer necessariamente quem são as pessoas jurídicas é a lei, mais precisamente o Código Civil. Diante do exposto, uma entidade pode possuir CNPJ simplesmente para fins tributários, não constituindo uma pessoa jurídica. A natureza jurídica das pessoas jurídicas é explicada por diferentes teorias, destacando- se inicialmente as Correntes Negativista e Afirmativista. Segundo a Corrente Negativista, a pessoa jurídica é simplesmente um agrupamento de pessoas, não existindo uma vontade autônoma da pessoa jurídica. Entretanto, a referida corrente não prevaleceu. Já a Corrente Afirmativista prevalece, aceitando a existência autônoma da pessoa jurídica. Esta corrente pode ser subdividida em 3 (três) outras teorias: Teoria da Ficção Teoria da Realidade Objetiva Teoria da Realidade Técnica A pessoa jurídica seria uma criação da pura técnica do direito, tendo uma existência meramente ideal ou abstrata. As críticas à referida teoria é que ela enxerga a pessoa jurídica no plano das ideias, desprezando as relações sociais. A pessoa jurídica seria um organismo social vivo, não sendo explicada pela técnica do direito, mas pela sociologia. A crítica a esta teoria é que ela limitou o estudo da pessoa jurídica no campo da sociologia, desprezando a técnica do direito na constituição da pessoa jurídica. A pessoa jurídica seria uma criação do direito, mas que também participa de relações sociais. A Teoria da Realidade Técnica da pessoa jurídica é a adotada pelo Código Civil de 2002. Vamos ver como esse assunto cai em prova: O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Marcelly - 70093803680, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.gran.com.br https://www.gran.com.br 8 de 154gran.com.br Direito Civil Pessoa Jurídica e Bens Antônio Alex 001. 001. (QUADRIX/CAU-SC/ADVOGADO/2022) As pessoas jurídicas podem ser conceituadas como sendo conjuntos de a) pessoas, que não adquirem personalidade própria, mas podem assumir obrigações e ser titulares de direitos. b) bens arrecadados, que adquirem personalidade própria por uma ficção legal, mas são incapazes de assumir obrigações. c) pessoas ou de bens arrecadados, sem personalidade própria. d) pessoas ou de bens arrecadados, que adquirem personalidade própria por uma ficção legal. e) pessoas ou de bens arrecadados, que adquirem personalidade própria, com capacidade para assumir obrigações, mas não podem ser titulares de direitos. a) Errada. A pessoa jurídica adquire personalidade própria, que não se confunde com as pessoas que a constituem, conforme prevê o art. 49-A do CC: Art. 49-A. A pessoa jurídica não se confunde com os seus sócios, associados, instituidores ou administradores. Parágrafo único. A autonomia patrimonial das pessoas jurídicas é um instrumento lícito de alocação e segregação de riscos, estabelecido pela lei com a finalidade de estimular empreendimentos, para a geração de empregos, tributo, renda e inovação em benefício de todos. b) Errada. A pessoa jurídica tem personalidade e capacidade para adquirir obrigações. c) Errada. A pessoa jurídica adquire personalidade própria, distinta daqueles que aconstituem. d) Certa. De fato, a pessoa jurídica é o ente abstrato, criado por ficção legal e formado pelo conjunto de bens ou pessoas, que tem identidade própria (e, portanto, existência e responsabilidade jurídicas), podendo ser de direito público ou privado, conforme dispõe o art. 40 do CC: Art. 40. As pessoas jurídicas são de direito público, interno ou externo, e de direito privado. Vale lembrar que há três teorias explicativas da pessoa jurídica: 1) Teoria da ficção legal: entende que a pessoa jurídica não tem existência real, sendo apenas uma abstração criada por lei. Capitaneada por Savigny, tal teoria sustenta que só a pessoa natural tem vontade e, assim, existência real. 2) Teoria da realidade objetiva ou orgânica: sustenta que a pessoa jurídica não é uma ficção legal, mas uma realidade sociológica, dotada de existência e vontade próprias, distintas das de seus membros, que nascem por imposição de forças sociais. Capitaneada por de Gierke e Zitelman, é criticada, ao argumento de que a volitividade O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Marcelly - 70093803680, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.gran.com.br https://www.gran.com.br https://www.tecconcursos.com.br/bancas/quadrix https://www.tecconcursos.com.br/concursos/advogado-cau-sc-2022 9 de 154gran.com.br Direito Civil Pessoa Jurídica e Bens Antônio Alex é característica apenas da pessoa humana. 3)Teoria da realidade técnica (ou teoria das instituições jurídicas, de Hauriou): entende que a personalidade jurídica é atribuída pela ordem jurídica estatal, ou seja, é conferida pelo direito, sendo um expediente técnico. As pessoas jurídicas são uma realidade jurídica, com atuação social reconhecida. É, segundo a doutrina, a que melhor define a pessoa jurídica. e) Errada. A pessoa jurídica tem personalidade e capacidade para adquirir obrigações, bem como para ser titular de direitos. Letra d. 2 . CoNStitUiÇÃo DA PeSSoA JUrÍDiCA2 . CoNStitUiÇÃo DA PeSSoA JUrÍDiCA Inicialmente, cabe esclarecer que conforme o Código Civil, existem pessoas jurídicas de direito privado e de direito público interno ou externo. Para a constituição das pessoas jurídicas de direito privado, alguns requisitos são exigidos para a criação de uma pessoa jurídica: a) Vontade humana: vontade de criar uma entidade distinta de seus membros; b) Elaboração do ato constitutivo: elaboração do estatuto ou contrato. O estatuto social é utilizado pelas sociedades em ações, cooperativas e entidades sem fins lucrativos. O contrato social é utilizado pelas demais sociedades; c) Registro do ato constitutivo: no Registro Civil de Pessoas Jurídicas ou Junta Comercial, a depender na natureza da pessoa jurídica; d) Objetivos Lícitos: objetivos ilícitos podem impedir o registro ou extinguir a pessoa jurídica. Além do mais, conforme art. 45 do Código Civil, há um requisito que é exigido apenas para algumas pessoas jurídicas, tendo em vista o interesse estratégico de seus fins, por exemplo, empresas estrangeiras, agências de seguros, bancos e outras: O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Marcelly - 70093803680, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.gran.com.br https://www.gran.com.br http://www.portaldecontabilidade.com.br/tematicas/cooperativas.htm 10 de 154gran.com.br Direito Civil Pessoa Jurídica e Bens Antônio Alex e) Autorização do Poder Executivo. Art. 45. Começa a existência legal das pessoas jurídicas de direito privado com a inscrição do ato constitutivo no respectivo registro, precedida, quando necessário, de autorização ou aprovação do Poder Executivo, averbando-se no registro todas as alterações por que passar o ato constitutivo. Parágrafo único. Decai em três anos o direito de anular a constituição das pessoas jurídicas de direito privado, por defeito do ato respectivo, contado o prazo da publicação de sua inscrição no registro. 002. 