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Aula AINEs 08/10/2020 
Inflamação 
(...) aumentada, o que permite a 
liberação aqui de fluidos do vaso 
para os tecidos inflamados, isso 
aqui já de cara a gente lembra que 
esse extravasamento de fluidos 
está associado a presença de 
edemas que é um dos sinais 
cardinais da inflamação, depois 
dessa permeabilidade capilar, 
ocorre a infiltração de leucócitos e 
fagócitos, ou seja, células 
inflamatórias, essas células brancas 
extravasam do vaso para o local 
danificado, para o local da injúria e 
isso se segue então a uma resposta sistêmica. O que caracteriza essa resposta sistêmica? Essa 
resposta sistêmica da inflamação caracteriza-se pelo aparecimento dos sinais cardinais dessa 
inflamação, ou seja, depois da ativação de todo aquele processo que vai culminar com o 
aparecimento desses sinais cardinais da inflamação, que incluem calor, que pode ser um calor 
local ou aumento da temperatura corporal como febre, eu posso ter como sinal da inflamação, 
o rubor que nada mais é que a vermelhidão, o inchaço, caracterizado por aquele 
extravasamento de líquido que produz o edema, a dor e esses sinais podem levar a perda da 
função. Porque: se eu disse que a inflamação é um processo de proteção do organismo como 
ele pode levar a perda da função de algum órgão? Porque na realidade esse processo 
inflamatório ele deve debelar 
o agente agressor e 
naturalmente o processo 
inflamatório regride, toda via 
em algumas situações esse 
processo inflamatório não 
regride e passa aí a atuar não 
mais como uma proteção do 
nosso organismo, mas sim 
como uma agressão ao nosso 
organismo e nessas situações 
é que a gente tem que fazer 
ou lançar mão de uma 
intervenção farmacológica 
que no caso estamos falando 
dos anti-inflamatórios não 
esteroidais. 
 
Para poder entender como agem esses fármacos, precisamos entender mais sobre algumas 
moléculas inflamatórias chaves nesse processo, então se fossemos citar quais moléculas estão 
envolvidas na promoção e na resolução de processos inflamatórios nós teríamos dezenas e 
dezenas de moléculas, dentre elas quais poderíamos citar como as mais conhecidas? A gente 
tem oxidantes biológicos e fatores de adesão, os fatores de adesão são aqueles que vão 
permitir a migração de leucócitos e fagócitos através do vaso com o aumento da 
permeabilidade. A gente tem várias citocinas, incluindo interleucinas, quimiocinas que 
participam desse processo. Tem também histamina, bradicinina, serotonina, leucotrienos, 
fator de necrose tumoral (TNF-alfa), tudo isso como moléculas importantes que participam 
tanto da geração como da manutenção e resolução da inflamação e dentre essas moléculas a 
gente pode citar os Eicosanoides que é o mais importante para nós aqui. As moléculas dos 
grupos eicosanoides representam moléculas que foram originadas de ácidos graxos que 
apresentam 20 átomos de carbono, por isso que ela apresenta esse prefixo “eicosi” que 
significa 20, a maioria dos eicosanoides são provenientes do ácido eicosa tetra enóico que é o 
que a gente conhece como ácido aracdônico. 4-44 
E quais são os eicosanoides importantes para nós do ponto de vista do entendimento dos anti-
inflamatórios não esteroidais? A gente cita principalmente prostaglandinas mas a gente cita 
também pra gente entender alguns efeitos indesejáveis, a gente cita também leucotrienos e 
tromboxanos como eicosanoides importantes. Queria chamar atenção para uma coisa: eu 
disse a vocês que histamina, bradicinina, serotonina, leucotrienos e TNF são importantes 
MEDIADORES inflamatórios, o seja, são importantes moléculas envolvidas no processo 
inflamatório, então se essas são moléculas que induzem a inflamação, porque eu não posso 
usar o anti-histamínico como um anti-inflamatório? Porque que eu não posso utilizar um anti-
