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DIREITO CIVIL OAB - Pessoa juridica (2020)

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DIREITO CIVIL
PESSOA JURÍDICA
Livro Eletrônico
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Dicler Ferreira
Pessoa Jurídica
DIREITO CIVIL
Sumário
Pessoa Jurídica ...............................................................................................................3
1. Conceito de Pessoa Jurídica .........................................................................................3
2. Classificação das Pessoas Jurídicas ...........................................................................6
3. Começo da Existência Legal das Pessoas Jurídicas ................................................... 19
4. Fim da Existência Legal das Pessoas Jurídicas ......................................................... 21
5. Desconsideração da Personalidade Jurídica ..............................................................22
6. Grupos Despersonalizados ou Despersonificados ................................................... 30
7. Representação e Responsabilidade da Pessoa Jurídica ............................................. 31
8. Domicílio da Pessoa Jurídica .....................................................................................34
Questões ......................................................................................................................36
Gabarito .......................................................................................................................39
Gabarito Comentado .................................................................................................... 40
Questão de Concurso ...................................................................................................43
Gabarito ....................................................................................................................... 51
Gabarito Comentado .....................................................................................................52
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Pessoa Jurídica
DIREITO CIVIL
PESSOA JURÍDICA
1. ConCeito de Pessoa JurídiCa
A pessoa jurídica é o conjunto de pessoas naturais ou de patrimônios, que visa a conse-
cução de certos fins, reconhecida pela ordem jurídica como sujeito de direitos e obrigações. 
Para existir, são necessários três requisitos:
• organização de pessoas ou de bens;
• licitude de propósitos ou fins; e
• capacidade jurídica reconhecida por norma.
Dessa forma, para que o ser humano possa atingir seus fins e objetivos lícitos, ele se 
une a outros formando agrupamentos. A esses grupos a lei atribui personalidade jurídica 
distinta da de cada um de seus membros, capacitando-os a serem sujeitos de direitos e 
de obrigações.
Nesse sentido é que surgem as pessoas jurídicas, também chamadas de pessoas mo-
rais, pessoas coletivas, pessoas abstratas, pessoas místicas, pessoas civis ou pessoas 
intelectuais.
Existem algumas teorias que negam a existência da pessoa jurídica (teorias negativistas). 
Elas não aceitam que possa haver uma associação com personalidade jurídica própria forma-
da por um grupo de indivíduos.
Por outro lado, as teorias afirmativistas, em maior número, procuram explicar esse fenô-
meno pelo qual um grupo de pessoas passa a constituir uma unidade orgânica, com individu-
alidade própria reconhecida pelo Estado e distinta das pessoas que a compõem.
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Pessoa Jurídica
DIREITO CIVIL
As teorias da ficção podem ser divididas em duas categorias.
Teoria da ficção legal: foi desenvolvida por Savigny. Considera a pessoa jurídica uma cria-
ção artificial da lei, um ente fictício, pois somente a pessoa natural pode ser sujeito da relação 
jurídica e titular de direitos subjetivos. Sendo assim, entende que é uma ficção a extensão dessa 
capacidade às pessoas jurídicas, para fins patrimoniais. Constrói-se, desse modo, uma ficção 
jurídica, uma abstração que, diversa da realidade, assim é considerada pelo ordenamento jurí-
dico.
Teoria da ficção doutrinária: tem Vareilles-Sommières dentre seus adeptos. Entende que 
a pessoa jurídica não tem existência real, mas apenas intelectual, ou seja, na inteligência dos 
juristas. Sendo assim, trata-se de uma mera ficção criada pela doutrina. É uma variação da 
teoria da ficção legal.
As teorias da ficção não são, hoje, aceitas. A crítica que se lhes faz é a de que não expli-
cam a existência do Estado como pessoa jurídica.
Para aqueles que defendem as teorias da realidade, as pessoas jurídicas são realidades 
vivas, e não mera abstração, tendo existência própria como os indivíduos. Divergem os seus 
adeptos apenas no modo de apreciar essa realidade, dando origem a várias concepções, den-
tre as quais se destacam as seguintes...
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Pessoa Jurídica
DIREITO CIVIL
Teoria da realidade objetiva ou orgânica: sustenta que a pessoa jurídica é uma realidade 
sociológica, um ser com vida própria, que nasce por imposição das forças sociais. De origem 
germânica (Gierke e Zitelmann), proclama que a vontade, pública ou privada, é capaz de dar 
vida a um organismo, que passa a ter existência própria, distinta da de seus membros, capaz 
de tornar-se sujeito de direito, real e verdadeiro.
Os seus críticos dizem que ela não esclarece como os grupos sociais, que não têm vida 
própria e personalidade, característica do ser humano, podem adquiri-la e se tornarem sujei-
tos de direitos e obrigações. Além disso, tal teoria reduz o papel do Estado a mero conhecedor 
de realidades já existentes, desprovido de maior poder criador.
Teoria da realidade jurídica ou institucionalista: defendida por Hauriou, assemelha-se à 
teoria da realidade objetiva pela ênfase dada ao aspecto sociológico. Considera as pessoas 
jurídicas como organizações sociais destinadas a um serviço ou ofício e, por isso, personifi-
cadas. Parte da análise das relações sociais, e não da vontade humana, constatando a exis-
tência de grupos organizados para a realização de uma ideia socialmente útil (as instituições) 
sendo estes grupos sociais dotados de ordem e organização próprios. Recebe as mesmas 
críticas feitas à teoria da realidade objetiva ou orgânica.
Teoria da realidade técnica: defendida por Saleilles, Colin e Capitant. Esclarece que a per-
sonificação dos grupos sociais é expediente de ordem técnica, ou seja, é uma forma encon-
trada pelo direito para reconhecer a existência de grupos de indivíduos que se unem na busca 
de fins determinados. A personificação é atribuída a grupos em que a lei reconhece vontade e 
objetivos próprios. O Estado, reconhecendo a necessidade e a conveniência de que tais gru-
pos sejam dotados de personalidade própria para poder participar da vida jurídica nas mes-
mas condições das pessoas naturais, outorga-lhes esse predicado. A personalidade jurídica 
é, portanto, um atributo que o Estado defere a certas entidades havidas como merecedoras 
dessa benesse por observarem determinados requisitos por ele estabelecidos. É a teoria ado-tada pelo direito brasileiro.
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Pessoa Jurídica
DIREITO CIVIL
2. ClassifiCação das Pessoas JurídiCas
Podemos classificar a pessoa jurídica de três formas.
Quanto à nacionalidade:
Nacional é a sociedade organizada em conformidade com a lei brasileira e que tenha no 
país a sede de sua administração.
Art. 1.126. É nacional a sociedade organizada de conformidade com a lei brasileira e que tenha no 
País a sede de sua administração.
A sociedade estrangeira está definida no art. 1.034 do CC:
Art. 1.134. A sociedade estrangeira, qualquer que seja o seu objeto, não pode, sem autorização do 
Poder Executivo, funcionar no País, ainda que por estabelecimentos subordinados, podendo, toda-
via, ressalvados os casos expressos em lei, ser acionista de sociedade anônima brasileira.
Quanto à estrutura interna
As pessoas jurídicas podem ser uma universitas personarum (conjunto de pessoas) como 
é o caso das corporações (associações – fins não econômicos – e sociedades – fins econô-
micos), ou uma universitas bonorum (patrimônio personalizado) como é o caso das funda-
ções.
Quanto às funções e capacidade: as pessoas jurídicas são de direito público interno 
(art. 41 do CC) ou externo (art. 42 do CC) e de direito privado.
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Pessoa Jurídica
DIREITO CIVIL
Art. 40. As pessoas jurídicas são de direito público, interno ou externo, e de direito privado.
Art. 41. São pessoas jurídicas de direito público interno:
I – a União;
II – os Estados, o Distrito Federal e os Territórios;
III – os Municípios;
IV – as autarquias, inclusive as associações públicas;
V – as demais entidades de caráter público criadas por lei.
Parágrafo único. Salvo disposição em contrário, as pessoas jurídicas de direito público, a que se 
tenha dado estrutura de direito privado, regem-se, no que couber, quanto ao seu funcionamento, 
pelas normas deste Código.
A seguir vamos tratar de cada uma das pessoas jurídicas citadas.