002. (CEBRASPE-CESPE/MPE-AC/PROMOTOR DE JUSTIÇA/2022) O prazo para anular a constituição das pessoas jurídicas de direito privado conta-se do(a) a) conhecimento da irregularidade. b) assinatura do ato constitutivo. c) publicação da inscrição no registro. d) início das atividades. e) primeira reunião deliberativa. As pessoas jurídicas de direito privado têm sua constituição iniciada com o registro do ato constitutivo (estatuto ou contrato social). No entanto, o direito à anulação, por defeito do respectivo ato, está sujeito a prazo decadencial e se opera em três anos, contados da publicação do registro (inscrição do ato constitutivo no respectivo registro), conforme prevê o art. 45, p.u., do CC. Veja: Art. 45. Começa a existência legal das pessoas jurídicas de direito privado com a inscrição do ato constitutivo no respectivo registro, precedida, quando necessário, de autorização ou aprovação do Poder Executivo, averbando-se no registro todas as alterações por que passar o ato constitutivo. Parágrafo único. Decai em três anos o direito de anular a constituição das pessoas jurídicas de direito privado, por defeito do ato respectivo, contado o prazo da publicação de sua inscrição no registro. Letra c. A pessoa natural adquire personalidade jurídica a partir do nascimento com a vida. E para a pessoa jurídica, como funciona? O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Marcelly - 70093803680, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.gran.com.br https://www.gran.com.br https://www.tecconcursos.com.br/bancas/cebraspe https://www.tecconcursos.com.br/concursos/promotor-de-justica-mpe-ac-2022 11 de 154gran.com.br Direito Civil Pessoa Jurídica e Bens Antônio Alex Ainda conforme o art. 45 do CC, a existência legal das pessoas jurídicas de direito privado começa com a inscrição do ato constitutivo no respectivo registro, precedida, quando necessário, de autorização ou aprovação do Poder Executivo. Assim, a personalidade da pessoa jurídica de direito privado é adquirida com o registro do seu respectivo ato constitutivo. E aí vem o próximo questionamento: o registro se trata de um ato de natureza declaratória ou constitutiva? O registro dos atos de criação das pessoas jurídicas tem efeito constitutivo, enquanto o registro da pessoa natural tem efeito declaratório. O registro da pessoa jurídica possui efeitos ex-nunc. REGISTRO DE PESSOA JURÍDICA EFEITO CONSTITUTIVO REGISTRO DE PESSOA FÍSICA EFEITO DECLARATÓRIO 003. 003. (CEBRASPE-CESPE/TCE-SC/AUDITOR FISCAL DE CONTROLE EXTERNO- DIREITO/2022) Julgue o item a seguir, acerca do Direito Civil. A existência legal das pessoas jurídicas de direito privado começa com a publicação do seu registro no diário oficial do órgão de registro competente. Por expressa previsão do Código Civil, a existência legal das pessoas jurídicas de direito privado se dá com a INSCRIÇÃO DO ATO CONSTITUTIVO NO RESPECTIVO REGISTRO. Vejamos: Art. 45. Começa a existência legal das pessoas jurídicas de direito privado com a inscrição do ato constitutivo no respectivo registro, precedida, quando necessário, de autorização ou aprovação do Poder Executivo, averbando-se no registro todas as alterações por que passar o ato constitutivo. Errado. Além do mais, conforme o parágrafo único do art. 45 do CC, o prazo para anular o ato constitutivo de constituição das pessoas jurídicas por algum defeito é decadencial de 03 (três) anos. O registro, que inclusive pode ser anulado, precisa seguir alguns requisitos legais, veja: Art. 46. O registro declarará: I – a denominação, os fins, a sede, o tempo de duração e o fundo social, quando houver; II – o nomee a individualização dos fundadores ou instituidores, e dos diretores; III – o modo por que se administra e representa, ativa e passivamente, judicial e extrajudicialmente; O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Marcelly - 70093803680, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.gran.com.br https://www.gran.com.br https://www.tecconcursos.com.br/bancas/cebraspe https://www.tecconcursos.com.br/concursos/auditor-fiscal-de-controle-externo-tcesc-direito-2022 12 de 154gran.com.br Direito Civil Pessoa Jurídica e Bens Antônio Alex IV – se o ato constitutivo é reformável no tocante à administração, e de que modo; V – se os membros respondem, ou não, subsidiariamente, pelas obrigações sociais; VI – as condições de extinção da pessoa jurídica e o destino do seu patrimônio, nesse caso. Vamos treinar? 004. 004. (FCC/MPE-PE/PROMOTOR DE JUSTIÇA/2022) Com base no disposto no ordenamento jurídico a respeito das pessoas jurídicas de direito privado, considere as assertivas abaixo: I – A existência legal e a personalidade da pessoa jurídica se iniciam com a inscrição do ato constitutivo no respectivo registro. II – O registro do ato constitutivo deverá, dentre outros elementos, indicar a forma da administração e quem a representa, judicial ou extrajudicialmente. III – A falta de menção no registro, se o ato constitutivo é ou não reformável, não constitui vício ou irregularidade, tampouco inviabiliza o funcionamento da pessoa jurídica. Está correto o que se afirma APENAS em a) I. b) II. c) I e II. d) II e III. e) I e III. I – Certa. É a disposição do art. 45, caput, CC: Art. 45. Começa a existência legal das pessoas jurídicas de direito privado com a inscrição do ato constitutivo no respectivo registro, precedida, quando necessário, de autorização ou aprovação do Poder Executivo, averbando-se no registro todas as alterações por que passar o ato constitutivo. Parágrafo único. Decai em três anos o direito de anular a constituição das pessoas jurídicas de direito privado, por defeito do ato respectivo, contado o prazo da publicação de sua inscrição no registro. II – Certa. Cuida-se de elemento ou dado obrigatório do registro elencado no art. 46, III, CC: Art. 46. O registro declarará: I – a denominação, os fins, a sede, o tempo de duração e o fundo social, quando houver; II – o nome e a individualização dos fundadores ou instituidores, e dos diretores; III – o modo por que se administra e representa, ativa e passivamente, judicial e extrajudicialmente; O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Marcelly - 70093803680, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.gran.com.br https://www.gran.com.br https://www.tecconcursos.com.br/bancas/fcc https://www.tecconcursos.com.br/concursos/promotor-de-justica-mpe-pe-2022 13 de 154gran.com.br Direito Civil Pessoa Jurídica e Bens Antônio Alex IV – se o ato constitutivo é reformável no tocante à administração, e de que modo; V – se os membros respondem, ou não, subsidiariamente, pelas obrigações sociais; VI – as condições de extinção da pessoa jurídica e o destino do seu patrimônio, nesse caso. III – Errada. Cuida-se de elemento ou dado obrigatório do registro elencado no art. 46, IV, CC: Art. 46. O registro declarará: [...] IV – se o ato constitutivo é reformável no tocante à administração, e de que modo; Letra c. Constituída a pessoa jurídica, conforme art. 47 do CC, obrigam a pessoa jurídica os atos dos administradores, exercidos NOS LIMITES de seus poderes definidos no ato constitutivo. Veja: Art. 47. Obrigam a pessoa jurídica os atos dos administradores, exercidos nos limites de seus poderes definidos no ato constitutivo. Quanto à administração da pessoa jurídica, se vier a faltar, o juiz, a requerimento de qualquer interessado, nomeará um administrador provisório. Art. 49. Se a administração da pessoa jurídica vier a faltar, o juiz, a requerimento de qualquer interessado, nomear-lhe-á administrador provisório. Também deve ser ressaltada, diante da autonomia privada, a separação entre a pessoa jurídica e seus instituidores ou administradores, reforçada pela disposição normativa do art. 49-A do CC. Veja: Art. 49-A. A pessoa jurídica não se confunde com os seus sócios, associados, instituidores ou administradores. (Incluído pela Lei n. 13.874, de 2019) Parágrafo único. A autonomia patrimonial das pessoas jurídicas é um instrumento lícito de alocação e segregação de riscos, estabelecido pela lei com a finalidade de estimular empreendimentos, para a geração de empregos, tributo, renda e inovação em benefício de todos O assunto já foi cobrado em prova, observe: 005. 005. (INSTITUTO ACCESS/TJ-PB/JUIZ LEIGO/2022-ADAPTADA) Quanto à autonomia patrimonial das pessoas jurídicas, julgue o item. É um instrumento lícito de alocação e segregação de riscos, estabelecido pela lei com a finalidade de estimular empreendimentos, para a geração de empregos, tributo, renda e inovação em benefício de todos. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Marcelly - 70093803680, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.gran.com.br https://www.gran.com.br https://www.tecconcursos.com.br/bancas/instituto-access https://www.tecconcursos.com.br/concursos/juiz-leigo-tj-pb-2022 14 de 154gran.com.br Direito Civil Pessoa Jurídica e Bens Antônio Alex É a redação do p. único do art. 49-A do Código Civil, dispositivo que fora incluído pela Lei n. 13.874/2019 (Lei de Liberdade Econômica). Confira: Art. 49-A. A pessoa jurídica não se confunde com os seus sócios, associados, instituidores ou administradores. Parágrafo único. A autonomia patrimonial das pessoas jurídicas é um instrumento lícito de alocação e segregação de riscos, estabelecido pela lei com a finalidade de estimular empreendimentos, para a geração de empregos, tributo, renda e inovação em benefício de todos. Certo. Considerando que o registro das pessoas jurídicas tem natureza constitutiva, no caso de entes sem registro, estes são considerados entes despersonificados, ou então conhecidos como sociedade de fato ou sociedade irregular. Neste caso, a responsabilidade dos sócios ou administradores é solidária e ilimitada pelas obrigações sociais, conforme as disposições dos artigos. 986 a 990 do CC. Também é importante ressaltar a existência dos chamados entes despersonificados com capacidade processual, como, por exemplo, o espólio, a massa falida, a herança jacente, a herança vacante e o condomínio. Os referidos entes não são pessoas jurídicas conforme o Código Civil vigente, entretanto, possuem capacidade processual para postular perante o Poder Judiciário na defesa de seus interesses. Quanto às pessoas jurídicas de Direito Público, suas regras de criação não estão previstas no Código Civil, concentrando seu campo de estudo no Direito Constitucional e no Direito Administrativo. A título de exemplo, podemos destacar a previsão do Inciso XIX do art. 37 da Constituição de 1.988, que prevê a necessidade de lei específica para criação de autarquias: Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte: [...] XIX – somente por lei específica poderá ser criada autarquia e autorizada a instituição de empresa pública, de sociedade de economia mista e de fundação, cabendo à lei complementar, neste último caso, definir as áreas de sua atuação; Recentemente foi introduzida no ordenamentojurídico a possibilidade de as pessoas jurídicas de direito privado realizarem assembleias gerais por meio eletrônico, veja: Art. 48-A. As pessoas jurídicas de direito privado, sem prejuízo do previsto em legislação especial e em seus atos constitutivos, poderão realizar suas assembleias gerais por meio eletrônico, O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Marcelly - 70093803680, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.gran.com.br https://www.gran.com.br 15 de 154gran.com.br Direito Civil Pessoa Jurídica e Bens Antônio Alex inclusive para os fins do disposto no art. 59 deste Código, respeitados os direitos previstos de participação e de manifestação. Art. 59. Compete privativamente à assembleia geral: (Redação dada pela Lei n. 11.127, de 2005) I – destituir os administradores; (Redação dada pela Lei n. 11.127, de 2005) II – alterar o estatuto. (Redação dada pela Lei n. 11.127, de 2005) Parágrafo único. Para as deliberações a que se referem os incisos I e II deste artigo é exigido deliberação da assembleia especialmente convocada para esse fim, cujo quórum será o estabelecido no estatuto, bem como os critérios de eleição dos administradores. (Redação dada pela Lei n. 11.127, de 2005) 006. 006. (FGV/OAB-EXAME NACIONAL UNIFICADO XXXVII/2023) A Associação Atlética de uma renomada instituição de ensino jurídico brasileira, que possui mais de seiscentos associados, publica edital em seu site, e também nas redes sociais, de convocação para uma Assembleia Geral, a ser realizada por meio eletrônico, trinta dias após a publicação, tendo como pauta a aprovação das contas dos diretores relativas ao exercício financeiro anterior e a alteração do estatuto. Diante da situação narrada, assinale a afirmativa correta. a) A convocação de Assembleia Geral feita pela Associação Atlética apresenta um vício formal que conduz à nulidade absoluta, haja vista a impossibilidade da realização de Assembleia Geral por meio eletrônico. b) A realização de Assembleia Geral por meio eletrônico é possível juridicamente, desde que respeitada a participação e a manifestação dos associados, salvo para alteração estatutária, que deverá ser feita por reunião presencial, de modo que o edital da Associação Atlética é nulo, admitindo-se a conversão. c) A realização de Assembleia Geral por meio eletrônico é válida, desde que garantida a participação e a manifestação dos associados, além do respeito às normas estatutárias, inclusive, para a finalidade de alteração dos estatutos. d) A realização de Assembleia Geral por meio eletrônico é anulável, por falta de previsão legal, admitindo-se, por conseguinte, a convalidação. A realização de Assembleia Geral por meio eletrônico é válida, desde que garantida a participação e a manifestação dos associados, além do respeito às normas estatutárias, inclusive, para a finalidade de alteração dos estatutos, conforme estabelece o art. 48-A do Código Civil, acrescentado pela Lei n. 14.832, de 27 de junho de 2022, que consolidou medida de sucesso adotada de forma provisória durante a pandemia da Covid 19. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Marcelly - 70093803680, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.gran.com.br https://www.gran.com.br https://www.tecconcursos.com.br/bancas/fgv 16 de 154gran.com.br Direito Civil Pessoa Jurídica e Bens Antônio Alex Art. 48-A. As pessoas jurídicas de direito privado, sem prejuízo do previsto em legislação especial e em seus atos constitutivos, poderão realizar suas assembleias gerais por meio eletrônico, inclusive para os fins do disposto no art. 59 deste Código, respeitados os direitos previstos de participação e de manifestação. Art. 59. Compete privativamente à assembleia geral: (Redação dada pela Lei n. 11.127, de 2005) I – destituir os administradores; (Redação dada pela Lei n. 11.127, de 2005) II – alterar o estatuto. (Redação dada pela Lei n. 11.127, de 2005) Parágrafo único. Para as deliberações a que se referem os incisos I e II deste artigo é exigido deliberação da assembleia especialmente convocada para esse fim, cujo quórum será o estabelecido no estatuto, bem como os critérios de eleição dos administradores. (Redação dada pela Lei n. 11.127, de 2005) Letra c. 3 . tiPoS De PeSSoA JUrÍDiCA3 . tiPoS De PeSSoA JUrÍDiCA Inicialmente, o artigo 40 do Código Civil divide as pessoas jurídicas entre direito público e direito privado. Observe: Art. 40. As pessoas jurídicas são de direito público, interno ou externo, e de direito privado. As pessoas jurídicas de direito público podem ser subdivididas em Direito Público Externo e Direito Público Interno. As pessoas jurídicas de Direito Público Externo são reguladas pelo chamado Direito Internacional, envolvendo outros países, organizações internacionais (ONU, OIT, OTAN etc.), o Vaticano e Blocos Comerciais, como a União Europeia, Mercosul, Nafta, conforme previsto no art. 42 do CC: Art. 42. São pessoas jurídicas de direito público externo os Estados estrangeiros e todas as pessoas que forem regidas pelo direito internacional público. Já as pessoas jurídicas de Direito Público estão previstas no art. 41 do CC: Art. 41. São pessoas jurídicas de direito público interno: I – a União; II – os Estados, o Distrito Federal e os Territórios; III – os Municípios; IV – as autarquias, inclusive as associações públicas; V – as demais entidades de caráter público criadas por lei. Parágrafo único. Salvo disposição em contrário, as pessoas jurídicas de direito público, a que se tenha dado estrutura de direito privado, regem-se, no que couber, quanto ao seu funcionamento, pelas normas deste Código. Vejamos um pequeno esquema das pessoas jurídicas: O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Marcelly - 70093803680, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.gran.com.br https://www.gran.com.br 17 de 154gran.com.br Direito Civil Pessoa Jurídica e Bens Antônio Alex Vamos fixar o assunto?Vamos fixar o assunto? 