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AD1 - Discursos de poder e Segurança Pública

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Universidade Federal Fluminense 
Avaliação à Distância I 
Curso: Tecnólogo em Segurança Pública 
Disciplina: Discursos de poder e Segurança Pública 
Data: 29/02/2024 Polo: Campo Grande 
Nome do aluno: Yuri Gomes Agapito 
 
1) Discorra sobre a diferença entre discurso e fala e explique por que o DISCURSO 
pode ser considerado um LUGAR 
R: Em decorrência dos fatos expostos sobre discurso e fala, nota-se no discurso 
na parte da aula 01 que utilizam o exemplo da saída de uma sala ou num estádio 
de futebol, onde as torcidas simplesmente calam-se por 1 minuto, fazendo 
referência a algum ocorrido, podemos observar que o discurso pode ser 
considerado como algo relacionado a diferentes maneiras de se tomar uma 
atitude dependendo do local em que o autor se encontra, não exercendo 
fisicamente algo, mas causando uma impressão ainda maior com simples gesto 
citado acima. Notamos que o discurso se adapta em determinados locais 
construindo narrativas que podem criar estratégias por seus determinados 
grupos, desde que articulados de maneira coercitiva, porém para que se 
compreenda o motivo e suas indagações, o fato deve ser exposto de forma nítida, 
evidenciando todo o exposto aos que serão os ouvintes, tendo uma certa 
coerência, se não, poderá acabar levando-os a outras conclusões, divergindo 
ideias. 
 
Sendo assim, podemos concluir que o discurso é voltado a uma área mais 
específica, onde não se pode simplesmente levantar ideias sobre algum assunto 
sem ao menos ter buscado entendimento do ocorrido, assim como uma palestra 
que será ministrada para seus superiores ou subordinados, todo fato exposto foi 
fundamento em cima de um acontecido, tendo base em dados e estatísticas 
relacionadas a matéria. Assim como nas eleições, a sociedade baseia-se nas 
promessas em que os candidatos estão expondo no horário político, transmitidos 
pela imprensa, muitos acabam fazendo promessas sem saber como o 
estado/município esta financeiramente, perdendo credibilidade, por ter dito que 
iria correr atras de melhorias, mas em dado momento, deparam-se com diversas 
atribuições limitando-o a cumprir seu real compromisso. Portanto o discurso está 
relacionado ao locutor um ato de ação e cumprimento do que está sendo 
exposto, pois não pode haver divergência em seus argumentos. 
 
Diante do assunto citado, concluímos que a ‘’fala’’ esta baseada na mudança 
frequente de argumentos, sem nenhuma fundamentação de determinado assunto, 
fazendo com que os indivíduos mudem frequentemente de opinião, observa-se 
que com essa divergência muitas pessoas acabam nem dando tanta relevância 
para os que discursam e não tomam uma atitude para concluir o que se foi 
transmitido, dado que, existem tantos que falam e nem sequer conseguem 
mensurar o fato que esta sendo exposto, evidenciando a total falta de informação 
e clareza. 
 
Em suma, o discurso pode ser considerado um lugar, pois é o local onde suas 
ideias são transpassadas, moldadas e debatidas, transformando fatos 
evidenciados ao ouvinte, fazendo com que a sociedade acredite na mensagem 
transmitida, gerando um certo controle da sociedade e adquirindo poder, 
podendo ser prejudicial caso não haja tanta veracidade em seus argumentos, 
podendo inspirar ações, mobilizando comunidades e criando movimentos em 
direção de objetivos comuns. 
 