As pessoas jurídicas de direito público interno são aquelas cuja atuação se restringe aos 
interesses e limites territoriais do país. Podem ser da Administração Direta (União, Estados, 
Distrito Federal, Territórios e Municípios) ou da Administração Indireta (autarquias, fundações 
públicas, associações públicas e agências reguladoras).
A seguir temos alguns exemplos:
• Autarquias: INSS, Incra, INPI (Instituto Nacional de Propriedade Industrial), Iphan (Ins-
tituto Nacional de Propriedade Industrial), USP, Embratur, Suframa (Superintendência 
da Zona Franca de Manaus), CVM (Comissão de Valores Mobiliários), Cade (Conselho 
Administrativo de Defesa Econômica);
• Associações públicas: são consórcios públicos com personalidade jurídica de direito 
público, por conjugarem esforços visando atingir uma finalidade pública. Ex.: Copati 
(consórcio formado por municípios cortados pelo rio Tibagi, no Paraná, com o fim de 
preservar esse rio). Da mesma forma que ocorre com a associação pública, o consórcio 
público terá personalidade jurídica de direito público e, portanto, estará sujeito ao regi-
me de direito público, como se infere da nova redação dada ao art. 41, IV, do CC;
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• Fundações públicas: surgem quando a lei individualiza um patrimônio a partir de bens 
pertencentes a uma pessoa jurídica de direito público, afetando-o à realização de um 
fim administrativo, e dotando-o de organização adequada. Ex.: Fapesp (Fundação de 
Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo), Funarte (Fundação Nacional das Artes), 
Funasa (Fundação Centro Brasileiro para a Infância e Adolescência);
• Agências reguladoras: são autarquias federais especiais incumbidas de normatizar, dis-
ciplinar e fiscalizar a prestação de certos bens e serviços de grande interesse público 
por agentes econômicos públicos e privados. Ex.: ANA (Agência Nacional de Águas), 
Anac (Agência Nacional de Aviação Civil), Ancine (Agência Nacional do Cinema), Antaq 
(Agência Nacional de Transportes Aquáticos), Anatel (Agência Nacional de Telecomuni-
cações) etc.
As pessoas jurídicas de direito público externo são regulamentadas pelo direito internacional 
e compreendem as nações estrangeiras (Ex.: Itália, França, Alemanha, Uruguai, etc.) e as pessoas 
regidas pelo direito internacional público tal como a Santa Sé, uniões aduaneiras com o objetivo 
de facilitar o comércio exterior (Ex.: MERCOSUL, União Europeia etc.) e organismos internacio-
nais (Ex.: ONU, OEA, UNESCO, FMI, INTERPOL, OIT, FAO – Food and Agriculture Organization etc.).
Art. 42. São pessoas jurídicas de direito público externo os Estados estrangeiros e todas as pesso-
as que forem regidas pelo direito internacional público.
As pessoas jurídicas de direito privado são elencadas no art. 44 do Código Civil.
Art. 44. São pessoas jurídicas de direito privado:
I – as associações;
II – as sociedades;
III – as fundações.
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IV – as organizações religiosas;
V – os partidos políticos.
VI – as empresas individuais de responsabilidade limitada. (Incluído pela Lei n. 12.441, de 2011)
Trataremos de cada uma das pessoas jurídicas de direito privado neste tópico. Entretanto, 
como foram vistos diversos conceitos, é interessante fazermos um gráfico sintetizando toda 
essa classificação.
Agora sim, vamos às pessoas jurídicas de direito privado.
As corporações são caracterizadas pela existência de seus membros. Toda corporação é 
representada por um grupo de pessoas (naturais ou jurídicas), sendo que o patrimônio não é 
essencial. No Direito Romano, as corporações eram conhecidas como universitas persona-
rum, por representarem um conjunto de pessoas. Têm por objetivo sempre o bem-estar de 
seus membros, ou seja, existem para beneficiar os seus membros.
O gênero corporações se subdivide em duas espécies: as associações e as sociedades.
Associações: surgem quando não há um fim lucrativo ou intenção de dividir o re-
sultado, embora tenham patrimônio, formado por contribuição de seus membros para a 
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obtenção de fins culturais, educacionais, esportivos, religiosos, beneficentes, recreati-
vos, morais etc. Entretanto, não perdem a categoria de associaçãomesmo que realizem 
negócios para manter ou aumentar o seu patrimônio, desde que não proporcionem ganho 
aos associados (ex.: APAE, UNE, Associação de Pais e Mestres, Associação dos Advoga-
dos de São Paulo etc.)
Art. 53. Constituem-se as associações pela união de pessoas que se organizem para fins não eco-
nômicos.
Parágrafo único. Não há, entre os associados, direitos e obrigações recíprocos.
Além disso, ao se associar, a pessoa assume obrigações inerentes ao objetivo da asso-
ciação. A pessoa jurídica que se caracteriza pela existência de reciprocidade de direitos e 
obrigações é a sociedade (art. 981 do CC).
Art. 981. Celebram contrato de sociedade as pessoas que reciprocamente se obrigam a contribuir, 
com bens ou serviços, para o exercício de atividade econômica e a partilha, entre si, dos resultados.
É importante ressaltar que, apesar da impossibilidade de uma associação com finalidade 
econômica, nada impede que ela tenha um resultado econômico positivo e reinvista tal valor 
em suas finalidades. É o que prevê o Enunciado 534 da VI Jornada de Direito Civil do CJF:
Enunciado n. 534
As associações podem desenvolver atividade econômica, desde que não haja finalidade 
lucrativa.
O documento a ser utilizado na constituição da associação é o estatuto. Tal documento 
deve possuir os requisitos listados no art. 54 do CC.
Art. 54. Sob pena de nulidade, o estatuto das associações conterá:
I – a denominação, os fins e a sede da associação;
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Pessoa Jurídica
DIREITO CIVIL
II – os requisitos para a admissão, demissão e exclusão dos associados;
III – os direitos e deveres dos associados;
IV – as fontes de recursos para sua manutenção;
V – o modo de constituição e de funcionamento dos órgãos deliberativos;
VI – as condições para a alteração das disposições estatutárias e para a dissolução.
VII – a forma de gestão administrativa e de aprovação das respectivas contas.
Além disso, como se trata de uma pessoa sem finalidade lucrativa, os associados devem 
ter direitos iguais, apesar de ser possível a existência de uma categoria de associados com 
vantagens especiais. Um exemplo comum ocorre com os associados fundadores que reser-
vam para si vantagens especiais, enquanto os demais associados terão iguais direitos.
Art. 55. Os associados devem ter iguais direitos, mas o estatuto poderá instituir categorias com 
vantagens especiais.
Outro conceito importante está inserido no art. 56 do CC.
Art. 56. A qualidade de associado é intransmissível, se o estatuto não dispuser o contrário.
Parágrafo único. Se o associado for titular de quota ou fração ideal do patrimônio da associação, 
a transferência daquela não importará, de per si, na atribuição da qualidade de associado ao adqui-
rente ou ao herdeiro, salvo disposição diversa do estatuto.
Após sua análise, conclui-se que no silêncio do estatuto a qualidade de associado é in-
transmissível, seja por ato inter vivos (ex.: doação) ou causa mortis (testamento). Entretanto, 
é possível a transferência de quota ou fração ideal do patrimônio da associação.
Ainda sobre o associado, o art. 57 do CC prevê a possibilidade de sua exclusão:
Art. 57. A exclusão do associado só é admissível havendo justa causa, assim reconhecida em pro-
cedimento que assegure direito de defesa e de recurso, nos termos previstos no estatuto.
Percebe-se que para um associado ser excluído da associação deve haver um procedi-
mento específico, com a possibilidade de direito de defesa e, também, possibilidade de recur-
so quanto à primeira decisão.
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Pessoa Jurídica
DIREITO CIVIL
A quebra da affectio societatis, por ser esta elemento essencial a qualquer associação ou 
sociedade, pode constituir justa causa para a referida exclusão.
O art. 58 do CC protege os direitos do associado.
Art. 58. Nenhum associado poderá ser impedido de exercer direito ou função que lhe tenha sido 
legitimamente conferido, a não ser nos casos e pela forma previstos na lei ou no estatuto.
É comum as bancas cobrarem as competências privativas da assembleia geral.