007. 007. (FCC/SEFAZ-PE/AUDITOR FISCAL DO TESOURO ESTADUAL/2022) De acordo com o Código Civil, são pessoas jurídicas de direito público interno a) as fundações, os partidos políticos e as associações públicas. b) a União, os Estados, os Municípios, o Distrito Federal e os Estados estrangeiros. c) os partidos políticos e as sociedades controladas pela União. d) as autarquias, inclusive as associações públicas. e) as fundações e as autarquias, com exceção das associações públicas. a) Errada. As fundações e os partidos políticos são pessoas jurídicas de direito privado (art. 44, III e V, CC). b) Errada. Os Estados estrangeiros, assim como as pessoas regidas pelo direito internacional público, são pessoas jurídicas de direito público externo (art. 42, CC). c) Errada. Tanto os partidos políticos quanto as sociedades controladas pela União são pessoas jurídicas de direito privado (art. 44, II e V, CC). d) Certa. É a previsão do art. 41, IV, CC: Art. 41. São pessoas jurídicas de direito público interno: I – a União; II – os Estados, o Distrito Federal e os Territórios; III – os Municípios; IV – as autarquias, inclusive as associações públicas; V – as demais entidades de caráter público criadas por lei. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Marcelly - 70093803680, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.gran.com.br https://www.gran.com.br https://www.tecconcursos.com.br/bancas/fcc https://www.tecconcursos.com.br/concursos/auditor-fiscal-do-tesouro-estadual-sefaz-pe-202218 de 154gran.com.br Direito Civil Pessoa Jurídica e Bens Antônio Alex Parágrafo único. Salvo disposição em contrário, as pessoas jurídicas de direito público, a que se tenha dado estrutura de direito privado, regem-se, no que couber, quanto ao seu funcionamento, pelas normas deste Código. e) Errada. Como já visto, as autarquias e as associações públicas são pessoas jurídicas de direito público interno (art. 41, IV, CC). Ademais, as fundações, de acordo com o Código Civil, são pessoas jurídicas de direito privado (art. 44, III, CC). Letra d. Não podemos nos esquecer dos territórios federais, já que são descentralizações administrativas da União, ou seja, verdadeiras autarquias. Vejamos um exercício que os abrange: 008. 008. (IDIB/CREMERJ/ADVOGADO/2019) Com base nas disposições do Código Civil sobre as pessoas jurídicas, assinale a alternativa correta: a) São pessoas jurídicas de direito público externo os Estados estrangeiros e todas as pessoas que forem regidas pelo direito internacional público. b) São pessoas jurídicas de direito privado, dentre outras, as associações públicas. c) As organizações religiosas são pessoas jurídicas de direito público interno. d) Os Territórios não são pessoas jurídicas de direito público interno. a) Certa. Conforme o artigo 42 do CC, são pessoas jurídicas de direito público externo os Estados estrangeiros e todas as pessoas que forem regidas pelo direito internacional público. b) Errada. Nos termos do art. 41 do CC, as associações públicas são pessoas jurídicas de direito público. c) Errada. Nos termos do art. 44 do CC, as associações são pessoas jurídicas de direito privado. d) Errada. Os Territórios Federais integram a União, constituindo-se em descentralizações administrativas desse Ente Federativo, ou seja, verdadeiras autarquias. Conforme art. 41 do CC, as autarquias são pessoas jurídicas de direito público interno. Letra a. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Marcelly - 70093803680, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.gran.com.br https://www.gran.com.br https://www.tecconcursos.com.br/bancas/idib https://www.tecconcursos.com.br/concursos/advogado-cremerj-2019 19 de 154gran.com.br Direito Civil Pessoa Jurídica e Bens Antônio Alex Quanto ao parágrafo único do art. 41 do CC, o Enunciado n. 141 da III JDC prevê: JURISPRUDÊNCIA A remissão do art. 41, parágrafo único, do Código Civil às pessoas jurídicas de direito público, a que se tenha dado estrutura de direito privado, diz respeito às fundações públicas e aos entes de fiscalização do exercício profissional. 009. 009. (FAUEL/CM COLOMBO/ADVOGADO/2019) Assinale a alternativa CORRETA, a respeito das pessoas jurídicas, conforme o Código Civil de 2002. a) Salvo disposição em contrário, as pessoas jurídicas de direito público, a que se tenha dado estrutura de direito privado, a exemplo das autarquias, regem-se, no que couber, quanto ao seu funcionamento, pelas normas do Código Civil. b) Decai em cinco anos o direito de anular a constituição das pessoas jurídicas de direito privado, por defeito do ato respectivo, contado o prazo da publicação de sua inscrição no registro. c) Começa a existência legal das pessoas jurídicas de direito privado com a inscrição do ato constitutivo no respectivo registro, precedida, quando necessário, de autorização ou aprovação do Poder Executivo, averbando-se no registro todas as alterações por que passar o ato constitutivo. d) São pessoas jurídicas de direito público interno os Estados estrangeiros e todas as pessoas que forem regidas pelo direito internacional público. a) Errada. Em que pese o enunciado do parágrafo único do art. 41 do CC, o Enunciado 141 da III JDC restringe essas disposições, veja: JURISPRUDÊNCIA A remissão do art. 41, parágrafo único, do Código Civil às pessoas jurídicas de direito público, a que se tenha dado estrutura de direito privado, diz respeito às fundações públicas e aos entes de fiscalização do exercício profissional. Desta forma, as autarquias são regidas por regras de direito público. b) Errada. Nos termos do art. 45 do CC, parágrafo único, decai em três anos o direito de anular a constituição das pessoas jurídicas de direito privado, por defeito do ato respectivo, contado o prazo da publicação de sua inscrição no registro. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Marcelly - 70093803680, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.gran.com.br https://www.gran.com.br https://www.tecconcursos.com.br/bancas/fauel https://www.tecconcursos.com.br/concursos/advogado-cm-colombo-2019 20 de 154gran.com.br Direito Civil Pessoa Jurídica e Bens Antônio Alex c) Certa. Nos termos do art. 45 do CC, começa a existência legal das pessoas jurídicas de direito privado com a inscrição do ato constitutivo no respectivo registro, precedida, quando necessário, de autorização ou aprovação do Poder Executivo, averbando-se no registro todas as alterações por que passar o ato constitutivo. d) Errada. Nos termos do art. 42 do CC, são pessoas jurídicas de direito público externo os Estados estrangeiros e todas as pessoas que forem regidas pelo direito internacional público. Letra c. Para memorizar as pessoas jurídicas de Direito Público, muito cobradas em provas, lembre- se da regrinha: MEUDA. M = Municípios; E = Estados, o Distrito Federal e os Territórios; U = União; D = Demais entidades de caráter público criadas por lei; A = Autarquias; As pessoas jurídicas de Direito Público interno envolvem os entes da administração direta: União, Estados, Distrito Federal, Territórios e Municípios. Incluem também os entes da administração indireta, órgãos descentralizados criados por lei para execução de atividades O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Marcelly - 70093803680, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.gran.com.br https://www.gran.com.br 21 de 154gran.com.br Direito Civil Pessoa Jurídica e Bens Antônio Alex de interesse público, englobando autarquias, fundações públicas e demais entidades de caráter público criadas por lei. O Consórcio Público é uma pessoa jurídica criada por lei com a finalidade de executar a gestão associada de serviços públicos, onde os entes consorciados, que podem ser a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, no todo em parte, destinarão pessoal e bens essenciais à execução dos serviços transferidos. Os Consórcios Públicos se enquadram no inciso IV do art. 41 do CC, as associações públicas. A redação do inciso V do art. 41 do CC trata das demais entidades de caráter público criadas por lei, dentre as quais a doutrina dominante enquadra as fundações públicas e agências reguladoras. 