serotoninérgico como um anti-inflamatório? Porque esses mediadores participam 
primordialmente das primeiras etapas da inflamação especialmente do processo de 
vasodilatação, ou seja, quando eu uso um agente anti-histaminérgico eu posso até inibir a 
vasodilatação que é o início do processo inflamatório, mas eu não consigo tratar a inflamação 
em si, e por isso que antagonistas dos receptores de histamina, bradicinina, serotonina, etc, 
não são considerados agente anti-inflamatórios, porque só conseguem inibir alguma etapa do 
processo inflamatório e não produzem um efeito clínico anti-inflamatório final. Além disso a 
gente pode citar também os leucotrienos que são potentes agentes broncoconstritores, eles 
produzem uma broncoconstrição significativa e duradoura e por isso, antagonistas dos 
receptores de leucotrienos são utilizados para tratar um tipo específico de inflamação que é a 
asma, que é um quadro inflamatório crônico, onde eu tenho liberação de grandes quantidades 
de leucotrienos produzindo aí broncoconstrição, então quando eu uso por exemplo 
ZAFIRLUCASTE e MONTELUCASTE que são antagonistas de receptores de leucotrienos eu inibo 
especificamente a via dos leucotrienos e trato a asma que é uma doença inflamatória crônica e 
além disso eu coloquei ai o TNF para chamar atenção de vocês que a gente já tem hoje 
anticorpos monoclonais contra o TNF para tratar algumas doenças inflamatórias, os fármacos 
chamados anti-TNF são os fármacos anti-reumáticos modificadores da doença porque eles 
conseguem atuar ou modificar as bases da doença que envolvem a artrite, tem artrite 
reumatoide, artrite psoriática (?) e outros tipos como osteoartrite... e outros tipos de doenças 
reumatoides que estão associadas com a artrite, então esses fármacos anti-TNFs são fármacos 
anti-reumáticos modificadores da doença, então a primeira coisa importante que eu quero 
dizer em relação aos anti-inflamatórios não esteroidais: Os anti-inflamatórios não esteroidais 
não são fármacos anti-reumáticos modificadores da doença; os AINES que é como a gente vai 
chamar os anti-inflamatórios não esteroidais a partir de agora, não atuam na base da doença, 
os AINEs simplesmente tratam a INFLAMAÇÃO, A DOR E A FEBRE associadas as mais diversas 
situações patológicas, então a gente vai ver que AINE, por exemplo, é utilizado para dor de 
dente e é utilizado também para casos de enxaqueca, utilizado também como solução 
oftálmica como anti-inflamatório para conjuntivite ou para pessoas que fazem cirurgia de 
catarata ou glaucoma como CETOROLATO, enfim, então AINES não modificam a doença, AiNES 
simplesmente tratam inflamação, dor e febre associadas a vários processos patológicos. 10-27 
Só que para entender como agem os AiNEs é necessário falar mais especificamente sobre os 
eicosanoides e ai ver como acontece a biossíntese desses mediadores inflamatórios. Os 
eicosanoides 
apresentam como 
precursor o ácido 
araquidônico, que é o 
do ácido eicosa tetra 
enóico, esse ácido 
araquidônico encontra-
se esterificado em 
fosfolipideos de 
membrana 
normalmente 
fosfatidilcolina ou 
fosfatidiletanolamina, 
então esse ácido 
araquidônico encontra-
se esterificado nesses 
fosfolipídeos de 
membrana e por meio da ação da enzima fosfolipase A2 pode haver a ruptura dessa ligação e 
consequentemente a liberação do Acido araquidônico para o citosol celular. 11-54 
Então esse ácido Araquidônico uma vez liberado no citosol, ele participa de várias vias 
enzimáticas apesar de também participar de vias não enzimáticas, mas participa 
principalmente de várias vias enzimáticas e as principais, ou seja, as de interesse do ponto de 
vista dos anti-inflamatórios não esteroidais são as vias da lipoxigenase e a gente vai ver que na 