Art. 59. Compete privativamente à assembleia geral:
I – destituir os administradores;
II – alterar o estatuto.
Parágrafo único. Para as deliberações a que se referem os incisos I e II deste artigo é exigido deli-
beração da assembleia especialmente convocada para esse fim, cujo quórum será o estabelecido 
no estatuto, bem como os critérios de eleição dos administradores.
Art. 60. A convocação dos órgãos deliberativos far-se-á na forma do estatuto, garantido a 1/5 (um 
quinto) dos associados o direito de promovê-la.
Finalizamos a parte das associações com a regra para a sua dissolução.
Art. 61. Dissolvida a associação, o remanescente do seu patrimônio líquido, depois de deduzidas, 
se for o caso, as quotas ou frações ideais referidas no parágrafo único do art. 56, será destinado 
à entidade de fins não econômicos designada no estatuto, ou, omisso este, por deliberação dos 
associados, à instituição municipal, estadual ou federal, de fins idênticos ou semelhantes.
§ 1º Por cláusula do estatuto ou, no seu silêncio, por deliberação dos associados, podem estes, 
antes da destinação do remanescente referida neste artigo, receber em restituição, atualizado o 
respectivo valor, as contribuições que tiverem prestado ao patrimônio da associação.
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§ 2º Não existindo no Município, no Estado, no Distrito Federal ou no Território, em que a associa-
ção tiver sede, instituição nas condições indicadas neste artigo, o que remanescer do seu patrimô-
nio se devolverá à Fazenda do Estado, do Distrito Federal ou da União.
Sociedades: podem ser simples ou empresárias. A sociedade simples visa o fim econômi-
co ou lucrativo, pois o lucro obtido deve ser repartido entre os sócios, sendo alcançado pelo 
exercício de certas profissões ou pela prestação de serviços técnicos. Já a sociedade empre-
sária objetiva o lucro através do exercício de atividade empresarial ou comercial.
Art. 981. Celebram contrato de sociedade as pessoas que reciprocamente se obrigam a con-
tribuir, com bens ou serviços, para o exercício de atividade econômica e a partilha, entre si, 
dos resultados.
Parágrafo único. A atividade pode restringir-se à realização de um ou mais negócios determinados.
Além disso, cabe citarmos o art. 44, § 2º, do CC.
Art. 44, § 2º As disposições concernentes às associações aplicam-se subsidiariamente às socie-
dades que são objeto do Livro II da Parte Especial deste Código.
Fundações particulares: é um acervo de bens livres de ônus e encargos (universitas bono-
rum) representando um patrimônio (conjunto de bens) a que a lei atribui personalidade jurí-
dica, em atenção ao fim a que se destina (fins religiosos, morais, culturais ou de assistência). 
O CC começa a regular a criação de uma fundação no seu art. 62 que, por ter sido modificado 
pela Lei n. 13.151/2015, é uma boa pedida para sercobrado na prova.
Art. 62. Para criar uma fundação, o seu instituidor fará, por escritura pública ou testamento, dota-
ção especial de bens livres, especificando o fim a que se destina, e declarando, se quiser, a maneira 
de administrá-la.
Percebe-se que a instituição da fundação é um ato solene que depende de escritura pú-
blica ou testamento. Tais documentos deverão conter a dotação de bens a serem transferidos 
para a fundação, assim como a finalidade a que ela se destina.
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Após a escritura pública ou o testamento, deve ocorrer a elaboração do seu estatuto. Do-
cumento este que deve ser levado à apreciação do Ministério Público (responsável por fisca-
lizar a fundação) para depois ocorrer o registro no Cartório das Pessoas Jurídicas.
Dessa forma, concluímos que a instituição de uma fundação deve atravessar as seguintes 
fases:
Vamos ver cada uma delas.
Dotação de bens livres: é o momento em que o instituidor destina determinados bens 
para a criação da fundação. Caso os bens destinados sejam insuficientes, deve-se observar 
o comando do art. 63 do CC.
Art. 63. Quando insuficientes para constituir a fundação, os bens a ela destinados serão, se de ou-
tro modo não dispuser o instituidor, incorporados em outra fundação que se proponha a fim igual 
ou semelhante.
Art. 64. Constituída a fundação por negócio jurídico entre vivos, o instituidor é obrigado a transfe-
rir-lhe a propriedade, ou outro direito real, sobre os bens dotados, e, se não o fizer, serão registra-
dos, em nome dela, por mandado judicial.
Elaboração do estatuto: pode ser própria (feita pelo próprio instituidor) ou fiduciária (quan-
do fica a cargo de alguém de confiança do instituidor). Caso a pessoa responsável pela elabo-
ração do estatuto não o faça no prazo estipulado, o encargo de elaborar o estatuto caberá ao 
Ministério Público nos termos do art. 65 do CC.
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Art. 65. Aqueles a quem o instituidor cometer a aplicação do patrimônio, em tendo ciência do en-
cargo, formularão logo, de acordo com as suas bases (art. 62), o estatuto da fundação projetada, 
submetendo-o, em seguida, à aprovação da autoridade competente, com recurso ao juiz.
Parágrafo único. Se o estatuto não for elaborado no prazo assinado pelo instituidor, ou, não haven-
do prazo, em cento e oitenta dias, a incumbência caberá ao Ministério Público.
Aprovação do estatuto pelo Ministério Público: sendo elaborado pelo próprio instituidor 
ou pessoa de sua confiança, a aprovação o estatuto fica a cargo do Ministério Público (MP), 
entretanto, caso o MP não aprove, poderão passar pela apreciação do Juiz da comarca, de 
forma subsidiária, para que a aprovação do MP seja suprida pelo magistrado; no entanto, se 
o estatuto for elaborado pelo MP, sempre deverá passa pela aprovação do juiz.
Nos termos do art. 66 do CC, modificado pela Lei n. 13.151/2015, também cabe ao Minis-
tério Público Estadual (MPE) o encargo de velar pelas fundações.
Art. 66. Velará pelas fundações o Ministério Público do Estado onde situadas.
§ 1º Se funcionarem no Distrito Federal ou em Território, caberá o encargo ao Ministério Público do 
Distrito Federal e Territórios.
§  2º Se estenderem a atividade por mais de um Estado, caberá o encargo, em cada um deles, 
ao respectivo Ministério Público.
Registro no Cartório das Pessoas Jurídicas: após ultrapassadas as fases anteriores, 
a fundação deverá ser registrada no Cartório do Registro Civil das Pessoas Jurídicas.
A fundação é composta por dois elementos: o patrimônio e o fim. O patrimônio é oriundo 
da dotação especial de bens livres. As finalidades possíveis estão previstas no art. 62, § único, 
do CC:
Art. 62, Parágrafo único. A fundação somente poderá constituir-se para fins de:
I – assistência social;
II – cultura, defesa e conservação do patrimônio histórico e artístico;
III – educação;
IV – saúde;
V – segurança alimentar e nutricional;
VI – defesa, preservação e conservação do meio ambiente e promoção do desenvolvimento sustentá-
vel;
VII – pesquisa científica, desenvolvimento de tecnologias alternativas, modernização de sistemas 
de gestão, produção e divulgação de informações e conhecimentos técnicos e científicos;
VIII – promoção da ética, da cidadania, da democracia e dos direitos humanos;
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IX – atividades religiosas; e
X – (VETADO).
Já nos termos do art. 69 do CC, as hipóteses de extinção de uma fundação são as seguintes:
• quando vencer o prazo de sua duração (situação rara, pois normalmente não se dispõe 
prazo de duração);
• quando se tornar ilícita a finalidade da fundação, o Ministério Público poderá ingressar 
com uma ação visando à sua extinção; e
• quando se tornar impossível ou inútil a sua manutenção (a causa mais comum, nessa 
hipótese, é o surgimento de dificuldades financeiras).
Art. 69. Tornando-se ilícita, impossível ou inútil a finalidade a que visa a fundação, ou vencido 
o prazo de sua existência, o  órgão do Ministério Público, ou qualquer interessado, lhe pro-
moverá a extinção, incorporando-se o seu patrimônio, salvo disposição em contrário no ato 
constitutivo, ou no estatuto, em outra fundação, designada pelo juiz, que se proponha a fim 
igual ou semelhante.
