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Emergencias Hiperglicemicas RESUMO RAPIDO

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Clínica Médica I 
Emergências Hiperglicêmicas 
CETOACIDOSE DIABÉTICA 
❖ Ocorre geralmente em crianças e adultos jovens portadores de DM1, possuindo uma 
instalação rápida e promovendo dor abdominal, confusão mental, hálito cetônico, 
respiração de Kussmaul, náuseas e vômitos. 
CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS 
✓ Glicemia > 250; 
✓ pH ≤ 7,3; 
✓ Bicarbonato < 15; 
✓ Cetonuria ou cetonemia. 
ESTADO HIPEROSMOLAR HIPERGLICÊMICO 
❖ Ocorre geralmente em pacientes acima dos 40 anos de idade, com instalação gradual 
e induzindo ao rebaixamento do nível de consciência e desidratação. 
CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS 
✓ Glicemia > 600; 
✓ pH > 7,3; 
✓ Osmolaridade > 320. 
EXAMES COMPLEMENTARES 
❖ Na entrada do paciente, deve-se solicitar glicemia, ureia, creatinina, sódio, potássio, 
cloro, hemograma, PCR e gasometria, além de cetonemia ou cetonuria (se disponível). 
Pede-se, ainda, urina tipo 1 e RX de tórax. 
❖ Se houver rebaixamento do nível de consciência, pede-se TC de crânio e cultura de LCR 
(não obrigatório). Se houver distúrbio hidroeletrolítico importante (capaz de causar 
arritmias), pede-se um ECG. Na suspeita de IAM, pode-se solicitar marcadores. 
❖ A gasometria arterial deve ser solicitada sempre que houver hipoxemia em curso, na 
suspeita de distúrbio respiratório (caso contrário, pode-se optar pela gasometria venosa). 
Primeiramente, deve-se identificar se o sangue é arterial ou venoso (venoso não satura 
mais de 75% - no caso de ser menor há possibilidade de ser ambos). Em sequência, deve-
se avaliar o pH do sangue (sempre ficar entre 7,35 e 7,45 – se menor, há acidose/ se maior, 
há alcalose). Após, avalia-se a pCO2, que deve estar entre 35 e 45 (revela alterações de 
origem respiratória). 
❖ Uma taquipneia evolui com redução do pCO2, traduzindo uma hipocapnia. Da mesma 
forma, uma bradipneia evolui com aumento da pCO2 e consequente hipercapnia. 
pCO2 = (HCO3) x 1,5 + 8 (sempre considerar margem de 2 unidades para mais e para menos) 
❖ Após, avalia-se o bicarbonato (HCO3), que deve ficar entre 19 e 21 (pode revelar um 
distúrbio de causa metabólica). Após, segue-se com a avaliação dos demais itens, como 
glicose, Na, K e Cálcio. Uma hiperglicemia maior que 200 pode falsear os valores de sódio. 
Respiração de Kusmaul (“peixe fora da água”) = respiração acidódica, sem relação com a hipoxemia. 
HIDRATAÇÃO 
❖ Para realizar a hidratação, deve-se realizar o cálculo do sódio corrigido da seguinte 
forma: 
Na corrigido = Na encontrado + 1,6 x (Glicose – 100 / 100) 
❖ Ou seja, para cada 100 unidades de glicose acima de 100, adiciona-se 1.6 unidades de 
sódio ao valor previamente encontrado. 
CONDUTA 
❖ Para a condução da situação, deve-se monitorizar o paciente, mantê-lo em jejum, 
equipá-lo com SVD e SNG e realizar Dextro de controle a cada 1h. No mais, havendo 
hipoxemia em curso, pode-se utilizar máscara facial com fluxo de O2 úmido 3L/min. Utilizar 
um acesso venoso periférico flexível curto calibroso para manter uma via de medicação 
rápida, além de hidrata-lo expansivamente com SF 0,9% 20ml/kg em 1h corrida. 
A dieta é reiniciada apenas após o quadro resolvido, paciente estável, sem vômitos ou alterações no exame físico. 
❖ Deve-se iniciar insulina 0,1 UI/kg em bólus EV (se K < 3,3 → não iniciar insulina pelo risco 
de hipocalemia grave – pode ser necessário, mesmo com o uso correto da insulina, 
administrar KCl 19,1% no paciente para reposição de K). Quando a glicemia atingir 250 
(na cetoacidose) ou 300 (no EHH), deve-se iniciar em outro acesso periférico soro 
glicosado para evitar hipoglicemia. 
SEGUIMENTO 
❖ No caso de o paciente evoluir bem, com exames mantidos 1h após o início da insulina 
regular, deve-se suspendê-la na forma EV e realizar DEXTRO de controle a cada 4h, 
seguindo com correção SC. Com o paciente já em uso SC de insulina e dieta plena, opta-
se pelo início de insulina NPH 0,5 UI/kg/dia.

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