verdade leucotrienos ou essa via não tem nada a ver com os anti-inflamatórios não esteroidais 
mas é importante para citar aqui para se entender um dos efeitos indesejáveis dos AINEs é que 
envolve o aumento na produção de leucotrienos, então a gente tem o ácido araquidônico que 
é substrato principalmente pra duas vias, a via da lipoxigenase que leva a produção de 
lipoxinas e leucotrienose a via da cicloxigenase que leva a produção de PROSTAGLANDINAS, 
PROSTACICLINAS E TROMBOXANO. Nessa via da cicloxigenases que é o mais importante pra 
gente do ponto de vista de anti-inflamatório não esteroidais é importante a gente lembrar que 
existem basicamente duas isoformas da enzima COX que são codificadas como COX1 e COX2. E 
existem algumas diferenças nessas enzimas que são essenciais para o nosso entendimento. A 
primeira coisa que é necessário saber é a diferença entre elas em relação a sua expressão. A 
COX1 é considerada uma enzima constitutiva isso significa que ela está presente independente 
de processos inflamatórios, ou seja, a sua presença, a sua expressão não depende da 
estimulação por vias inflamatórias, ela é constitutiva. Enquanto que a COX2 normalmente não 
está presente na maioria dos tecidos, ela é chamada de uma isoforma induzida, induzida por 
quem? Pelo processo inflamatório. Existe uma expressão constitutiva de COX2 em parte do 
sistema nervoso, não há um entendimento ao certo de qual o papel da COX2 no sistema 
nervoso, mas há uma expressão de COX2 constitutiva no sistema nervoso e também nos rins, 
mas de uma forma geral a COX2 é considerada induzida pelo processo inflamatório no que diz 
respeito a sua expressão. Uma vez expressa, qual a localização tecidual? Em que tecidos 
predominam essas enzimas? A COX1 é considerada de expressão ubíqua – está aí totalmente 
expressa em nossos tecidos, enquanto que a COX2 como ela é induzida pela inflamação ela 
está presente predominantemente nos tecidos inflamados e ativados pelo processo 
inflamatório. Já em relação à localização celular a COX1 está localizada no retículo 
endoplasmático e a COX2 está localizada tanto no retículo endoplasmático como na 
membrana nuclear. Os substratos, para produzir prostaglandinas, prostaciclinas e 
tromboxanos, é o acido araquidônico, então apesar da gente ver na tabela “outros substratos 
das enzimas” o principal substrato de ambas as enzimas é o ácido araquidônico. Em relação as 
funções a COX1 como é constitutiva ela tem funções básicas de proteção e manutenção dos 
tecidos, enquanto que a COX2 como ela é induzida por processos inflamatórios, a função 
dela é basicamente pro-inflamatória e mitogênica. Em relação a sua indução a COX1 é 
constitutiva isso quer dizer que a sua expressão independe de uma indução por uma alteração 
inflamatória, por um estímulo inflamatório, toda via aqui, apesar dessa tabela do Gloan ser 
considerada que não há nenhuma indução a gente já sabe E ESTÁ NO GODMAN que nos 
processos inflamatórios, cerca de 10 a 15% das prostaglandinas produzidas no início da 
inflamação são decorrentes de COX1 já expressas constitutivamente nos tecidos, então é 
importante a gente saber isso porque se a COX2 vai ser induzida por processos inflamatórios, a 
COX1 é aquela que pode disparar o processo em relação a síntese de prostaglandinas, então 
cerca de 10 a 15% das prostaglandinas induzidas no início do processo inflamatório são 
provenientes da COX1. E a COX2 quem é que ativa a COX2, quem é que induz a COX2? COX2 é 
induzida pelo processo inflamatório e vários mediadores podem produzir isso, como por 
exemplo, lipopolisacarídeos, TNFalfa, Interleucina 1, interleucina 2, fator de crescimento 
epitelial, interferon Gama e vários outros fatores inflamatórios podem então estimular ou 
induzir o aumento na expressão de COX2. Porque a gente chama tanto atenção para isso? 