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Para se alterar o estatuto de uma fundação devem-se observar os comandos dos arts. 67 
e 68 do CC.
Art. 67. Para que se possa alterar o estatuto da fundação é mister que a reforma:
I – seja deliberada por dois terços dos competentes para gerir e representar a fundação;
II – não contrarie ou desvirtue o fim desta;
III – seja aprovada pelo órgão do Ministério Público no prazo máximo de 45 (quarenta e cinco) dias, 
findo o qual ou no caso de o Ministério Público a denegar, poderá o juiz supri-la, a requerimento do 
interessado.
Art. 68. Quando a alteração não houver sido aprovada por votação unânime, os administradores 
da fundação, ao submeterem o estatuto ao órgão do Ministério Público, requererão que se dê ci-
ência à minoria vencida para impugná-la, se quiser, em dez dias.
Partidos políticos: são associações civis defensoras do interesse do regime democrá-
tico, da autenticidade do sistema representativo e dos direitos fundamentais definidos na 
Constituição Federal de 1988. Sua organização e seu funcionamento são regulados por lei 
específica (Lei 9.096/95).
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Art. 44, § 3º Os partidos políticos serão organizados e funcionarão conforme o disposto em lei 
específica.
Organizações religiosas: também têm natureza de associação. Além disso, a  criação, 
a organização, a estruturação interna e o funcionamento das organizações religiosas são 
livres, sendo vedado ao poder público negar-lhes reconhecimento ou registro dos atos cons-
titutivos e necessários ao seu funcionamento.
Art. 44, § 1º São livres a criação, a organização, a estruturação interna e o funcionamento das 
organizações religiosas, sendo vedado ao poder público negar-lhes reconhecimento ou registro 
dos atos constitutivos e necessários ao seu funcionamento.
EIRELI (Empresa individual de responsabilidade limitada): é uma modalidade de empresa 
criada pela Lei 12441/2011. A EIRELI foi constituída para que se pudesse limitar a respon-
sabilidade do empresário ao valor do capital da empresa. Tal espécie de pessoa jurídica é 
estuda mais detalhadamente no Direito Empresarial. Sendo assim, me limitarei a reproduzir o 
art. 980-A do CC.
Art. 980-A. A empresa individual de responsabilidade limitada será constituída por uma única pes-
soa titular da totalidade do capital social, devidamente integralizado, que não será inferior a 100 
(cem) vezes o maior salário-mínimo vigente no País.
§ 1º O nome empresarial deverá ser formado pela inclusão da expressão “EIRELI” após a firma ou 
a denominação social da empresa individual de responsabilidade limitada.
§ 2º A pessoa natural que constituir empresa individual de responsabilidade limitada somente po-
derá figurar em uma única empresa dessa modalidade.
§ 3º A empresa individual de responsabilidade limitada também poderá resultar da concentração 
das quotas de outra modalidade societária num único sócio, independentemente das razões que 
motivaram tal concentração.
§ 4º ( VETADO).
§  5º Poderá ser atribuída à empresa individual de responsabilidade limitada constituída para a 
prestação de serviços de qualquer natureza a remuneração decorrente da cessão de direitos pa-
trimoniais de autor ou de imagem, nome, marca ou voz de que seja detentor o titular da pessoa 
jurídica, vinculados à atividade profissional.
§ 6º Aplicam-se à empresa individual de responsabilidade limitada, no que couber, as regras pre-
vistas para as sociedades limitadas.
§ 7º Somente o patrimônio social da empresa responderá pelas dívidas da empresa individual de 
responsabilidade limitada, hipótese em que não se confundirá, em qualquer situação, com o patri-
mônio do titular que a constitui, ressalvados os casos de fraude. (Incluído pela Lei n. 13.874, de 2019)
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Segue um gráfico esquemático para facilitar o aprendizado:
3. Começo da existênCia legal das Pessoas JurídiCas
Enquanto a existência legal das pessoas naturais ocorre através de um fato biológico 
(nascimento com vida), a pessoa jurídica tem seu início legal (aquisição da personalida-
de) subordinado a um ato jurídico ou a uma norma.
As pessoas jurídicas de direito público são criadas através de fatos históricos (ex.: 
independência do Brasil), de criação constitucional (ex.: Estados-membros da federação 
brasileira), de lei especial (ex.: autarquias) e de tratados internacionais, caso se trate de 
uma pessoa jurídica de direito público externo.
Já o processo de formação das pessoas jurídicas de direito privado é diferente.
Art. 45. Começa a existência legal das pessoas jurídicas de direito privado com a inscrição 
do ato constitutivo no respectivo registro, precedida, quando necessário, de autorização ou 
aprovação do Poder Executivo, averbando-se no registro todas as alterações por que passar 
o ato constitutivo.
Parágrafo único. Decai em três anos o direito de anular a constituição das pessoas jurídicas 
de direito privado, por defeito do ato respectivo, contado o prazo da publicação de sua inscri-
ção no registro.
Compõe-se de duas fases:
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• A elaboração do ato constitutivo: Sendo uma associação, que tem por natureza 
a inexistência de fins lucrativos, deve-se elaborar um estatuto como ato consti-
tutivo. Se a pessoa jurídica tiver fins lucrativos, seja uma sociedade simples ou 
empresária, elabora-se um contrato social como ato constitutivo. As  fundações 
possuem como ato constitutivo o testamento ou a escritura pública;
• O registro do ato constitutivo: para que a pessoa jurídica de direito privado exista 
legalmente é necessário inscrever os contratos ou estatutos no seu registro pe-
culiar. As sociedades empresárias devem se registrar no Registro Público de Em-
presas Mercantis (Junta Comercial), porém, as demais pessoas jurídicas devem se 
registrar no Registro Civil de Pessoas Jurídicas.
Entretanto, algumas pessoas jurídicas necessitam de autorização do Poder Executivo 
para terem a constituição e o funcionamento válidos. Temos como exemplo as sociedades 
estrangeiras, as agências ou estabelecimento de seguros, as caixas econômicas, as bolsas 
de valores, as cooperativas etc.
Faz-se necessário compararmos o início da existência legal (aquisição de personalidade 
jurídica) das pessoas naturais e das pessoas jurídicas de direito privado.
O registro, nas pessoas naturais, representa um ato meramente declaratório, pois, mesmo 
que uma pessoa nasça e não seja feita a certidão de nascimento, ocorre o início da persona-
lidade jurídica.
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No entanto, o registro, nas pessoas jurídicas, representa um ato constitutivo, ou seja, ape-
nas com o registro que se adquire personalidade jurídica. A personalidade não surge, sim-
plesmente, quando se firma o contrato.
Conforme o art. 45, § único, do CC, havendo defeito no ato constitutivo de uma pessoa 
jurídica de direito privado, pode-se desconstitui-la dentro do prazo decadencial de três anos, 
contado este prazo a partir da publicação de sua inscrição no Registro.
Segue mais uma tabela:
REGISTRO CONSEQUÊNCIA
PESSOA NATURAL Natureza declaratória
A personalidade é adquirida antes do registro, ou 
seja, através do nascimento com vida.
PESSOA JURÍDICA Natureza constitutiva A personalidade é adquirida através do registro.
O prazo para anular a constituição da pessoa jurídica por defeito no ato constitutivo é de 
três anos e possui natureza decadencial.
4. fim da existênCia legal das Pessoas JurídiCas
Os mesmos fatores que dão origem a uma pessoa jurídica de direito público, também po-
dem acarretar o seu término. Dessa forma, extinguem-se pela ocorrência de fatos históricos, 
por norma constitucional, lei especial ou tratados internacionais.
Já a existência legal daspessoas jurídicas de direito privado termina através da disso-
lução (ato declaratório motivado por causas supervenientes à constituição da sociedade, 
oriundo de deliberação dos sócios, do Poder Judiciário ou de autoridade administrativa, 
com a finalidade de fazer cessar as atividades) e da liquidação (objetiva a desativação ope-
racional da sociedade e a apuração do ativo e passivo para posterior pagamento das dívidas 
e partilha do patrimônio remanescente entre os sócios). Após estar encerrada a liquidação 
promove-se o cancelamento da inscrição da pessoa jurídica no respectivo registro. Caso 
a pessoa jurídica esteja em funcionamento decorrente de autorização do Poder Executivo, 
o seu término também pode ocorrer através de um ato governamental que cassar a autori-
zação para o funcionamento.
