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CAMINHOS PARA O COMBATE À CORRUPÇÃO NO BRASIL


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O A partir da leitura dos textos motivadores seguintes e com base nos conhecimentos construídos 
ao longo de sua formação, redija texto dissertativo-argumentativo na modalidade escrita formal 
da língua portuguesa sobre o tema “Caminhos para o combate à corrupção no Brasil”, 
apresentando proposta de intervenção, que respeite os direitos humanos. Selecione, organize 
e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.
TEXTO 1
7 pontos urgentes sobre a corrupção no Brasil e a forma de combatê-la
Segundo o advogado Walfrido Warde, nos últimos anos a Lava Jato ruiu os pilares de uma política 
brasileira repleta de gangues, conchavos e relações pútridas com as principais e mais importantes 
organizações empresariais brasileiras, muitas delas com enorme capacidade de corromper agentes públicos. 
Pode parecer um bom resultado, mas, em sua visão, está longe disso. A Lava Jato e seus protagonistas 
acusaram, processaram e mandaram prender maus políticos e maus empresários, mas também arruinaram 
grandes empresas e, com isso, enfraqueceram mercados fundamentais para a economia brasileira. Como ele 
afirma, “era ruim com as organizações empresariais criminosas. Ficou pior sem elas.”
Em seu livro O espetáculo da corrupção, sucesso editorial celebrado por nomes como Caetano Veloso, 
Warde radiografa os efeitos devastadores dos crimes de colarinho branco no Brasil e analisa os equívocos do 
sistema criado para enfrentar a roubalheira. Ele explica que não precisamos destruir o capitalismo brasileiro 
para combater a corrupção, não precisamos destruir as empresas para punir os empresários corruptos e 
tampouco precisamos destruir a política para prender os políticos corruptos.
Abaixo, listamos seis pontos fundamentais levantados por Walfrido Warde na publicação.
 1. A corrupção gera ineficiência, desigualdade e pobreza.
“A corrupção é uma das mais importantes causas da desigualdade”, escreve Walfrido Warde no livro. “A 
ausência de um combate adequado à corrupção aprofunda as desigualdades intoleráveis e odiosas do nosso 
país, assim como também o faz, talvez ainda mais, um combate inconsequente à corrupção. E é por isso que 
uma crítica contra o combate brasileiro à corrupção pressupõe a urdidura de soluções de aperfeiç̧oamento 
do aparato institucional anticorrupção, para que seja capaz de ultrapassar os adversos efeitos colaterais que 
produz.”
2. Não vamos dar fim à corrupção apenas prendendo corruptos.
“Mente quem afirma que acabaremos com a corrupção por meio do encarceramento dos corruptos e dos 
corruptores, da demonização da política e da destruição das organizações empresariais que no entorno da 
corrupção gravitam. Mistifica quem usa a sua autoridade, legal ou moral, para inculcar que a repressão é 
suficiente e que é o todo do combate à corrupção”, afirma o autor. “Não teremos êxito se não trabalharmos 
sobre as causas da corrupção. E a causa imediata é a profunda indisciplina jurídica das relações entre Estado 
e empresa, a falta de um regramento democraticamente discutido e instituído sobre o lobby pré-eleitoral, 
que se resume no financiamento de campanha, mas também de um regramento que se ocupe das pressões 
inevitáveis que a sociedade civil organizada exerce sobre os governos e os agentes públicos, num contínuo 
lobby pós-eleitoral.”
1. 3. A Lava Jato matou empresas e destruiu empregos. Sua maior vítima, na visão de Warde, é a 
economia brasileira.
O autor apresenta sua obra como um “libelo de defesa do combate à corrupção, de um combate à corrupção 
que mede consequências para não danar a política, as empresas, os empregos e os mais preciosos interesses 
brasileiros. Sem política só restará o poder indisciplinado, selvagem e invariavelmente destruidor, exclusivo e 
egoísta. Sem empresas não haverá empregos. Sem empresa e sem empregos não há renda. Sem renda não é 
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possível arrecadar tributos. E sem tributos não é possível pagar os salários das mulheres e dos homens a quem 
dedico este livro, daqueles membros da referida burocracia de controle estatal, o nosso exército de combate à 
corrupção. Isso é absolutamente óbvio, mas nós temos dificuldade para reconhecer as obviedades.”