010. 010. (CONSULPAM/PREF. PAULO AFONSO/PROCURADOR-CÍVEL, ADMINISTRATIVO E TRABALHISTA-JUDICIAL ADMINISTRATIVO/2020) Sobre as pessoas jurídicas, de acordo com o Código Civil, assinale a alternativa CORRETA: a) As pessoas jurídicas são de direito privado, interno ou externo, e de direito público. b) As autarquias são pessoas jurídicas de direito público interno. c) São pessoas jurídicas de direito público interno os Estados estrangeiros e todas as pessoas que forem regidas pelo direito internacional público. d) Começa a existência legal das pessoas jurídicas de direito público com a inscrição do ato constitutivo no respectivo registro, precedida, quando necessário, de autorização ou aprovação do Poder Executivo, averbando-se no registro todas as alterações por que passar o ato constitutivo. Conforme o artigo 41 do CC: Art. 41. São pessoas jurídicasde direito público interno: I – a União; II – os Estados, o Distrito Federal e os Territórios; III – os Municípios; IV – as autarquias, inclusive as associações públicas; V – as demais entidades de caráter público criadas por lei. Parágrafo único. Salvo disposição em contrário, as pessoas jurídicas de direito público, a que se tenha dado estrutura de direito privado, regem-se, no que couber, quanto ao seu funcionamento, pelas normas deste Código. Letra b. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Marcelly - 70093803680, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.gran.com.br https://www.gran.com.br https://www.tecconcursos.com.br/bancas/consulpam https://www.tecconcursos.com.br/concursos/procurador-pref-paulo-afonso-civel-administrativo-e-trabalhista-judicial-administrativo-2020 https://www.tecconcursos.com.br/concursos/procurador-pref-paulo-afonso-civel-administrativo-e-trabalhista-judicial-administrativo-2020 22 de 154gran.com.br Direito Civil Pessoa Jurídica e Bens Antônio Alex Além do mais, o art. 43 do CC traz a responsabilidade civil das pessoas jurídicas de direito público interno perante terceiros. Conforme tal disposição, a responsabilidade civil das pessoas jurídicas de direito público interno é objetiva, ou seja, independe de dolo ou culpa. Veja: Art. 43. As pessoas jurídicas de direito público interno são civilmente responsáveis por atos dos seus agentes que nessa qualidade causem danos a terceiros, ressalvado direito regressivo contra os causadores do dano, se houver, por parte destes, culpa ou dolo. 011. 011. (FCC/PROCURADOR DO MUNICÍPIO DE TERESINA/2022) Quanto às pessoas jurídicas: a) São livres a criação, organização, estrutura interna e funcionamento das organizações religiosas, podendo, porém, o Poder Público negar-lhes reconhecimento ou registro dos atos constitutivos se contrários à moral, aos bons costumes e ao consenso social. b) São de direito privado, entre outras, as associações, as sociedades, as fundações e as autarquias, excluídas as associações públicas. c) As pessoas jurídicas de direito público interno são civilmente responsáveis por atos dos seus agentes que nessa qualidade causem danos a terceiros, ressalvado direito regressivo contra os causadores do dano, se houver, por parte destes, culpa ou dolo. d) Começa a existência legal daquelas de direito privado com o início efetivo de suas atividades associativas ou empresariais, independentemente de inscrição formal de seus atos constitutivos. e) Se tiverem a administração coletiva, as decisões se tomarão pela unanimidade de votos dos presentes, salvo estipulação diversa nos atos constitutivos. a) Errada. A assertiva tomou por base a literalidade do art. 44, § 1º, do Código Civil, que assim dispõe: Art. 44. São pessoas jurídicas de direito privado: [...] § 1º São livres a criação, a organização, a estruturação interna e o funcionamento das organizações religiosas, sendo vedado ao poder público negar-lhes reconhecimento ou registro dos atos constitutivos e necessários ao seu funcionamento. b) Errada. As autarquias são pessoas jurídicas de direito público (art. 41, IV, CC e art. 5º, I, DL n. 200/1967). c) Certa. É a disposição do art. 43 do CC, que repisa, em parte, o art. 37, § 6º, da CRFB/1988. Confira: O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Marcelly - 70093803680, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.gran.com.br https://www.gran.com.br https://www.tecconcursos.com.br/bancas/fcc https://www.tecconcursos.com.br/concursos/procurador-do-municipio-de-teresina-2022 23 de 154gran.com.br Direito Civil Pessoa Jurídica e Bens Antônio Alex Art. 43. As pessoas jurídicas de direito público interno são civilmente responsáveis por atos dos seus agentes que nessa qualidade causem danos a terceiros, ressalvado direito regressivo contra os causadores do dano, se houver, por parte destes, culpa ou dolo. d) Errada. As pessoas jurídicas de direito privado têm o início de sua existência legal com o registro dos atos constitutivos no órgão competente, nos termos do art. 45, caput, CC: Art. 45. Começa a existência legal das pessoas jurídicas de direito privado com a inscrição do ato constitutivo no respectivo registro, precedida, quando necessário, de autorização ou aprovação do Poder Executivo, averbando-se no registro todas as alterações por que passar o ato constitutivo. Parágrafo único. Decai em três anos o direito de anular a constituição das pessoas jurídicas de direito privado, por defeito do ato respectivo, contado o prazo da publicação de sua inscrição no registro. e) Errada. Se tiverem a administração coletiva, as decisões da pessoa jurídica se tomarão pela maioria de votos dos presentes, salvo estipulação diversa nos atos constitutivos, consoante art. 48, caput, CC: Art. 48. Se a pessoa jurídica tiver administração coletiva, as decisões se tomarão pela maioria de votos dos presentes, salvo se o ato constitutivo dispuser de modo diverso. Parágrafo único. Decai em três anos o direito de anular as decisões a que se refere este artigo, quando violarem a lei ou estatuto, ou forem eivadas de erro, dolo, simulação ou fraude. Letra c. Entretanto, caso a pessoa jurídica de direito público seja condenada a indenizar o particular, ela tem direito de ação regressiva contra o agente público, caso este tenha agido com dolo ou culpa. Já em relação às pessoas jurídicas de Direito Privado, o rol está previsto no art. 44 do CC, veja: Art. 44. São pessoas jurídicas de direito privado: I – as associações; II – as sociedades; III – as fundações. IV – as organizações religiosas; V – os partidos políticos; Para decorar, lembre-se daquele sapo que não lava o pé, mas não é qualquer um, é o sapo que não lava o pé religioso: O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Marcelly - 70093803680, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.gran.com.br https://www.gran.com.br 24 de 154gran.com.br Direito Civil Pessoa Jurídica e Bens Antônio Alex S. A. P. O. F (sapo com “F”) Sociedades; Associações; Partidos Políticos; Organizações Religiosas; Fundações. Cabe ressaltar que doutrina afirma que o rol previsto no art. 44 do CC é exemplificativo, podendo ser reconhecidas outras pessoas jurídicas de direito privado. JURISPRUDÊNCIA Enunciado 144 da Jornada de Direito Civil: A relação das pessoas jurídicas de direito privado, estabelecida no art. 44, incisos I a V, do Código Civil, não é exaustiva. As organizações religiosas e os partidos políticos não faziam parte da redação original do Código Civil de 2002. Desta forma, foi realizada uma alteração legislativa do art. 44 do CC, concedendo às organizações religiosas e aos partidos políticos a natureza jurídica de pessoas jurídicas autônomas. Já em relação aos sindicatos, percebe-se que eles não constam do rol do art. 44 do CC, assim, não constituem pessoa jurídica autônoma – os sindicatos são associações. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Marcelly - 70093803680, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.gran.com.br https://www.gran.com.br 25 de 154gran.com.br Direito Civil Pessoa Jurídica e Bens Antônio Alex Também deve ser ressaltada a inclusão, no ano de 2011, de um novo tipo de pessoa jurídica no rol do art. 44 do CC: a Empresa Individual de Responsabilidade Limitada, que á uma modalidade de empresa constituída por uma única pessoa como sócia. Em relação àsfundações, o inciso III do art. 44 se restringe às entidades de natureza privada, isto porque podem existir as chamadas fundações públicas, que são classificadas como pessoas jurídicas de direito público interno. Resumindo: Pessoa Jurídica de Direito Público Pessoa Jurídica de Direito Privado MEUDA: M = Município; E = Estados, o Distrito Federal e os Territórios; U = União; D = Demais entidades de caráter público criadas por lei; A = Autarquias. SAPOF: Sociedades; Associações; Partidos Políticos; Organizações Religiosas; Fundações. 012. 012. (FCC/DPE-AM/ANALISTA JURÍDICO DE DEFENSORIA-CIÊNCIAS JURÍDICAS/2022) De acordo com o artigo 44 do Código Civil, são pessoas jurídicas de direito privado as a) sociedades, as autarquias e as fundações. b) associações, as organizações religiosas e os partidos políticos. c) fundações, as sociedades e as agências reguladoras. d) empresas individuais com responsabilidade limitada, a União e os partidos políticos. e) organizações religiosas, os Municípios e as associações. As pessoas jurídicas de direito privado vêm dispostas, como consta do enunciado, no art. 44 do Código Civil, cuja redação é a seguinte: Art. 44. São pessoas jurídicas de direito privado: I – as associações; II – as sociedades; III – as fundações. IV – as organizações religiosas; V – os partidos políticos. VI – (Revogado pela Lei n. 14.382, de 2022) § 1º São livres a criação, a organização, a estruturação interna e o funcionamento das organizações religiosas, sendo vedado ao poder público negar-lhes reconhecimento ou registro dos atos constitutivos e necessários ao seu funcionamento. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Marcelly - 70093803680, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.gran.com.br https://www.gran.com.br https://www.tecconcursos.com.br/bancas/fcc https://www.tecconcursos.com.br/concursos/analista-juridico-de-defensoria-dpe-am-ciencias-juridicas-2022 26 de 154gran.com.br Direito Civil Pessoa Jurídica e Bens Antônio Alex § 2º As disposições concernentes às associações aplicam-se subsidiariamente às sociedades que são objeto do Livro II da Parte Especial deste Código. § 3º Os partidos políticos serão organizados e funcionarão conforme o disposto em lei específica. Merece menção que as empresas individuais de responsabilidade limitada (Eirelis), que foram extintas pela MP n. 1.085/2021, posteriormente convertida na Lei n. 14.382/2022, já não constam mais do art. 44 do CC. Letra b. 4 . DoMiCÍlio DA PeSSoA JUrÍDiCA4 . DoMiCÍlio DA PeSSoA JUrÍDiCA A regra geral para as pessoas jurídicas de direito privado é que não têm residência, mas sede ou estabelecimento em determinado lugar. Trata-se de domicílio especial, que pode ser onde funcionarem as respectivas diretorias ou administrações, ou então livremente escolhido no seu estatuto ou atos constitutivos. Já as pessoas jurídicas de direito público interno têm por seu domicílio a sede de seu governo. As disposições relativas ao domicílio das pessoas jurídicas de direito privado estão no art. 75 do CC: Art. 75. Quanto às pessoas jurídicas, o domicílio é: I – da União, o Distrito Federal; II – dos Estados e Territórios, as respectivas capitais; III – do Município, o lugar onde funcione a administração municipal; IV – das demais pessoas jurídicas, o lugar onde funcionarem as respectivas diretorias e administrações, ou onde elegerem domicílio especial no seu estatuto ou atos constitutivos. § 1º Tendo a pessoa jurídica diversos estabelecimentos em lugares diferentes, cada um deles será considerado domicílio para os atos nele praticados. § 2º Se a administração, ou diretoria, tiver a sede no estrangeiro, haver-se-á por domicílio da pessoa jurídica, no tocante às obrigações contraídas por cada uma das suas agências, o lugar do estabelecimento, sito no Brasil, a que ela corresponder. 013. 013. (QUADRIX/CRO-AC/ASSISTENTE-JURÍDICO/2019) A respeito das pessoas naturais e jurídicas, da personalidade, da capacidade, dos direitos de personalidade e do domicílio, julgue o item. Tendo a pessoa jurídica diversos estabelecimentos em lugares diferentes, cada um desses será considerado como domicílio para os atos nele praticados, independentemente de seus estatutos ou atos constitutivos. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Marcelly - 70093803680, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.gran.com.br https://www.gran.com.br https://www.tecconcursos.com.br/bancas/quadrix https://www.tecconcursos.com.br/concursos/assistente-cro-ac-juridico-2019 27 de 154gran.com.br Direito Civil Pessoa Jurídica e Bens Antônio Alex Conforme o artigo 75 do CC: Art. 75. Quanto às pessoas jurídicas, o domicílio é: I – da União, o Distrito Federal; II – dos Estados e Territórios, as respectivas capitais; III – do Município, o lugar onde funcione a administração municipal; IV – das demais pessoas jurídicas, o lugar onde funcionarem as respectivas diretorias e administrações, ou onde elegerem domicílio especial no seu estatuto ou atos constitutivos. § 1º. Tendo a pessoa jurídica diversos estabelecimentos em lugares diferentes, cada um deles será considerado domicílio para os atos nele praticados. Certo. Resumidamente, o domicílio das pessoas jurídicas é o seguinte: DOMICÍLIO DAS PESSOAS JURÍDICAS União Distrito Federal Estados e Territórios Respectivas Capitais Município Sede da administração (prefeitura) Demais pessoas jurídicas de direito privado Local de funcionamento das respectivas diretorias e administrações OU Onde elegerem domicílio especial no seu estatuto ou atos constitutivos Cabe ressaltar também a possibilidade de pluralidade de domicílios da pessoa jurídica de direito privado no caso de diversos estabelecimentos instalados em lugares diferentes, sendo que cada um deles será considerado domicílio para os atos neles praticados. E se a pessoa jurídica de direito privado possuir sede de sua administração ou diretoria no estrangeiro, será considerado domicílio o lugar de cada estabelecimento situado no Brasil a que corresponder à obrigação contraída. 014. 