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Art. 51. Nos casos de dissolução da pessoa jurídica ou cassada a autorização para seu funciona-
mento, ela subsistirá para os fins de liquidação, até que esta se conclua.
§ 1º Far-se-á, no registro onde a pessoa jurídica estiver inscrita, a averbação de sua dissolução.
§ 2º As disposições para a liquidação das sociedades aplicam-se, no que couber, às demais pes-
soas jurídicas de direito privado.
§ 3º Encerrada a liquidação, promover-se-á o cancelamento da inscrição da pessoa jurídica.
5. desConsideração da Personalidade JurídiCa
O fato de a pessoa jurídica registrar seu ato constitutivo acarreta a sua aquisição da per-
sonalidade, como já vimos. Essa personalidade jurídica é muito importante, pois ela dá ori-
gem ao princípio da autonomia da pessoa jurídica (separação patrimonial). Ou seja, A pessoa 
jurídica, quando personificada, não se confunde com as pessoas que a integram.
SEPARAÇÃO 
PATRIMONIAL
PATRIMÓNIO DA 
PESSOA JURÍDICA ≠ PATRIMÓNIO DOS SÓCIOS E ADMINISTRADORES
Dessa forma, é a pessoa jurídica, e não seus integrantes, que participa dos negócios jurídi-
cos de seu interesse e titulariza os direitos e obrigações dela decorrentes. Também é ela (PJ) 
quem demanda e é demandada em razão de tais direitos e obrigações. Finalmente, é apenas 
o patrimônio da pessoa jurídica (e não o de seus integrantes) que, em princípio, responde por 
suas obrigações. Ou seja, com a aquisição da personalidade ocorre uma separação patrimo-
nial entre os bens da pessoa jurídica e os bens dos sócios e administradores.
Dessa forma, de acordo com o artigo 50 do CC, apesar de haver uma separação patrimo-
nial entre os bens dos sócios e administradores dos bens da pessoa jurídica, é possível que 
em razão de atos fraudulentos e abusivos o juiz, a requerimento da parte interessada ou do 
Ministério Público quando couber intervir, decida estender aos bens dos sócios e administradores 
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a execução por dívidas da pessoa jurídica. Quando este fenômeno acontece, a doutrina diz 
que houve uma desconsideração da personalidade jurídica.
A publicação do edital do concurso para a Sefaz-AL ocorreu após a MP n. 881/2019 ser 
convertida na Lei n. 13.874/2019. Sendo assim, penso ser prudente abordar as alterações que 
essa lei promoveu.
O art. 50 do CC, antes, possuía a seguinte redação:
REDAÇÃO ANTIGA
Art. 50. Em caso de abuso da personalidade jurídica, caracterizado pelo desvio de finalidade, ou 
pela confusão patrimonial, pode o juiz decidir, a requerimento da parte, ou do Ministério Público 
quando lhe couber intervir no processo, que os efeitos de certas e determinadas relações de obri-
gações sejam estendidos aos bens particulares dos administradores ou sócios da pessoa jurídica.
Entretanto, após a referida lei, a nova redação é a seguinte:
REDAÇÃO NOVA
Art. 50. Em caso de abuso da personalidade jurídica, caracterizado pelo desvio de finalidade, ou 
pela confusão patrimonial, pode o juiz, a requerimento da parte, ou do Ministério Público quando 
lhe couber intervir no processo, desconsiderá-la para que os efeitos de certas e determinadas re-
lações de obrigações sejam estendidos aos bens particulares de administradores ou de sócios da 
pessoa jurídica beneficiados direta ou indiretamente pelo abuso.
§ 1º Para fins do disposto neste artigo, desvio de finalidade é a utilização da pessoa jurídica com o 
propósito de lesar credores e para a prática de atos ilícitos de qualquer natureza.
§ 2º Entende-se por confusão patrimonial a ausência de separação de fato entre os patrimônios, 
caracterizada por:
I – cumprimento repetitivo pela sociedade de obrigações do sócio ou do administrador ou vice-
-versa;
II – transferência de ativos ou de passivos sem efetivas contraprestações, exceto o de valor pro-
porcionalmente insignificante; e
III – outros atos de descumprimento da autonomia patrimonial.
§ 3º O disposto no caput e nos § 1º e § 2º também se aplica à extensão das obrigações de sócios 
ou de administradores à pessoa jurídica.
§ 4º A mera existência de grupo econômico sem a presença dos requisitos de que trata o caput não 
autoriza a desconsideração da personalidade da pessoa jurídica.
§ 5º Não constitui desvio de finalidade a mera expansão ou a alteração da finalidade original da 
atividade econômica específica da pessoa jurídica.
Este fenômeno, também chamado de disregard of the legal entity, encontra fundamen-
to no fato de a pessoa jurídica não poder servir de manto protetor aos seus representantes 
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ou integrantes da diretoria que praticarem atos fraudulentos ou abusivos contra as demais 
pessoas (terceiros). O escudo que a personalidade da pessoa jurídica proporciona aos seus 
representantes pode ser removido e o manto protetor ser suspenso pela teoria da descon-
sideração da personalidade jurídica, também chamada de teoria da despersonalização ou 
teoria da penetração.
O juiz (não pode ser autoridade administrativa), desde que fundamentadamente em pro-
cesso legalmente estabelecido, pode afastar temporariamente a personalidade jurídica da 
pessoa jurídica e determinar que as pessoas naturais que a representam respondam pelos 
atos e negócios jurídicos praticados em nome da mesma. Ocorrendo a quebra da personali-
dade, tais pessoas naturais serão incluídas no polo passivo do processo e responderão com 
seus bens, em face da fraude ou abuso comprovados e praticados sob o manto protetor da 
pessoa jurídica.
Ressalta-se que a desconsideração da personalidade não acarreta a extinção da pessoa 
jurídica e nem a exclusão do sócio, apenas permite, em determinada relação (episodicamen-
te), a execução dos bens dos sócios e representantes em nome da pessoa jurídica.
Preste atenção, pois este assunto costuma ser muito cobrado em provas de concursos.
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Pela desconsideração da personalidade jurídica fica afastado, provisoriamente, o  prin-
cípio da autonomia da personalidade jurídica. Ou seja, a pessoa jurídica continua existindo 
regularmente, mas, para o ato praticado com abuso, a autonomia patrimonial entre os sócios/
administradores e a PJ deixa se existir.
Dentre as alterações promovidas pela Lei n. 13.874/2019, podemos elencar que:
• O caput do artigo foi alterado, explicitando que a desconsideração deverá atingir os 
bens apenas dos administradores ou sócios direta ou indiretamente beneficiados pelo 
abuso da personalidade jurídica. A alteração evita que a desconsideração venha a se 
dar em prejuízo de sócios ou administradores que não contribuíram para o abuso, como 
sócios minoritários que não participam da administração da pessoa jurídica – os quais, 
de fato, não deveriam ser atingidos pela desconsideração;
• O § 1º tratou de conceituar o que é desvio de finalidade, aludindo à utilização da pessoa 
jurídica para:
 – lesar credores; e
 – praticar atos ilícitos de qualquer natureza;
• O § 2º definiu o que é abuso da personalidade, o que representa uma ausência de sepa-
ração de fato entre os patrimônios dos sócios e da pessoa jurídica. Vejamos os incisos:
−	 cumprimento repetitivo pela sociedade de obrigações do sócio ou do administrador 
ou vice-versa;
−	 transferência de ativos ou de passivos sem efetivas contraprestações, exceto o de 
valor proporcionalmente insignificante; e
−	 outros atos de descumprimento da autonomia patrimonial. Os dois primeiros inci-
sos representam exemplos corriqueiros de confusão patrimonial. O terceiro inciso 
é genérico e, por isso, possibilita ao intérprete identificar, a partir de elementos do 
caso concreto, outras modalidades de confusão, como, por exemplo, a prestação de 
garantia pela pessoa jurídica em negócio de interesse exclusivo do sócio;
• O § 3º trata da desconsideração inversa da personalidade jurídica que já havia sido 
positivada no CDC e no Novo CPC. Falaremos dela mais adiante;
• O § 4º afastou a possibilidade de desconsideração da personalidade jurídica a partir da 
mera identificação de grupo econômico, exigindo, também nesses casos, a presença 
dos requisitos do desvio de finalidade ou da confusão patrimonial;
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• O § 5º estabeleceu que a mera alteração da atividade originariamente desenvolvida 
pela pessoa jurídica não implica, por si só, desvio de finalidade.