Porque a gente tem dois tipos de fármaco no mercado, os fármacos que são inibidores NÃO 
seletivos da COX (inibem tanto a COX 1 como a COX2) e tem os fármacos que inibem mais 
seletivamente a COX2 e se eu estou dizendo a vocês que a COX2 que é induzida no processo 
inflamatório e ela que produz as prostaglandinas envolvidas no processo inflamatório, significa 
que pra eu obter a ação anti-inflamatória eu tenho que bloquear a COX2 e não a COX1, então a 
inibição da COX1 pelos AINES é muitas vezes considerada responsável pelo aparecimento dos 
principais efeitos indesejáveis, e a ação dos AINES na COX2 é a responsável pelos efeitos anti-
inflamatórios, antipiréticos (ou antitérmico) e analgésico. E por fim, quem é que inibe essas 
enzimas? A COX1 é inibida pelos anti-inflamatórios não esteroidais tradicionais e pelo ácido 
acetilsalicílico em baixas doses, justificando seu uso como anti-agregante plaquetário para 
pacientes com problemas cardiovasculares. O ácido acetil salicílico em baixas doses 81-100mg 
podendo chegar até 300mg apresenta uma maior afinidade pela COX1 do que pela COX2. 21-
05 
Então quem é que inibe a COX2 então? Quem inibe a COX2: glicocorticoides e os anti-
inflamatórios não esteroidais tradicionais não seletivos, e os inibidores seletivos da COX2. 
A primeira coisa que precisamos saber é que as enzimas chamadas cicloxigenases são enzimas 
bifuncionais, ou seja, ela catalisa duas reações sequenciais para produzir o seu produto, no 
caso as COXs nada mais são do que consideradas PGH2-sintases, ou seja, a ação das enzimas 
COX nada mais é do que produzir PGH2 que é a primeira prostaglandina produzida aí nessa via 
de síntese. A partir da PGH2, depois da ação das COX é que vão surgir aqui prostaglandinas 
sintases específicas e isso vai depender dos tecidos que essas prostaglandinas estão sendo 
produzidos. 1ª coisa importante: COX são enzimas bifuncionais, são prostaglandina H2 sintases 
que produzem ou sintetizam PGH2 por meio de duas reações sequenciais a primeira reação 
está aqui descrita como atividade da cicloxigenase, é uma reação de cicloxigenação, a partir do 
ácido araquidônico, então a partir do ácido araquidônico nessa região ocorre uma 
cicloxigenação ou seja, uma ciclização dependente de oxigênio, essa é a primeira ação das 
cicloxigenases que envolve aí a produção da PGG2. Essa PGG2, sofre a ação peroxidase da 
COX, então essa ação peroxidase produz aqui uma redução produzindo então a PGH2. 