014. (CEBRASPE-CESPE/PROCURADOR DO ESTADO DE RONDÔNIA/2022) Uma sociedade empresária que estava sediada em território nacional no endereço X mudou sua sede e administração para o endereço Y, promovendo as devidas atualizações no registro civil. Três meses depois, mudou-se novamente, para o endereço Z, mas, neste último caso, deixou de registrar a nova alteração de endereço no serviço notarial competente. Com referência a essa situação hipotética, sabendo-se que todos os endereços permaneceram na mesma unidade federativa, é correto afirmar que O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Marcelly - 70093803680, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.gran.com.br https://www.gran.com.br https://www.tecconcursos.com.br/bancas/cebraspe https://www.tecconcursos.com.br/concursos/procurador-do-estado-de-rondonia-2022 28 de 154gran.com.br Direito Civil Pessoa Jurídica e Bens Antônio Alex a) apenas o endereço Y será considerado domicílio da pessoa jurídica. b) tanto o endereço X quanto o endereço Y serão considerados domicílios da pessoa jurídica. c) apenas o endereço Z será considerado domicílio da pessoa jurídica. d) apenas o endereço X será considerado domicílio da pessoa jurídica. e) tanto o endereço Y quanto o endereço Z serão considerados domicílios da pessoa jurídica. A questão deve ser resolvida conforme o art. 75 do CC, veja: Art. 75. Quanto às pessoas jurídicas, o domicílio é: I – da União, o Distrito Federal; II – dos Estados e Territórios,as respectivas capitais; III – do Município, o lugar onde funcione a administração municipal; IV – das demais pessoas jurídicas, o lugar onde funcionarem as respectivas diretorias e administrações, ou onde elegerem domicílio especial no seu estatuto ou atos constitutivos. § 1º Tendo a pessoa jurídica diversos estabelecimentos em lugares diferentes, cada um deles será considerado domicílio para os atos nele praticados. § 2º Se a administração, ou diretoria, tiver a sede no estrangeiro, haver-se-á por domicílio da pessoa jurídica, no tocante às obrigações contraídas por cada uma das suas agências, o lugar do estabelecimento, sito no Brasil, a que ela corresponder Assim, o domicílio da pessoa jurídica corresponde ao lugar onde funcionarem as respectivas diretorias e administrações, ou onde elegerem domicílio especial no seu estatuto ou atos constitutivos. A empresa em questão elegeu como seu domicílio Y, entretanto, suas diretorias e administrações funcionam no município Z. Portanto, os municípios Y e Z representam domicílio dessa pessoa jurídica. Letra b. 5 . ASSoCiAÇÕeS5 . ASSoCiAÇÕeS Nos termos do art. 53 do CC, as Associações são pessoas jurídicas de direito privado formada pela união de pessoas para persecução de objetivos não econômicos: Art. 53. Constituem-se as associações pela união de pessoas que se organizem para fins não econômicos. Parágrafo único. Não há, entre os associados, direitos e obrigações recíprocos. 015. 015. (QUADRIX/SEE-DF/PROFESSOR DE EDUCAÇÃO BÁSICA-DIREITO/2022) Julgue o item a seguir, referente ao Direito Civil. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Marcelly - 70093803680, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.gran.com.br https://www.gran.com.br https://www.tecconcursos.com.br/bancas/quadrix https://www.tecconcursos.com.br/concursos/professor-de-educacao-basica-see-df-direito-2022-09102022 29 de 154gran.com.br Direito Civil Pessoa Jurídica e Bens Antônio Alex As associações são constituídas pela união de pessoas que se organizam para fins não econômicos, o que gera direitos e obrigações recíprocas entre os associados. Na realidade, as associações, apesar de serem constituídas pela união de pessoas que se organizam para fins não econômicos, não geram direitos e obrigações recíprocas entre os associados. Vejamos: Art. 53. Constituem-se as associações pela união de pessoas que se organizem para fins não econômicos. Parágrafo único. Não há, entre os associados, direitos e obrigações recíprocos. Errado. Cabe esclarecer que as associações podem desenvolver atividades econômicas, conforme Enunciado 534 do CJF. JURISPRUDÊNCIA Enunciado 534/CJF: As associações podem desenvolver atividade econômica, desde que não haja finalidade lucrativa. O prazo para anulação de constituição de uma associação em virtude de algum defeito em seu ato constitutivo é o mesmo previsto no parágrafo único do art. 45 do CC, ou seja, 3 anos. Na associação, verifica-se que não há entre os associados direitos e obrigações recíprocos, além do mais, como não existem fins econômicos, não há divisão de lucros entre os associados. Entretanto, a associação pode gerar receitas para se manter, o que não pode existir é a partilha ou divisão de lucros entre os associados. São exemplos de associações: associação de moradores, associação de servidores, associação de proteção ao meio ambiente etc. A diferença fundamental entre sociedades e associações está no fato de que as associações não visam ao lucro. Entretanto, não pode ser esquecida a disposição do parágrafo 2º do art. 44 do CC, que estabelece que as disposições concernentes às associações se aplicam subsidiariamente às sociedades. O ato constitutivo da associação é o estatuto, que deve ser registrado no Registro Civil de Pessoas Jurídicas (RCPJ) seguindo os requisitos do art. 54 do CC. Confira: Art. 54. Sob pena de nulidade, o estatuto das associações conterá: I – a denominação, os fins e a sede da associação; II – os requisitos para a admissão, demissão e exclusão dos associados; III – os direitos e deveres dos associados; IV – as fontes de recursos para sua manutenção; O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Marcelly - 70093803680, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.gran.com.br https://www.gran.com.br 30 de 154gran.com.br Direito Civil Pessoa Jurídica e Bens Antônio Alex V – o modo de constituição e funcionamento dos órgãos deliberativos e administrativos; V – o modo de constituição e de funcionamento dos órgãos deliberativos; VI – as condições para a alteração das disposições estatutárias e para a dissolução. VII – a forma de gestão administrativa e de aprovação das respectivas contas. As associações correspondem à união de pessoas, para fins não econômicos, sendo instituídas por meio de um estatuto, devidamente registrado no Cartório de Registro Civil de Pessoas Jurídicas (RCPJ): O art. 55 do CC estabelece que, em regra, os associados devem ter direitos iguais, entretanto, não há impedimento para que algumas categorias de associados possuam vantagens especiais. Art. 55. Os associados devem ter iguais direitos, mas o estatuto poderá instituir categorias com vantagens especiais. O Código Civil também determina que, em regra, a qualidade de associado é intransmissível, exceto se o estatuto trouxer previsão contrária. Assim, existindo previsão expressa, a qualidade de associado pode ser transmitida por ato intervivos ou causa mortis. Além do mais, a simples transferência de quota ou fração ideal do patrimônio da associação a herdeiro não importará na direta atribuição da qualidade de associado ao herdeiro, sendo necessária a existência de previsão expressa no estatuto da associação. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Marcelly - 70093803680, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.gran.com.br https://www.gran.com.br 31 de 154gran.com.br Direito Civil Pessoa Jurídica e Bens Antônio Alex Art. 56. A qualidade de associado é intransmissível, se o estatuto não dispuser o contrário. Parágrafo único. Se o associado for titular de quota ou fração ideal do patrimônio da associação, a transferência daquela não importará, de per si, na atribuição da qualidade de associado ao adquirente ou ao herdeiro, salvo disposição diversa do estatuto. 016. 