4. Só é possível avançar no combate à corrupção por um debate franco sobre o financiamento da política.
“Não será possível avançar sem um debate franco – despudoradamente desprezado, submetido a 
um diversionismo calculado, pelos políticos e pela imprensa livre – sobre o financiamento da política e da 
democracia num país de dimensões continentais como o Brasil”, afirma o autor. “Esse financiamento foi 
capitaneado por empresas privadas, sob a perplexidade de quem ‘sempre soube’. Sim, o financiamento que, à 
luz da popularidade e das probabilidades de acesso ao poder de cada um dos candidatos, provia e organizava 
algumas poucas empresas privadas, agentes econômicos coordenados num verdadeiro cartel, como, por 
exemplo, aquele que atuava no mercado de infraestrutura, que já foi a espinha dorsal da economia brasileira. 
Um mercado arrasado por um combate à corrupção que não distingue empresa e empresário, na esperança de 
que uma amputação nos livre do problema.”
5. Combater a corrupção é como tratar um câncer. E é preciso matar o câncer sem matar o paciente.
“A corrupção, que é ilícita, beneficia atividades empresariais lícitas. Pagar propina para ganhar uma licitação 
é ilegal, construir pontes e túneis ou operar usinas de geração de energia, em si, não é. Essa corrupção, que 
é malvada, na essência e por seus efeitos destruidores, entranha-se, de um lado, no Estado e nos governos, 
e, de outro, em algumas organizações empresariais. No Estado e nos governos, que cuidam da administração 
pública, e nas empresas, que, nos sistemas de produção capitalista, respondem, direta ou indiretamente, 
pela criação e manutenção de postos de trabalho, pelo pagamento de salários e pela geração de renda, pelo 
consumo, pela poupança, pelo investimento, pela inovação, por parte significativa da arrecadação de impostos 
que, não inteiramente malversados, custeiam o grosso do funcionamento do Estado”, escreve o advogado. 
“É por isso que combater a corrupção é como combater um câncer. É necessário matar o câncer sem matar 
o paciente, sob a dificuldade extraordinária de que ambos – o câncer e o paciente – habitam o mesmo corpo. 
O paciente precisa se livrar do câncer, mas não vive sem o seu corpo. Destruir o corpo mata o câncer, mas 
também o paciente. Quanto mais o câncer se espalha, mais difícil separar as células doentes das sadias e, com 
isso, exterminar as primeiras e preservar as últimas.”
6. O combate brasileiro à corrupção é uma fábrica de supercorruptos.
“O combate brasileiro à corrupção, o ‘bancorrupt’, é um porteiro exigente, mas jamais uma barreira 
instransponível. É uma fábrica de supercorruptos, assim como o combate às drogas, que, mal comparando, 
deu vida e engordou supertraficantes e narcoestados”, escreve o Walfrido Warde. “Cogito que a disciplina 
jurídica do combate à corrupção tenha se tornado, entre nós, uma barreira seletiva de entrada dos corruptos 
no mercado da corrupção, e que desse modo arraste as empresas – como se fosse possível – a relações 
ainda mais patológicas com o Estado. Um exitoso combate à corrupção pressupõe o bom-sucesso na adoção 
de uma estratégia jurídico-institucional, que deve se alicerçar em quatro pilares: 1. determinação do âmbito 
da delinquência; 2. detecção da delinquência; 3. sistema de punições; e 4. vias de abrandamento calculado 
de punições e de incentivo à colaboração (leniência). Os quatro pilares devem ser igualmente fortes e bem 
construídos, sob pena de ruir a estrutura, com consequências desastrosas.”
7. Precisamos de uma política nacional de combate à corrupção.Para o aprimoramento do combate à corrupção, o Warde afirma que precisamos da adoção de medidas 
de três ordens distintas: 1) Uma ampla reforma do modelo de financiamento de campanhas eleitorais; 2) A 
concepção e promulgação de uma lei de discipline o lobby pós-eleitoral, em especial as chamadas Frentes 
Parlamentares; e 3) A criação de uma autarquia, isto é, uma pessoa jurídica de direito público de capacidade 
exclusivamente administrativa, para planejar uma política nacional de combate à corrupção e criar uma 
regulação nacional do combate à corrupção. Todas essas propostas são detalhadas no livro O espetáculo da 
corrupção.