Os aines inibem exatamente essa ação cicloxigenase. 25-07 
Chegamos então a PGH2, essa PGH2 então produzida vai ser substrato de várias outras 
enzimas, chamadas prostaglandinas sintases ou a tromboxano sintase então como eu sei qual 
vai ser a prostaglandina que vai ser produzida a partir da PGH2? Isso vai depender o tecido em 
que essa prostaglandina esta sendo produzida, então por exemplo, vamos começar aqui 
falando do tromboxano, da produção do tromboxano A2 é o tromboxano que tem ação 
biológica, quando ele é hidrolisado para o tromboxano B2 ele perde sua ação, o tromboxano 
B2 é inativo, mas o tromboxano A2 é ativo e a ação desse tromboxano A2 é extremamente 
importante para a ação antiplaquetária do ácido acetil salicílico. Então, produzir PGH2 nesse 
caso no fragmento celular aqui da imagem está localizada a tromboxano-sintase: 
Ela está nas plaquetas. Fragmentos celulares que aqui está descrito como plaquetas, então 
essa tromboxano sintase está expressa predominantemente nas plaquetas, o que que isso 
significa, que quando ocorre a ativação de cicloxigenase nas plaquetas o principal mediador 
produzido é o tromboxano A2 e esse tromboxano A2 faz o que nas plaquetas? Ele é 
responsável por induzir vasoconstrição e por aumentar a ativação plaquetária, o entendimento 
que o TXA2 aumentando a ativação plaquetária é essencial para entender a ação anti-
agregante plaquetária do AAS. Então vamos lá, nas plaquetas principal enzima expressa é a 
TXA-sintase que leva a vasoconstrição e agregação plaquetária. Aqui a gente tem como 
exemplo outro tipo celular, vemos que nos macrófagos e mastócitos está sendo produzida 
PGE2 pela PGE2 isomerase, mas não é só nessas células que eles estão, na verdade PGE2 é um 
dos principais mediadores inflamatórios produzidos, principal responsável pela dor e 
hiperalgesia produzida pelas prostaglandinas, é responsável por induzir a febre lá no 
termostato hipotalâmico e sendo produzida no endotélio, então a PGE2 é na verdade 
produzida em uma diversidade de células,aqui a figura expressou macrófagos e mastócitos, aí 
essa PGE2 então uma vez produzida por meio da ação da PGE2 isomerase essa PGE2 vai agir 
com vários receptores que é de EP1 a EP4 e a ativação desses vários receptores vai levar a 
vários efeitos, do ponto de vista do entendimento dos AINEs o que precisamos saber: que 
PGE2 é capaz de produzir vasodilatação ou seja inflamação, é capaz de produzir hiperalgesia 
que é o aumento da sensibilização a dor. E a PGE2 é também é a principal prostaglandina 
responsável por induzir febre lá no termostato hipotalâmico, em relação a PGF2alfa, ela é 
produzida pelo PGF2alfa-redutase principalmente no útero e nos pulmões, ou seja, a PGF2alfa 
uma vez produzida nesses dois órgãos que é onde eu tenho a maior expressão da PGF2alfa-
redutase, essa prostaglandina é responsável pela contração do músculo liso, principal 
responsável pela promoção do aborto e nos pulmões ela é responsável por uma 
broncoconstrição. Agora a PGD2-isomerase ela está expressa principalmente onde? No 
cérebro e nos mastócitos, então a gente sabe que no cérebro é COX2 que está expressa e 
como ocorre uma alta expressão de PGD2-isomerase se forma aí grandes quantidades de 
PGD2 que são responsáveis por também contração do músculo liso e por inibir a agregação 
plaquetária, mas falando em agregação plaquetária o mais importante inibidor de agregação 
plaquetária é a PROSTACICLINA PGI2, onde ela está sendo produzida predominantemente: no 
endotélio, ou seja a prostaciclina-sintase é uma enzima expressa predominantemente no 
endotélio e ela é responsável tanto por induzir vasodilatação como por inibir a agregação 
plaquetária. Isso é de grande importância para se entender ácido acetilsalicílico. Prostaciclina 
induz efeitos opostos no TXA2, enquanto o TXA2 produz vasoconstrição e induz agregação 
plaquetária a prostaciclina produz o contrário vasodilatação e inibição da agregação 
plaquetária, então, o que estou querendo dizer com isso: essas enzimas estão sendo 
distribuídas em vários tecidos e a depender desse de padrão de expressão das enzimas, quais 
enzimas estão presentes em determinados tecidos é que a gente vai ter aquela prostaglandina 
naquele tecido, por exemplo, eu não posso ter PGF2alfa em um tecido onde eu não expresso a 
PGF2alfa-redutase, eu não posso ter TXA2 em um tecido que não expressa TXA-sintase. 34-36 
Tanto as Prostaglandinas sintases especificas como propriamente as COX1 e 2, são expressas 
predominantemente em determinados tecidos e isso é o que vai definir esse perfil de 
prostaglandinas que vai exercer ação nesse tecido específico, como por exemplo plaquetas 
maduras só expressam COX1, não expressam COX2. Enquanto que endotélio expressa 
predominantemente COX2, e é por isso que temos efeitos de prostaciclina e tromboxanoA2 
responsáveis pelo efeito antiplaquetário do Acido acetil salicílico. 