016. (CEBRASPE-CESPE/SEFAZ-CE/AUDITOR FISCAL JURÍDICO DA RECEITA ESTADUAL/2021) A respeito da vigência de lei, dos direitos da personalidade, das associações, da mediação e da responsabilidade do fornecedor de serviços, julgue o item seguinte. Uma das formas legais de transmissão de associado ao herdeiro consiste em aquele ser titular de quota do patrimônio da associação. Conforme o artigo 56 do CC: Art. 56. A qualidade de associado é intransmissível, se o estatuto não dispuser o contrário. Parágrafo único. Se o associado for titular de quota ou fração ideal do patrimônio da associação, a transferência daquela não importará, de per si, na atribuição da qualidade de associado ao adquirente ou ao herdeiro, salvo disposição diversa do estatuto. Errado. Em relação aos órgãos que compõem uma associação, conforme o inciso V do art. 54, o estatuto deve trazer o modo de constituição e de funcionamento dos órgãos deliberativos. O Código Civil traz a previsão expressa da existência da chamada assembleia geral, que é o órgão máximo, com as seguintes competências privativas: Art. 59. Compete privativamente à assembleia geral: I – destituir os administradores; II – alterar o estatuto. Parágrafo único. Para as deliberaçõesa que se referem os incisos I e II deste artigo é exigido deliberação da assembleia especialmente convocada para esse fim, cujo quórum será o estabelecido no estatuto, bem como os critérios de eleição dos administradores. Além do mais, o art. 60 do Código Civil garante à minoria o poder de convocar a reunião dos órgãos deliberativos, entretanto, cabe ressaltar que é apenas a convocação para reunião, sendo que o quórum para decisão será o estabelecido no estatuto. Art. 60. A convocação dos órgãos deliberativos far-se-á na forma do estatuto, garantido a 1/5 (um quinto) dos associados o direito de promovê-la. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Marcelly - 70093803680, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.gran.com.br https://www.gran.com.br https://www.tecconcursos.com.br/bancas/cebraspe https://www.tecconcursos.com.br/concursos/auditor-fiscal-sefaz-ce-juridico-da-receita-estadual-2021 32 de 154gran.com.br Direito Civil Pessoa Jurídica e Bens Antônio Alex Também há previsão de exclusão do associado, entretanto, conforme previsão no art. 57 do CC, somente ocorrerá em caso de justa causa, que deverá ser apurada em processo instruído com a possibilidade de ampla defesa e contraditório. A justa causa pode ser a quebra da affectio societatis, por meio de desvirtuamento dos fins da associação, justificando a exclusão do associado. Art. 57. A exclusão do associado só é admissível havendo justa causa, assim reconhecida em procedimento que assegure direito de defesa e de recurso, nos termos previstos no estatuto. 017. 017. (VUNESP/TJ-AL/NOTÁRIO E REGISTRADOR-REMOÇÃO/2019) Determinada organização religiosa estabelece, em seu estatuto, a exclusão de modo automático de associado que se declarar agnóstico, sem necessidade de qualquer notificação ou procedimento. Diante disso, a) a previsão estatuária é nula por não prever um procedimento que assegure direito de defesa e recurso. b) a previsão estatuária é válida ante à ciência do associado ao ingressar no quadro associativo. c) a previsão estatuária terá validade desde que estivesse grafada em letras maiores e em destaque no estatuto. d) a previsão é inválida por não ser admissível, em nenhuma hipótese, a exclusão de associado de organização religiosa. Conforme o artigo 57 do CC, a exclusão do associado só é admissível havendo justa causa, assim reconhecida em procedimento que assegure direito de defesa e de recurso, nos termos previstos no estatuto. Letra a. Além do exposto, segundo o inciso XX do art. 5º da Constituição Federal, o associado possui o direito de se retirar da associação a qualquer tempo. Assim, o associado não poderá ser obrigado a permanecer filiado à entidade. Veja: Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: [...] XX – ninguém poderá ser compelido a associar-se ou a permanecer associado; O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Marcelly - 70093803680, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.gran.com.br https://www.gran.com.br https://www.tecconcursos.com.br/bancas/vunesp https://www.tecconcursos.com.br/concursos/notario-e-registrador-tj-al-remocao-2019 33 de 154gran.com.br Direito Civil Pessoa Jurídica e Bens Antônio Alex Por fim, em caso de dissolução da sociedade, o Código Civil trouxe previsão de destinação dos bens da associação dissolvida. Desta forma, os bens remanescentes devem ser destinados à entidade de fins não econômicos designada no estatuto, ou então, em caso de omissão, por deliberação dos associados, à instituição municipal, estadual ou federal, de fins idênticos ou semelhantes. Art. 61. Dissolvida a associação, o remanescente do seu patrimônio líquido, depois de deduzidas, se for o caso, as quotas ou frações ideais referidas no parágrafo único do art. 56, será destinado à entidade de fins não econômicos designada no estatuto, ou, omisso este, por deliberação dos associados, à instituição municipal, estadual ou federal, de fins idênticos ou semelhantes. 018. 018. (FGV/OAB-EXAME UNIFICADO NACIONAL XXXVI/2022) João Paulo, Thiago, Ana e Tereza, amigos de infância, consultam um advogado sobre a melhor forma de, conjuntamente, desenvolverem atividade com o propósito de auxiliar na educação formal de jovens de uma comunidade da cidade ABC. Os amigos questionam se deveriam constituir uma pessoa jurídica para tal fim e informam ao advogado que gostariam de participar ativamente da administração e do desenvolvimento das atividades de educação. Além disso, os amigos concordam que a referida pessoa jurídica a ser constituída não deve ter finalidade lucrativa. Diante do cenário hipotético narrado, o advogado(a) deverá indicar a) a necessidade de constituição de uma associação e alertar aos amigos que o custeio da referida associação deverá ser arcado por eles, tendo em vista a ausência de finalidade lucrativa. b) a necessidade de constituição de uma associação que poderá desenvolver atividade econômica, desde que a totalidade dos valores auferidos seja revertida para a própria associação. c) a constituição de uma fundação, porque é a modalidade mais adequada para que os amigos possam participar ativamente da administração e das atividades de educação. d) a constituição de uma fundação e alertar aos amigos que o custeio da referida fundação deverá ser arcado por eles, tendo em vista a ausência de finalidade lucrativa e a impossibilidade de aportes financeiros por outras pessoas que não pertencem à fundação. a) Errada. Embora as associações não possuam fins econômicos, podem elas desenvolver atividade econômica, conforme entendimento da doutrina (Enunciado 534, CJF/STJ). Dessa O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Marcelly - 70093803680, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.gran.com.br https://www.gran.com.br https://www.tecconcursos.com.br/bancas/fgv https://www.tecconcursos.com.br/concursos/oab-unificado-nacional-2022-xxxvi-exame 34 de 154gran.com.br Direito Civil Pessoa Jurídica e Bens Antônio Alex forma, ao contrário do que consta da assertiva, não necessariamente os interessados em constituir referida pessoa jurídica deverão arcar com o seu custeio, podendo os recursos virem de uma atividade desenvolvida pela associação. b) Certa. É o entendimento que prevalece na doutrina, consoante Enunciado 534 do CJF/STJ: JURISPRUDÊNCIA Enunciado 534/CJF-STJ As associações podem desenvolver atividade econômica, desde que não haja finalidade lucrativa. Dessa forma, como não poderá haver finalidade lucrativa, os recursos provenientes da atividade econômica desenvolvida deverão ser revertidos integralmente para a própria associação. Sobre o tema, leciona Carlos Roberto Gonçalves (Direito civil brasileiro, volume 1: parte geral. 15. ed. [livro eletrônico]. São Paulo: Saraiva, 2017): A circunstância de uma associação eventualmente realizar negócios para manter ou aumentar o seu patrimônio, sem, todavia, proporcionar ganhos aos associados não a desnatura, sendo comum a existência de entidades recreativas que mantêm serviço de venda de refeições aos associados, de cooperativas que fornecem gêneros alimentícios e conveniências a seus integrantes, bem como agremiações esportivas que vendem uniformes, bolas etc. aos seus componentes. A redação do retrotranscrito art. 53, ao referir-se a “fins não econômicos”, é imprópria, pois toda
Compartilhar