(Disponível em: http://leya.com.br/blog/7-pontos-urgentes-sobre-a-corrupcao-no-brasil-e-a-forma-de-combate-la/)
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TEXTO 2
Combater a corrupção política exige reconhecer nossa responsabilidade
O comportamento dos políticos reflete o de nossa sociedade. O problema é a falta de valores e de 
educação
Segundo os brasileiros, a prioridade número um do(a) próximo(a) presidente da República deve ser o 
combate à corrupção. É o que indicam várias pesquisas recentes, inclusive uma elaborada pelo Movimento 
AGORA! com a Ideia Big Data: essa foi a prioridade apontada por 49% dos entrevistados.
O brasileiro odeia a corrupção, acha que todos os políticos são corruptos e a causa de toda a nossa miséria 
econômica, cultural, educacional e humana. Mas, temos um problema: como os políticos foram parar onde 
estão? A resposta é óbvia: com o nosso voto. O brasileiro construiu a classe política de hoje e, em breve, 
construirá uma nova classe política, que, provavelmente, se parecerá muito com a atual.
Criticamos nossos representantes (relembrando: eleitos por nós) pela sua desonestidade, ganância e 
falsidade. A cada novo escândalo de corrupção nos perguntamos quando chegaremos ao fundo do poço, se é 
que ele existe. Alguns chegam a sugerir soluções, mas boa parte delas é superficial ou ineficaz: Vamos fazer a 
reforma política! Vamos acabar com a impunidade! Vamos botar armas nas mãos de todo mundo!
O que nos esquecemos, caríssimos compatriotas, é que o comportamento dos políticos reflete, em absoluto, 
o comportamento de nossa sociedade. O problema não é a corrupção ou a nossa classe política, mas a nossa 
falta de valores e de educação
A ignorância (como falta de conhecimento), a esperteza (em seu pior sentido gersoniano) e a falta de ética, 
ou de um sentimento de serviço e de comunidade (mesmo entre servidores públicos), parecem ser nossos 
carmas. O brasileiro não lê, não consegue interpretar um texto de média complexidade e não se importa com 
o fato de 55% de nossas crianças de 8 e 9 anos não serem plenamente alfabetizadas.
Nossas melhores escolas e universidades não conseguem desenvolver competências e valores básicos, 
como raciocínio crítico, empatia, integridade ou civilidade. Vide o comportamento de muitos dos torcedores 
brasileiros durante a copa da Rússia. Pertencentes à “elite intelectual do país”, já que fazem parte dos 9% de 
nossa população com diploma do ensino superior, são escolarizados, mas mal-educados.
Se você, como eu, quer batalhar por uma solução real, comece dentro de sua casa, buscando educação, 
no sentido mais amplo da palavra, para si e para todos à sua volta. Entenda, e explique, que não podemos 
vender nossos votos por benefícios imediatos e individuais, como um emprego, um favorzinho, dois sacos de 
cimento ou (ainda que urgente e compreensível) um prato de comida; não podemos terceirizar nossos votos 
para parentes, amigos ou líderes religiosos.
Nossa única saída é ter uma classe política realmente comprometida com educação pública e de excelência 
para todos, pois ter uma população informada e crítica é um pré-requisito essencial para o funcionamento de 
uma nação democrática séria, solidária e com justiça para todos. É isso, ou continuaremos sendo corruptos, 
elegendo uma classe política desonesta, vivendo sem paz, pagando altos impostos e recebendo serviços 
públicos de péssima qualidade.
Observe bem esse brasileiro do espelho e reflita sobre a responsabilidade do seu voto, pelo seu futuro e 
pelo futuro das próximas gerações deste país.
(Disponível em: https://www.metropoles.com/ponto-de-vista/combater-a-corrupcao-politica-exige-reconhecer-nossa-responsabilidade)
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