As prostaglandinas produzidas pela COX1 que é aquela enzima constitutiva são responsáveis 
por várias funções de nosso organismo, são essas prostaglandinas produzidas pela COX1 que 
são responsáveis pela citoproteção gástrica. PGE2 e prostaciclina no estômago inibem a 
secreção de ácido e estimulam a produção de muco e de bicarbonato induzindo a 
citoproteção. Eicosanóides produzidos pela COX1 também são responsáveis por induzir a 
agregação plaquetária e o principal deles é o TXA2 que é o principal indutor de agregação 
plaquetária. As prostaglandinas, em especial as produzidas pela COX1 tem uma função 
importante do ponto de vista renal, ou seja elas participam da homeostasia vascular, 
participam da manutenção do fluxo sanguíneo renal e gastrointestinal e são responsáveis pelo 
equilíbrio da função renal e isso justifica o fato de que os AINES que inibem a COX1 produzirem 
nefrotoxicidade. Porque esses AINES são nefrotóxicos? Porque eles desregulam diminuindo os 
níveis de prostaglandinas que são responsáveis pela manutenção de fluxo sanguíneo renal e 
pela homeostasia vascular. Nos rins as prostaglandinas responsáveis por isso são a PGE2, 
prostaciclina, PGD2 e etc, são várias, por exemplo se vc pensar em febre eu vou dizer a maioria 
das referencias diz que a grande responsável é a PGE2, outras trazem prostaciclina, PGD2, mas 
em nível de fluxo sanguíneo renal a gente tem várias prostaglandinas que podem ser 
reconhecidas como reguladores da homeostase renal. 39-01 
Em relação a COX2 a gente tem uma fração que é constitutiva como eu mostrei pra vocês 
principalmente em nível de sistema nervoso central – na tabela que falei que a maioria das 
cox2 é induzida porém uma porção da COX2 constitutiva em nível de sistema nervoso central 
foi identificado, isso inclui hipocampo, hipotálamo e também as amigdalas e além disso uma 
pequena fração constitutiva da COX2 também está presente nos Rins e também aí já é 
responsável por produzir outras prostaglandinas que regulam o fluxo renal. Só que o principal 
papel da cox2 é exatamente de produzir prostaglandinas que estão relacionadas a dor, febre e 
inflamação, vamos supor que você como farmacêutico de uma multinacional foi contratado 
para sintetizar um anti-inflamatório não esteroidal novo, o que você vai fazer, preferir aquele 
que inibe mais seletivamente a COX1, preferir ou priorizar aquele que inibe de forma não 
seletiva ou você vai preferir aquele que inibe mais seletivamente a COX2? 
Aqueles que inibem mais 
seletivamente a COX2, se é a 
COX2 que é responsável por 
produzir dor, febre e inflamação 
eu só tenho efeito anti-
inflamatório se eu inibir a COX2. 