2) Explique a relação de PODER com a DISCIPLINA e a NORMALIZAÇÃO de 
indivíduos. Cite exemplos que ilustrem essa relação 
R: A relação entre poder, disciplina e normalização de indivíduos é um conceito 
fundamental na obra de Michel Foucault. Ele argumenta que o poder não é algo que 
uma pessoa ou grupo possui, mas é uma rede de relações que permeia todas as 
instituições e práticas sociais. Ele explorou como o poder se manifesta através de 
técnicas disciplinares e de normalização, moldando as pessoas para se adequarem aos 
padrões desejados pela sociedade. Sendo assim, o poder determina tanto o 
comportamento como a capacidade de outro indivíduo a se submeter a determinadas 
ações aos que detém poder. Contudo o poder disciplinar define-se como uma forma de 
poder que opera em níveis individuais e coletivos, moldando comportamentos e ações. 
Este tipo de poder é exercido em instituições como escolas, hospitais, fábricas, prisões e 
exércitos. Ele se baseia em métodos específicos para controlar, regular e treinar os 
corpos e mentes das pessoas. Fazendo com que fiquem submetidos aos seus modelos e 
regras, onde utilizam métodos de coação, onde aos passar dos anos, nem note como a 
suas atitudes foram alteradas simplesmente por seguir um padrão determinado 
rotineiramente. 
Exemplo 1: A Polícia 
• Vigilância: A instituição tem normas e regras a serem seguidas pelo poder e 
Segurança Pública, mas também usam a vigilância constante, como um método 
de atuação em incursões e abordagens nas ruas 
Exemplo 2: A Prisão 
• Horários e Rotinas: Nas prisões, os presos têm horários rigorosos para 
refeições, exercícios, e visitas íntimas, dentre outras atividades cujo são 
reguladas pela instituição, criando uma disciplina de rotina, pois caso não os 
sigam, podem ser reprimidos pelos agentes públicos, por determinação da 
instituição na qual o indivíduo está inserido, fazendo com que fique punido por 
razoes dos padrões instaurados nesse ambiente. 
• Punições e Recompensas: As punições por violar as regras e as recompensas 
por bom comportamento são parte do poder disciplinar que molda as ações dos 
presos, onde podem ser realocados em ambientes menos ríspido e com menor 
índice de agressões, ou locais cuja atividade seja menos rígida. 
Normalização: 
A normalização, por sua vez, refere-se ao processo pelo qual os indivíduos são 
moldados para se conformarem a padrões socialmente aceitos de comportamento, 
aparência, pensamento e moralidade. É a internalização desses padrões que leva a uma 
conformidade voluntária, muitas vezes sem que percebamos. 
Exemplo 1: Normas de Gênero 
• Expectativas de como homens e mulheres devem se comportar, se vestir, e até 
mesmo falar são parte do processo de normalização que foram impostos a 
sociedade, dificultando o convívio com as demais pessoas que não seguem o 
padrão da social. 
• Meninos são ensinados desde cedo a não chorar, a serem "fortes", enquanto 
meninas são ensinadas a serem "bonitas", "delicadas". Demonstrando como 
desde cedo são impostas suas determinações e padrões que o indivíduo irá seguir 
futuramente 
Exemplo 2: Normalização Racial 
• Padrões de beleza, representação na mídia, e até mesmo tratamento policial são 
todos aspectos da normalização racial. 
• Minorias étnicas muitas vezes são moldadas para se conformarem a papéis de 
submissão, enquanto a cultura dominante reforça seus próprios padrões. 
Relação entre Poder, Disciplina e Normalização: 
• O Poder Cria Normas: As instituições poderosas da sociedade (governo, 
mídia, educação) exercem poder para estabelecer normas e regras que 
consideram "adequadas" para a população em geral. 
• Disciplina Mantém as Normas: Métodos disciplinares são então empregados 
para assegurar que essas normas sejam seguidas. Isso pode incluir sanções, 
recompensas, vigilância e treinamento. 
• Normalização Reforça o Poder: Quando as pessoas internalizam essas normas 
como "certas" ou "naturais", elas voluntariamente se conformam a elas. Isso 
perpetua e reforça o poder das instituições que estabeleceram essas normas. 
Criando assim uma barreira de informação, fazendo com que a sociedade não 
consiga pensar por si mesma, limitando-a. 
Entretando, o poder disciplinar e a normalização estão entrelaçados em um ciclo onde as 
normas são estabelecidas, mantidas por métodos disciplinares e, finalmente, 
internalizadas pelos indivíduos. Essa é a maneira pela qual a sociedade molda e controla 
as pessoas, muitas vezes sem que elas percebam plenamente. Sendo classificado como 
“biopoder", um tipo de poder que não apenas controla, mas molda as vidase corpos dos 
indivíduos. Sem que os indivíduos que estão submetidos a este tipo de poder notem o 
modo com o qual estão sendo manipulados a executar as regras estabelecidas por 
instituições, ou grupos que tenham influência para exercer tal função.

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