A desconsideração da personalidade também está prevista em outros diplomas legais, 
dentre eles destacamos o art. 28 da Lei 8.078/90 (Código de Defesa do Consumidor) que con-
sagra um universo de possibilidades bem mais abrangente que o do Código Civil.
Art. 28. O juiz poderá desconsiderar a personalidade jurídica da sociedade quando, em detrimento 
do consumidor, houver abuso de direito, excesso de poder, infração da lei, fato ou ato ilícito ou vio-
lação dos estatutos ou contrato social. A desconsideração também será efetivada quando houver 
falência, estado de insolvência, encerramento ou inatividade da pessoa jurídica provocados por má 
administração.
§ 1º (Vetado).
§ 2º As sociedades integrantes dos grupos societários e as sociedades controladas, são subsidia-
riamente responsáveis pelas obrigações decorrentes deste código.
§ 3º As sociedades consorciadas são solidariamente responsáveis pelas obrigações decorrentes 
deste código.
§ 4º As sociedades coligadas só responderão por culpa.
§ 5º Também poderá ser desconsiderada a pessoa jurídica sempre que sua personalidade for, de 
alguma forma, obstáculo ao ressarcimento de prejuízos causados aos consumidores.
Há quem diga que, no art. 135 do CTN (Código Tributário Nacional), está prevista a des-
consideração da personalidade jurídica no que tange às obrigações tributárias quando hou-
ver excesso de poderes ou infração de lei.
Art. 135. São pessoalmente responsáveis pelos créditos correspondentes a obrigações tributárias 
resultantes de atos praticados com excesso de poderes ou infração de lei, contrato social ou esta-
tutos:
I – as pessoas referidas no artigo anterior;
II – os mandatários, prepostos e empregados;
III – os diretores, gerentes ou representantes de pessoas jurídicas de direito privado.
Na Lei n. 9.605/1998 (Meio Ambiente) também há outra possibilidade de desconsideração 
da personalidade jurídica.
Art. 4º Poderá ser desconsiderada a pessoa jurídica sempre que sua personalidade for obstáculo 
ao ressarcimento de prejuízos causados à qualidade do meio ambiente.
A teoria da desconsideração da pessoa jurídica divide-se em duas: a teoria maior e a teoria 
menor.
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Na teoria maior, também denominada teoria subjetiva, o magistrado, usando de seu livre 
convencimento, se entender que houve fraude ou abuso de direito, pode aplicar a desconsi-
deração da personalidade jurídica.
Já na teoria menor, teoria objetiva como denomina parte da doutrina, o critério adotado é 
a existência de confusão patrimonial.
Segundo os doutrinadores, no ordenamento jurídico brasileiro, a teoria maior é adotada 
como regra geral (ex.: Código Civil), enquanto a teoria menor é acolhida, excepcionalmente, 
na legislação especial, como, por exemplo, no Direito Ambiental (art. 4º da Lei n. 9.605/1998) 
e no Direito do Consumidor (art. 28 do CDC).
TEORIA MAIOR TEORIA MENOR
CÓDIGO CIVIL LEGISLAÇÃO ESPECIAL
(CDC / Lei n. 9.605/1998)
Ainda sobre a desconsideração da personalidade, cabe ressaltarmos que ela não pode 
ocorrer para o caso de pessoas jurídicas irregulares ou despersonificadas (sem personalida-
de jurídica). Dessa forma, as sociedades que não foram regularmente constituídas, ou seja, 
aquelas que não possuem registro, não podem ser alvo da desconsideração, pois não há au-
tonomia patrimonial protegendo o patrimônio dos sócios e administradores.
O gráfico a seguir ilustra as espécies de sociedades:
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SOCIEDADES QUE NÃO ESTÃO SUJEITAS À DESCONSIDERAÇÃO POR NÃO POSSUÍREM 
PERSONALIDADE JURÍDICA
1) Sociedade em conta de participação; e
2) Sociedade em comum.
Por fim, cabe ressaltar a possibilidade de desconsideração inversa da personalidade jurí-
dica. Tal instituto, que foi inicialmente criado pela doutrina e pela jurisprudência, ocorre quan-
do o juiz decide sobre a extensão dos efeitos de determinada relação jurídica praticada pelo 
particular aos bens da pessoa jurídica.
Como exemplo, temos os casos de separação judicial em que o marido transfere seus 
bens particulares para a empresa, fazendo com que, na hora da divisão dos bens, a esposa fi-
que quase sem nada. Nesse caso o juiz pode atingir os bens sociais (patrimônio da empresa) 
de forma a estabelecer uma corretadivisão do patrimônio adquirido de forma conjunta pelo 
casal.
Veja o Enunciado 283 da IV Jornada de Direito Civil:
Enunciado n. 283
É cabível a desconsideração da personalidade jurídica denominada “inversa” para alcan-
çar bens de sócio que se valeu da pessoa jurídica para ocultar ou desviar bens pessoais, 
com prejuízo a terceiros.
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DIREITO CIVIL
Até a vigência do Novo Código de Processo Civil (NCPC), a desconsideração inversa não 
estava positivada, existindo apenas conceitos doutrinários e jurisprudenciais.
Entretanto, o art. 133, § 2º do NCPC passou a positivar o instituto a partir de 2016.
Art. 133. O incidente de desconsideração da personalidade jurídica será instaurado a pedido da 
parte ou do Ministério Público, quando lhe couber intervir no processo.
§ 1º O pedido de desconsideração da personalidade jurídica observará os pressupostos previstos 
em lei.
§ 2º Aplica-se o disposto neste Capítulo à hipótese de desconsideração inversa da personalidade 
jurídica.
A seguir, temos todos os enunciados das jornadas de Direito Civil que se referem ao art. 50 
do CC:
Enunciado n. 7 (I Jornada)
Só se aplica a desconsideração da personalidade jurídica quando houver a prática de 
ato irregular e, limitadamente, aos administradores ou sócios que nela hajam incorrido.
Enunciado n. 51 (I Jornada)
A teoria da desconsideração da personalidade jurídica – disregard doctrine – fica posi-
tivada no novo Código Civil, mantidos os parâmetros existentes nos microssistemas 
legais e na construção jurídica sobre o tema.
Enunciado n. 146 (III Jornada)
Nas relações civis, interpretam-se restritivamente os parâmetros de desconsideração 
da personalidade jurídica previstos no art. 50 (desvio de finalidade social ou confusão 
patrimonial).
Enunciado n. 281 (IV Jornada)
A aplicação da teoria da desconsideração, descrita no art. 50 do Código Civil, prescinde 
da demonstração de insolvência da pessoa jurídica.
Enunciado n. 282 (IV Jornada)
O encerramento irregular das atividades da pessoa jurídica, por si só, não basta para 
caracterizar abuso da personalidade jurídica.
Enunciado n. 284 (IV Jornada)
As pessoas jurídicas de direito privado sem fins lucrativos ou de fins não econômicos 
estão abrangidas no conceito de abuso da personalidade jurídica.
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Enunciado n. 285 (IV Jornada)
A teoria da desconsideração, prevista no art. 50 do Código Civil, pode ser invocada pela 
pessoa jurídica, em seu favor.
Enunciado n. 406 (V Jornada)
A desconsideração da personalidade jurídica alcança os grupos de sociedade quando 
estiverem presentes os pressupostos do art. 50 do Código Civil e houver prejuízo para os 
credores até o limite transferido entre as sociedades.
Já vi a cobrança da literalidade de alguns desses enunciados.