E foi assim que fizeram, foi assim 
que descobriram os COXibes – 
fármacos etoricoxibe, (arcoxia), 
o celecoxibe, (celebra) e aí tem 
outros que saíram do mercado 
como rofecoxibe, lumiracoxibe e 
no mercado a gente tem ainda o parecoxibe que é um pró-fármaco do valdecoxibe. Então a 
indústria pensou que os fármacos que inibem a COX2 vão ter efeitos antiinflamatórios e reduz 
os efeitos indesejáveis, (quando foi estudado em mucosa gástrica, vimos que a utilização dos 
AINES leva a inibição da síntese dessas prostaglandinas citoprotetoras – que é o principal 
efeito indesejável dos AINES), reduzindo a afinidade pela COX1 eu reduzo os efeitos 
indesejáveis, foi aí que surgiu UM OUTRO efeito indesejável em nível de sistema 
CARDIOVASCULAR que é específico para os fármacos que inibem seletivamente a COX2 – 
então a escolha vai depender de que: dos fatores de risco que o paciente tem. 42-32 Se o 
paciente por ulceroso, com histórico de consumo de bebida alcoólica ele não pode utilizar um 
AINE não seletivo porque a probablididade de produzir esses efeitos indesejáveis em nível de 
mucosa gástrica é alta, agora se um paciente já tiver tido um AVC, for um paciente cardíaco, 
com hipertensão ou com risco de trombose aí você opta por um são seletivo. 
Como é que essa COX2 produz dor, febre e inflamação? A COX2 na verdade produz 
prostaglandinas que são responsáveis por dor, febre e inflamação. QUE PROSTAGLANDINAS 
SÃO ESSAS? 
Então a gente pode ter associado à inflamação: 
 
A inflamação e aos eventos relacionados a inflamação nós temos o que aqui: prostaciclina, 
PGE2, PGD2, sem considerar os leucotrienos já que estou falando só dos prostanóides ou seja 
essas prostaglandinas principalmente envolvidas no processo de vasodilatação que é o que vai 
levar a vermelhidão que é aquele sinal cardinal da inflamação, além disso, principalmente 
PGE2 aqui é responsável por aquele entumecimento – edema associado ao processo 
inflamatório. Em relação a hiperalgesia, como eu disse a vocês a hiperalgesia é o aumento da 
sensibilização à dor e a principal prostaglandina envolvida nesse processo é também a PGE2 e 
é ela também a principal responsável pelo aparecimento do calor local e da febre sistêmica e 
aqui nós temos também a participação de prostaciclina ou seja essas prostaglandinas que eu 
acabei de dizer produzidas pela COX2 são as prostaglandinas envolvidas na inflamação, na dore na febre. Falando mais especificamente em dor: 
 
O processo de hiperalgesia é um processo de sensibilização a dor, então o que é isso? 
Prostaglandina por si só, o aumento nos níveis de prostaglandinas não leva necessariamente 
ao quadro de dor, o que as prostaglandinas fazem então que aumentam a sensibilização a dor? 
Explicação com a mão sobre o limiar da dor de um organismo. 46-50 
Para um organismo sentir dor é necessário que esse limiar seja ultrapassado, quando esse 
estímulo doloroso ultrapassa esse limiar aí eu sinto dor. 
Então o que as prostaglandinas fazem nesse sentido é diminuir o limiar à dor. Então um 
estímulo que não produzia dor vai produzir porque o limiar está reduzido, ou seja ocorreu por 
parte das prostaglandinas um evento de sensibilização a dor e esse processo pode ser 
desenvolvido perifericamente e pode ser desenvolvido centralmente. E o que as 
prostaglandinas fazem para reduzir esse limiar? Para dor ser ativada com um limiar que deve 
haver um processo de despolarização que leva a propagação do sinal pelos nociceptores na 
periferia ou neurônios do corpo dorsal no sistema nervoso central. 