6. gruPos desPersonalizados ou desPersonifiCados
Nem todo grupo social constituído para a execução de uma atividade é dotado de perso-
nalidade. Apesar de alguns grupos possuírem características peculiares à pessoa jurídica, 
lhes faltam requisitos indispensáveis à personificação. Os principais são os seguintes:
• Família: apesar de ser a base da sociedade, não tem legitimidade ativa ou passiva no 
campo processual;
• Espólio: é o conjunto de bens formado com a morte de alguém. Tal ente possui legiti-
midade, devendo ser representado pelo inventariante, entretanto, não deve ser consi-
derado pessoa jurídica;
• Herança jacente e vacante: caso a pessoa faleça e não deixe sucessores, os seus bens 
serão destinados ao poder público e, da mesma forma que o espólio, tal conjunto de 
bens não pode ser considerado pessoa jurídica. Quando se abre a sucessão sem que 
o de cujus tenha deixado testamento e não há conhecimento da existência de algum 
herdeiro, diz-se que a herança é jacente. Serão declarados vacantes os bens da heran-
ça jacente se, promovida a arrecadação e praticadas todas as exigências legais, não 
aparecerem herdeiros ou se todos os chamados a suceder a ela renunciarem;
• Massa falida: é o conjunto de bens formado com a decretação de falência de uma pes-
soa jurídica, sendo que não constitui uma pessoa jurídica pois representa uma simples 
arrecadação de coisas e direitos;
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• Sociedade de fato: são empresas que não possuem estatuto ou contrato social e, por 
isso, não foram registradas;
• Sociedades irregulares: é o ente constituído por uma empresa que possui estatuto ou 
contrato social, entretanto tal documento não foi registrado na Junta Comercial esta-
dual, tal como ocorre com a sociedade em comum e a sociedade em conta de partici-
pação;
• Condomínio: para alguns doutrinadores, o condomínio edilício constitui uma pessoa 
jurídica, tanto que pode ter inscrição no CNPJ, para outros doutrinadores não constitui 
pessoa jurídica.
E se cair na prova perguntando se o condomínio é ou não pessoa jurídica?
A tendência moderna tem sido aceitar o condomínio como pessoa jurídica (com persona-
lidade jurídica), em decorrência dos enunciados 90 e 246, respectivamente, das I e III Jorna-
das de Direito Civil:
Enunciado n. 90
Art. 1.331: Deve ser reconhecida personalidade jurídica ao condomínio edilício nas rela-
ções jurídicas inerentes às atividades de seu peculiar interesse. (Alterado pelo En. 246 
da III Jornada).
Enunciado n. 246
Art. 1.331: Fica alterado o Enunciado n. 90, com supressão da parte final: “nas relações 
jurídicas inerentes às atividades de seu peculiar interesse”. Prevalece o texto: “Deve ser 
reconhecida personalidade jurídica ao condomínio edilício”.
7. rePresentação e resPonsabilidade da Pessoa JurídiCa
Estudamos que a capacidade da pessoa jurídica decorre de sua personalidade reconhe-
cida pela ordem pública no momento de seu registro. Entretanto, por ser uma instituição jurí-
dica, ela necessita de uma pessoa natural para representá-la ativa e passivamente, exteriori-
zando sua vontade nos atos judiciais e extrajudiciais que participar.
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Em se tratando de pessoa jurídica de direito público interno, (art. 75 do NCPC) temos o 
seguinte no que tange à representação:
Art. 75. Serão representados em juízo, ativa e passivamente:
I – a União, pela Advocacia-Geral da União, diretamente ou mediante órgão vinculado;
II – o Estado e o Distrito Federal, por seus procuradores;
III – o Município, por seu prefeito ou procurador;
IV – a autarquia e a fundação de direito público, por quem a lei do ente federado designar;
V – a massa falida, peloadministrador judicial;
VI – a herança jacente ou vacante, por seu curador;
VII – o espólio, pelo inventariante;
VIII – a pessoa jurídica, por quem os respectivos atos constitutivos designarem ou, não havendo 
essa designação, por seus diretores;
IX – a sociedade e a associação irregulares e outros entes organizados sem personalidade jurídica, 
pela pessoa a quem couber a administração de seus bens;
X – a pessoa jurídica estrangeira, pelo gerente, representante ou administrador de sua filial, agên-
cia ou sucursal aberta ou instalada no Brasil;
No tocante às demais pessoas jurídicas em regra, o representante é indicado no estatuto. 
Caso haja omissão de tal indicação a pessoa jurídica será representada pelos seus diretores. 
Entretanto, os atos dos administradores, quando exercidos dentro dos limites definidos no 
estatuto também obrigam a pessoa jurídica (art. 47 do CC).
Art. 47. Obrigam a pessoa jurídica os atos dos administradores, exercidos nos limites de seus po-
deres definidos no ato constitutivo.
Caso tais administradores pratiquem desvio ou excesso de poder, deverão responder pes-
soalmente com o seu patrimônio pelos atos lesivos causados às pessoas com quem celebra-
ram negócios.
Caso a pessoa jurídica tenha administração coletiva (gerência colegiada), em regra, as de-
cisões deverão ser tomadas por metade dos votos dos presentes mais um, nos termos do 
art. 48 do CC.
Art. 48. Se a pessoa jurídica tiver administração coletiva, as decisões se tomarão pela maioria de 
votos dos presentes, salvo se o ato constitutivo dispuser de modo diverso.
Parágrafo único. Decai em três anos o direito de anular as decisões a que se refere este artigo, 
quando violarem a lei ou estatuto, ou forem eivadas de erro, dolo, simulação ou fraude.
Em se tratando de sociedade, serão necessários votos correspondentes a mais da metade 
do capital social da empresa. Já o parágrafo único do dispositivo acima prevê a possibilidade de 
anulação de decisão contrária à lei e ao estatuto, ou eivada de vício de consentimento ou social.
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Pelo fato de a pessoa jurídica precisar ser representada, ativa ou passivamente, em juízo 
ou fora dele, deverá ser administrada, em regra, por quem o estatuto designar. Porém, se a 
administração da pessoa jurídica vier a faltar, caracterizando uma vacância geral, então o 
magistrado, nos termos do art. 49 do CC, deverá nomear um administrador provisório.
Art. 49. Se a administração da pessoa jurídica vier a faltar, o juiz, a requerimento de qualquer inte-
ressado, nomear-lhe-á administrador provisório.
Sabe-se, porém, que independentemente da pessoa jurídica, ser representada por seus 
diretores ou por quem conste em seus estatutos ou contrato social, poderá (aquela por inter-
médio destes), outorgar poderes para terceira pessoa (mandatário), praticar atos e adminis-
trar interesses em seu nome (pessoa jurídica). No mandato, o mandatário atua por conta e 
ordem do representado.
Dessa forma, a agilidade do mundo dos negócios impede muitas vezes que os represen-
tantes legais estejam presentes a todos os atos, fazendo, na maioria das vezes, se represen-
tar por mandatário especialmente nomeado.
Assim como a pessoa natural pode nomear mandatário para a administração de seus 
bens e interesses, como, por exemplo, alguém que passará longo período fora do país, a pes-
soa jurídica, com muito mais razão, também pode usar do mesmo instituto. Há de se ressaltar 
que não podemos confundir a figura da representação com a figura do preposto, apesar de 
que a pessoa jurídica tem a faculdade de fazer-se representar em juízo tanto por intermédio 
de preposto (funcionário credenciado), como por intermédio de mandatário (não-funcionário).
Sobre a responsabilização da pessoa jurídica temos que ela pode ser penal e civil. A res-
ponsabilização penal é prevista na legislação infraconstitucional através da Lei n. 9.605/1998 
que trata dos crimes ambientais. No caso em questão será responsabilizada tanto a pessoa 
jurídica como a pessoa física pela qual se exteriorizou o ato danoso. Sobre a responsabilidade 
civil, vamos dividi-las em duas.
Responsabilidade das pessoas jurídicas de direito privado: no âmbito civil a responsabili-
dade da pessoa jurídica pode ser contratual (decorrente de um contrato) ou extracontratual/
aquiliana (decorrente de um delito). Veremos o assunto com mais detalhes na aula de ato 
ilícito.
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Ressalta-se que toda pessoa jurídica de direito privado, tendo ou não finalidade lucrativa, 
responde pelos danos causados a terceiros, qualquer que seja a sua natureza e os seus fins.
Devemos ter atenção ao art. 49-A que foi recentemente inserido no Código Civil pela Lei n. 
13.874/2019 que instituiu a Declaração de Direitos de Liberdade Econômica.
Art. 49-A. A pessoa jurídica não se confunde com os seus sócios, associados, instituidores ou 
administradores.