O que as prostaglandinas fazem então para reduzir esse limiar à dor? Dessensibilizam 
parcialmente as células. Durante um processo inflamatório não vai haver um aumento da 
expressão da COX2? Então na inflamação ocorre uma supra regulação da COX2 nas células 
inflamatórias e ocorre uma supra regulação da COX2 nos neurônios do corno dorsal e células 
de sustentação, ou seja, aumento de expressão da COX2 em nível periférico e em nível central 
no quadro inflamatório, o que essa COX2 vai produzir? Prostaglandinas, principalmente PGE2, 
mas outras prostaglandinas também podem estar envolvidas, essas prostaglandinas ativam 
receptores EP1 e receptores EP4, Receptores EP1 são receptores metabotrópicos acoplados a 
proteína GQ e receptores EP4 são receptores metabotrópicos acoplados a proteína GS, então a 
ativação tanto de EP4 leva a produção de proteína sinase pkc e pka e essas vão fosforilar 
canais iônicos produzindo a ativação basal de canais iônicos que vão levar a um processo de 
despolarização inicial que vai induzir essa diminuição desse limiar. Um dos principais canais 
iônicos envolvidos é um receptor ionotrópico chamado receptor de potencial transitório 
vanilóide tipo 1 que é conhecido como TRTV1 que é um dos principais canais iônicos 
permeável a cátions, principalmente ao cálcio e outros canais iônicos também são ativados. 
Então o que acontece? Prostaglandinas ativando seus receptores EP1 e EP4 levam a 
fosforilação de canais iônicos, esses canais iônicos fosforilados ficam como se já tivessem 
“meio” ativados e aí o estímulo para chegar ao limiar diminui. Isso que chamamos de 
sensibilização a dor ou hiperalgesia. 
Se a gente pensa na ação dos anti-inflamatórios a gente pensa que são fármacos que inibem a 
produção de prostaglandina, inibindo esse efeito e, portanto inibindo a hiperalgesia associada 
à inflamação. 
Prostaglandinas na febre. 58-36 
Pra gente entender como é que os AINES por estar inibindo as prostaglandinas, inibem a febre. 
ENTÃO a nossa temperatura corporal é controlada por meio de um termostato hipotalâmico 
que é um termostato que regula nossa temperatura corporal e está presente no hipotálamo, 
quando é que eu tenho febre? Então, a febre acontece quando eu tenho essa quebra nesse 
ajuste do termostato, ou seja, quando um ponto de ajuste da temperatura corporal do 
termostato é ajustado pra cima, eu tenho febre. Como é que isso acontece? 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
O processo se inicia porque várias citocinas (interleucina1, interleucina6, TNFalfa, interferon 
gama.. são várias citocinas consideradas pirogênicas e que estão presentes no processo 
inflamatório - prostaglandinas não são os únicos mediadores pirogênicos), então em um 
processo inflamatório essas citocinas pirogênicas são liberadas na circulação sistêmica e 
atingem lá o endotélio hipotalâmico ou seja, o endotélio que reveste o hipotálamo, e aí nesse 
endotélio então eu tenho receptores de citocinas (---não deu pra entender---) que la naquela 
tabela de COX1 e COX2 eu disse que quem induzia a expressão de COX2 eram algumas 
citocinas LTF, interleucina 1, TNFalfa, ou seja, quando essas citocinas estimulam seus 
receptores do endotélio hipotalâmico ocorre o aumento da expressão de COX2 e, portanto a 
produção de prostaglandinas, aqui especificamente PGE2. (já tem livros que trazem 
prostaciclinas, PGD2 também participando desse processo.) 
Uma vez que a PGE2 é produzida, ela vai atuar nos seus receptores nessa região do 
hipotálamo, que receptores são esses? Receptor EP1 acoplado a GQ e receptor EP3 que é 
acoplado a proteína Gi, então quando essas prostaglandinas ativam receptor EP1 acoplado a 
proteína Gq, ocorre um estímulo a produção de calor, o organismo ou a região hipotalâmica 
começa a produzir calor, enquanto que a ativação de receptor EP3 inibe a perda de calor, ou 
seja, ocorre a conservação do calor. Então o que a prostaglandina faz? Aumenta a produção de 
calor e inibe a perda desse calor produzido. 
Obs: suor é quando a gente produz calor e esse calor é eliminado. Isso faz com que o calor não 
fique retido; 1-03-23