Parágrafo único. A autonomia patrimonial das pessoas jurídicas é um instrumento lícito de aloca-
ção e segregação de riscos, estabelecido pela lei com a finalidade de estimular empreendimentos, 
para a geração de empregos, tributo, renda e inovação em benefício de todos.
Foi reforçada a autonomia patrimonial da pessoa jurídica em relação aos seus sócios, 
associados, instituidores ou administradores.
Responsabilidade das pessoas jurídicas de direito público interno: o assunto encontra-se 
positivado no art. 43 do CC:
Art. 43. As pessoas jurídicas de direito público interno são civilmente responsáveis por atos dos 
seus agentes que nessa qualidade causem danos a terceiros, ressalvado direito regressivo contra 
os causadores do dano, se houver, por parte destes, culpa ou dolo.
No artigo em questão está consagrada responsabilidade civil objetiva onde a indenização 
estatal e cabível na hipótese de danos causados por comportamentos dos funcionários, a di-
reitos de particulares, bastando a comprovação da existência de prejuízo.
Por força do art. 37, § 6º, da CF, as pessoas jurídicas de direito público e as de direito pri-
vado prestadoras de serviços públicos, respondem pelos danos que seus funcionários cau-
sem a terceiro, sem distinção da categoria do ato, seja comissivo ou omissivo; entretanto, 
é cabível ação regressiva contra o agente público, quando tiver havido culpa deste, de modo 
a não ser o patrimônio público desfalcado por sua conduta.
8. domiCílio da Pessoa JurídiCa
Assim como a pessoa natural, a pessoa jurídica também deve responder pelos atos refe-
rentes às relações jurídicas em que está envolvida.
O assunto é tratado no art. 75 do CC:
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Art. 75. Quanto às pessoas jurídicas, o domicílio é:
I – da União, o Distrito Federal;
II – dos Estados e Territórios, as respectivas capitais;
III – do Município, o lugar onde funcione a administração municipal;
IV – das demais pessoasjurídicas, o lugar onde funcionarem as respectivas diretorias e adminis-
trações, ou onde elegerem domicílio especial no seu estatuto ou atos constitutivos.
§ 1º Tendo a pessoa jurídica diversos estabelecimentos em lugares diferentes, cada um deles será 
considerado domicílio para os atos nele praticados.
§ 2º Se a administração, ou diretoria, tiver a sede no estrangeiro, haver-se-á por domicílio da pes-
soa jurídica, no tocante às obrigações contraídas por cada uma das suas agências, o  lugar do 
estabelecimento, sito no Brasil, a que ela corresponder.
A pessoa jurídica não possui residência, mas tem sede ou estabelecimento que a “prende” 
a um determinado lugar. Trata-se do domicílio especial da pessoa jurídica que pode ser livre-
mente escolhido no seu ato constitutivo.
Não havendo tal escolha o domicílio será o lugar onde funcionar as respectivas diretorias 
e administrações.
A tabela a seguir resume o assunto.
DOMICÍLIO DA PESSOA JURÍDICA DE DIREITO PÚBLICO INTERNO
União O Distrito Federal.
Estados e Territórios As respectivas capitais.
Municípios O lugar onde funcione a administração municipal.
DOMICÍLIO DAS DEMAIS PESSOAS JURÍDICAS
Regra
Onde elegerem domicílio especial no seu estatuto 
ou atos constitutivos.
Na falta de domicílio especial
O lugar onde funcionarem as respectivas diretorias e 
administrações.
Diversos estabelecimentos (pluralidade 
domiciliar)
Cada um deles será considerado domicílio para os 
atos nele praticados.
Se a administração ou diretoria tiver 
sede no estrangeiro
O lugar do estabelecimento, sito no Brasil, a que ela 
corresponder.
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QUESTÕES
Questões OAB 
Questão 1 (FGV/OAB/EXAME DE ORDEM UNIFICADO/2016) Júlia, casada com José sob 
o regime da comunhão universal de bens e mãe de dois filhos, Ana e João, fez testamento 
no qual destinava metade da parte disponível de seus bens à constituição de uma fundação 
de amparo a mulheres vítimas de violência obstétrica. Aberta a sucessão, verificou-se que 
os bens destinados à constituição da fundação eram insuficientes para cumprir a finalidade 
pretendida por Júlia, que, por sua vez, nada estipulou em seu testamento caso se apresen-
tasse a hipótese de insuficiência de bens.
Diante da situação narrada, assinale a afirmativa correta.
a) A disposição testamentária será nula e os bens serão distribuídos integralmente entre 
Ana e João.
b) O testamento será nulo e os bens serão integralmente divididos entre José, Ana e João.
c) Os bens de Júlia serão incorporados à outra fundação que tenha propósito igual ou se-
melhante ao amparo de mulheres vítimas de violência obstétrica.
d) Os bens destinados serão incorporados à outra fundação determinada pelos herdeiros 
necessários de Júlia, após a aprovação do Ministério Público.
Questão 2 (FGV/OAB/EXAME DE ORDEM UNIFICADO/2011) Roberto, por meio de testa-
mento, realiza dotação especial de bens livres para a finalidade de constituir uma fundação 
com a finalidade de promover assistência a idosos no Município do Rio de Janeiro. Todavia, 
os bens destinados foram insuficientes para constituir a fundação pretendida pelo instituidor. 
Em razão de Roberto nada ter disposto sobre o que fazer nessa hipótese, é correto afirmar que
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a) os bens dotados deverão ser convertidos em títulos da dívida pública até que, aumentados 
com os rendimentos, consigam perfazer a finalidade pretendida.
b) os bens destinados à fundação serão, nesse caso, incorporados em outra fundação que se 
proponha a fim igual ou semelhante.
c) a Defensoria Pública do estado respectivo, responsável por velar pelas fundações, destina-
rá os bens dotados para o fundo assistencial mantido pelo Estado para defesa dos hipossu-
ficientes.
d) os bens serão arrecadados e passarão ao domínio do Município, se localizados na respec-
tiva circunscrição.
Questão 3 (FGV/OAB/EXAME DE ORDEM UNIFICADO/2014) Paulo foi casado, por muitos 
anos, no regime da comunhão parcial com Luana, até que um desentendimento deu início a 
um divórcio litigioso. Temendo que Luana exigisse judicialmente metade do seu vasto patri-
mônio, Paulo começou a comprar bens com capital próprio em nome de sociedade da qual 
é sócio e passou os demais também para o nome da sociedade, restando, em seu nome, 
apenas a casa em que morava com ela.
Acerca do assunto, marque a opção correta.
a) A atitude de Paulo encontra respaldo na legislação, pois a lei faculta a todo cidadão defen-
der sua propriedade, em especial de terceiros de má-fé.
b) É permitido ao juiz afastar os efeitos da personificação da sociedade nos casos de desvio 
de finalidade ou confusão patrimonial, mas não o contrário, de modo que não há nada que 
Luana possa fazer para retomar os bens comunicáveis.
c) Sabendo-se que a “teoria da desconsideração da personalidade jurídica” encontra aplica-
ção em outros ramos do direito e da legislação, é correto afirmar que os parâmetros adotados 
pelo Código Civil constituem a Teoria Menor, que exige menos requisitos.
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d) No caso de confusão patrimonial, gerado pela compra de bens com patrimônio particular 
em nome da sociedade, é possível atingir o patrimônio da sociedade, ao que se dá o nome de 
“desconsideração inversa ou invertida”, de modo a se desconsiderar o negócio jurídico, ha-
vendo esses bens como matrimoniais e comunicáveis.
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GABARITO
1. c 2. b 3. d
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GABARITO COMENTADO
Questão 1 (FGV/OAB/EXAME DE ORDEM UNIFICADO/2016) Júlia, casada com José sob o 
regime da comunhão universal de bens e mãe de dois filhos, Ana e João, fez testamento no 
qual destinava metade da parte disponível de seus bens à constituição de uma fundação de 
amparo a mulheres vítimas de violência obstétrica. Aberta a sucessão, verificou-se que os 
bens destinados à constituição da fundação eram insuficientes para cumprir a finalidade pre-
tendida por Júlia, que, por sua vez, nada estipulou em seu testamento caso se apresentasse 
a hipótese de insuficiência de bens.
Diante da situação narrada, assinale a afirmativa

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